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Andrade Gutierrez disputará operação do aeroporto de Natal





César Felício

A Andrade Gutierrez, conglomerado que faturou R$ 18, 2 bilhões no ano passado, tentará entrar na operação de aeroportos no Brasil no próximo ano, quando deve ser publicado o edital para a construção e concessão do aeroporto internacional em São Gonçalo do Amarante (no Rio Grande do Norte), município vizinho à Natal. Obra estimada em R$ 420 milhões de investimentos até 2024, o aeroporto deve entrar em operação 36 meses após o leilão.

"Nós vamos entrar (na disputa). Já temos experiência internacional em dois aeroportos e sabemos encontrar parceiros", afirmou o presidente da Andrade Gutierrez S.A, Otávio Marques de Azevedo. Em 2006, a Andrade Gutierrez entrou na sociedade do Quiport, que opera o aeroporto internacional de Quito, no Equador, e se comprometeu a construir um outro aeroporto na cidade. No ano passado, a holding entrou no capital da Aeris, que opera o aeroporto de San José, na Costa Rica.

No Quiport, a Andrade Gutierrez conta com três sócios: as canadenses Aecon e ADC, e a americana Houston Airport System. Com exceção da Aecon, o grupo brasileiro é sócio das outras empresas na operação de San José. O empreendimento no Equador viveu momentos atribulados durante o ano passado, graças a uma decisão judicial que retirou dos operadores privados as receitas aeroportuárias. As obras do novo aeroporto chegaram a ser paralisadas por um período, mas foram retomadas após um acordo em fevereiro deste ano que devolveu aos investidores parte da receita.

"Nos aeroportos reside o grande problema logístico do Brasil. A Andrade Gutierrez está se preparando para um momento em que nós acreditamos que seremos chamados a participar desta área. Não acredito que a situação permanecerá assim até chegarmos à Copa do Mundo", afirmou Marques de Azevedo ao palestrar em um evento promovido pela Câmara Americana do Comércio, em Belo Horizonte.

Durante sua exposição, o executivo reclamou da rentabilidade das concessões rodoviárias. A Andrade Gutierrez é uma das acionistas da CCR, que controla, entre outras rodovias, a Dutra, que liga São Paulo ao Rio de Janeiro e tem feito várias aquisições no setor. "Até o ano passado, o setor privado teve uma receita global com os pedágios de R$ 41,4 bilhões, tendo realizado investimentos de R$ 15,3 bilhões, contando desde o início do programa de concessões. Parece muito, mas é muito pouco, perto do tamanho da malha e de sua utilização. Estamos muito distantes do eldorado", afirmou.

Marques de Azevedo foi cauteloso ao comentar um possível interesse da Andrade Gutierrez no trem de alta velocidade. "Este é um projeto interessante, com muito questionamento na sociedade em função de seu custo. Como a velocidade que o trem terá fará toda a diferença na estrutura de custos, quem irá liderar os consórcios, caso o investimento de fato caminhe, será o detentor da tecnologia do trem", afirmou o presidente.

O executivo lamentou o modelo atual de investimento nas áreas de transporte e saneamento. " O governo nunca priorizou o investimento privado para estes setores , e por isto temos esta disputa carnívora nas licitações para saber quem vai fazer a obra, e com grandes chances da obra não ficar boa, porque para se priorizar a qualidade deveria se aceitar pagar mais caro. As rodovias do Brasil, com exceção de algumas concedidas, são uma porcariada", disse.

Fonte: VALOR ECONÔMICO, via NOTIMP




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