IATA: A demanda do tráfego aéreo cresce em um ritmo lento

Enquanto a demanda de passageiros foi 4,5% maior ante os níveis de maio de 2011, o crescimento foi praticamente igual na comparação com abril. A capacidade aumentou cerca de 4% e a capacidade de carga se manteve em 77,6%, abaixo dos níveis históricos registrados em abril.

A demanda de frete de maio foi 1,9% menor do que os níveis do ano anterior. Se comparado a abril, o mercado de transporte sofreu uma redução de aproximadamente 0,4%. O mercado de fretes atingiu um baixo nível durante o quarto trimestre de 2011. A partir daí, os níveis têm se movimentado horizontalmente, com um aumento de apenas 1,5% em maio. O fator de frete se manteve em 45,3%, igual ao mês anterior, mas 1,2% abaixo dos níveis de maio de 2011.

“A indústria de transporte aéreo é frágil. A redução no preço dos combustíveis já é uma boa notícia. Infelizmente, essa leve redução vem junto com os temores da economia europeia. Os negócios e a confiança dos consumidores estão caindo, e nós estamos presenciando os primeiros sinais disso na redução da demanda e de transporte de cargas. Isso não é percebido de maneira positiva na lucratividade da indústria. É esperado que as linhas aéreas apresentem um retorno de US$ 3 bilhões de lucro em 2012 e US$ 631 bilhões de receita. Essa é uma pequena margem de 0,5%”, disse Tony Tyler, diretor-geral e CEO da IATA.

Mercado internacional de passageiros

A demanda internacional de passageiros aumentou 5,6% se comparada a maio de 2011. Esse porcentual está bem a baixo do 7,1% registrado em abril. Todas as regiões, exceto o Oriente Médio, observaram o ritmo da demanda de passageiros diminuir em maio, na comparação com abril. A capacidade de expansão de 4,1%, no entanto, ajudou a aumentar os fatores de carga, de 75,9% em maio de 2011 para 77% neste mês.

· O transporte europeu registrou um crescimento de 4,1% nos serviços internacionais, se comparado ao mês de maio anterior. Esse resultado está significantemente abaixo do crescimento anual de 5,7% registrado em abril. A capacidade de carga da região, de 78,5%, ficou 1,5% à frente da média global. O crescimento de tráfego de bens europeus basicamente parou no fim de 2011. Desde o início de 2012, a tendência de crescimento tem sido basicamente a mesma, alinhada ao pessimismo da economia do continente.

· Companhias aéreas norte-americanas vivenciaram um crescimento de 1,5% na demanda internacional em maio na comparação com o mesmo período do ano anterior. Esse número está abaixo, mas relativamente é o mesmo, do crescimento anual de 1,6% registrado em abril. A capacidade de transporte de carga para a região manteve-se em 82,1% no mês, a maior entre todas as regiões. Esse é um reflexo da capacidade de gerenciamento das condições, que estão sustentando a recente revisão otimista da rentabilidade para US$ 1,4 bilhão (pouco acima do US$ 1,3 bilhão que o transporte de carga rendeu em 2011).

· O carregamento Ásia e Pacífico mostrou uma expansão de 5,5% na demanda se comparada ao mesmo período do ano anterior. Isso foi acima da capacidade de expansão de 3,1%, impulsionando a capacidade de carga para 75,4%. Em abril, o carregamento da região registrou crescimento de 8,6%, fortemente abalado pelo impacto do terremoto japonês e do tsunami em 2011. Na verdade, se comparada a abril, a demanda diminuiu 0,8%, enquanto a capacidade de carga caiu 0,4%.

· Transporte no Oriente Médio mostrou forte crescimento de 15,8%, superando a capacidade de expansão de 11,9%. A capacidade de carga foi de 74%, a segunda menor entre todas as regiões. Porém esse é um aumento de 0,6% na comparação com abril, quando companhias aéreas da região registraram crescimento de 15,2%.

· Companhias aéreas latino-americanas registraram um sólido crescimento de 7,4%. Esse número foi acima da capacidade de expansão de 5,5% fazendo com que a capacidade de carga fosse de 77,1%, 1,4% a mais do que os níveis de maio de 2011.

· Linhas Aéreas Africanas presenciaram um crescimento de 9,7% na demanda, na comparação com maio de 2011, abaixo da capacidade de expansão de 11,8%. A capacidade de carga se manteve em 62,9%.

Mercado doméstico de passageiros

O mercado doméstico cresceu apenas 2,7%, um pouco menos da metade das taxas do mercado internacional. Esse número foi significantemente abaixo do crescimento anual de 4,1% registrado em abril. A capacidade de carga de 78,8% foi 0,8 pontos porcentuais abaixo dos 79,6% registrados em maio de 2011.

· Japão presenciou forte crescimento, 14,8% maior do que no ano anterior. Se desconsiderarmos os impactos do terremoto e do tsunami, a IATA estima que o tráfego doméstico no Japão ainda iria aumentar aproximadamente 4% anualmente. A capacidade de 58,4% foi o melhor entre todos os mercados domésticos.

· A demanda de trafego doméstico na China desacelerou as taxas de crescimento do início de 2011. Isso reflete a desaceleração na economia chinesa. O tráfego aumentou 4,4% ante um aumento de capacidade de 8,3%, impulsionando a capacidade de carga para baixo, 78,6%. Se comparada a abril, a demanda doméstica se manteve praticamente a mesma.

· A demanda doméstica nos Estados Unidos caiu 0,1% em maio, enquanto a capacidade cresceu 0,3%. A capacidade de carga caiu ligeiramente para 84,3%, ainda a maior entre todos os mercados domésticos.

· O Brasil presenciou o maior crescimento, depois do Japão, com tráfego de 7,2% dentro de uma capacidade de crescimento de 6,7%. Capacidade de carga cresceu 65%. Entretanto, o crescimento desacelerou se comparado a abril, diminuindo 3,1%.

· O tráfego doméstico indiano cresceu apenas 0,1% anualmente, mas caiu 2,7% ante o mês de abril. A capacidade de carga se manteve em 76,8%.

Frete Aéreo (doméstico e internacional)

O mercado de frete aéreo se manteve 1,9% abaixo dos níveis de maio do ano anterior. Se comparado a abril a contração foi de 0,4%. Tomando uma perspectiva mais ampla, o frete aéreo teve um singelo aumento de 1,5% desde o pior resultado em 2011. Mas esse crescimento foi concentrado nos carregamentos para o Oriente Médio.

· Companhias aéreas europeias vivenciaram o mais íngreme declínio no tráfego de carga, reportando uma redução de 5,7% comparada ao ano anterior, com 1% de aumento de capacidade.

· Companhias aéreas norte-americanas tiveram redução de 1,9% na demanda, enquanto sua capacidade caiu para 1,6%.

· Transporte na Ásia e no Pacífico registrou uma redução de 4,1% na demanda de maio, na comparação com o mês anterior, enquanto a capacidade teve retração de apenas 1,7%.

· A demanda das companhias aéreas latino-americanas aumentou 0,2%, enquanto sua capacidade cresceu 0,5%.

· Transporte no Oriente Médio reportou um aumento de demanda de 12,4%, o que supera o crescimento de 11,7% em sua capacidade. Metade do crescimento deste ano no mercado de carga tem sido captada no mercado do Oriente Médio.

· Os resultados do carregamento africano não estavam disponíveis, mas serão apresentados no próximo mês.

O ponto de partida

Evidências da importância da existência da aviação:

· A Rio+20 reuniu mais de 22 mil delegações para discutir o futuro do planeta.

· Aproximadamente 15 mil atletas, mais de 20 mil veículos de imprensa e muitos outros expectadores irão a Londres para assistir aos Jogos Olímpicos.

· E aproximadamente 600 milhões de pessoas são esperadas para viajar entre os meses de julho a agosto para reuniões de família e amigos. Negócios encontram novas oportunidades e viajantes experimentam novos destinos.

“Seja reunindo pessoas ou transportando carga ao redor no mundo, aviação é vital para a vida moderna. Os líderes do G 20 reconhecem a importância do papel da aviação, que é a base para viagem e turismo, e é um veículo de criação de empregos, crescimento econômico e desenvolvimento. Agora precisamos de governos para evoluir do reconhecimento para a ação com políticas de impostos que não comprometam o crescimento, regulamentação que possibilite o crescimento e infraestrutura que acomode o crescimento,” disse Tyler.