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NOTIMP - Noticiário da Imprensa - 21/03/2018 / Embraer aguarda autorização da torre



Embraer aguarda autorização da torre ...  


Fernando Exman ...


O presidente Michel Temer e seus principais auxiliares observam com cautela as movimentações da Boeing e da Embraer. Estão em jogo, além dos rumos comerciais de uma das principais empresas do país, os interesses estratégicos do Brasil e o relacionamento entre o governo e os militares. A politização do assunto é vista como um risco no Palácio do Planalto e na Esplanada dos Ministérios, mas algo que tende a se intensificar a cada dia que as eleições de outubro ficam mais próximas.

O governo já havia enviado sinais às duas empresas de que, do jeito que caminhavam, as conversas não chegariam a bom termo no curto prazo. Duas mensagens foram claras: o Brasil precisa de maior clareza de que seus interesses estratégicos e de segurança nacional serão assegurados; e a Boeing é quem deveria ter pressa para apresentar uma boa proposta, pois seus concorrentes globais se movimentam para ganhar mercados.

Sem uma aliança com a Embraer, avaliam as autoridades, a Boeing levará anos para desenvolver novos modelos de aeronaves comerciais e correrá o risco de perder espaço para a Airbus - Bombardier. Já a Embraer tem uma linha de produtos consolidada e complementar ao portfólio da Boeing. Está tocando suas vendas enquanto não há um desfecho nas negociações e uma parceria com a Boeing seria muito lucrativa para seus acionistas, mas não necessariamente atenderia aos interesses do país.

Hoje, o governo não tem a menor disposição de renunciar ao braço militar da Embraer. Quer ter salvaguardas de que essa área seguirá sob controle nacional e o negócio não prejudicará parcerias com outros países. A preocupação imediata é o desenvolvimento e a fabricação dos novos caças da Força Aérea Brasileira, projeto realizado em parceria com a sueca Saab. Ele é considerado fundamental para a renovação dos equipamentos e o aumento da capacidade de operação da Aeronáutica. Os suecos já transmitiram aos seus interlocutores em Brasília a insatisfação com a possibilidade de a bandeira americana ser fincada nas dependências da Embraer, assim como as possíveis consequências do negócio.

Além disso, o Planalto é cético em relação à capacidade de a Boeing transferir tecnologias relevantes à Embraer na área militar. Esse tipo de negócio é suscetível a restrições impostas por congressistas americanos, e pelo menos dois atos já existentes na legislação dos Estados Unidos criariam dificuldades para o compartilhamento e a exportação ao Brasil de armas, munições, softwares e diversos equipamentos de uso duplo - civil e militar.

Desde que surgiram as primeiras informações a respeito das tratativas entre as duas empresas, autoridades do Executivo têm evitado alimentar o noticiário sobre a potencial operação. O Estado brasileiro é detentor de ação de classe especial da Embraer, a qual lhe dá poder para vetar, por exemplo, tentativas de aquisição do controle da empresa. Ou seja, já tem reservado para si um papel de protagonista nas etapas finais da negociação, mas não quer ser apontado como responsável por eventuais vazamentos de informações sensíveis ao mercado e ao eleitor.

Afinal, o negócio já passou a fazer parte da lista de temas explorados na campanha eleitoral. Entre os pré-candidatos a presidente da República, o pedetista Ciro Gomes saiu na frente. Sem dar maiores explicações, como de costume entre candidatos que buscam frases de impacto mas evitam detalhar suas propostas durante campanhas eleitorais, apenas afirmou durante recente evento no Rio de Janeiro que iria reverter um eventual acordo entre a Embraer e a companhia americana. "Eu vou tomar de volta", prometeu.

Governador de São Paulo prestes a deixar o cargo para rodar o Brasil em busca de votos, o tucano Geraldo Alckmin é pressionado em seu Estado natal. Sindicalistas de São José dos Campos e região, onde unidades da Embraer estão instaladas, já entregaram uma carta ao pré-candidato do PSDB contra a iniciativa.

Quando presidente, em 2009, Luiz Inácio Lula da Silva chegou a criticar e cobrar explicações da Embraer por demissões anunciadas sem aviso prévio, depois de a empresa receber recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). No entanto, pelo PT quem até agora mais entrou no debate foi Celso Amorim, ex-chanceler, ex-ministro da Defesa e visto como coringa no partido para as eleições.

Outros pré-candidatos devem ser levados a discutir o assunto. As negociações passam pelo Ministério da Fazenda, do qual o ministro Henrique Meirelles pode sair para tentar suceder o presidente Michel Temer. Isso sem falar no deputado Jair Bolsonaro, militar da reserva detentor de um discurso nacionalista, que já declarou ser favorável a uma parceria entre as duas companhias, se ela beneficiar ambos os lados.

Mesmo que não entre agora na corrida eleitoral, Temer provavelmente precisará comentar novamente o assunto em público e eventualmente explicar por que uma joint venture é considerada uma saída positiva para o Brasil. Ele já declarou que não aceitará a perda de controle da Embraer, mas o avanço das negociações deve recolocar o tema em evidência.

As atenções também se voltarão para a reação dos militares. Integrantes das três Armas consideram a Embraer um ativo estratégico para a segurança nacional e têm assumido missões consideradas fundamentais para esta reta final de mandato, sendo a intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro a mais recente.

Do lado civil, o eleitor também tem todo o direito de saber o que os pré-candidatos a presidente da República pensam sobre o assunto. E a experiência do país demonstra que um debate irracional sobre a presença do Estado na economia durante campanhas eleitorais pode inviabilizar discussões profundas e esclarecedoras. O setor de defesa é complexo e sensível demais para ser ignorado ou tratado de forma equivocada por quem quer dirigir o país.



Acompanhe aqui o Noticiário relativo ao Comando da Aeronáutica veiculado nos principais órgãos de comunicação do Brasil. O NOTIMP apresenta matérias de interesse do Comando da Aeronáutica, extraídas diretamente dos principais jornais e revistas publicados no país.




JORNAL FOLHA DE SÃO PAULO


Intervenção foi lance improvisado, irresponsável na origem e perigoso

A "jogada de mestre" de Temer jogou no colo do Exército a ruína da segurança do Rio

Elio Gaspari Publicado Em 21/03 - 02h00

Michel Temer classificou sua decisão de intervir na segurança do Rio como uma "jogada de mestre". Jogada foi. De mestre, nem pensar. Foi um lance improvisado, irresponsável na origem e perigoso no seu desdobramento.
O governo embrulhou a intervenção federal, um ato da administração civil, no verde-oliva das fardas do Exército, quando uma coisa pouco tem a ver com a outra. O resultado da improvisação apareceu quando divulgou-se que a equipe do general Walter Braga Netto estima que são necessários R$ 3,1 bilhões para reequilibrar o orçamento da máquina de segurança do Rio e o governo acena com R$ 1 bilhão.
Deixando-se de lado a questão das cifras, a cena resulta na colocação do general no papel de administrador discutindo recursos para o desempenho de sua missão. Ganha um fim de semana em Bagdá quem souber de outro caso de general a quem o governo deu uma tarefa, mas não disse quais eram os recursos disponíveis.
As informações saídas da reunião de fevereiro que deflagrou a intervenção mostram a barafunda da jogada. Falou-se em mandados de busca, apreensão e capturas coletivos. Em poucas horas suprimiu-se o "capturas". Em poucos dias congelou-se a própria ideia. Seguiu-se a proposta de criação de um fundo estatal alimentado por doações privadas. Durante oito anos as verbas públicas de segurança foram administradas por Sérgio Cabral. Depois dele, veio Luiz Fernando Pezão. Deu no que deu.
No meio da barafunda, veio a execução da vereadora Marielle Franco, libertando demônios que estão dentro da garrafa da sociedade brasileira. A desembargadora Marília Castro Neves disse que "a tal Marielle não era apenas uma "lutadora", ela estava engajada com bandidos. Foi eleita pelo Comando Vermelho e descumpriu "compromissos" assumidos com seus apoiadores". Agora a doutora diz que se expressou "de forma precipitada". Falta definir "precipitada". O ódio-chique não vai tão longe, repete apenas que ela foi eleita com os votos da zona sul. E daí?
Em 1975, quando foi assassinado o jornalista Vladimir Herzog, aconteceu coisa semelhante. Ele teria se matado porque tinha problemas psicológicos. Afinal, fizera psicanálise. Se isso fosse pouco, era judeu. Durante o depoimento de sua mãe, tentaram enfiar uma frase, segundo a qual ela "sentiu vontade de suicidar-se também".
Nas manifestações que saudaram a deposição de João Goulart em 1964, havia jovens que anos depois militariam em organizações armadas de esquerda. Em 1984, no arco político que elegeu Tancredo Neves, havia maganos e políticos que financiaram e defenderam a tortura. Os demônios das garrafas são sempre demônios.
A "jogada de mestre" de Temer jogou no colo do Exército a ruína da segurança do Rio. Passado um mês, vê-se que não se detalhou a missão e não se calcularam os recursos necessários. Falta dizer como e para quê.
Em tempo: num caso de execução malograda e mal planejada, em 1954, passaram-se apenas 37 dias entre o atentado contra Carlos Lacerda, durante o qual morreu o major Rubens Vaz e a prisão do contratador do crime, Climério Euribes de Almeida. Quem o capturou foi o major Délio Jardim de Mattos, que mais tarde chegaria a ministro da Aeronáutica.

Êxodo de venezuelanos perturba vizinhos, afirma Temer

Brasileiro recebe colega colombiano Juan Manuel Santos e fala de problema comum

Talita Fernandes / Mariana Carneiro Publicado Em 20/03 - 18h41

O êxodo decorrente da grave crise econômica e social na Venezuela perturba os países vizinhos, afirmou nesta terça (20) o presidente Michel Temer após se reunir com o homólogo colombiano, Juan Manuel Santos, em Brasília.
Os dois reiteraram o pedido para que Caracas aceite a oferta de ajuda humanitária feita pelos governos da região e criticaram o regime de Nicolás Maduro, mas evitaram citar o venezuelano.
“Queremos a pacificação política na Venezuela, a democracia plena nas eleições e a não agressão aos que se opõem ao regime ora lá está constituído”, disse Temer.
A Venezuela deve ter eleições presidenciais em maio, após Maduro antecipar o pleito previsto para o fim do ano. Boa parte da oposição, porém, está impedida de concorrer e pede que governos vizinhos ajudem a negociar uma saída para a crise.
“Temos uma relação de Estado para Estado, o que não significa que nós patrocinemos o que está acontecendo na Venezuela sob o foco político”, afirmou Temer.
O presidente acrescentou também que “este êxodo venezuelano para o Brasil e para a Colômbia perturba os países da América Latina”.
Na véspera, um abrigo de venezuelanos em Mucajaí (Roraima) foi alvo de ataque após uma briga de imigrantes com moradores locais. Desde fevereiro o Estado está sob emergência federal.
O Brasil recebeu, segundo autoridades federais, cerca de 40 mil venezuelanos, a maioria em Roraima —planos de interiorização estão em curso. A Colômbia, principal destino dos migrantes, recebeu cerca de meio milhão.
Santos também abordou a crise no país vizinho e a consequente expulsão de venezuelanos para os dois países, retomando tema que comentara em entrevista à Folha publicada neste fim de semana.
“Concordamos [Brasil e Colômbia] em trocar experiências para ajudar os venezuelanos que fogem da crise e buscar a melhor forma de lidar com essa situação inédita”, afirmou Santos.
O colombiano voltou a criticar o veto à entrada de ajuda humanitária por Caracas, que alega não haver crise.
“Fazemos um chamado ao presidente Maduro para que aceite a ajuda humanitária que vários países, como Brasil e Colômbia, têm oferecido. Não entendemos como recusam com a crise humanitária que se agrava a dia dia.”

ACORDOS
Brasil e Colômbia manifestaram interesse em ações de inteligência conjuntas contra o crime organizado e o narcotráfico. Os ministros da Defesa Nacional da Colômbia, Luis Carlos Villegas, e o de Segurança Pública do Brasil, Raul Jungmann, participaram do encontro no Planalto.
Os dois países firmaram três acordos nesta terça: um memorando de entendimentos voltado a pequenas e microempresas, outro ato para aplicar certificados digitais de origem para ampliar o comércio bilateral e um terceiro sobre agricultura familiar.
O último tema é considerado um dos passos para a consolidação do acordo de paz firmado pelo governo de Santos com as Farc (a ex-guerrilha Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, hoje o partido Força Alternativa Revolucionária do Comum).
O colombiano, que deixa o cargo em julho (a eleição será em 27 de maio), pretende deixar como legado o acordo de paz, que lhe rendeu o Nobel da Paz de 2016 mas cuja implementação tem encontrado obstáculos.
Segundo Temer, os dois presidentes também deram sinal verde para a negociação na área de compras governamentais, parte ainda não coberta por tratados de comércio de bens entre o país e o Mercosul —97% do intercâmbio bilateral é coberto.
Temer defendeu ainda um acordo comercial entre o Mercosul e a Aliança do Pacífico, bloco que a Colômbia integra com México, Peru e Chile.

Comandante do Exército diz que interventor vai pedir R$ 1,5 bi para o Rio

General afirmou que anúncio de R$ 3,1 bilhões na segunda foi confusão

Nicola Pamplona Publicado Em 20/03 - 22h33

O comandante do Exército, general Eduardo Villas-Bôas disse nesta terça-feira (20) que a intervenção federal na segurança do Rio demandará cerca de R$ 1,5 bilhão em recursos adicionais. Ele admitiu preocupação com “incerteza” sobre os resultados da intervenção.

“Eu estou otimista e preocupado. Confesso que muito preocupado pela incerteza de que nós vamos, realmente, atingir todos os resultados”, disse Villas Bôas, em entrevista após participar de evento no BNDES.
Em seu discurso no evento, Villas-Bôas pediu compreensão com o comando da intervenção, diante da complexidade da situação no Rio, mas disse que o processo deixará resultados de longo prazo.

Segundo ele, o orçamento detalhado de recursos para a segurança do Rio será apresentado ao governo ainda nesta terça pelo interventor, o general Walter Braga Netto.
Na entrevista, o comandante do Exército disse primeiro que o valor ficará em pouco mais de R$ 1 bilhão. Depois, arredondou o valor para “em torno de R$ 1,5 bilhão”. Ele não soube detalhar como será gasto o dinheiro.
Villas-Bôas disse que houve confusão dos parlamentares que participaram de reunião com o interventor na segunda (19) e anunciaram a necessidade de R$ 3,1 bilhões. O governo já anunciou à disposição de liberar R$ 1 bilhão.
A conta da intervenção em uma rede social, porém, confirmava os R$ 3,1 bilhões.

Villas-Bôas disse que a missão prioritária do comando da intervenção é reestruturar a estrutura da segurança no estado, para permitir que os resultados se mantenham no longo prazo.

“Todo esse estado de coisas a que nós chegamos é resultado de décadas e décadas de ambições e necessidades básicas da população não atingidas, que acabaram se represando e transbordando sob a forma de violência”, afirmou, em palestra no banco.
“Pedimos compreensão com os companheiros que às voltas com esse tema, que quanto mais se debruçam sobre ele, mais verificam a sua complexidade”, continuou ele, dizendo que as Forças Armadas manterão uma postura de “não gerar expectativa, de não tomar atitudes espetaculosas, de não inaugurar promessas”.
A intervenção na segurança do Rio foi decretada no dia 16 de fevereiro. Desde então, o foco dos militares foi a Vila Kennedy, na zona oeste da capital, que recebeu diversas operações e uma ação social no último sábado (17).
As Forças Armadas decidiram, porém, desmobilizar os efetivos na área. “Temos que considerar que o Rio tem mais de 800 comunidades”, comentou Villas-Bôas, dizendo que o objetivo é tentar agir em outras regiões. Mas ele não soube precisar qual o próximo foco.
Em nota, o gabinete de intervenção federal afirmou que "o montante de recursos necessários à segurança pública do Rio de Janeiro refere-se ao total de passivos (dívidas) e ao custeio de investimentos necessários até o final de intervenção".
Os interventores disseram, ainda, que ao governo estadual cabem as despesas com pagamento de pessoal.
"O restante poderá ser aportado pelo governo federal, de acordo com as necessidades do estado e prioridades a serem estabelecidas, a fim de permitir o cumprimento dos objetivos da intervenção federal no Rio de Janeiro", finaliza a nota.

MARIELLE
O comandante do Exército classificou como injustificável o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL), na última quarta (15), e se disse preocupado com a polarização política em torno do tema.

“Vejam o potencial que ele [o crime] adquiriu no sentido de desagregação”, disse. “Se não ganharmos densidade, estaremos sujeitos a potencial fragmentação, se não territorial, de nossa sociedade.”

JORNAL O ESTADO DE SÃO PAULO


Câmara aprova urgência para projeto que eleva capital estrangeiro em empresas aéreas

Tramitação em urgência foi aprovada por 290 votos a favor e apenas 57 contrários

Daiene Cardoso Publicado Em 20/03 - 21h28

BRASÍLIA- Apesar da obstrução dos partidos de oposição, o plenário da Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira, 20, um requerimento de urgência para apreciação do projeto que eleva a participação do capital estrangeiro com direito a voto nas empresas de transporte aéreo. A tramitação em urgência foi aprovada por 290 a 57 contra. 
A base governista levou quase duas horas para conseguir elevar o quórum da sessão e garantir a aprovação do requerimento hoje. Os líderes governistas trabalharam para que a votação nominal não fosse encerrada enquanto não houvesse deputados suficientes no plenário que garantissem os 257 votos necessários para aprovação o requerimento.
O texto original da Câmara previa a elevação de 20% para 49% o capital estrangeiro. No substitutivo, o relator Paulo Azi (DEM-BA) permite que empresas estrangeiras com representação jurídica no Brasil tenham 100% do capital, como queria o governo. O relator também estabelece no texto que as empresas terão de operar voos internacionais com tripulação brasileira, com no máximo um terço de tripulantes estrangeiros.
O início da votação foi marcado pela resistência dos partidos, incluindo o PSDB, em votar a urgência, porque se discutia a inclusão de um "jabuti" no texto: a regulamentação de cassinos em resorts no País. O relator recuou no plenário e disse que o tema não seria incorporado no texto final. "Nos comprometemos em retirar do texto", anunciou. O texto prévio que circulou no plenário nesta noite, no entanto, ainda abordava a permissão para cassinos.
Ainda não há previsão de quando o mérito da proposta será votado. O relator disse que está aberto para incorporar sugestões ao projeto.
Além de aumentar o capital estrangeiro em empresas aéreas, o substitutivo ao projeto propõe transformar a Embratur em agência com maior autonomia (que passaria a receber 1,7% dos recursos arrecadados das loterias federais) e trata do Política Nacional de Turismo.

JORNAL O GLOBO


Tropas da intervenção deixarão Vila Kennedy para dar lugar à PM

Tropas das Forças Armadas serão substituídas por policiais militares

Martha Beck, Paulo C Pereira, Natália Boere Publicado Em 21/03

BRASÍLIA E RIO- O Exército poderá deixar a Vila Kennedy, comunidade que serviu como laboratório para ações das Forças Armadas durante a intervenção federal, no mês de abril. Segundo o porta-voz do Comando Militar do Leste (CML), coronel Carlos Cinelli, a estimativa é que a tropa deixe a favela daqui a duas ou três semanas, prazo que poderá ser reavaliado. O oficial disse que a retirada será quase “imperceptível”, pois, à medida que saírem, os soldados vão ser substituídos por policiais militares.
O chefe do Gabinete de Intervenção Federal (GIF), general Mauro Sinott, disse que a retirada será progressiva, mas não estipulou um prazo:
— Tudo está condicionado ao 14º BPM (Bangu) recuperar sua capacidade operacional e reassumir suas missões — explicou.
As forças militares entraram há quase um mês na Vila Kennedy, uma comunidade com 41.555 habitantes e 12.836 domicílios, segundos dados do IBGE de 2010, com um plano de estabilização da região. Na primeira etapa das operações, as tropas retiraram barricadas e obstáculos instalados pelo tráfico. Na seguinte, as Forças Armadas realizaram trabalho social e de recuperação da UPP local. Atualmente, cerca de 50 soldados, ao lado de policiais militares, participam da patrulhamento diário da comunidade.
A saída iminente dos militares foi vista com tristeza por moradores.
— Antes de o Exército vir para cá, os bandidos armados ficavam todos aqui na Praça Miami (no acesso à comunidade). Tinha tiroteio quase todos os dias, e o confronto era sempre no horário de entrada e saída das crianças da escola. Quando os militares forem embora, os bandidos vão voltar — lamentou uma moradora.
Ontem à tarde, fabricantes de armas doaram cem fuzis T4 e cem mil projéteis calibre 446 ao Gabinete de Intervenção Federal do Rio. Avaliado em R$ 1,5 milhão, o armamento vai fortalecer as secretarias de Segurança e de Administração Penitenciária e também os efetivos que atuam na intervenção federal.
TEMER ASSEGURA R$ 1 BILHÃO PARA O RIO
Ontem, o presidente Michel Temer assegurou que irá destinar R$ 1 bilhão para a intervenção federal. Ele disse aguardar a votação do projeto de reoneração da folha para definir o valor exato que será destinado à área de segurança.
— O que for possível, mas nós vamos garantir recursos para a intervenção no Rio de Janeiro e para a segurança. Isso já está definido e assegurado. Para o Rio de Janeiro, R$ 1 bi — disse, na saída de um almoço com o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos.
Na segunda-feira, Temer havia dito que a verba para a intervenção do Rio deveria ficar entre R$ 600 milhões e R$ 800 milhões. Os recursos, no entanto, ficam aquém da estimativa feita pelo interventor, o general Walter Souza Braga Netto. Numa reunião na manhã de anteontem com deputados e vereadores, o oficial destacou que a situação das contas do estado é crítica e que precisaria de, pelo menos, R$ 3,1 bilhões para começar a desenvolver um trabalho consistente no combate à violência.
Apesar de Temer não ter dito que valor seria garantido para o Ministério da Segurança, integrantes da área econômica do governo dizem que serão destinados um total de R$ 5 bilhões para a pasta. Deste valor, R$ 4 bilhões ficarão para o ministério comandado por Raul Jungmann e R$ 1 bilhão para o Rio. O valor, que será repassado para o general Braga Netto, não poderá ser usado para o pagamento de despesas atrasadas, incluindo salários e fornecedores.
O dinheiro que virá para a intervenção também poderá custear combustível e deslocamento de tropas federais para o Rio (o que inclui despesas com diárias e passagens de soldados). Segundo os técnicos do governo, o valor será destinado por meio de um crédito extraordinário. Isso significa que essa despesa tem impacto sobre as contas públicas, mas fica fora do limite de teto dos gastos da União. O crédito estará numa medida provisória (MP) que será editada até o final da semana.
Os integrantes da área econômica admitem que R$ 1 bilhão está abaixo do valor solicitado pelo interventor, mas destacam que o estado também precisa honrar despesas com receitas próprias:
— Não adianta o Rio querer que a União assuma todas as despesas com segurança, inclusive as atrasadas. O estado precisa entrar com recursos próprios — disse um técnico.
Os recursos para o Ministério da Segurança Pública virão de três fontes. Dos R$ 4 bilhões, R$ 2,2 bilhões serão realocados do Fundo Penitenciário Nacional e do Fundo Nacional de Segurança Pública. Será editada uma medida provisória que obriga a transferência de recursos desses dois fundos para a nova pasta. O restante, R$ 1,8 bilhão, será realocado de outras fontes dentro do próprio Orçamento.

REVISTA ÉPOCA


Parceria entre Embraer e Uber pretende democratizar o transporte aéreo

Antonio Campello, diretor de inovação corporativa da Embraer, e Mike Moore, diretor de engenharia de aviação da Uber (Foto: Luis Fernando Martins)

G. Lab Para Embraer Publicado Em 21/03 - 06h00

O diretor de inovação corporativa da Embraer, Antonio Campello, e o diretor de engenharia de aviação da Uber, Mark Moore, integraram um painel no South by Southwest, em Austin, nos Estados Unidos, na última terça-feira. Na plateia, mais de 400 pessoas das mais diversas nacionalidades ouviram os dois executivos descreverem o serviço de transporte aéreo urbano que pretendem lançar como uma alternativa para driblar o trânsito caótico das grandes metrópoles. “O serviço será para todo mundo”, disse Campello. “Todos terão condições de pagar pelo transporte”, afirmou. A parceria entre as duas empresas foi apresentada em maio do ano passado e está em fase de desenvolvimento.
No vídeo ilustrativo exibido para os presentes, antes de a jornalista que mediou o painel entrevistar os dois executivos, uma mulher jovem deixa seu trabalho e entra num prédio, onde embarca em uma pequena aeronave que a transporta, em poucos minutos, para a sua casa. “Há uma imensa demanda reprimida por esse tipo de serviço e a Embraer está preparada para desenvolver essa aeronave, no menor prazo possível e com a melhor qualidade do mercado”, afirmou Campello.
“Transportar pessoas é uma grande responsabilidade. E a Embraer está preparada para abrir uma nova fronteira na aviação”, afirma Antonio Campello, Diretor de Inovação Corporativa da Embraer
Ex-executivo da Nasa, Moore disse que o objetivo da Uber é fazer testes com as aeronaves em 2020 nos Estados Unidos. “Se tudo correr dentro do esperado, em 2023, os usuários da Uber dos Estados Unidos poderão ver o ícone uberair na barra de opções de transporte do aplicativo”, acredita Moore. As aeronaves usarão a tecnologia conhecida como VTOLs (Vertical Take-off and Landing Vehicles), serão elétricas e desenhadas para levar por volta de quatro pessoas e o piloto em distâncias de, aproximadamente, 100 quilômetros. “Transportar pessoas é uma grande responsabilidade”, disse Campello. “A Embraer está preparada para abrir uma nova fronteira na aviação”, afirmou.
A certa altura da conversa, a mediadora do painel virou-se para a plateia e perguntou: “Quem aqui, honestamente, embarcaria em uma aeronave desse tipo ano que vem?”. Grande parte dos presentes levantou as mãos. “Fiquei muito entusiasmado com o que vi”, confessou Campello em conversa com jornalistas depois de encerrado o painel. “Vi pelo menos 80% dos presentes com a mão levantada. Se essa proporção se mantiver, a mudança na sociedade de transformação vai ser facilitada”, afirmou.
O objetivo do evento do SXSW foi entender as expectativas do público sobre o novo conceito de aviação. “Queremos conhecer os anseios dos usuários”, concluiu Campello. Nos próximos dias, uma enquete para averiguar os desejos dos futuros usuários do serviço estará disponível no endereço virtual: www.embraer.com/embraerx.

JORNAL VALOR ECONÔMICO


Telebras está na mira do Sindisat


Por Ivone Santana Publicado Em 21/03 - 05h00

O Sindicato Nacional das Empresas de Telecomunicações por Satélite (Sindisat) convocou uma assembleia geral extraordinária de suas associadas para o dia 28 de março. O objetivo é decidir qual posicionamento adotar em relação ao contrato estratégico que a Telebras, empresa de economia mista, firmou com a companhia americana de comunicação por satélite Viasat. Por esse acordo, a Viasat vai levar internet de alta velocidade a regiões não atendidas em cinturões urbanos, áreas rurais e remotas de todo o país.
O contrato, divulgado em fevereiro, prevê que a Viasat usará 100% da capacidade em banda ka do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas da Telebras, lançado em 2017.
"Como é que um satélite de defesa brasileiro vai ser operado por uma empresa americana?", questiona Ronaldo Tiradentes, presidente da Via Direta Telecomunicações por Satélite e Internet, de Manaus. No dia 19, o executivo protocolou uma ação no Tribunal de Justiça Estadual do Amazonas, pedindo suspensão do contrato e indenização por perdas e danos.
Tiradentes argumenta que estava negociando com a Telebras o fornecimento de banda larga e que já havia investido US$ 5 milhões em equipamentos para atender os cinco teleportos da estatal. Além disso, já teria se comprometido com a compra de 10 mil antenas da americana iDirect , por US$ 6 milhões. O executivo diz que foi induzido a acreditar que o contrato com sua empresa estava garantido, em diversas reuniões com o presidente da Telebras, Maximiliano Martinhão, e o ministro Gilberto Kassab, da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações.
Foi publicado um edital para a prestação de banda larga, mas não houve pretendentes. Para Tiradentes, as condições, ruins, teriam sido mitigadas para a Viasat.
O Sindisat pediu explicações à Telebras no dia 6 de março, mas ainda não recebeu resposta, disse Luiz Otavio Vasconcelos Prates, presidente da entidade.
O Valor procurou e não recebeu retorno da Viasat e Telebras.

Boeing finaliza proposta para ter a Embraer


Por Vanessa Adachi E Fernando Exman Publciado Em 21/03 - 05h00

Boeing e Embraer trabalham para apresentar nesta semana ou na próxima a modelagem da aquisição dos negócios de aviação comercial da fabricante brasileira de aeronaves pela americana. A proposta é criar uma nova empresa de aviação comercial controlada pela Boeing, com 80% a 90% do capital. Foi afastada a ideia de criação de uma holding acima dessa companhia. A Boeing tem deixado claro que faz questão de ter uma posição acionária claramente dominante na nova empresa, para que as decisões estratégicas estejam todas em suas mãos. No governo, a ordem é tratar o assunto com cautela, sem pressa.
Boeing e Embraer detalham proposta
Boeing e Embraer trabalham para apresentar nesta semana ou na próxima a modelagem da aquisição dos negócios de aviação comercial da fabricante brasileira de aeronaves pela gigante americana. Segundo fonte próxima às negociações, as conversas entre as duas companhias ganharam tração nas últimas semanas, aumentando as chances de que a transação se concretize, embora ainda faltem muitas etapas.
"A ideia é apresentar um arcabouço com mais detalhes ao governo", comentou a fonte, completando que já foram encontradas algumas soluções para a maior preocupação do governo que é a sustentabilidade no longo prazo dos negócios de defesa da Embraer, que com a venda da área comercial para a Boeing, restaria como única atividade da fabricante brasileira.
Pelo que está na mesa, haveria a criação de uma nova empresa de aviação comercial, de caráter operacional, controlada pela Boeing. Está em discussão ainda qual a fatia acionária da americana, num intervalo de 80% a 90%, conforme o Valor antecipou em 6 de fevereiro. A Embraer ficaria, portanto, com 10% a 20% da nova empresa. Assim, foi afastada a ideia de se criar uma holding acima da companhia operacional.
Chegou-se a ventilar que a Embraer pudesse ter 49% dessa holding e a Boeing, 51%. A ideia de criar a holding com 49% para Embraer surgiu com o intuito de criar um discurso mais palatável para a opinião pública. No entanto, por aquele modelo, a Boeing ainda deteria uma participação direta na companhia operacional, de forma que sua fatia total chegasse nos pretendidos 80%. As duas partes acabaram concordando com um desenho mais racional, sem holding, disse a fonte.
A Boeing tem deixado claro que faz questão de ter uma posição acionária claramente dominante na nova empresa, para que as decisões estratégicas estejam todas em suas mãos. A Embraer deve possuir alguns direitos específicos. Do ponto de vista da aprovação dos acionistas da Embraer, a compra pela Boeing de uma fatia mais relevante do capital tende a ajudar, desde que o preço agrade os investidores.
Se o governo aprovar a modelagem, as duas companhias ainda terão que discutir todo o detalhamento da operação. A Boeing informou que as conversas prosseguem e Embraer não comentou.

Embraer aguarda autorização da torre


Por Fernando Exman Publicado Em 21/03 - 05h00

O presidente Michel Temer e seus principais auxiliares observam com cautela as movimentações da Boeing e da Embraer. Estão em jogo, além dos rumos comerciais de uma das principais empresas do país, os interesses estratégicos do Brasil e o relacionamento entre o governo e os militares. A politização do assunto é vista como um risco no Palácio do Planalto e na Esplanada dos Ministérios, mas algo que tende a se intensificar a cada dia que as eleições de outubro ficam mais próximas.
O governo já havia enviado sinais às duas empresas de que, do jeito que caminhavam, as conversas não chegariam a bom termo no curto prazo. Duas mensagens foram claras: o Brasil precisa de maior clareza de que seus interesses estratégicos e de segurança nacional serão assegurados; e a Boeing é quem deveria ter pressa para apresentar uma boa proposta, pois seus concorrentes globais se movimentam para ganhar mercados.
Sem uma aliança com a Embraer, avaliam as autoridades, a Boeing levará anos para desenvolver novos modelos de aeronaves comerciais e correrá o risco de perder espaço para a Airbus - Bombardier. Já a Embraer tem uma linha de produtos consolidada e complementar ao portfólio da Boeing. Está tocando suas vendas enquanto não há um desfecho nas negociações e uma parceria com a Boeing seria muito lucrativa para seus acionistas, mas não necessariamente atenderia aos interesses do país.
Hoje, o governo não tem a menor disposição de renunciar ao braço militar da Embraer. Quer ter salvaguardas de que essa área seguirá sob controle nacional e o negócio não prejudicará parcerias com outros países. A preocupação imediata é o desenvolvimento e a fabricação dos novos caças da Força Aérea Brasileira, projeto realizado em parceria com a sueca Saab. Ele é considerado fundamental para a renovação dos equipamentos e o aumento da capacidade de operação da Aeronáutica. Os suecos já transmitiram aos seus interlocutores em Brasília a insatisfação com a possibilidade de a bandeira americana ser fincada nas dependências da Embraer, assim como as possíveis consequências do negócio.
Além disso, o Planalto é cético em relação à capacidade de a Boeing transferir tecnologias relevantes à Embraer na área militar. Esse tipo de negócio é suscetível a restrições impostas por congressistas americanos, e pelo menos dois atos já existentes na legislação dos Estados Unidos criariam dificuldades para o compartilhamento e a exportação ao Brasil de armas, munições, softwares e diversos equipamentos de uso duplo - civil e militar.
Desde que surgiram as primeiras informações a respeito das tratativas entre as duas empresas, autoridades do Executivo têm evitado alimentar o noticiário sobre a potencial operação. O Estado brasileiro é detentor de ação de classe especial da Embraer, a qual lhe dá poder para vetar, por exemplo, tentativas de aquisição do controle da empresa. Ou seja, já tem reservado para si um papel de protagonista nas etapas finais da negociação, mas não quer ser apontado como responsável por eventuais vazamentos de informações sensíveis ao mercado e ao eleitor.
Afinal, o negócio já passou a fazer parte da lista de temas explorados na campanha eleitoral. Entre os pré-candidatos a presidente da República, o pedetista Ciro Gomes saiu na frente. Sem dar maiores explicações, como de costume entre candidatos que buscam frases de impacto mas evitam detalhar suas propostas durante campanhas eleitorais, apenas afirmou durante recente evento no Rio de Janeiro que iria reverter um eventual acordo entre a Embraer e a companhia americana. "Eu vou tomar de volta", prometeu.
Governador de São Paulo prestes a deixar o cargo para rodar o Brasil em busca de votos, o tucano Geraldo Alckmin é pressionado em seu Estado natal. Sindicalistas de São José dos Campos e região, onde unidades da Embraer estão instaladas, já entregaram uma carta ao pré-candidato do PSDB contra a iniciativa.
Quando presidente, em 2009, Luiz Inácio Lula da Silva chegou a criticar e cobrar explicações da Embraer por demissões anunciadas sem aviso prévio, depois de a empresa receber recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). No entanto, pelo PT quem até agora mais entrou no debate foi Celso Amorim, ex-chanceler, ex-ministro da Defesa e visto como coringa no partido para as eleições.
Outros pré-candidatos devem ser levados a discutir o assunto. As negociações passam pelo Ministério da Fazenda, do qual o ministro Henrique Meirelles pode sair para tentar suceder o presidente Michel Temer. Isso sem falar no deputado Jair Bolsonaro, militar da reserva detentor de um discurso nacionalista, que já declarou ser favorável a uma parceria entre as duas companhias, se ela beneficiar ambos os lados.
Mesmo que não entre agora na corrida eleitoral, Temer provavelmente precisará comentar novamente o assunto em público e eventualmente explicar por que uma joint venture é considerada uma saída positiva para o Brasil. Ele já declarou que não aceitará a perda de controle da Embraer, mas o avanço das negociações deve recolocar o tema em evidência.
As atenções também se voltarão para a reação dos militares. Integrantes das três Armas consideram a Embraer um ativo estratégico para a segurança nacional e têm assumido missões consideradas fundamentais para esta reta final de mandato, sendo a intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro a mais recente.
Do lado civil, o eleitor também tem todo o direito de saber o que os pré-candidatos a presidente da República pensam sobre o assunto. E a experiência do país demonstra que um debate irracional sobre a presença do Estado na economia durante campanhas eleitorais pode inviabilizar discussões profundas e esclarecedoras. O setor de defesa é complexo e sensível demais para ser ignorado ou tratado de forma equivocada por quem quer dirigir o país.

Para general Villas Bôas, Forças Armadas querem "mudança nas estruturas"


Por Francisco Góes E Bruno Villas-bôas Publicado Em 21/03 - 05h00

O comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, disse ontem que a crise de segurança no Rio de Janeiro é complexa e que os resultados da intervenção federal no Estado vão aparecer no longo prazo.
"Os resultados virão com tempo e as soluções serão realmente de longo prazo", disse Villas Bôas, ao participar de evento ontem na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
O general afirmou que, na fase inicial da intervenção, o Exército vai procurar melhorar a percepção de segurança por parte da população. Segundo Villas Bôas, as Forças Armadas têm como "determinação, ao sair, deixar uma mudança nas estruturas".
Ele mencionou entre essas mudanças o sistema de segurança pública, o sistema prisional e a lei de execuções penais. "Isso tudo não vai ser resolvido em dez meses", afirmou.
O general confirmou ainda que a necessidade de recursos para intervenção federal no Rio de Janeiro será de cerca de R$ 1,5 bilhão. "Estou otimista e preocupado com a intervenção pela incerteza se vamos atingir todos os objetivos", disse. Questionado sobre imagem do Exército perante a sociedade, Villas Bôas disse que essa imagem será consequência dos resultados da intervenção federal. "Por isso, a intervenção se tornou prioridade para o Exército", disse ele.
O general preferiu não detalhar as metas da intervenção, que serão futuramente anunciadas pelo interventor, general Walter Braga Netto.
Ontem, antes do pronunciamento do general, o Exército divulgou que os militares das forças integradas de segurança vão deixar a Vila Kennedy, na Zona Oeste do Rio, que seria usada como modelo de intervenção no Estado. Segundo o general, a saída da Vila Kennedy se explica pelo fato de "o Rio ter mais de 800 comunidades".
Segundo Villas Bôas, a violência no Rio de Janeiro é resultado de décadas de omissões sobre as necessidades básicas da população, que não foram atendidas e "transbordam na forma de violência". "As causas são profundas. Pedimos compreensão dos companheiros que lá estão, com esse tema, que quanto mais se debruçam sobre ele, mais veem a complexidade. Eles têm procurado manter postura de não gerar expectativas, não tomar atitudes espetaculosas, de não inaugurar promessas", disse o general.
Sobre o caso da vereadora Marielle Franco (Psol), assassinada na semana passada no centro do Rio, ele disse que o caso foi "terrível" e esperar que seja "elucidado o mais rápido possível". Villas Bôas acrescentou que, apesar de toda a rede de solidariedade, inclusive internacional, que se criou depois do assassinato da vereadora, também foi possível verificar uma polarização na sociedade, sobretudo nas redes sociais. Para ele, o crime é "injustificável" e demonstra o "potencial de desagregação da sociedade".
Também presente ao evento, o presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro, afirmou que o banco de fomento vai assinar até a próxima semana um convênio com o gabinete da intervenção federal no Rio, pelo qual vai prestar uma espécie de assessoria aos interventores. "É um convênio não oneroso. Vamos prestar serviços de apoio estatístico e de ordem orçamentária, como estabelecer referência de preços para compra de coletes, munição e viaturas", disse Rabello.

JORNAL BEMPARANÁ


Madeireiros usam árvores fictícias para roubar ipê


Folhapress Publicado Em 20/03 - 20h03

FABIANO MAISONNAVE MANAUS, AM (FOLHAPRESS) - No papel, tudo parece em ordem: sob o número 457, o ipê foi retirado de uma área de exploração florestal autorizada em Rurópolis (PA), levado a uma madeireira, depois a uma fábrica de decks (pisos) e de lá exportado para Nova Orleans (EUA). O problema é que o toco de árvore onde está a placa de metal com a numeração 457 corresponde a uma jarana, espécie de valor bem menor. Trata-se de um ipê imaginário, segundo o Greenpeace.
Relatório da ONG ambiental divulgado nesta terça (20) mostra que a identificação botânica errada é uma das táticas usadas por quadrilhas para legalizar cortes ilegais de ipê, atualmente a árvore mais valiosa da Amazônia. Após análise de 536 planos de manejo florestais do estado do Pará concedidos entre 2013 e 2017, o Greenpeace calculou que 76,7% dos inventários para exploração do ipê declararam uma quantidade de árvores até dez vezes superior à densidade da espécie na Amazônia, segundo a literatura científica.
Com base nesses inventários superestimados, assinados por engenheiros florestais, a Semas (Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará) concede créditos para o transporte e a comercialização da madeira. São esses créditos inflados que permitem "esquentar" a madeira extraída ilegalmente de áreas protegidas, segundo o Greenpeace e o Ibama. Em novembro, a ONG e o órgão ambiental fizeram vistorias em seis planos de manejo de forma conjunta --todos foram autuados. A ação também contou com a participação do Laboratório de Silvicultura Tropical da Esalq/USP.
O caso mais grave, segundo o Ibama, foi um plano de manejo onde não foi encontrado nenhum ipê, apesar de haver crédito para retirada de 283,53 m3 (cerca de 35 árvores grandes). Quase tudo usado por uma grande empresa de Santarém para exportar madeira ilegal para a Europa. Até agora, o Ibama aplicou 22 autos de infração, com multas somadas de R$ 1,5 milhão. A madeireira Robledilho, de Rurópolis, que recebeu o ipê 457, foi multada em R$ 11.500.
O engenheiro florestal que aprovou o manejo e o proprietário da área também foram penalizados. "O crédito vem de um lugar onde não tem madeira, e a madeira vem de um lugar onde a atividade não é autorizada", diz Rômulo Batista, especialista em Amazônia do Greenpeace Brasil. "Na serraria, a árvore imaginária se mistura com madeira de origem legal e acaba contaminando toda a cadeia produtiva, chegando aos mercados nacional e internacional."
Por causa da dificuldade em separar a madeira legal da ilegal, o relatório do Greenpeace orienta os consumidores a deixar de comprar madeira vinda da Amazônia brasileira, a não ser que os fornecedores demonstrem a legalidade por meio de auditorias independentes, e não apenas documentos oficiais.
Segundo o rastreamento da ONG, o principal destino do ipê com suspeita de ilegalidade é, de longe, os EUA (10.171 m3), seguidos de França (3.002 m3) e Portugal (1.862 m3). Não há informações sobre a quantidade destinada ao mercado interno, onde fica a menor parte. Por causa do alto valor do ipê -US$ 2.500 (R$ 8.214)-, as quadrilhas conseguem financiar centenas de quilômetros de estradas clandestinas em áreas protegidas.
O coordenador-geral de Fiscalização Ambiental do Ibama, Renê de Oliveira, afirmou que o órgão ambiental está em contato com embaixadas, incluindo a dos EUA, para rastrear a madeira ilegal. "Temos algumas ações em andamento, com a Polícia Federal e o Ministério Público Federal, no intuito de desestimular essa exportação de madeira ilegal do país." Procurada, a Semas informou que só se manifestaria após conhecer o teor do relatório do Ibama. A madeireira Robledilho não foi localizada --os telefones disponíveis estão fora de serviço.
O saque de madeira em áreas protegidas no Pará não poupou nem mesmo o Campo de Provas Brigadeiro Velloso da Força Aérea Brasileira (FAB), na Serra do Cachimbo, localizado perto da divisa com o Mato Grosso. Desde 2015, houve ao menos três casos em que os militares pediram ajuda às agências ambientais federais. No episódio mais recente, em outubro de 2017, a FAB acionou uma equipe do Ibama para desmantelar um acampamento de madeireiros. Dois tratores e uma camionete foram encontrados e destruídos, mas os invasores fugiram. O campo de provas da Aeronáutica possui 21.588 km2, tamanho equivalente ao estado de Sergipe. A área fica localizada no entorno da BR-163, um dos principais focos de desmatamento, madeira e garimpo ilegais da Amazônia.
JORNAL CORREIO DO POVO


Após drones sobrevoarem aeroporto, PF convoca reunião para discutir medidas de proteção

Participam do encontro, marcado para a tarde de hoje, a BM, Polícia Civil, Anac, Fraport e a FAB

Raphaela Suzin Publicado Em 20/03

Após drones sobrevoarem a região do Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, e suspenderem voos por 1h15min nesta segunda-feira, a Polícia Federal – responsável pela investigação do caso – convocou reunião com forças de segurança para discutir medidas de proteção contra as aeronaves remotamente pilotadas.
Participam do encontro na tarde desta terça-feira a Fraport, que administra o Salgado Filho, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Destacamentos de Controle do Espaço Aéreo (DTCEA) da Força Aérea Brasileira, Brigada Militar e Polícia Civil. Além de definir medidas de proteção, os órgãos buscam encontrar os responsáveis pelos drones.
As aeronaves remotamente pilotadas são regulamentadas no País, mas precisam seguir uma série de orientações, como não circular em áreas próximas a aeroportos ou heliponto, já que podem colocar em risco outros aviões. Os pilotos também são proibidos de usar os equipamentos sobre pessoas – a não ser que tenham autorização. Sem a liberação, é preciso respeitar uma distância de 30 metros de qualquer pessoa, com exceção dos órgãos de segurança pública. Além disso, pilotos de equipamentos com mais de 25 quilos precisam de habilitação. No Rio Grande do Sul havia 1.580 pilotos credenciados na Anac em fevereiro.
Quem romper algumas das regras da regulamentação pode ser processado na esfera administrativa, civil e criminal. O Código Penal brasileiro prevê, no artigo 261, pena de reclusão de dois a cinco anos para quem expuser a perigo embarcação ou aeronave, própria ou alheia, ou praticar qualquer ato tendente a impedir ou dificultar navegação marítima, fluvial fluvial ou aérea. Ele também tipifica a exposição de pessoas a risco no artigo 132 que prevê pena de detenção de três meses a um ano (ou mais se o crime for considerado mais grave) nos casos em que se coloquem em perigo direto ou iminente a vida ou a saúde de terceiros.
O que diz o setor de Destacamentos de Controle do Espaço Aéreo em relação a voos próximos a aeroportos:
– Para voos até 100 pés (aproximadamente 30 metros) a operação deve ocorrer a 3 milhas náuticas de distância do aeródromos (aproximadamente 5,4 quilômetros).
– Para voos entre 100 pés e 400 pés (30 a 120 metros), a operação deve ocorrer a 5 minhas náuticas de distância do aeródromos (aproximadamente 9 quilômetros).
– Operações próximas a aeródromos podem ser solicitadas pelo Acesso de Aeronaves Remotamente Pilotadas, mas dependem da emissão de Notam (Notice do Airmen, que é um informe à comunidade aeronáutica).

OUTRAS MÍDIAS


TELESÍNTESE (SP) - Telebras e Visiona começam a escolher fornecedores para novo satélite

Com o SGDC-2, a ideia do governo é de ter um sistema satelital a partir de 2022. Falta indicar de onde virão os recursos

Publicado Em 20/03

A Telebras vai pagar R$ 10,5 milhões para que a Visiona – joint-venture da própria estatal com a Embraer – para prospectar, selecionar e auxiliar na escolha de fornecedores de satélites, visando a construção e lançamento do segundo artefato brasileiro. O aviso, publicado no Diário Oficial da União desta terça-feira (20), trata da inexigibilidade de licitação sob a alegação de inviabilidade de competição.
A Visiona foi a responsável pela integração e lançamento do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC), que entrou em órbita no ano passado. A parte da Defasa, em banda X, já está em pleno funcionamento, mas a parte de banda larga, em banda Ka, deve entrar em operação a partir de abril, quando completa um ano do lançamento.
Com o SGDC-2 a ideia do governo é de ter um sistema satelital a partir de 2022. Os recursos para o novo equipamento ainda não foram indicados. O SGDC -1 foi construído pela empresa francesa Thales Alenia, com a obrigatoriedade de transferência de tecnologia.


JORNAL EXPRESSO (PORTUGAL) - Ministro da Defesa insta OGMA a participar em projetos internacionais


Publicado Em 20/03 - 15h44

O ministro da Defesa Nacional, José Azeredo Lopes, disse hoje na conferência que assinala o centenário da OGMA que a área da defesa pode criar riqueza e instou a empresa a participar em projetos internacionais
"Portugal comprometeu-se junto da NATO e da União Europeia (UE) a reforçar o investimento na Defesa num movimento de adesão aos novos e exigentes desafios representados pelos avanços dramáticos ao nível da defesa europeia, e digo dramáticos no sentido naturalmente positivo", disse o ministro da Defesa Nacional, José Azeredo Lopes, na conferência que assinala o centenário da OGMA, sublinhando os projetos que vão ser aprovados a nível europeu.
O ministro recordou que recentemente a UE aprovou um pacote de 17 projetos multinacionais e que Portugal, na fase inicial, assumiu um compromisso de participação em pelo menos seis.
"A OGMA tem de pensar se porventura não tem um interesse estratégico fundamental em pensar na eventual projeção da empresa através da participação num projeto. Já agora se quiserem um "roadmap" -- a partir do terceiro de 2019 haverá novos projetos a serem apreciados pela União Europeia", disse Azeredo Lopes.
Segundo o ministro tratam-se de oportunidades de investimento e de desenvolvimento tecnológico que a Europa nunca conheceu no plano da Defesa durante as últimas décadas.
"A Defesa é capaz de contribuir de forma muito relevante para o crescimento económico do nosso tecido empresarial. A Defesa Nacional gera valor, sobretudo no atual contexto que vivemos no continente", disse Azeredo Lopes, sem especificar.
O ministro referiu-se também envolvimento da OGMA no processo de modernização dos (aparelhos) F16 e dos C130, na manutenção dos C130 e dos P3 da Força Aérea Portuguesa e de outros países.
Azeredo Lopes referiu-se também ao compromisso representado pelo Estado Português no reforço da capacidade do transporte aero tático e estratégico nacional e na concretização da aeronave KC390.
"Um grande contributo português ao nível da conceção, engenharia e produção e cujo sucesso negocial com vista à respetiva aquisição está a decorrer serenamente entre Portugal e a Embraer", disse.
Na conferência em que participaram empresários, militares, economistas e autarcas, entre outros, o presidente do Conselho de Administração da OGMA, Marco Tulio Pellegrini falou dos 100 anos da empresa que emprega atualmente cerca de 1.900 trabalhadores e disse que a indústria aeronáutica é uma área que permite crescimento.
"A indústria da aviação civil deve crescer 40%, na Europa, nos próximos anos 15 anos e é sem dúvida uma oportunidade para explorarmos o negócio e esse é o principal objetivo do nosso encontro de hoje", disse Marco Pellegrini.



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