NOTIMP - Noticiário da Imprensa - 01/06/2017 / EMBRAER Confirma parceria com a SAAB no KC-390
EMBRAER Confirma parceria com a SAAB no KC-390 ...
O diretor de Inteligência de Mercado da EMBRAER, Dimas Tomelin, confirmou com exclusividade para DefesaNet o avanço nas discussões com o grupo sueco SAAB ...
Júlio Ottoboni ...
A EMBRAER negocia com a SAAB a produção de uma versão da aeronave de transporte multimissão da linha KC-390. Essa nova parceria visa suprir a demanda da frota das Forças Armadas do governo da Suécia para esse tipo de aeronave militar, atualmente modernizando aeronaves Hércules C-130C, na espera do KC-390.
As conversações estão adiantadas e devem abranger também subprodutos derivados da produção do caça Gripen NG para atender tanto as Forças Armadas brasileiras como o mercado internacional.
As exposições das possibilidades de negócios na área de aeronáutica militar são vistas com entusiasmo por ambos os lados. O governo da Suécia falou inclusive em acertar com o Brasil a exploração na área de mineração, mas o foco principal é o segmento de defesa e estreitar as relações com a EMBRAER.
“O mercado de defesa é onde estamos concentrando todos nossos esforços e é o setor que há uma maior sinergia entre a EMBRAER e a SUÉCIA. Temos equipes que trabalham em conjunto para buscar e capturar novos mercados, além de atender novos clientes, não temos nada ainda específico, mas bastante avaliações”, comentou o representante da Embraer e diretor de Inteligência de Mercado da EMBRAER, Dimas Tomelin, que participou como palestrante no evento Brazil-Sweden Seminar on Aeronautical Cooperation, realizado no dia 31 de maio em São José dos Campos – SP.
Tomelin cogitou a permanência da BOEING como parceira na produção com a EMBRAER e a Saab no novo modelo customizado para a Suécia. A boa relação entre as empresas ajudará neste processo e a companhia norte americana é vista como estratégica para um novo projeto deste porte.
Entretanto, não há prazo para o anúncio oficial do futuro contrato e da parceria, embora tanto as frentes de trabalho dos governos e das empresas estejam já atuando em detalhes. Os processos estão bem adiantados, como garantiu o executivo brasileiro. A EMBRAER e a SAAB já vem discutindo o assunto há alguns anos sobre o assunto e várias informações técnicas do avião foram repassadas para os suecos analisarem as características do aparelho.
Dentro do mercado de defesa, tanto a EMBRAER como a SAAB esperam gerar outras possibilidades comerciais a partir do programa do caça Gripen NG como do KC-390. Segundo Tomelin, devem surgir diversos produtos derivados, que podem abastecer as forças armadas em diversas frentes, tanto na aeronáutica, na naval, como nas forças terrestres.
“Temos radares, comandos de controle e outros produtos que não se competem, mas valem para diversos ambientes. Em linhas gerais, na área de defesa não excluímos nenhum potencial, até mesmo porque a tecnologia nos permite”, comentou Tomelin.
O clima no evento, no qual participaram diversos representantes de empresas de ambos países como agentes diplomáticos e das armadas, era de empolgação com a concretização do negócio e a ampliação dos clientes do KC, além de possibilitar variações em sua configuração, expandindo em muito as fronteiras de mercado.
“Temos certeza que se concretizarmos a venda do KC-390 para a Suécia seria muito bom para ambos os países, mostraria uma parceria equilibrada e as discussões estão indo muito bem neste sentido”, observou o diretor da EMBRAER.
O interesse Sueco
No dia anterior no evento Fórum de Investimento Brasil 2017, em São Paulo, o Ministro da Defesa, Raul Jungmann junto com o CEO da SAAB Hakan Bushke, e o Embaixador da Suécia no Brasil mostrou que o Brasil tinha interesse na participação da Suécia no Programa KC-390.
A Suécia sempre mostrou interesse no KC-390, como alternativa para a substituição das suas aeronaves Hercules C-130. Porém, há dois anos surgiram dúvidas, em especial com o atraso no programa do KC-390.
No evento do Swedish Air Force Club, antes do Salão de Le Bourget, o então Comandante da Força Aérea Sueca (Flygvapnet), Major-General Micael Bydén, foi claro em uma declaração exclusiva para DefesaNet:
“Para a Força Aérea Sueca o KC-390 é preferencial se mantiver o cronograma de desenvolvimento”.
Neste período tinha sido oficializado o atraso de 18 meses no cronograma do Programa do KC-390 por atrasos orçamentários.
Modernização Hercules C-130 (Tp84)
A Suécia está modernizando 6 Hercules C-130 E/H, em especial na parte de aviônica. Os últimos C-130H foram recebidos em 1981.
A Suécia almeja a liderança da União Europeia Nord Group. Os equipamentos atuais limitam a capacidade de voo em áreas civis. Serão modernizadas seis aeronaves C-130 Hercules.
A capacidade de Reabastecimento em Voo (REVO) do KC-390 e a possibilidade de usar pistas sem preparação é prioritário para os suecos.
Acompanhe aqui o Noticiário relativo ao Comando da Aeronáutica veiculado nos principais órgãos de comunicação do Brasil. O NOTIMP apresenta matérias de interesse do Comando da Aeronáutica, extraídas diretamente dos principais jornais e revistas publicados no país.
Folha errou em reportagem sobre áudio de Temer
A Folha errou ao afirmar que o empresário Joesley Batista gravou conversa com o presidente Michel Temer em que relatou a compra do silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha na prisão e recebeu aval à operação.
A afirmação foi publicada no final da tarde de quarta (17), primeiro creditada ao colunista Lauro Jardim, de "O Globo", e depois confirmada pela Folha.
Naquele momento, nenhum dos dois jornais tinha tido acesso às gravações. Elas só foram tornadas públicas no dia seguinte, 18 de maio.
Nesse dia, a Folha publicou reportagem dizendo que o áudio, na verdade, é inconclusivo a respeito da compra do silêncio de Cunha.
A tese do aval para a compra de silêncio é uma interpretação da Procuradoria-Geral da República, usada para pedir a abertura de inquérito contra Temer. O pedido foi atendido pelo ministro Edson Fachin, mas a defesa do presidente nega a versão do Ministério Público.
A correção de erros é característica da Folha, reforçada na última versão de seu Projeto Editorial, que diz:
Mesmo com as cautelas recomendadas e adotadas, um jornal comete erros e imprecisões; pode, em certas circunstâncias, prejudicar indevidamente a imagem pública de pessoas e organizações.
É preciso reforçar o sistema interno de freios e contrapesos —a obrigação de publicar contestações fundamentadas, a atividade do ombudsman (profissional dedicado a representar direitos do leitor, das fontes e dos personagens do noticiário) e a veiculação metódica de retificações de equívocos constatados."
Acordo para Previdência de militares será fechado em 15 dias, diz ministro
As conversas para a definição dos termos da reforma da Previdência dos militares devem ser finalizadas em até 15 dias, afirmou o ministro da Defesa, Raul Jungmann, nesta quarta-feira (31).
Segundo ele, 70% dos pontos da proposta já foram acertados.
Há consenso, por exemplo, sobre o aumento do tempo mínimo de serviço dos atuais 30 anos para 35 anos.
Jungmann não quis comentar outros pontos da proposta, como idade mínima e teto do benefício. Recentemente, contudo, ele declarara que uma idade mínima deve ser fixada.
A aposentadoria dos militares não está incluída na proposta de reforma que está em tramitação no Congresso.
A manutenção das regras atuais para a categoria é uma das polêmicas que cerca a proposta.
A ideia inicial era finalizar o texto com as novas regras para as Forças Armadas até maio.
"Os senhores têm visto que há alguma turbulência [no país]", afirmou, em referência à crise política deflagrada pelas denúncias do empresário Joesley Batista contra o presidente Michel Temer.
Inicialmente, as Forças Armadas não passariam por nenhuma mudança. Atualmente, os militares se aposentam com salário integral, sem idade mínima e com 30 anos de contribuição.
A crise da liderança brasileira na América do Sul não é o que você pensa
Matias Spektor
Ganha tração a tese segundo a qual a Lava Jato teria exposto o fracasso do projeto de liderança brasileira na América do Sul.
Uma das vozes mais influentes nesse debate é Andrés Malamud, da Universidade de Lisboa. Em artigo recém-publicado no jornal argentino "La Nación", ele argumenta que, devido à recessão e à corrupção, o Brasil teria perdido o dinheiro e a autoridade moral necessários para liderar a região. Sem Forças Armadas devidamente equipadas, qualquer ambição de liderança apenas seria uma quimera.
À primeira vista, tal análise é atrativa. Seu único problema é estar equivocada.
De fato, durante a Nova República criou-se um projeto estratégico para a América do Sul. De Sarney a Lula, todos os presidentes brasileiros seguiram seus ditames.
No entanto, o objetivo de tal política jamais foi o de exercer liderança, se liderança é o processo pelo qual um país custeia instituições regionais, provê segurança para os países de seu entorno e compra a adesão de seus vizinhos mais fracos no intuito de ter seguidores. O Brasil da Nova República nunca dispôs dos recursos materiais para algo assim.
Antes, o projeto regional buscou satisfazer outras necessidades do sistema político brasileiro. Em primeiro lugar, a política regional serviu para reduzir os custos e os danos causados pela fricção com uma vizinhança complexa e difícil. Os países do entorno sempre foram vistos em Brasília como fonte de problemas atuais ou potenciais, e a política externa buscou limitar esses atritos sem grandes investimentos.
Além disso, a diplomacia buscou regionalizar o capitalismo brasileiro a favor de grandes conglomerados nacionais. Grupos públicos e privados do Brasil viraram credores, investidores, compradores e vendedores de alto perfil em todos os países da região, contando para isso com subsídios do BNDES e do Banco do Brasil. A diplomacia serviu para facilitar esse processo.
Por fim, a diplomacia sul-americana foi um instrumento a serviço de sucessivos presidentes brasileiros na obtenção de apoio e legitimidade para suas respectivas batalhas em Brasília. Sarney usou a relação com Alfonsín para ganhar força diante dos militares. FHC usou o Mercosul para garantir uma política anti-inflacionária perante um Senado arredio. E Lula financiou as campanhas de Hugo Chávez para consolidar posições favoráveis ao PT numa região ideologicamente dividida.
Segundo a retórica oficial, o Brasil concebe a América do Sul como âncora de sua projeção global. Mas é só retórica. A crise atual não golpeia uma suposta liderança regional que nunca existiu. Ela apenas expõe os mecanismos mais profundos de uma estratégia que vive hoje seu pior momento.
Setores buscam mudanças em nova reforma da Previdência
Categorias que brigavam por mudanças na proposta da reforma da Previdência apostam na crise política que se abateu sobre o Planalto para conseguir convencer o presidente Michel Temer a promover as alterações que desejam.
Policiais federais, agentes penitenciários e servidores públicos voltaram a pressionar parlamentares e o governo a ceder em regras específicas.
Em um cenário ideal, ele quer que os policiais federais que já foram admitidos não sejam afetados por novas regras. Pretende, ainda, conseguir uma diferenciação de idade (52 anos) para as mulheres policiais. Da forma como está, a idade é de 55 anos para todos os policiais —já abaixo dos 65 anos da proposta original.
Os agentes penitenciários, que brigam por regras especiais iguais às dos policiais federais, já retomaram as negociações no governo e no Congresso, segundo o presidente da Febrasp (Federação Brasileira dos Servidores Penitenciários), Leandro Allan.
Ele também avalia que o governo está em uma situação mais difícil para negociar a aprovação do texto. "O governo tem dificuldade em aprovar a PEC considerando o momento político pelo qual está passando."
O deputado Carlos Marun (PMDB-MS) afirmou que o PMDB apresentará no plenário da Câmara uma proposta de alteração para atender os agentes penitenciários.
Os representantes dos servidores públicos teriam uma reunião na semana passada com o relator da reforma e integrantes do governo para continuar as tratativas, segundo o vice-presidente do Sindlegis (Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo Federal), Paulo Cezar Alves.
O encontro, contudo, foi desmarcado por causa da crise política, segundo ele, e será remarcado. O sindicato quer alterações na regra de transição para servidores, além de mudanças no cálculo das pensões.
O governo retomou a contagem dos votos, interrompida quando o placar era de 255 deputados a favor e 100 indecisos.
A nova previsão do governo é votar pelo menos o primeiro turno antes do recesso parlamentar, previsto para a segunda quinzena de julho.
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, reafirmou que a reforma da Previdência "tem que ser aprovada nos termos em que está" e minimizou os efeitos de uma postergação na tramitação do texto.
"Se não for em junho, for em julho ou em agosto, do ponto de vista meramente fiscal, está bem. Agora, do ponto de vista de formação de expectativas, quanto mais cedo melhor."
Governo quer retomar plano de ampliação da base de Alcântara
Renata Agostini E Flavia Lima
O governo quer resgatar o plano de ampliação da base de Alcântara com o uso de áreas de quilombolas, afirmou o ministro da Defesa, Raul Jungmann.
Segundo ele, foi solicitado à Casa Civil a retomada da discussão. O ministro afirmou que já há acordo com lideranças quilombolas para a cessão desses 12 mil hectares ao centro de lançamento de satélites, que fica localizado no Maranhão.
A ideia é aumentar o número de plataformas para lançamento, permitindo que o país feche acordos de uso da base com mais países e ganhe mais dinheiro com o centro.
O plano de ampliação de Alcântara para 20 mil hectares é antigo. Um acordo começou a ser gestado ainda no governo Lula, mas nunca chegou a ser finalizado com a efetiva extensão da área.
INTERESSE
Segundo o ministro, a base desperta interesse por sua localização, que torna os custos de lançamento muito menores do que em outros centros do mundo.
Israel, Rússia e França já informaram ao governo ter "disposição firme" para usar o centro, afirmou Jungmann.
Já há tratativas avançadas para um acordo com os Estados Unidos.
Além da ampliação da área, há outras medidas em curso como a revisão da governança da base.
De acordo com o ministro, hoje há diversos órgãos envolvidos na administração da base, mas o papel de cada um não está claro.
Segundo ele, foi solicitado à Casa Civil a retomada da discussão. O ministro afirmou que já há acordo com lideranças quilombolas para a cessão desses 12 mil hectares ao centro de lançamento de satélites, que fica localizado no Maranhão.
A ideia é aumentar o número de plataformas para lançamento, permitindo que o país feche acordos de uso da base com mais países e ganhe mais dinheiro com o centro.
O plano de ampliação de Alcântara para 20 mil hectares é antigo. Um acordo começou a ser gestado ainda no governo Lula, mas nunca chegou a ser finalizado com a efetiva extensão da área.
INTERESSE
Segundo o ministro, a base desperta interesse por sua localização, que torna os custos de lançamento muito menores do que em outros centros do mundo.
Israel, Rússia e França já informaram ao governo ter "disposição firme" para usar o centro, afirmou Jungmann.
Já há tratativas avançadas para um acordo com os Estados Unidos.
Além da ampliação da área, há outras medidas em curso como a revisão da governança da base.
De acordo com o ministro, hoje há diversos órgãos envolvidos na administração da base, mas o papel de cada um não está claro.
EUA vão usar Centro de Alcântara para lançar foguetes, diz ministro
Segundo Raul Jungmann, Israel, Rússia e França também já manifestaram interesse em utilizar estrutura no Maranhão
Daniel Weterman
SÃO PAULO - O ministro da Defesa, Raul Jungmann, afirmou nesta quarta-feira, 31, que o governo brasileiro vai permitir inicialmente aos Estados Unidos o uso do Centro de Alcântara, no Maranhão, para o lançamento de foguetes ao espaço. Além dos Estados Unidos, o ministro disse que Israel, Rússia e França já manifestaram interesse em usar a estrutura do equipamento.
O Centro de Lançamento de Alcântara, conforme lembrou o ministro durante o Fórum de Investimentos Brasil 2017, está paralisado desde 2001, e o governo do presidente Michel Temer (PMDB) prepara um projeto de lei que autoriza o País a permitir o uso do equipamento a governos estrangeiros. Uma versão do projeto já havia sido apresentada em 2001, mas foi retirada do Congresso para ganhar um novo texto.
Durante discurso no evento, o ministro não citou um prazo para envio do projeto, mas disse que "muito em breve" o centro vai estar em plenas condições de funcionamento. Jungmann falou ainda que será reformulada a governança da estrutura, que, segundo ele, era um dos "temas mais frágeis" da estrutura para o governo.
Um Conselho Nacional de Espaço também será criado, explicou o ministro, para servir como um comitê executivo que dará suporte à administração do centro de lançamentos.
Um Conselho Nacional de Espaço também será criado, explicou o ministro, para servir como um comitê executivo que dará suporte à administração do centro de lançamentos.
"O País investiu bilhões na construção do equipamento de um centro que aí se encontra plenamente consolidado, com plenas condições de funcionamento e que esperamos (reativá-lo) muito em breve", disse Jungmann.
O ministro destacou que o interesse dos outros países em usar a estrutura brasileira para lançar foguetes no espaço se dá pelo fato de o centro estar estrategicamente localizado, já que fica na Linha do Equador e tem uma proximidade maior da superfície terrestre com o espaço.
"Lava Jato é intocável", afirma ao JN novo ministro da Justiça
Ministro não descarta tirar Leandro Daiello do cargo de diretor-geral da PF. Torquato Jardim disse ainda que o uso da delação precisa ser aperfeiçoado.
Antes de tomar posse, Torquato Jardim deu uma entrevista ao Jornal Nacional. Ele disse à repórter Camila Bomfim que a Lava Jato é intocável.
Repórter: A Polícia Federal precisa ser controlada?
“Ela é uma instituição constitucional, quem cria a Polícia Federal é a Constituição, artigo 144. Então, ela tem toda uma história de capacitação técnica nacional e internacional, é uma história por si mesmo”.
Repórter: O senhor acha que o ministro da Justiça tem que ser comunicado com antecedência sore as operações? Com qual antecedência?
Torquato: Talvez a Polícia Federal queira compartilhar com o ministro de Estado, podem até me recomendar que eu compartilhe com o Gabinete de Segurança Institucional ou com o Ministério da Defesa, ou Ministério das Relações Exteriores ou mesmo com o presidente da República. Essa questão no Ministério da Justiça vai ter que ser refletida ainda.
Ele fez uma defesa enfática da Operação Lava Jato.
“É uma oportunidade talvez única na história do Brasil de se construir uma nova vertente ética na política. Viajei muito ao exterior enquanto estava no Ministério da Transparência, Nações Unidas, OCDE, G-20, e é surpreendente para os governos estrangeiros, para as ONGs estrangeiras a extensão com que o Brasil está revirando suas entranhas políticas”.
Apesar disso, Torquato sinalizou que pode fazer mudanças em cargos estratégicos para a investigação. O ministro não descartou tirar Leandro Daiello do cargo de diretor-geral da Polícia Federal. Na gestão de Daiello, a PF abriu investigações contra o PT no governo Dilma Rousseff, e contra o PMDB, na gestão de Temer. E também contra vários outros partidos. Mesmo assim, Torquato acha que deve fazer uma avaliação e dividir a decisão com Michel Temer, atualmente investigado pela PF em inquérito aberto pelo Supremo.
“É uma decisão que certamente o ministro da Justiça tem que compartilhar com outros ministros de estado para depois levar uma nota de avaliação, eventualmente consenso, ao presidente da República”.
Essa avaliação vai começar na sexta quando Torquato e Daiello farão uma viagem juntos para Porto Alegre.
Mesmo defendendo a operação, outra dúvida que surge é sobre o orçamento da Lava Jato - uma forma indireta de reduzir a força da operação. Torquato Jardim disse que na quinta-feira (1º) terá conversas sobre orçamento.
As delações premiadas, sucessivamente usadas na Lava Jato para obter provas de corrupção, foram alvo de críticas. Segundo Torquato, o uso da delação precisa ser aperfeiçoado.
“Temos que estudar, conhecer, explorar as possibilidades e expandir o uso da delação premiada”.
Ao falar sobre caixa dois, o novo ministro foi na direção contrária da principal tese da Lava Jato, que considera que o pagamento de propina pode estar travestido de doação eleitoral. Para o ministro, se é dinheiro declarado, pouco importa a origem. E comparou:
“O advogado atende um cliente que paga em cash. O advogado recolhe, passa o recibo, recolhe imposto pertinente. Ele tem que ficar perguntando para o cliente de onde veio o dinheiro?
Repórter: Sobre a delação da JBS, o senhor vê com naturalidade o encontro do presidente da República tarde da noite fora da agenda oficial com um empresário que era investigado em várias frentes?
Torquato: Eu prefiro ver a fita, ouvir a fita depois que vier o parecer técnico e conhecer melhor todas as circunstâncias. Antecipo o que já antecipei em outras circunstâncias. A cultura do parlamentar é virar a noite trabalhando.
Repórter: O presidente Michel Temer já admitiu essas conversas com Joesley Batista. O senhor comandou um ministério que era responsável pelo combate à corrupção. Vê isso com naturalidade?
Torquato: Vamos esperar a fita para saber exatamente qual era o diálogo? Porque um técnico já disse que são 50 interferências, outro diz que são 70 interferências. O terceiro diz que as interferências não são o bastante para quebrar... Vamos aguardar a fita. Vou aguardar laudo técnico. Meu sangue de advogado é aguardar o laudo técnico. Quero a prova concreta.
Repórter: O senhor vê motivo para investigar o presidente?
Torquato: Não.
Repórter: Por que, ministro?
Torquato: Não há nada concreto no momento. Há muita especulação, há muito fake news. Há muita espetacularização.
O ministro não vê necessidade de uma nova lei sobre abuso de autoridade, atualmente em tramitação no Senado.
Torquato: Eu acho que não é necessário. As leis já preveem, diferentes leis administrativas, Código Penal, as leis civis, processuais, já preveem medidas de defesa contra o abuso de poder.
Na próxima mudança no comando da Procuradoria-Geral da República, o ministro não vê problema em alterar uma tradição que vem desde o governo Lula: a escolha do primeiro de uma lista tríplice apresentada ao presidente após eleição entre os procuradores.
Torquato: Eu acho que a escolha deve ser de mérito e o primeiro lugar na lista não é necessariamente o de mais mérito.
Repórter: Só para deixar claro: o senhor não acha que tem que ser o primeiro, mas precisa ser da lista tríplice?
Torquato: Essa decisão é do presidente. Será mais pacífica a transição se sair da lista de três. Nada impede em face da Constituição e das leis que escolha outra pessoa.
CCJ do Senado aprova proposta de eleição direta para presidente e vice
Como muda o texto constitucional, projeto tem que ter votação extensa. Constituição prevê eleição indireta a partir do segundo ano de mandato
A Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou nesta quarta-feira (31), por unanimidade, a proposta que estabelece eleição direta para presidente e vice caso os dois cargos fiquem vagos nos três primeiros anos do mandato.
Atualmente, a Constituição prevê eleição indireta a partir do segundo ano de mandato. Como a proposta muda o texto Constitucional, ela tem que passar por uma votação mais extensa. Da comissão, ela segue agora para o plenário do Senado, onde terá que ser aprovada por três quintos do total de senadores, no mínimo 49 votos em cada uma das votações.
Se aprovada, a proposta segue para a Câmara, onde terá que passar por duas comissões: a de Constituição e Justiça e uma outra que será especialmente criada para analisar o texto. Por último, segue para mais duas votações no plenário da Câmara. E assim como no Senado, a proposta precisa de aprovação de, no mínimo, três quintos do total de deputados, o equivalente a 308.
Centro de Alcântara está pronto para uso por países parceiros, diz Jungmann
Agência Brasil
O Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão, já está pronto para uso pelos países parceiros, Estados Unidos, França, Rússia e Israel, que demonstram interesse na estrutura do local, disse nesta quarta-feira (31) o ministro da Defesa, Raul Jungmann, que participou do Fórum de Investimentos Brasil 2017, na capital paulista.
“Está pronta e acabada, é só virar a chave. Com aquela localização [privilegiada], a gente precisa, de fato, gerar recursos”, declarou o ministro.
Segundo ele, o Ministério das Relações Exteriores firmou acordo com os Estados Unidos, que deve ser o primeiro país a utilizar o centro. A França também enviou, há um mês, uma equipe que conheceu a unidade. Ainda não há prazo, no entanto, para o início das operações.
O ministro citou a dificuldade de expansão da base por causa da questão quilombola. A área de 60 mil hectares foi desapropriada, restando 8 mil hectares para os lançamentos da plataforma. “Se você tiver mais 12 mil hectares, e isto está em negociação, você vai poder colocar até seis países no centro de lançamento. Seria uma melhora muito grande nos recursos”, disse. Segundo ele, com a expansão, os recursos passariam de US$ 1,2 bilhão para US$ 1,5 bilhão.
A base opera no lançamento de foguetes em menor escala. “Não tem lançamento de satélites, tem de foguetes de pesquisa, o que não é a atividade principal.”
Exportação
O ministro destacou ainda algumas possibilidades de exportação de equipamentos de defesa brasileiros. Segundo ele, a aeronave Embraer KC-390 será apresentada a países como Suécia, República Tcheca, Polônia e Eslováquia.
Há ainda radares, que despertaram interesse da França, sonares e submarinos. “O [submarino blindado] Guarani é uma boa oportunidade, é um equipamento relacionado à tecnologia de alta intensidade com potencial enorme”, disse.
Jungmann diz que reforma de militares está 70% finalizada
Em meio às incertezas políticas, ministro da Defesa diz que serão necessários mais 15 dias para finalização do texto
Rosana Hessel
São Paulo - O ministro da Defesa, Raul Jungmann, reconheceu que, diante das atuais incertezas no cenário político, proposta de reforma previdenciária dos militares deverá demorar um pouco mais para ficar pronta. De acordo com ele, serão necessários, pelo menos, mais 15 dias para que o texto seja finalizado.
“A proposta está 70% pronta”, disse o ministro nesta quarta-feira (31/05) , em São Paulo, no painel sobre investimentos na indústria de defesa no Brazil Investment Forum (BIF), organizado pelo governo federal e o Banco Interamericano de Investimentos (BID).
De acordo com Jungmann destacou que o contrato de compra dos caças suecos da Saab devem dar frutos. Um deles é a possível exportação dos aviões para Índia e Portugal, mas não sinalizou quando isso poderá ocorrer.
De acordo com Jungmann destacou que o contrato de compra dos caças suecos da Saab devem dar frutos. Um deles é a possível exportação dos aviões para Índia e Portugal, mas não sinalizou quando isso poderá ocorrer.
Saab vê longo caminho para país ampliar as exportações
João José Oliveira
O presidente mundial da Saab, Hakan Buskhe, disse que o Brasil ainda tem um longo caminho a percorrer para atrair multinacionais da indústria de defesa e segurança e se tornar uma plataforma exportadora do setor. "Toma tempo para se estabelecer na indústria mundial de defesa. Não pensem que resultados virão no dia seguinte", afirmou ontem, em São Paulo, no Forum de Investimentos Brasil 2017, o executivo do grupo sueco fundado em 1937 que faturou US$ 3,2 bilhões em 2016 e tem US$ 12 bilhões na carteira de encomendas com caças, submarinos e sistemas.
A frase do executivo foi uma resposta ao ministro da Defesa, Raul Jungmann, que falou ontem no mesmo evento sobre um "novo marco regulatório" para o setor de defesa que o governo está montando para fazer do Brasil base de exportação. Jungmann citou medidas como a nova linha de crédito do BNDES - para financiar até 100% de projetos de defesa -, estudos para "reduzir assimetrias" de tributos e um plano plurianual para "ampliar a previsibilidade" das empresas.
O maior pedido atual da Saab está no Brasil: a venda de 36 caças Gripen ao governo por US$ 4,7 bilhões. Oito desses jatos serão fabricados em território brasileiro, no acordo de transferência de tecnologia que envolve fornecedores locais como Embraer. Jungmann usou esse acordo como exemplo de parcerias que podem ampliar as exportações locais. "Conversamos com Saab sobre Brasil exportar [caças fabricados no país]", disse.
O vice-presidente de Segurança e Defesa da Embraer, Jackson Schneider, lembrou que o setor tomou "um choque" em 2015, quando houve corte de verbas para programas de defesa. "Não paramos projetos porque somos um conglomerado que tem outros negócios", disse. A empresa tem no governo um pedido de 28 unidades do cargueiro militar KC-390, negócio de R$ 7,2 bilhões. A entrega das primeiras unidades foi adiada de 2017 para meados de 2018 por causa dos ajustes que foram feitos no organograma de pagamentos.
Jungmann disse que este mês vai à Europa para negociar a venda de produtos militares, como o KC-390. Segundo ele, há conversas mais adiantadas com Suécia e Portugal, além do interesse da Hungria e da República Tcheca.
A presidente da Boeing na América Latina, Donna Hrinak, disse que embora exista interesse de corporações em firmar bases no país, há obstáculos como tributação alta, legislação trabalhista atrasada e setor público ineficiente. Já para o vice presidente da Rockwell Collins, Alan Prowse, afirmou que o plano de transformar o Brasil em plataforma de exportação passa pela necessidade de o governo dar garantias às companhias estrangeiras com planos de longo prazo.
Jungmann disse a indústria militar brasileira, que representa atualmente 3,7% do PIB, pode explorar outros negócios. Ele citou a Base de Alcântara, no Maranhão, que poderia render de R$ 1,2 bilhão a R$ 1,5 bilhão em receitas anuais com serviços de lançamento de satélites. Segundo ele, há demonstração de interesse de governos como o americano, israelense e russo. O ministro não estabeleceu prazos para que a base possa ser utilizada. Segundo ele, acordos precisam ser costurados com os países - o que exige mudanças na gestão e ampliação da área, hoje com 8 mil hectares, para pelo menos 20 mil hectares.
Jungmann: Lava-Jato faz Brasil passar por revisão de compliance
João José Oliveira
SÃO PAULO - A operação Lava-Jato está fazendo com que o Brasil passe "por um grande processo de revisão de compliance (conformidade legal)", disse o ministro da Defesa, Raul Jungmann, a uma plateia de empresários e representantes das Forças Armadas do Fórum de Investimentos Brasil 2017, em São Paulo.
"E nesse tema, compliance, as Forças Armadas dão um grande exemplo porque você não vê nada de envolvimento [das Forças Armadas]", disse o ministro, que voltou a defender o programa de ampliação de crédito para a indústria militar no país.
Em abril, Jungmann anunciou o plano de usar o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para operar linha internacional de crédito voltada para países que desejarem comprar produtos do setor de defesa do Brasil.
No mesmo evento, o ministro destacou antes que o marco regulatório do setor está sendo reformulado para aumentar a eficiência da indústria de segurança no país. Ele citou a busca de ajustes no ICMS, para "reduzir assimetrias", a participação do ministério na Camex, o desenvolvimento de um plano plurianual para o segmento - dentro do novo regime de teto fiscal do setor público, "para ampliar a previsibilidade na pasta", e o acesso a linha de crédito do BNDES.
Jungmann comentou ainda que a troca de ministro na pasta da Justiça não deve afetar os trabalhos que são realizados em conjunto com o ministério que ele comanda.
"Nossa expectativa é que seja dada continuidade aos trabalhos integrados", disse. Ele citou o programa de fronteiras, que tem sido discutido com os governos da Colômbia, Bolívia e Peru.
"Vou procurar o ministro Torquato Jardim para tratar dos assuntos em comum", afirmou. Segundo ele, a alternância de ministro não afeta os trabalhos porque houve a continuidade do secretário-executivo da pasta.
Sobre a reforma da Previdência, Jungmann comentou que o tema relacionado aos militares já tem cerca de 70% dos pontos acordados. "Caminha relativamente bem", disse Jungmann, citando um consenso de que tempo para aposentadoria deve subir de 30 para 35 anos.
O ministro da Defesa disse que queria encerrar essas discussões até o fim de maio, mas admitiu que os trabalhos devem ser concluídos em até dez dias.
Sobe para 55,1 mil o número de desabrigados e desalojados por causa das chuvas em PE
Governo federal reconheceu 24 cidades em situação de emergência no Agreste e na Zona da Mata de Pernambuco. Desde domingo (28), três pessoas morreram, sendo duas em Lagoa dos Gatos e uma em Caruaru, ambas no Agreste.
O governo de Pernambuco informou, na noite de terça-feira (30), que subiu para 55.176 o número de pessoas obrigadas a deixar as casas por causas das chuvas e das enchentes. Agora, são 3.081 desabrigados, que perderam as residências, e 52.095 desalojados, que estão em abrigos ou moradia de parentes, temporariamente. Até a terça-feira (30), eram 4,8 mil moradores do estado prejudicados.
Segundo o estado, ao todo, 29 cidades registraram chuvas. Desse total, 24 municípios estão em emergência, que foi decretada na terça-feira pelo governo pernambucano. Nesta quarta, o governo federal editou uma portaria no Diário oficial da União e reconheceu a situação.
Além das cidades em emergência, há problemas em São José da Coroa Grande e Escada, na Mata Sul, bem como Cupira, Bonito e Gravatá, no Agreste. Desde o início das chuvas, na semana passada, três pessoas morreram. Duas em Lagoa dos Gatos, e um em Caruaru, no Agreste.
Na manhã desta quarta-feira (31), moradores de municípios atingidos pelas enchentes voltaram a enfrentar fortes chuvas. As precipitações deixaram em alerta os órgãos de defesa civil.
No Grande Recife, também houve transtornos. Ruas das Zonas Sul e Oeste, bem como da área central, ficaram alagadas na manhã desta quarta. A Prefeitura do Recife informou que, em quatro horas, choveu 72 milímetros na capital. Esse índice pluviométrico é equivalente ao esperado para quatro dias. A média histórica de maio, segundo a administração municipal, é de 329 milímetros.
Estrutura
Para realizar a distribuição de alimentos nas áreas afetadas, bem como buscas, resgates e deslocamento de pessoas, dois helicópteros chegaram ao estado. Os equipamentos são do modelo H-225M, sendo um da Marinha do Brasil e outro da Força Aérea Brasileira. As aeronaves podem operar em condições climáticas desfavoráveise têm capacidade de carga para dois mil quilos de mantimentos.
Além do Quartel do Derby e do Quartel dos Bombeiros, o Governo de Pernambuco preparou outros diversos postos de arrecadação para o recebimento das doações, como Terminais Rodoviários de dez cidades, a sede do Detran, na Iputinga, e o Galpão do Ceasa.
Maior avião já construído no mundo sai do hangar nos EUA
Avião foi criado para colocar foguetes em órbita. Aeronave tem duas fuselagens, unidas por uma asa de 117 metros
Por France Presse
Um gigantesco avião criado para colocar foguetes em órbita saiu pela primeira vez do hangar, nesta quarta-feira (31), para iniciar a etapa de testes na Califórnia, Estados Unidos, informou o fabricante Stratolaunch.
"Isto marca o fim da fase inicial de construção da aeronave e o começo da fase de testes em terra (...), incluindo turbinas e taxiamento antes do primeiro voo", disse Jean Floyd, CEO da empresa do magnata filantropo e cofundador da Microsoft Paul Allen.
O maior avião do mundo tem duas fuselagens, unidas por uma asa de 117 metros, e agora está estacionado fora do hangar em Mojave.
Utilizando seis turbinas, o avião de 227 toneladas foi projetado para lançar satélites - e levar humanos -, algum dia, em órbitas baixas da Terra.
"Stratolaunch está prestes a realizar sua primeira demonstração de lançamento (ao espaço) em 2019", disse Floyd.
O plano é colocar em órbita um foguete Pegasus, usado normalmente para transportar satélites, que irá entre as duas fuselagens.
"Isto marca um passo histórico em nosso trabalho para realizar o sonho de Paul G. Allen de ampliar o acesso à órbita baixa da Terra", destacou o executivo.
A companhia adquiriu dois Boeings 747 usados e os remontou em uma unidade capaz de decolar com uma carga de 590 toneladas.
O Stratolaunch também é chamado de "Ruc", a ave mitológica persa capaz de levantar um elefante.
Governo e sociedade civil enviam alimentos para evitar desabastecimento e disputa. Saiba o que e onde doar
A enchente que deixou 24 cidades pernambucanas em estado de emergência não causou apenas estragos nos imóveis e ruas dos municípios. A enxurrada também vem trazendo problemas ao abastecimento desde o fim de semana. Para garantir a alimentação dos moradores, o governo do estado está enviando comida de pronto consumo. De acordo com balanço divulgado na terça-feira pelo Gabinete de Crise instalado no Palácio do Campo das Princesas, no Recife, já foram remetidas 24 toneladas.
A lista de produtos inclui gêneros alimentícios não-perecíveis, água potável, roupas, colchões, lonas plásticas e materiais de higiene e limpeza. Apenas ontem, o gabinete contabilizou o envio de 18 mil litros de água e nove mil quilos de itens de higiene e limpeza.
Estão recebendo as doações os municípios em estado de emergência: Caruaru, Ipojuca, Joaquim Nabuco, Jurema, Lagoa dos Gatos, Primavera, Quipapá, Sirinhaém, Tamandaré, Xexéu, Belém de Maria, Gameleira, Palmares, Amaraji, Maraial, Ribeirão, Cortês, Barra de Guabiraba, São Benedito do Sul, Rio Formoso, Catende, Água Preta, Jaqueira e Barreiros.
Para fazer a distribuição de alimentos nas áreas afetadas, trabalhos de buscas, resgates e deslocamento de pessoas, dois helicópteros do modelo H-225M, sendo um da Marinha do Brasil e outro da Força Aérea Brasileira, chegaram, na terça-feira, a Pernambuco, e ficam por tempo indeterminado. As aeronaves, que podem operar em condições climáticas desfavoráveis, têm capacidade de carga para dois mil quilos de mantimentos. Além do Quartel do Derby e do Quartel dos Bombeiros, há outros postos de arrecadação para o recebimento das doações, como terminais rodoviários de dez cidades, a sede do Detran, na Iputinga, e o galpão do Ceasa.
Em Palmares, na segunda-feira, dezenas de pessoas disputaram comida descartada por um supermercado como lixo. Sacos de feijão, arroz, macarrão, leite sujos de lama foram levados por moradores da cidade, alguns empurrando carros de mão e outros com a ajuda de bicicletas. Uma cena semelhante se repetiu ontem em Barreiros, também na Mata Sul, onde moradores tentavam recolher comida em meio a entulhos.
Segurança
Enquanto buscam comida e tentam recuperar casas e móveis perdidos ou danificados pela chuva, moradores também estão preocupados com a segurança. Eles relatam que não deixam as residências com medo do que restou ser roubado. Comerciantes falam em saques a lojas e mercados públicos. A Polícia Militar, no entanto, informou que nenhum saque foi registrado até a noite de ontem. A única ocorrência policial contabilizada pela PM foi a prisão de três homens suspeitos de roubar alimentos e sapatos.
Enquanto buscam comida e tentam recuperar casas e móveis perdidos ou danificados pela chuva, moradores também estão preocupados com a segurança. Eles relatam que não deixam as residências com medo do que restou ser roubado. Comerciantes falam em saques a lojas e mercados públicos. A Polícia Militar, no entanto, informou que nenhum saque foi registrado até a noite de ontem. A única ocorrência policial contabilizada pela PM foi a prisão de três homens suspeitos de roubar alimentos e sapatos.
O trio foi detido no município de Barreiros. De acordo com a Polícia Militar, os três foram presos na noite da segunda-feira depois que boxes do mercado da cidade, localizado em uma das principais vias do município, foram arrombados. Eles foram autuados e encaminhados à Delegacia de Palmares. Para impedir mais roubos e saques, o policiamento foi reforçado nas cidades atingidas pela enchente.
Sobe para 19 número de municípios afetados pela chuva no Rio Grande do Sul
Wendel Sousa
A Defesa Civil do Rio Grande do Sul informou nesta quarta-feira (31) que subiu para 19 o número de cidades que declararam estado de emergência por causa das fortes chuvas que vêm atingindo o estado desde o dia 24 de maio.
As regiões norte, noroeste e fronteira oeste são as mais afetadas. Segundo boletim mais recente do órgão, chega a 60 o total de municípios que registraram graves danos por causa da chuva.
As cidades de Tuna, São José das Missões, Itaqui, Casca, São Borja, Pedras Altas, Boqueirão do Leão, Dom Pedrito, Barros Casal e Vila Lângaro foram as últimas a declararem estado de emergência.
A Defesa Civil calcula que o número de famílias desalojadas em função das chuvas chega a 517 – cerca de 2.167 pessoas. Já as famílias desabrigadas são 119 – 515 pessoas ao todo.
A previsão meteorológica para a região é de mais chuvas para os próximos dias e, por isso, a Defesa Civil do estado trabalha, junto com as coordenadorias regionais, para vistoriar áreas com possibilidades de decretar situação de emergência.
A previsão meteorológica para a região é de mais chuvas para os próximos dias e, por isso, a Defesa Civil do estado trabalha, junto com as coordenadorias regionais, para vistoriar áreas com possibilidades de decretar situação de emergência.
São Borja
O município de São Borja, às margens do Rio Uruguai, decretou estado de emergência na tarde de ontem. Segundo a prefeitura do município, 30 famílias estão desalojadas e o número sobe a todo instante, já que o nível do Rio Uruguai está 11 metros acima do normal.
A prefeitura informa que a Defesa Civil, com apoio do Exército e o Corpo de Bombeiros, tem ajudado na remoção das famílias desalojadas, que estão sendo levadas para o ginásio de esportes, para associação de bairros e casas de parentes.
Com a queda de pontes, algumas famílias estão isoladas. De acordo com a prefeitura, as aulas estão suspensas no município e o trânsito de veículos está comprometido. A secretaria de Desenvolvimento Social de São Borja está levando alimentos e agasalhos para moradores da zona rural.
Também ficam às margens do Rio Uruguai os municípios de Itaqui, Iraí e Uruguaiana.
Edição: *Estagiário sob supervisão da editora Denise Griesinger
Edição: *Estagiário sob supervisão da editora Denise Griesinger
Titular da delegacia que investiga acidente de Teori é morto a tiros
Alex Rodrigues
Dois delegados federais foram mortos a tiros na madrugada desta quarta-feira (31), em Florianópolis (SC). As autoridades policiais ainda vão apurar as circunstâncias do crime, mas as informações preliminares são de que Adriano Antônio Soares, 47 anos, e Elias Escobar, 60 anos, foram baleados durante troca de tiros em uma casa noturna.
A Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal (ADPF) divulgou nota de pesar pelas mortes, manifestando as condolências aos parentes dos delegados.
Adriano Antonio Soares era titular da Delegacia da Polícia Federal em Angra dos Reis, à frenta das investigações do acidente aéreo em que morreu o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki, que era o relator da Operação Lava Jato na Corte. O acidente ocorreu em janeiro deste ano.
Empresa começa a oferecer passagens com desconto para quem não despachar bagagem
Sabrina Craide
A partir de hoje (1º), a companhia aérea Azul vai oferecer tarifas mais baratas para clientes que não despacharem bagagens. O desconto vai valer para voos que saem de Viracopos, em Campinas (SP), para 14 destinos no país. Os clientes que comprarem a passagem pelo preço normal continuam com a franquia de 23 quilos.
A Azul é a primeira empresa a implementar mudanças no sistema de bagagens, depois que a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) liberou as companhias aéreas para estabelecer suas próprias políticas de cobrança pelas malas despachadas. Agora, as empresas não são mais obrigadas a oferecer franquia de bagagem sem custo para os clientes. Com as novas regras, o limite de peso da bagagem de mão aumentou de cinco para 10 quilos, em todas as companhias aéreas.
O cliente da Azul que comprar a passagem com desconto poderá escolher pela compra ou não do serviço de bagagem despachada. Nessa modalidade, se o cliente mudar de ideia, deverá pagar R$ 30 para despachar uma mala de 23 quilos. Segundo a empresa, a nova opção será inserida gradativamente para atender a toda a malha de voos da empresa.
Os descontos oferecidos pela Azul para quem não despachar bagagem variam de 12% a 30%. Por exemplo, um voo de Viracopos a Cascavel (PR) passa de R$ 231,90 para R$ 201,90 para quem não quiser levar malas. Já para ir de Viracopos a Curitiba, a tarifa cai de R$ 99,90 para R$ 69,90, segundo informações divulgadas pela empresa.
Outras empresas
A Gol também vai oferecer, a partir de 20 de junho, uma tarifa mais barata para quem não precisar despachar bagagens. As tarifas com preço normal vão incluir uma franquia de 23 quilos. Se o cliente que comprou o bilhete da tarifa Light decidir posteriormente despachar a bagagem, poderá pagar à parte. Nos voos nacionais, será cobrado o valor de R$ 30 para despachar uma mala de até 23 quilos.
A partir do início de julho, a Latam vai começar a cobrar pelas bagagens em voos domésticos e a oferecer preços diferenciados para passageiros que optarem por não despachar bagagens. Segundo a empresa, o preço da primeira mala será de R$ 30 para compras antecipadas. A companhia já fez mudanças na franquia de bagagens, que passou a ser de uma mala de 23 quilos, no caso de voos nacionais. Atualmente, esse já é o peso permitido, mas não há limite de volumes despachados.
A Avianca decidiu não cobrar pelo despacho de bagagens no momento. A companhia prefere estudar a questão nos próximos meses para criar produtos tarifários customizados, com o objetivo de melhor atender às necessidades dos diferentes perfis de clientes.
Ministro da Defesa diz que negocia orçamento plurianual para as Forças Armadas
O ministro da Defesa, Raul Jungmann, disse nesta quata-feira (31) que negocia com a equipe econômica do governo o orçamento plurianual das Forças Armadas para que programas e projetos do setor tenham continuidade sem risco de contingenciamento.
Jungmann participou nesta quarta do Fórum de Investimento Brasil 2017, na capital paulista, onde falou sobre os principais projetos desenvolvidos pelas Forças Armadas, como o Programa de Submarinos (Prosub), o Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicação (SGDC) e o Sistema de Monitoramento de Fronteira (Sisfron). “Esses são alguns exemplos de projetos estratégicos que geram empregos e renda. Estamos expandindo também nossa Base Industrial de Defesa e ampliando o marco regulatório”, citou.
Em sua participação no evento, Jungmann destacou a criação de uma linha de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para financiar a indústria nacional. “Assim estamos assegurando melhores condições para o desenvolvimento de nossa base industrial de defesa.”
Relator diz que reforma da Previdência é "irreversível"
Fernanda Cruz
O relator da reforma da Previdência, na Câmara, deputado Arthur Maia (PPS-BA), disse hoje (31) que a aprovação da matéria é "algo irreversível, independente da atual crise política". Ele participou do Fórum de Investimentos Brasil 2017, na capital paulista.
“Estamos vivendo uma crise política causada pelas recentes delações da JBS e pela expectativa que o país vive em torno do julgamento [da cassação da chapa Dilma-Temer] no Tribunal Superior Eleitoral. Espero que a crise seja rapidamente superada. Nossa expectativa é que o presidente Temer possa governar o Brasil, fazer as reformas que o país precisa.”
Segundo ele, a base governista na Câmara foi mantida mesmo com a crise e, em seus cálculos, mais de 280 deputados irão votar a favor da reforma. “Todos nós temos a clara noção de que estamos lutando por uma questão, que é um assunto de Estado”, disse.
Para Maia, mesmo que o TSE decida pelo afastamento do presidente Michel Temer, seu eventual substituto “terá obrigação de conduzir as reformas”. “Qualquer presidente que tenha responsabilidade com o Brasil tratará este assunto como prioritário”, afirmou.
O deputado afirmou que, no caso de um afastamento de Temer, o país poderá entrar em mais um momento difícil. “No pico de uma crise, ninguém decide um assunto como a Previdência Social. Caso contrário, teremos que superar este assunto e continuar com as reformas”, ressaltou.
Maia disse que o Congresso não interromperá as votações, mesmo diante de possíveis pedidos de vista do processo, no TSE. “Não podemos ficar reféns de uma circunstância que não tem prazo determinado e fazer com que o parlamento fique de braços”, disse.
Cancelado debate sobre projetos estratégicos do Exército brasileiro
A Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional cancelou a audiência pública que faria nesta manhã para discutir a situação dos projetos estratégicos das Forças Armadas, os programas de cooperação internacional do Brasil na área da Defesa e os planos do Exército para o desenvolvimento tecnológico no setor.
A reunião ainda não foi remarcada.
Cadê a Força Nacional?
Apoio de 300 agentes da Força Nacional não inibe ação. Arco Metropolitano é ponto sensível para ataques
Foram meses de apelo por ajuda, dias gastos com reuniões de autoridades definindo estratégias e reinamento específico para combater o roubo de cargas na Região Metropolitana do Rio. Contudo, o reforço da Força Nacional aparenta ser mais uma das luções decorativas para o problema da criminalidade no estado. Ontem, dois vigilantes de uma escolta rmada da empresa Seculus foram assassinados por uma quadrilha de ladrões decarga quando faziam a proteção de um caminhão que transportava cigarros.
O crime ocorreu no Arco Metropolitano, em Japeri, na Baixada Fluminense, um conhecido ponto de assaltos. Tanto que uma das vítimas, o vigilante Jones de Souza da Silva, de 28 anos, já havia sofrido um ataque o mesmo lugar, em fevereiro. Na ocasião, um colega de Jones, Yago Aguiar Sant’anna, 24, foi morto com tiro o rosto. Ontem, além de Jones, que morreu no local, Benedito Charles da Silva, 46, atingido na cabeça, tórax e mão, faleceu quando deu entrada no Hospital da Posse, em Nova Iguaçu. O terceiro vigilante, Reginaldo dos Santos Aragão, 31, teve ferimentos na cabeça, costas e na mão direita e precisou passar por uma cirurgia. Seu estado de saúde, segundo o Hospital da Posse, é estável
Os criminosos, de acordo com a Polícia Militar, seriam da comunidade do Guandu, a poucos metros de onde o crime aconteceu. Mais de 25 disparos acertaram o carro da escolta. Os assaltantes, segundo testemunhas, estavam fortemente armados. O motorista do caminhão contou que os bandidos usavam três carros. Além do caminhão com a carga de cigarros, os criminosos levaram um automóvel que passava pelo local.
Após o crime, policiais do 24º BPM (Queimados), 15º BPM (Duque de Caxias), 39º BPM (Belford Roxo) e do batalhão de Polícia Rodoviária (BPRv) fizeram uma operação na favela do Guandu para localizar os criminosos e recuperar a carga. Mas só conseguiram encontrar o caminhão vazio. Em outro ataque, bandidos roubaram três carretas da Coca-Cola na Avenida Brasil, mas a polícia conseguiu recuperar a carga.
A Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) foi acionada para o local do crime e uma perícia foi realizada. Em nota, o Ministério da Justiça e Segurança Pública explicou que o Arco Metropolitano não faz parte da região policiada pela Força Nacional. Entretanto, não informou quantas essoas foram presas ou quantos roubos foram evitados pela corporação. “Eles passam o dia inteiro parados na Estrada do Rio do Pau, em Anchieta”, contou um morador. Para o especialista em segurança pública, Vinicius Cavalcante, o efetivo da Força Nacional enviado pelo governo federal (300 homens) para o Rio de Janeiro não é a solução ideal. “Mas qualquer ajuda é bem vinda”.
Seguranças em carros sem blindagem
Segundo o Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro (ISP), nos dois primeiros meses deste ano foram feitos 1.145 registros de roubos de carga no estado, o que representa um aumento de 180% deste crime em quatro anos. Levantamento da Federação das Indústrias do Rio (Firjan) indica que a cada hora e 10 minutos um roubo de cargas é registrado no Rio.
Todas as ações são extremamente violentas, com dezenas de bandidos armados de fuzis que param os caminhões a tiros. Apesar dos riscos, os seguranças da escolta armada usam carros que não são blindados.
Em abril, durante audiência pública na Alerj, que debateu o aumento do índice de roubo de cargas, o presidente do Sindicato dos Vigilantes, Antonio Carlos, reclamou que a legislação que rege o setor da segurança privada está atrasada. “Com o armamento extremamente defasado, carros sem blindagem e de baixa potência, evidentemente que o resultado são muitas mortes de vigilantes de escolta”.
Para o especialista em segurança, Vinicius Cavalcante, a legislação não evolui para não atrapalhar o “bico de policiais que, eventualmente, atuam clandestinamente nas escoltas de maior risco”.
MAIS CASOS
Para vigilante, foi retaliação
Vigilantes levantaram a hipótese de que o assassinato de dois seguranças que faziam a escolta armada do caminhão de cigarros foi uma retaliação das quadrilhas especializadas nesse tipo de crime, que agem no Arco Metropolitano. Um segurança que trabalha com escolta armada contou que na semana passada, uma equipe de outra empresa, mas que também faz escolta para a Souza Cruz, conseguiu evitar um assalto. Houve tiroteio e os vigilantes conseguiram tomar as armas dos bandidos. “O problema é que eles (vigilantes) postaram fotos com os fuzis recuperados. Foi retaliação. A intenção era arrebentar
com a escolta. Foram mais de 20 tiros no vidro da frente do carro”, afirmou.
com a escolta. Foram mais de 20 tiros no vidro da frente do carro”, afirmou.
Em nota, a Souza Cruz informou que nos últimos cinco anos a quantidade de assaltos a cargas da empresa em todo o estado do Rio subiu 127% — a média Brasil, nesse mesmo período, foi de 21%. “É um número muito preocupante. O impacto financeiro destas ocorrências, só em 2016, foi da ordem de R$ 20 milhões”, explicou Giovanni Oliveira, gerente nacional de Operações da empresa.
Outra preocupação da Souza Cruz diz respeito à punição dos diferentes perfis de infratores desta modalidade criminosa. “Na nossa legislação, o intermediário do roubo de carga não é preso, mas apenas
aquele que rouba a carga, o que acaba por não inibir, e às vezes até incentivar, esta prática criminosa. Se o comerciante que vende carga roubada corresse o risco de perder, por exemplo, o alvará de funcionamento, ele seria mais consciente”. Sobre a morte dos vigilantes, a empresa alegou que “está buscando alternativas para reduzir a ostensividade de escoltas armadas na operação, visando à preservação dessas vidas”.
aquele que rouba a carga, o que acaba por não inibir, e às vezes até incentivar, esta prática criminosa. Se o comerciante que vende carga roubada corresse o risco de perder, por exemplo, o alvará de funcionamento, ele seria mais consciente”. Sobre a morte dos vigilantes, a empresa alegou que “está buscando alternativas para reduzir a ostensividade de escoltas armadas na operação, visando à preservação dessas vidas”.
Hospital de campanha começa a ser montado em Rio Formoso
Em torno de 120 homens do Exército farão a montagem da unidade e 36 profissionais vão reforçar o atendimento no município
Portal Folhape, Com Informações De Alfeu Tavares
Segundo a prefeita de Rio Formoso, Isabel Hacker, começa a ser montado nesta quinta-feira (1), um hospital de campanha no município, em um campo de futebol às margens da PE 60. "Serão 120 homens do Exército para montagem do hospital e 36 profissionais de saúde, entre médicos, enfermeiros e farmacêuticos, para reforçar nossa equipe local", detalhou. A unidade demora em torno de 24 horas para ser montada, e deve começar a funcionar na sexta-feira (2).
Em torno de 400 pessoas continuam em abrigos do município, mas, segundo a prefeita, com a chuva diminuindo, as famílias começam a voltar para casa. Rio Formoso somou em torno de 1,7 mil família desalojadas, cerca de 7 mil pessoas. "A própria Defesa Civil calcula entre 7 mil e 10 mil pessoas atingidas diretamente por essa cheia", completou Isabel.
O município está fazendo um levantamento de infraestrutura dos prédios públicos, juntamente com a Defesa Civil e a Secretaria de Habitação. De acordo com Isabel Hacker, além do hospital municipal, que foi interditado, houve danos em escolas e em seis Postos de Saúde da Família (PSFs).
Hospital
Dois módulos de hospitais de campanha do Exército serão montados em Rio Formoso, cada um com 10 barracas preparadas para realizar 150 atendimentos ambulatoriais, enfermaria com sete leitos e capacidade para fazer 100 procedimentos médicos.
O Ministério da Defesa, por meio do Exército, da Aeronáutica e da Marinha, está prestando apoio às populações de Alagoas e Pernambuco atingidas pelas fortes chuvas do último final de semana. Um helicóptero H-36 Caracal da Força Aérea Brasileira (FAB) decolou do Recife na tarde da última quarta (30) para dar apoio às vítimas das enchentes nas regiões atingidas pelas intensas chuvas.
Hospital
Dois módulos de hospitais de campanha do Exército serão montados em Rio Formoso, cada um com 10 barracas preparadas para realizar 150 atendimentos ambulatoriais, enfermaria com sete leitos e capacidade para fazer 100 procedimentos médicos.
O Ministério da Defesa, por meio do Exército, da Aeronáutica e da Marinha, está prestando apoio às populações de Alagoas e Pernambuco atingidas pelas fortes chuvas do último final de semana. Um helicóptero H-36 Caracal da Força Aérea Brasileira (FAB) decolou do Recife na tarde da última quarta (30) para dar apoio às vítimas das enchentes nas regiões atingidas pelas intensas chuvas.
Após 13 anos de missão, Brasil envia últimos soldados ao Haiti
A ONU classificou a missão como um sucesso para as pretensões diplomáticas e militares do Brasil no cenário internacional
Por Efe
Rio de Janeiro – Treze anos depois de os primeiros brasileiros terem embarcado para liderar o braço militar da operação de paz da ONU no Haiti, as Forças Armadas enviam nesta quinta-feira seu último contingente para a missão, considerada um sucesso para as pretensões diplomáticas e militares do Brasil no cenário internacional.
Especialistas consultados pela Agência Efe fizeram um balanço sobre a participação brasileira na Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (Minustah, na sigla em francês), que teve início em junho de 2004, após a renúncia e o exílio do então presidente do país, Jean Bertrand-Aristide, e será encerrada oficialmente em 17 de outubro deste ano, por decisão do Conselho de Segurança da ONU.
Especialistas consultados pela Agência Efe fizeram um balanço sobre a participação brasileira na Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (Minustah, na sigla em francês), que teve início em junho de 2004, após a renúncia e o exílio do então presidente do país, Jean Bertrand-Aristide, e será encerrada oficialmente em 17 de outubro deste ano, por decisão do Conselho de Segurança da ONU.
À época governado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Brasil assumiu o comando da Minustah como parte da estratégia de política externa “ativa e altiva” promovida pelo então chanceler Celso Amorim.
A ideia era projetar a imagem do país como capaz de se envolver em temas relevantes no plano internacional. Assim, a liderança de uma missão de paz era ideal pelos benefícios políticos e militares gerados em caso de êxito.
O mandato da Minustah, porém, se estendeu além do previsto por diversos fatores. O mais importante deles ocorreu em 2010, quando um forte terremoto destruiu o Haiti e matou mais de 220 mil pessoas.
O perfil da missão também mudou desde 2004. O combate às milícias que atuavam na capital Porto Príncipe deu lugar a um trabalho mais policial nos últimos anos.
Considerando o último contingente de 950 soldados que embarca para o Haiti nesta quinta-feira, o Brasil enviou 37.000 militares à Minustah ao longo dos 13 anos da missão, segundo o Ministério da Defesa.
Do total, a maior parte deles foi disponibilizada pelo Exército (29.627). Marinha e Aeronáutica contribuíram com 6.114 e 317, respectivamente.
A pesquisadora do Instituto Igarapé e especialista em relações internacionais, Adriana Erthal Abdenur, considera a Minustah a missão mais importante nos quase 70 anos de história da participação do país em operações da ONU.
“Foi a de maior duração, a que empregou o maior número de brasileiros e a que apresentou os maiores desafios logísticos e operacionais”, afirmou Adriana em entrevista à Agência Efe.
“A participação na Minsutah dá maior credibilidade ao pleito brasileiro de se tornar um ator mais relevante na segurança internacional, inclusive no seu próprio entorno estratégico. Isso é particularmente importante para a defesa que o Brasil faz com frequência da resolução pacífica de conflitos e da importância do multilateralismo”, analisou.
Para o professor do Instituto de Relações Interacionais da PUC-RJ e pesquisador do German Institute of Global and Area Studies (GIGA), Kai Michael Kenkel, o Brasil mostrou ter capacidades materiais e normativas para contribuir para assuntos centrais que diferem os atores importantes no cenário internacional.
“A determinação se a Minustah foi positiva ou negativa para a imagem do Brasil sempre também foi atrelada ao sucesso da operação e à ausência de escândalos que colocariam o esforço sob outra luz. Como se evitaram manchetes negativas, a participação no Haiti foi um sucesso”, avaliou.
Quem também concorda com o balanço positivo da missão é Marcelo Valença, professor do Instituto de Relações Internacionais da UERJ.
“Foi um exercício de credibilidade e autoridade no plano internacional. Foi a primeira vez que o Brasil assumiu uma missão grande, espinhosa, do começo ao fim. Provamos que temos condições de realizar tarefas como essa”, afirmou.
Fora o reconhecimento internacional, a Minustah gerou diversos benefícios militares ao Brasil. Kenkel ressaltou que as Forças Armadas tiveram a oportunidade de participar de uma missão prestigiosa, ganhando experiência no terreno e usando a capacidade dos soldados para melhorar a situação desastrosa no Haiti.
Já Valença destacou a criação do Centro Conjunto de Operações de Paz em 2010, no Rio de Janeiro, que passou a oferecer uma estrutura de ponta para o treinamento de brasileiros e estrangeiros, além de cursos que integram militares e civis.
“O centro juntou todos os braços das Forças Armadas em um só lugar. É um polo de capacitação. Recebemos franceses, alemães, chilenos, argentinos. Essas pessoas estão vindo para cá tanto para ensinar como para aprender”, explicou.
“O Brasil não só enviou soldados para o Haiti. Levamos trabalho social, saúde, engenharia e preocupação com o bem-estar. Esse é um movimento que a ONU já vem fazendo desde 1990, mas a forma usada pelo Brasil quebrou a separação entre as forças armadas internacionais e a ajuda social”, comentou o professor.
Há também ganhos em termos de influência no plano regional. Segundo Adriana, o Brasil fez gestões diplomáticas desde as negociações sobre o primeiro mandato da Minustah para que houvesse maior participação de países latino-americanos em cargos de chefia e também no número de tropas enviadas ao Haiti.
O movimento da diplomacia brasileira buscava ocupar um “vazio” deixado pela retirada política de atores que tradicionalmente participavam de missões da ONU no Haiti, como os Estados Unidos, o Canadá e a França.
“A liderança brasileira foi explicitamente exercida por meio do comando militar, já que pela primeira vez na história não houve rodízio de nacionalidades do ‘force commander’ de uma missão. Mas também houve, e há, um forte componente político por trás da participação do Brasil como líder regional”, explicou a pesquisadora.
Apesar do consenso sobre o saldo positivo, a Minustah também é alvo de críticas. Ao longo dos últimos anos, questionou-se no Brasil os investimentos feitos pelo governo na missão e o número de soldados do país mortos no Haiti.
De acordo com o Ministério da Defesa, o Brasil investiu R$ 2,55 bilhões na Minustah. A ONU reembolsou o país em R$ 930,9 milhões até o momento, valores que são referentes ao emprego da tropa e não cobrem os gastos relativos ao preparo dos militares.
Quanto às perdas humanas no Haiti, o Ministério da Defesa esclareceu que não houve morte de brasileiros em confrontos armados. No total, 25 militares morreram na missão, 18 deles no terremoto de 2010. Além deles, dois comandantes da missão faleceram no exercício do cargo.
O general José Luiz Jaborandy Júnior, de 57 anos, morreu em setembro de 2015 a bordo de um avião que decolou no Haiti com destino a Manaus. Em janeiro de 2006, o general Urano Teixeira da Matta Bacellar foi encontrado morto no hotel em que estava hospedado em Porto Príncipe. Uma investigação posterior da ONU concluiu que o militar se suicidou.
Adriana ressaltou outro problema frequente em missões de manutenção de paz: a criação de uma “bolha de serviços” para atender à chamada “indústria da assistência”. “Esses espaços produzem não apenas ressentimento entre as populações locais, mas também tendem a nutrir um grau de dependência socioeconômica”, explicou.
“Apesar disso, diria que a Minustah desempenhou um papel importante em evitar um colapso total da sociedade haitiana, possivelmente com reflexos para toda a região”, acrescentou a pesquisadora do Instituto Igarapé.
Outro ponto criticado da missão no Haiti são as 111 denúncias de abuso sexual feitas à ONU entre 2007 e 2017, nenhuma delas contra soldados brasileiros. O Ministério da Defesa afirmou que a conduta dos militares do país é considerada exemplar internacionalmente e que todos recebem instruções específicas sobre o tema antes de participar em operações brasileiras no exterior.
“O fato é que (os abusos sexuais) demoraram a ser reconhecidos como um problema grave para a ONU. No entanto, agora há praticamente um consenso sobre a necessidade de se criar novos mecanismos de prevenção e justiça. É preciso atuar para evitar novos casos, através de treinamento e conscientização, mas também assegurar que quem os comete não ficará impune e que alguma assistência será prestada às vítimas. Isso requer ação não apenas da ONU, mas principalmente dos países que enviam tropas e policiais”, afirmou Adriana.
Brasil acentua debate sobre futuro em missões de paz após atuação no Haiti
Lucas De Vitta
O debate sobre o futuro da participação do Brasil em missões de paz da ONU deve se intensificar a partir desta quinta-feira, quando o país enviará seu último contingente militar à Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (Minustah, na sigla em francês).
Com o retorno das tropas brasileiras previsto para outubro deste ano, prazo determinado pelo Conselho de Segurança da ONU para o fim da Minustah, o governo do presidente Michel Temer tem sinalizado a intenção de manter o compromisso do país com a paz e a segurança internacional, mas precisará enfrentar problemas internos antes de embarcar em uma nova missão.
Especialistas consultados pela Agência Efe indicam a atual crise político-econômica e a proximidade das eleições como os principais obstáculos a serem superados antes de decidir se esses soldados serão enviados ou não a uma nova operação da ONU. Outra questão a ser debatida é a própria natureza das missões com mandato em vigor, que contrariariam premissas históricas da diplomacia do país.
Atualmente, o Brasil tem atuação em nove missões de paz - Haiti, Líbano, Chipre, Costa do Marfim, Libéria, República Centro-Africana, Saara Ocidental, Sudão e Sudão do Sul. O Ministério da Defesa afirma que "a expertise dos militares deverá ser empregada em novas missões, mas elas ainda não foram definidas".
O destino natural para as tropas brasileiras seria reforçar a Força Interina das Nações Unidas no Líbano (Unifil), na opinião da pesquisadora do Instituto Igarapé e especialista em relações internacionais Adriana Erthal Abdenur. O Brasil lidera a Força-Tarefa Marítima na Unifil desde 2011, com 247 militares da Marinha atuando na Fragata União, segundo o Ministério da Defesa.
"No entanto, aumentar essa participação também requer que outros países deixem a missão, que é bastante visada e estratégica para muitos países, inclusive os europeus", explicou Adriana em entrevista à Agência Efe.
"Diria que, após o Líbano, a melhor opção seria uma missão na África, onde há forte demanda por maior participação. O Brasil, por exemplo, já recebeu convite da ONU para integrar missões no Mali e na República Centro-Africana. O Mali, no entanto, se insere em um jogo geopolítico pesado, sobretudo pela atuação da França e países vizinhos. O segundo parece mais viável dado o acesso logístico, mas também pela natureza do conflito no país e nos seus arredores", acrescentou a pesquisadora.
Antes de tomar uma decisão, porém, será necessário um debate interno sobre a postura do Brasil em relação às missões de paz. Para Kai Michael Kenkel, professor do Instituto de Relações Internacionais da PUC-RJ, há dúvidas sobre a "exportabilidade" do modelo da Minustah, especialmente para a África.
Apesar de a Minustah ser autorizada sob o Capítulo 7 da Carta das Nações Unidas, que prevê uso da força em casos específicos, as atuais missões da ONU no continente africano utilizam do expediente coercitivo com mais frequência do que no caso haitiano.
"O jeito brasileiro nas operações de paz é altamente eficaz em situações que são parecidas culturalmente e socioeconomicamente com o Brasil. Em situações diferentes, como em sociedades predominantemente muçulmanas e com diferenças linguísticas fortes, resta saber se haverá o mesmo sucesso", avaliou Kenkel.
"O país terá que lidar com a tensão que isso cria com suas tradições através de um debate amplo com envolvimento da sociedade civil e da academia, além das instâncias do governo. E o resultado não será necessariamente o apoio ao uso de mais força", ressaltou.
A opinião é compartilhada pelo professor do Instituto de Relações Internacionais da UERJ, Marcelo Valença, que destacou que o Brasil evita missões com perfil de uso da força pela defesa histórica do país das premissas de não intervenção, soberania e solução pacífica de conflitos.
"A Unifil seria uma opção. As discussões que vim acompanhando sugerem a possibilidade de o Brasil comandar missões no Sudão do Sul ou na África Ocidental, onde já participamos com posição de liderança. A expectativa é que fosse pensado algo nesse sentido. O debate acabou esfriando com as atuais questões enfrentadas pelo governo", ressaltou Valença.
Adriana concorda com a dificuldade de conciliar o mandato das missões na África com os princípios básicos da diplomacia brasileira e afirmou que há ressalvas dentro do próprio Ministério das Relações Exteriores. Alguns diplomatas, segundo a pesquisadora, pontuam o risco que as operações trariam às tropas e também ao território nacional, devido à presença de elementos terroristas em alguns desses países.
"O Brasil já recebeu convite da ONU para integrar missões no Mali e na República Centro-Africana. O Mali, no entanto, se insere em um jogo geopolítico pesado, sobretudo pela atuação da França em países vizinhos. O segundo parece mais viável dado o acesso logístico, mas também pela natureza do conflito no país e nos seus arredores", disse.
"Há certa cautela quanto ao melhor momento para esse novo engajamento, por receio de que o Haiti sofra algum retrocesso em sua estabilidade terminada a Minustah. Se as tropas brasileiras estivessem engajadas em outra operação em 2018, seria muito difícil mobilizar um retorno, até porque a preparação no Centro Conjunto de Operações de Paz dura entre quatro e cinco meses", explicou a pesquisadora do Instituto Igarapé.
Os especialistas, no entanto, indicam que, independentemente dos obstáculos enfrentados, o governo deve manter sua presença em operações de paz da ONU.
"É de suma importância não só para o Brasil, mas também para as populações no mundo que precisam do Brasil, que o país desenvolva uma estratégia coerente para assumir sua responsabilidade internacional", ressaltou Kenkel.
Já para Adriana, "é possível que o reengajamento demore mais do que o desejado pela ONU ou por outros atores da comunidade internacional que pressionam o Brasil".
"Mas é certo que há cálculos e negociações internas, a despeito da crise, tanto no âmbito do Ministério da Defesa como no Ministério das Relações Exteriores. Embora ainda não tenham chegado a um consenso por causa da situação política e econômica do país, parece não haver dúvidas de que o Brasil continuará procurando oportunidades para se engajar", concluiu.
Rota do PCC carregava 5 toneladas de cocaína em 20 voos por mês
Operação com apoio da PF brasileira e do DEA dos Estados Unidos fez buscas até em uma fazenda do narcotraficante Jarvis Pavão
Helio De Freitas, De Dourados
A Senad (Secretaria Nacional Antidrogas) do Paraguai acredita ter desmontado, com a operação feita segunda-feira e terça-feira (30) na fronteira com Mato Grosso do Sul, a principal rota área operada pelo PCC (Primeiro Comando da Capital) para trazer cocaína da Bolívia e enviar ao Brasil e a países europeus.
Apoiada pelas Forças Armadas do Paraguai, por agentes antidrogas dos Estados Unidos e pela Polícia Federal brasileira, a Senad fez buscas em oito locais de Pedro Juan Caballero e Bella Vista Norte, as duas cidades vizinhas de Mato Grosso do Sul.
Dois narcopilotos foram presos – o brasileiro Paulo Vicente Freitas Tavares e o paraguaio Carlos Antonio Mendieta Ortiz. Um avião monomotor usado para transporte de droga foi apreendido no aeroporto de Pedro Juan e na zona rural de Bella Vista Norte a força-tarefa encontrou 513 quilos de cocaína em uma pista clandestina.
De acordo com a Senad, o esquema operado pela facção criminosa brasileira fazia pelo menos 20 voos mensais para transportar a cocaína boliviana e tinha capacidade de trazer até cinco toneladas da droga, enviada ao Brasil e a países da Europa.
“Esse braço do PCC movimentava pelo menos 3,5 milhões de dólares por semana em drogas”, afirmou um agente da Senad.
O avião com matrícula paraguaia, prefixo ZP-BCU, tinha descarregado a cocaína na pista clandestina e depois foi para o aeroporto de Pedro Juan, onde os dois pilotos foram presos.
Barão da droga – Além do PCC, apontado pelo Paraguai como a principal organização criminosa em atuação no país vizinho, as investigações apoiadas pelos Estados Unidos chegaram também ao brasileiro Jarvis Chimenes Pavão, sócio da facção criminosa e que atualmente cumpre pena por lavagem de dinheiro em Assunção.
As equipes da Senad estiveram em uma das fazendas de Pavão, a “Quatro Filhos”, localizada em Yby Yaú, no departamento de Concepción, onde o brasileiro tinha sido preso, em 2008. A Senad não informou se foi feita apreensão na propriedade.
Os policiais estiveram também na mecânica Moto Repuestos Paso Hú, pertencente ao paraguaio Milciades Torres, suspeito de fazer parte da organização criminosa.
Helicóptero da FAB transporta água para vítimas da enchente em PE
Um helicóptero H-36 Caracal foi engajado na missão de ajuda à vitimas no Nordeste
Um helicóptero H-36 Caracal do Esquadrão Puma (3º/8º GAV) da Força Aérea Brasileira (FAB) decolou de Recife (PE), no fim da tarde desta terça-feira (30/05), para dar apoio às vítimas das enchentes na região.
Ao todo, 12 militares compõem a tripulação da aeronave que decolou do Rio de Janeiro (RJ) na segunda-feira, e não tem previsão de retorno.
O Ministério da Defesa solicitou a participação das três Forças Armadas, após as fortes chuvas que atingiram os estados de Alagoas e Pernambuco.
Um helicóptero H-36 da Marinha do Brasil também está engajado na mesma missão. Mais de 30 mil pessoas estão desabrigadas. No primeiro dia de missão foram transportados cerca de 1.500 litros de água para a cidade de Barreiros (PE), situada a 100 km da capital.
O material foi destinado pela Defesa Civil às populações ilhadas devido às fortes chuvas. Ainda pela manhã, a tripulação fez um voo de reconhecimento para definir os pontos estratégicos da missão. A equipe da FAB ficará responsável por levar alimentos e água para áreas mais atingidas pelas chuvas e, também, fazer o transporte de desabrigados.
Capacidade - A aeronave pode transportar até 29 pessoas, além de seus dois pilotos, e tem grande capacidade para carga. Possui modernos sistemas aviônicos e de monitoramento redundante que garantem elevado desempenho e máxima segurança.
O Caracal realiza voos a qualquer hora do dia ou da noite para cumprir missões de busca e salvamento, resgate em combate, operações especiais, evacuação aeromédica, transporte logístico e apoio às comunidades nos casos de calamidades públicas.
EMBRAER Confirma parceria com a SAAB no KC-390
O diretor de Inteligência de Mercado da EMBRAER Dimas Tomelin, confirmou com exclusividade para DefesaNet o avanço nas discussões com o grupo sueco SAAB.
Júlio Ottoboni
A EMBRAER negocia com a SAAB a produção de uma versão da aeronave de transporte multimissão da linha KC-390. Essa nova parceria visa suprir a demanda da frota das Forças Armadas do governo da Suécia para esse tipo de aeronave militar, atualmente modernizando aeronaves Hércules C-130C na espera do KC-390.
As conversações estão adiantadas e devem abranger também subprodutos derivados da produção do caça Gripen NG para atender tanto as Forças Armadas brasileiras como o mercado internacional.
As exposições das possibilidades de negócios na área de aeronáutica militar são vistas com entusiasmo por ambos os lados. O governo da Suécia falou inclusive em acertar com o Brasil a exploração na área de mineração, mas o foco principal é o segmento de defesa e estreitar as relações com a EMBRAER.
“O mercado de defesa é onde estamos concentrando todos nossos esforços e é o setor que há uma maior sinergia entre a EMBRAER e a SUÉCIA. Temos equipes que trabalham em conjunto para buscar e capturar novos mercados, além de atender novos clientes, não temos nada ainda específico, mas bastante avaliações”, comentou o representante da Embraer e diretor de Inteligência de Mercado da EMBRAER Dimas Tomelin, que participou como palestrante no evento o Brazil-Sweden Seminar on Aeronautical Cooperation, realizado no dia 31 de maio em São José dos Campos – SP.
Tomelin cogitou a permanência da BOEING como parceira na produção com a EMBRAER e a Saab no novo modelo customizado para a Suécia. A boa relação entre as empresas ajudará neste processo e a companhia norte americana é vista como estratégica para um novo projeto deste porte.
Entretanto, não há prazo para o anúncio oficial do futuro contrato e da parceria. Embora tanto as frentes de trabalho dos governos e das empresas estejam já atuando em detalhes. Os processos estão bem adiantados, como garantiu o executivo brasileiro. A EMBRAER e a SAAB já vem discutindo o assunto há alguns anos sobre o assunto e várias informações técnicas do avião foram repassadas para os suecos analisarem as características do aparelho.
Dentro do mercado de defesa, tanto a EMBRAER como a SAAB esperam gerar outras possibilidades comerciais a partir do programa do caça Gripen NG como do KC-390. Segundo Tomelin, devem surgir diversos produtos derivados, que podem abastecer as forças armadas em diversas frentes, tanto na aeronáutica, na naval como nas forças terrestres.
“Temos radares, comando de controle e outros produtos que não se competem, mas valem para diversos ambientes. Em linhas gerais, na área de defesa não excluímos nenhum potencial, até mesmo porque a tecnologia nos permite”, comentou Tomelin.
O clima no evento, no qual participaram diversos representantes de empresas de ambos países como agentes diplomáticos e das armadas, era de empolgação com a concretização do negócio e a ampliação dos clientes do KC, além de possibilitar variações em sua configuração, expandindo em muito as fronteiras de mercado.
“Temos certeza que se concretizarmos a venda do KC-390 para a Suécia seria muito bom para ambos os países, mostraria uma parceria equilibrada e as discussões estão indo muito bem neste sentido”, observou o diretor da EMBRAER.
O interesse Sueco
No dia anterior no evento Fórum de Investimento Brasil 2017, em São Paulo, o Ministro da Defesa, Raul Jungmann junto com o CEO da SAAB Hakan Bushke, e o Embaixador da Suécia no Brasil mostrou que o Brasil tinha interesse na participação da Suécia no Programa KC-390.
A Suécia sempre mostrou interesse no KC-390, como alternativa para a substituição das suas aeronaves Hercules C-130. Porém, há dois anos surgiram dúvidas, em especial com o atraso no programa do KC-390.
No evento do Swedish Air Force Club, antes do Salão de Le Bourget, o então Comandante da Força Aérea Sueca (Flygvapnet), Major-General Micael Bydén, foi claro em uma declaração exclusiva para DefesaNet:
“Para a Força Aérea Sueca o KC-390 é preferencial se mantiver o cronograma de desenvolvimento”.
Neste período tinha sido oficializado o atraso de 18 meses no cronograma do Programa do KC-390 por atrasos orçamentários.
Modernização Hercules C-130 (Tp84)
A Suécia está modernizando 6 Hercules C-130 E/H, em especial na parte de aviônica. Os últimos C-130H foram recebidos em 1981.
A Suécia almeja a liderança da União Europeia Nord Group. Os equipamentos atuais limitam a capacidade de voo em áreas civis. Serão modernizadas seis aeronaves C-130 Hercules.
A capacidade de Reabastecimento em Voo (REVO) do KC-390 e a possibilidade de usar pistas sem preparação é prioritário para os suecos.
Ministro Jungmann defende parceria internacional para o projeto do KC 390
O ministro da Defesa, Raul Jungmann, defendeu, nesta terça-feira (30), que grupos estrangeiros participem do projeto do KC 390. A manifestação foi feita durante audiências ao CEO da empresa sueca SAAB, Hakan Buskhe, e o vice-presidente da norte-americana Rockwell Collins, Alan Prowse. Jungmann participou da abertura do Fórum de Investimento Brasil 2017, num hotel em São Paulo.
“A Embraer vem me convidando para voar no KC 390 e eu estou pensando em convidá-los para voarem comigo”, disse o ministro aos dois executivos em reuniões que ocorreram em separado.
Nesta quarta-feira (31), Jungmann participa de painel no âmbito do fórum, que conta com mais de 260 empresários inscritos, dentre brasileiros e estrangeiros. Por isso, Jungmann explicou, nas duas audiências, que o governo federal vem buscando estruturar a legislação que permita os investimentos de conglomerados estrangeiros.
Para o ministro, o incremento do cargueiro KC 390 será de suma importância. Na conversa com o executivo da SAAB, explicou que o Brasil vem desenvolvendo parceria no caça Gripen e deseja que a empresa sueca também entre no programa do avião de carga. Jungmann informou também que busca outros parceiros na Colômbia e na Índia.
Numa outra frente, o ministro também quer abrir espaço para alavancar o Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão. Segundo o ministro, o local oferece as melhores condições para a colocação em órbita de satélites de pequenos portes.
Brasil Investiment Fórum
Jungmann esteve na cerimônia de abertura do seminário Brasil Investimento Fórum 2017. Aberto pelo presidente Michel Temer, o evento atraiu investidores de mais de 40 países. Em discurso, Temer defendeu a continuidade de investimento no Brasil e assegurou que o governo dará todas as condições para que as empresas continuem apostando no Brasil.
Nas conversas com investidores, o ministro Jungmann explicou que no segmento de defesa tem se criado ambiente favorável para investimentos. Ele recordou que, ainda neste ano, o BNDES anunciou uma linha de crédito destinada a financiar governos estrangeiros que desejam parcerias com programas brasileiros.
Nesta quarta-feira, além do painel no fórum, o ministro irá conversar com diversos executivos de conglomerados internacionais.
PORTAL REDE BRASIL ATUAL
Atual governo fracassou na América do Sul, avalia Amorim
Para ex-ministro, Brasil deveria ter papel conciliador na crise venezuelana
Vitor Nuzzi
São Paulo – Ministro das Relações Exteriores de 2003 a 2010 (todo o período do governo Lula) e da Defesa de 2011 a 2014 (gestão Dilma), o embaixador Celso Amorim critica a atual política externa, citando a crise da Venezuela. "Onde o Brasil fracassou realmente foi na América do Sul. Eu não posso conceber, independentemente da crise, que um país do tamanho do Brasil não tenha nenhum papel como conciliador", afirmou, durante palestra realizada na noite de ontem (30), na Universidade Estadual Paulista (Unesp), na região central de São Paulo. Ele está lançando o livro A Grande Estratégia do Brasil, coletânea de artigos, discursos e entrevistas durante sua gestão na Defesa.
Para Amorim, ainda que a crise política naquele momento não fosse tão aguda no país vizinho, a criação de um "grupo de amigos" da Venezuela pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi "fundamental para que houvesse algum diálogo". Ele disse não acreditar na deflagração de um conflito, mas, parafraseando o político Otávio Mangabeira (que falou em democracia), disse que "a paz também é uma planta tenra" e que, entre as nações, o histórico é de guerra.
"A paz, a diplomacia e a defesa estão muito juntas. E você não pode, com estridências, colocar tudo isso a perder", afirmou.
Para o embaixador, com um governo como o Donald Trump nos Estados Unidos, seria um momento para a integração sul-americana se fortalecer. Mas ele diz não ver "nenhuma liderança" no continente. O Brasil, acrescentou, precisa ter uma presença mundial compatível com o seu tamanho, citando pioneiros da diplomacia, como o Barão de Rio Branco e San Tiago Dantas e apontando perda de soft power. "Você precisa também ter um poder robusto que é capaz de dar suporte a esse poder brando."
Amorim observa que, até pouco tempo atrás, um termo como Conselho de Defesa Sul-Americano era "impensável", assim como a União de Nações Sul-Americanas (Unasul) e a Escola de Defesa. Integração do continente, só no futebol, brincou, lembrando ainda da pergunta feita por um repórter: "Por que o senhor se preocupa tanto com a América do Sul?" A resposta foi singela: "Porque eu moro aqui".
Mediado pelo professor Héctor Luís Saint-Pierre, do Instituto de Políticas Públicas e Relações Internacionais, o evento de ontem também comemorou os 30 anos da Editora Unesp e do Centro de Documentação e Memória (Cedem) da instituição. O livro aborda temas como atualização tecnológica, cooperação no continente e papel das Forças Armadas. A uma pergunta sobre uma possível intervenção militar diante da crise brasileira, Amorim afirmou não acreditar na possibilidade. "E nem creio que eles queiram", acrescentou.
O embaixador lamentou o decreto do governo Temer, de 24 de maio, dia da marcha das centrais sindicais e movimentos sociais a Brasília, convocando as Forças Armadas, para operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO). "Episódio tão lamentável que o próprio governo voltou atrás em um dia."
Ele defendeu ainda a opção, pelo Brasil, de compra de jatos suecos. Durante anos, o país negociou também com fabricantes dos Estados Unidos e da França. "A judicialização do caso dos caças suecos é algo espantoso, porque sempre foi a preferência da Aeronáutica", observou Amorim. Segundo ele, a escolha permitiu uma compra um pouco mais barata e com maior autonomia tecnológica.
PORTAL FOLHA VITÓRIA (ES)
Espaço aéreo de Vitória será controlado por sistema automatizado
O sistema é SAGITARIO (Sistema Avançado de Gerenciamento de Informações de Tráfego Aéreo e Relatórios de Interesse Operacional)
Redação Folha Vitória
O espaço aéreo de Vitória será controlado por um novo sistema automatizado. A inauguração do novo sistema de controle do espaço aéreo, chamado Sagitario (Sistema Avançado de Gerenciamento de Informações de Tráfego Aéreo e Relatórios de Interesse Operacional), acontecerá na próxima quarta-feira (7/06), no Centro de Controle de Aproximação (APP) do Aeroporto de Vitória.
O sistema é desenvolvido pela Atech em conjunto com a Força Aérea Brasileira (FAB) e vai contribuir para melhorar as operações de pouso e decolagem e garantir mais segurança e precisão no controle do tráfego aéreo do Centro de Controle de Aproximação (APP), de Vitória. Até então, esse processo era feito por comando de voz.
A solução vai apoiar na gestão dos voos com partida e destino na Capital do Espírito Santo, considerada um dos pontos turísticos do País. Segundo a Secretaria de Estado do Turismo (SETUR), a cidade recebeu em 2016, 1.592.450 visitantes.
Com o sistema, o Brasil realizou com sucesso dois grandes eventos mundiais – Copa do Mundo FIFA 2014 e Jogos Olímpicos Rio 2016 – nos quais foi mantido o nível de segurança e eficiência das operações, mesmo com o grande aumento no fluxo de aeronaves no espaço aéreo brasileiro.
PORTAL RFI
Oito anos depois do acidente do voo AF447, famílias ainda buscam por Justiça
Por Taíssa Stivanin
O acidente com o Airbus 330 da companhia Air France, que fazia a ligação entre Rio e Paris e caiu no meio do oceano Atlântico, deixando 228 mortos, completa 8 anos nesta quarta-feira. Depois de quase uma década, as famílias, que se recusam a aceitar as conclusões do relatório final apresentado em 2012 pela BEA, a agência civil da aviação francesa que investiga acidentes aéreos, buscam na Justiça que o fabricante seja responsabilizado.
Em função do fuso horário, todos os anos, as cerimônias se repetem no dia 31, no Leblon, no Rio, e dia 1° no cemitério do Père Lachaise, em Paris, onde foi construído um monumento em homenagem às vítimas de um dos piores acidentes da aviação francesa. Mas longe desses dois locais se trava uma batalha na Justiça entre as famílias e as empresas Air France e Airbus que respondem a um processo criminal. Os juízes responsáveis pelo caso agora pediram uma nova perícia independente, cujo parecer será divulgado no dia 3 de setembro.
Se o laudo for favorável às famílias, o fabricante, acusado pelas falhas técnicas, e a companhia Air France, pelo treinamento inapropriado dado aos pilotos, serão julgados no tribunal – por enquanto, o processo ainda está na chamada fase de “instrução”, que antecede o julgamento no Tribunal Correcional. “Esperamos, que de uma vez por todas, o inquérito possa avançar”, disse a presidente da Associação Francesa dos Familiares das Vítimas, Danielle Lamy, Entraide et Solidarité, que perdeu seu filho, Eric Lamy, no acidente.
“Na prática, a contra-expertise reabre todos as frentes de investigação sobre as verdadeiras causas da queda do AF-447, em especial sobre a eventual culpabilidade de duas partes: a Airbus, fabricante da aeronave e a Air France; companhia à qual o avião pertencia e empregadora dos pilotos”, diz o texto do comunicado divulgado pela Associação dos Familiares das Vítimas do voo 447. Segundo o texto, o pedido de parecer técnico independente é o terceiro solicitado pelo Ministério Público e pela Justiça da França.
Versão inaceitável
O inquérito se arrasta desde a tragédia e visa esclarecer o que é considerado inaceitável pelos familiares e contestado por especialistas em aviação: a versão do relatório final, que em resumo culpa os pilotos pela tragédia. Depois da análise das caixas-pretas do voo, encontradas quase dois anos depois, os investigadores do BEA concluíram que a sequência de falhas mecânicas associada a manobras errôneas executadas pelo co-piloto, conduziu à catástrofe.
Tudo começou com o congelamento dos sensores Pitot, que medem a velocidade do avião, e passou a enviar informações errôneas, levando à desativação do piloto automático e à perda de sustentação do avião. O diretor de voo, que fornece dados e parâmetros, orientou os pilotos a ganharem altitude – sendo que eles deveriam empurrar o nariz do Airbus para baixo, ou picar o avião. A conclusão final da agência, entretanto, é de que o avião poderia ter se estabilizado e pousado normalmente em Paris, independentemente dos problemas técnicos. Uma versão contestada pelas famílias, que pretende responsabilizar a Air France e Airbus.
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