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NOTIMP - Noticiário da Imprensa - 16/11/2014

Após assinatura do contrato, F-X2 encara seu maior desafio ...




Consolidada a compra dos caças suecos Gripen NG, Brasil e Suécia iniciam processo complexo que prevê transferência de tecnologia; líder dessa etapa, Embraer aguarda assinatura de acordo para março de 2015 ...



Após a euforia da assinatura do contrato entre o Brasil e a Suécia em outubro, pelo programa F-X2, começa agora o desafio de fazer o acordo funcionar na prática. A partir de março de 2015, começam os preparativos para a etapa mais complexa do programa --a transferência de tecnologia, prevista no contrato de US$ 5,4 bilhões ...







Acompanhe aqui o Noticiário relativo ao Comando da Aeronáutica veiculado nos principais órgãos de comunicação do Brasil e até do mundo. O NOTIMP apresenta matérias de interesse do Comando da Aeronáutica, extraídas diretamente dos principais jornais e revistas publicados no país.




JORNAL CORREIO BRAZILIENSE


O legado do front


Eram 10h59 de 11 de novembro de 1918. A 60 segundos do cessar-fogo, tombava, na França, o soldado americano Herny Gunther, o último homem a morrer na Primeira Guerra Mundial. Entre 1914 e 1918, o conflito ceifou mais de 18 milhões de vidas, entre civis e militares. O sangrento campo de batalha deixou, contudo, importantes legados para a medicina. Na era pré-antibióticos, os médicos tiveram de lidar com pacientes gravemente feridos, doenças infecciosas e amputações. Tudo isso ajudou a corrida por tratamentos mais eficazes, usados ainda hoje, 100 anos depois.
Naqueles tempos, os principais inimigos não eram os soldados do campo oposto. Esses podiam ser vistos por cima das trincheiras. Os piores eram os invisíveis. Micro-organismos que entravam pelos ferimentos, viajavam pela corrente sanguínea, apropriavam-se do corpo inteiro, levando à morte. Contra eles, não havia remédios certeiros — os antibióticos só seriam descobertos em 1928, por Alexandre Fleming. O microbiólogo inglês começou a busca pelos agentes justamente impulsionado pelo grande número de óbitos ocorridos nos quatro anos de batalha devido a machucados infeccionados.
Um dos grandes vilões da guerra foi o tétano. Em 1914, oito em cada 1.000 soldados britânicos contraíam a doença. “Isso fez com que se iniciasse o maior projeto de pesquisa médica de guerra do exército inglês com objetivo de prevenir a enfermidade e também diminuir a alta mortalidade”, conta Dennis Shanks, pesquisador do Instituto Army Malaria, da Austrália. O médico é um dos autores de uma série de artigos publicados na revista The Lancet, em uma edição comemorativa dos 100 anos do armistício.
A vacina antitetânica ainda não existia, e a única arma preventiva disponível era o soro de cavalo — inseria-se a Clostridium tetani, bactéria causadora do tétano, no sangue do animal, que desenvolvia anticorpos. Esse material era, então, injetado nos humanos. Mas o método ainda levantava desconfiança, além do quê não tinha grande eficácia.
A edição de 2 de dezembro de 1916 da mesma The Lancet trazia artigos sobre os tratamentos que vinham sendo adotados nos hospitais britânicos. “Apesar dos efeitos terapêuticos do soro antitetânico, as evidências coletadas entre 1915-1916 não foram conclusivas”, dizia um dos textos. Admitindo o desconhecimento de um tratamento eficaz, o mesmo autor recomendava: “Coloque o doente em uma sala escura, aos cuidados de uma enfermeira simpática e capaz. Descanso, sono e comida são essenciais para o tratamento”. Também se sugeria que os soldados acometidos pelo tétano recebessem doses diárias de sedativos, em especial morfina, para aguentar as dores e as convulsões decorrentes da doença.
Fase de transição
A própria ideia que se tinha sobre vírus, fungos e bactérias era ainda estranha aos médicos. “A descoberta dos micro-organismos e o papel deles na causa de doenças infecciosas simplesmente mudou quase tudo que se sabia sobre essas doenças”, observa Shanks. “Louis Pasteur morreu somente em 1895. Então, em 1914, os oficiais médicos da guerra mundial viam essa ideia como muito nova. Os médicos mais velhos ainda estavam agarrados ao antigo conceito do miasma e do ‘mal ar’ (de onde vem a palavra malária)”, diz o pesquisador. “Por isso, a primeira guerra foi um momento de transição. A medicina teve de absorver novos conhecimentos e colocá-los em prática o mais rápido possível, não havia tempo a perder no front.” Ele destaca que medidas antiéticas também fizeram parte desse cenário. “Prisioneiros de guerra podiam ser usados em investigações clínicas letais, e o confinamento de milhares de homens para uso forçado de novos medicamentos foi uma prática aceita”, critica.
Enquanto os soldados lutavam nos campos de batalha e os enfermeiros tratavam dos ferimentos em hospitais militares, em seus laboratórios, os médicos corriam contra o tempo para buscar terapias capazes de enfrentar as infecções. Outro grande problema na época era a febre tifoide, causada pela ingestão, pela água ou por alimentos contaminados pela bactéria Salmonella typhi. Os exércitos americano e britânico já conheciam os efeitos devastadores da doença, que derrubou batalhões na guerra hispano-americana (1898) e na guerra sul-africana (1899-1902). Nessas ocasiões, o tifo provocou 2.192 e 8.227 óbitos, respectivamente. Em 1915, soldados americanos, franceses e italianos aderiram à vacinação obrigatória. Entre os britânicos, houve maior resistência — provavelmente, devido aos ecos de um forte movimento antivacinas que surgiu no século anterior na Inglaterra.
A imunização não estava livre de fortes efeitos colaterais. Os soldados caíam doentes depois da vacina: mais de 35 mil dos 4 milhões de combatentes americanos que receberam a injeção foram admitidos aos hospitais logo em seguida. Alguns chegaram a passar até seis meses internados. O risco, contudo, valeu a pena. As taxas de febre tifoide no Exército americano caíram de 142 infecções por 1.000 em 1898 para menos de uma por 1.000 na primeira guerra. O mesmo aconteceu entre os britânicos vacinados. “A campanha de vacinação contra o tifo foi o grande sucesso médico da primeira guerra mundial”, aposta Ted Maguder, pesquisador de ciências naturais da Universidade da Virgínia do Norte.
“Nos últimos 100 anos, as atitudes em relação às doenças infecciosas mudaram muito. A febre tifoide, por exemplo, agora é uma doença associada à falta de acesso a saneamento básico e ocorre, principalmente, em países pobres, raramente atingindo a Europa ou os Estados Unidos. A vacina antitetânica eliminou o tétano mesmo de países com sistema de saúde rudimentar”, observa Dennis Shanks. De acordo com ele, essas e outras mudanças — como controle de tuberculose, enfermidades tropicais e doenças sexualmente transmissíveis — foram possíveis por causa da pesquisa médica militar. “Testes clínicos controlados tornaram-se o meio aceito para comprovar a eficácia de novas vacinas e drogas antimicrobianas. E o mais admirável é que os médicos da primeira guerra foram capazes de grandes avanços tendo poucos recursos e pouquíssimo tempo.

AGÊNCIA CÂMARA


Plenário pode votar MP da aviação regional e projeto da biodiversidade


O estímulo à aviação regional (MP 652/14) e a regulamentação do acesso à biodiversidade (PL 7735/14) são os destaques da pauta do Plenário da Câmara dos Deputados. Essas duas propostas trancam a pauta de votações, juntamente com a medida provisória que libera recursos para o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).

Transferida por acordo para esta terça-feira (18), a votação da Medida Provisória 652/14 ocorrerá sem obstrução. A MP cria o Programa de Desenvolvimento da Aviação Regional (Pdar) para estimular o setor por meio de subsídios às tarifas aeroportuárias e aos custos dos voos.

Segundo o texto do senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA), aprovado na comissão mista que analisou a MP, metade dos assentos das aeronaves poderão ser subsidiados, limitados a 60 por voo.

Outros parâmetros que seriam regulamentados pelo Executivo também foram incorporados no texto, como o prazo de duração dos incentivos, fixado em cinco anos, com uma prorrogação justificada; e o máximo de 30% dos recursos do Fundo Nacional de Aviação Civil (FNAC) para esses subsídios (R$ 1,3 bilhão do estimado para 2015).

JORNAL O VALE (SJC)


Após assinatura do contrato, F-X2 encara seu maior desafio

Consolidada a compra dos caças suecos Gripen NG, Brasil e Suécia iniciam processo complexo que prevê transferência de tecnologia; líder dessa etapa, Embraer aguarda assinatura de acordo para março de 2015

Sheila Faria

Após a euforia da assinatura do contrato entre o Brasil e a Suécia em outubro, pelo programa F-X2, começa agora o desafio de fazer o acordo funcionar na prática. A partir de março de 2015, começam os preparativos para a etapa mais complexa do programa --a transferência de tecnologia, prevista no contrato de US$ 5,4 bilhões.
O acordo prevê a compra de 36 caças Gripen NG, que serão produzidos pela empresa Saab na Suécia em parceria com empresas brasileiras mediante transferência de tecnologia.
Sob a tutela da Aeronáutica, essa etapa ainda requer negociações entre os países e empresas parceiras do contrato, a principal delas, a Embraer, de São José.
“As reuniões bilaterais estão ocorrendo para definição dos detalhes”, disse em Linköping, na Suécia, o brigadeiro Ricardo Machado Vieira, chefe do Estado Maior das Forças Armadas do Brasil, no início de novembro.
A Embraer, que terá a liderança no processo de transferência de tecnologia, informou que o contrato definitivo para esse estágio ainda precisa ser assinado. A previsão é que a assinatura ocorra em março do ano que vem.
A empresa brasileira será co-responsável pelo desenvolvimento completo da versão de dois lugares do Gripen NG, inclusive do processo de certificação do avião.
A Embraer também vai coordenar atividades de produção no Brasil em nome da Saab, incluindo a participação no desenvolvimento de sistemas, integração, testes em voo, montagem final e entrega das aeronaves feitas no Brasil.
Até agora, a Embraer assinou memorando de entendimento com a Saab, substituído por um acordo preliminar, que detalha o escopo da parceria.

Avanço. Na Suécia, executivos da Saab têm um discurso mais avançado. “Já foram feitas muitas discussões com os parceiros e estamos prontos para a transferência de tecnologia”, disse Jan Germundsson, vice-presidente de Parcerias Industriais da Saab.
Germundsson disse que a Suécia espera 200 engenheiros brasileiros a partir de 2015 para iniciar a transferência de tecnologia. A informação não foi confirmada no Brasil.
Os engenheiros seriam de empresas selecionadas como parceiras. Ulf Nilsson, chefe do Gripen na Area Aeronáutica, citou sete principais empresas, além da Embraer.
Seriam a SBTA e a Inbra, de São Bernardo, a Akaer, Mectron e Atech, de São José, a Selex e a GE. A SBTA --segundo executivos da Saab-- teria previsão de contratar 1.000 pessoas em razão do contrato.
Oficialmente, as parceiras falam pouco sobre o assunto. Ainda haveria temores, por exemplo, de que fornecedores tenham dificuldade de cumprir prazos. As entregas devem acabar em 2024, um ano além do previsto inicialmente, para previsão de atrasos.
“A parceria é o mais importante agora”, afirmou Bo Torrestedt, diretor da Saab para a América Latina.

São Bernardo passa São José

Opção inicial dos suecos em 2008, quando o governo retomou a disposição de comprar caças, São José acabou preterida; lobby de Luiz Marinho e ‘coincidências’ levaram empresa e centro de pesquisa ao ABC

Apesar de a Embraer ter uma posição estratégica no processo F-X2, co-responsável pelo desenvolvimento completo da versão de dois lugares do Gripen NG, São José dos Campos perdeu terreno para São Bernardo, que caiu nas graças do governo da Suécia e vai abocanhar investimentos e sediar nova empresa e centro de pesquisa e inovação.
A partir de 2015, começa a ser construída a SBTA (São Bernardo Tecnologias Aeronáuticas), empresa que vai gerenciar a cadeia de suprimentos e produzir partes estruturais do Gripen a partir de 2017.
Para impulsionar o empre-endimento, a empresa sueca Saab vai injetar US$ 150 milhões na SBTA para a criação da unidade e compra de maquinário. A nova empresa tem 40% de participação da Saab.
A empresa terá atribuição, inclusive de buscar fornecedores internacionais, como fabricante de nível internacional.
A previsão é que ela tenha um faturamento estimado entre US$ 40 e US$ 60 milhões e vai disputar um mercado avaliado em US$ 35 milhões.
Não é pouco. “A SBTA será uma produtora global, capaz de fornecer para qualquer empresa de defesa. Vai ser competitiva”, disse Jan Germundsson, vice-presidente de Parcerias Industriais da Saab.

Inovação. Além disso, São Bernardo também foi escolhida para sediar o CISB (Centro de Informação e Pesquisa Sueco-Brasileiro), uma arena de inovação e fomento à parceria entre Brasil e Suécia.
“O centro de pesquisa está alinhado com interesses do prefeito de São Bernardo”, disse Häkan Buskle, CEO e presidente da Saab, à época do anúncio dos investimentos.
Para executivos da Saab, a opção por São Bernardo foi “uma coincidência”, embora admitam que a princípio se cogitava apenas instalações de centros de tecnologia e empresas do segmento em São José.
A “coincidência” teve um forte empurrão do prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), citado em todas as entrevistas com executivos da Saab como “a pessoa que demonstrou que São Bernardo tinha uma forte vontade de dar um salto de tecnologia”.
Desde antes da escolha do Gripen, Marinho visitou a Suécia diversas vezes, sozinho ou acompanhado do ex-presidente Lula, e chegou a fazer um voo no Gripen, em Linköping.
Também é atribuída à influência de Marinho a participação estratégica da empresa Inbra, que deve produzir parte da fuselagem do novo avião, a princípio em parceria com a Akaer, de São José.

Política. “Optamos pelo melhor parceiro. Não houve nenhum tipo de pressão política nas escolhas de São Bernardo para os investimentos”, afirmou Germundsson.
Também teria pesado à favor de São Bernardo o fato de a cidade sediar a fabricante de caminhões sueca Scania, que já fez parte do grupo Wallenberg, controlador da Saab.
Para Carlinhos, novas parcerias vão ocorrer

Para o prefeito de São José, Carlinhos Almeida (PT), há muitas oportunidades para a cidade conquistar parcerias vantajosas com a Suécia.
“As projeções de ampliação da parceria entre Brasil e Suécia são muito positivas. Participei do Seminário Brasileiro-Sueco de Aeronáutica e Defesa, realizado no ITA e nele foram apresentadas perspectivas de negócios que vão surgir a partir da produção dos caças Gripen. Foi uma ótima oportunidade para empresários, autoridades e universidades alinharem objetivos. É uma cooperação de médio e longo prazo. São José tem o Parque Tecnológico e empresas que vão atrair novas parcerias”, disse.
O ex-prefeito Eduardo Cury (PSDB) disse que em 2010 visitou a Saab e chegou a ser convidado para voar no Gripen, mas à época, o caça sueco ainda não havia sido escolhido.
Segundo Cury, a prefeitura fez contato com os três concorrentes do programa à época, alinhando com eles o interesse da cidade em investimentos após a definição do vencedor. “A Boeing, por exemplo, nos procurou pessoalmente e chegou até a se instalar no Parque Tecnológico”, disse.

JORNAL ZERO HORA


Icone da paz, Suécia se prepara para a guerra

País que até hoje não aderiu à Otan decidiu reforçar seu orçamento de defesa e seu arsenal militar depois dos movimentos no Leste Europeu. Com um social-democrata de origem sindical no governo, quer ampliar capacidade de reação

Associada ao Prêmio Nobel da Paz – que tem indicação e entrega na Noruega, embora seja parte das distinções concedidas por instituições suecas –, a Suécia está reforçando o arsenal de guerra. As recentes intervenções da Rússia na Crimeia e no leste da Ucrânia, além de temores dos países bálticos – Estônia, Letônia e Lituânia – provocaram uma reviravolta na política de defesa sueca. 
Depois de reduzir o tamanho de suas forças armadas, com extinção do serviço militar obrigatório em 2010, o país nórdico quer se preparar para enfrentar ameaças. No início do mês, o novo primeiro-ministro do país, Stefan Löfven, recebeu um grupo de jornalistas brasileiros e descreveu o novo momento:
– Temos observado, há seis ou sete anos, um aumento da capacidade militar da Rússia. Isso não significa que estejamos identificando ameaça militar imediata da Rússia. Mas temos de considerar o que está ocorrendo nos arredores. Estamos aumentando nossa capacidade de defesa, desenvolvento cooperação com países nórdicos, países do Báltico, com a Otan, com a União Europeia. É uma nova situação geopolítica à qual temos de responder.
Um dia antes, o ministro da Defesa do país, Peter Hultqvist, dera ao mesmo grupo detalhes do esforço para reforçar o arsenal sueco. O governo pedirá ao parlamento um aumento de 10% no total de recursos destinados à defesa até 2024, para comprar armamento e reforçar as tropas.
Só a Força Aérea aumentou em 50% a participação em exercícios internacionais, conforme seu comandante, Micael Byden. Também passou a participar de intervenções diretas no exterior, como o apoio dado às forças da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) no Afeganistão e a operação Unified Protector na Líbia. Ao descrever a arma que comanda, Byden afirmou que tem “pequeno número em tempos de paz, não sei como seria em tempos de guerra”. E acrescentou:
– Isso é difícil de sustentar ao longo do tempo.
A Suécia não é membro da Otan, mas se considera um “aliado”, conforme o primeiro-ministro. Observadores internacionais especulam se não é hora de o país aderir formalmente ao tratado, mas o primeiro-ministro desconversa. Diz não ver necessidade de uma adesão plena.
Um episódio ocorrido em outubro ajudou a construir o discurso pró-rearmamento: rumores sobre a identificação de um submarino no arquipélago de Estocolmo – a capital sueca se desdobra em várias pequenas ilhas a leste da península escandinava – acionou alertas e expôs a fragilidade da defesa do país. Os russos negaram qualquer “situação irregular” e tudo ficou por isso mesmo, mas o episódio reforçou a posição de quem defende um reforço no arsenal.

País reconheceu estado da palestina

O mesmo governo que agora advoga mais armas e mais militares surpreendeu o mundo diplomático ao se tornar o primeiro país ocidental da União Europeia a reconhecer formalmente a Palestina como Estado independente, em 30 de outubro. Löfven afirma que a expectativa é de que “muitos países sigam a decisão da Suécia” e diz não temer riscos envolvidos na decisão.
– O único risco (do reconhecimento) é que seja muito tarde. Não há muito, na atual estratégia, que nos dê esperança (de pacificação). Está havendo retrocesso. Não há mais tratativas de paz, não há negociações. Temos ainda mais assentamentos na Cisjordânia. Não estamos apoiando um dos lados do conflito. Queremos contribuir para dar um novo impulso e levar a uma situação que envolva dois Estados, para que não seja tão desigual. Queremos apoiar os moderados na Palestina, Mahmoud Abbas. Essas são as forças que tentam negociar, tentam alcançar algum acordo de paz. Há outras forças na Palestina que não queremos apoiar.
De soldador a primeiro-ministro

Quando foi indicado como primeiro-ministro de um governo de minoria (32% dos votos), Stefan Löfven jamais havia sido parlamentar. Soldador, tinha se tornado líder de um dos mais importantes sindicatos da Suécia, o IF Metall. Integrante do Partido Social-Democrata, marcou a volta da legenda ao poder depois de quase 10 anos. Na frente de um grupo de jornalistas brasileiros, disse que havia ligado para cumprimentar Dilma Rousseff pela reeleição. Mas seu laço mais forte é com Luiz Inácio Lula da Silva.
– Sou um admirador do presidente Lula, embora nem chegue perto de uma comparação com ele. Temos em comum a origem sindical e a facilidade para nos entender, embora precisemos de intérprete. Eu não falo português, e Lula reforça que nunca vai aprender sueco – brincou.
Sério, lembra de ter perguntado a Lula o quanto era difícil ser presidente de um dos maiores países do mundo. A resposta – “ele disse que era muito difícil e estava trabalhando muito duro porque não queria que ninguém pudesse dizer que um trabalhador não pode governar um país” – teria sido a senha para suas próprias ambições:
– Tenho a mesma opinião. Fui muito inspirado por Lula.
No discurso do “Lula nórdico” há mais do que temas sindicais ou bélicos. Ao comentar temores da sociedade sueca sobre perda de empregos com a transferência de tecnologia ao Brasil, afirmou:
– Somos um país pequeno, precisamos de abertura. Podemos perder alguns empregos, mas devemos compensar com novos produtos e serviços. Por isso, somos tão atentos a inovação, a capital de risco. Precisamos exportar, temos de ser muito competitivos, altamente produtivos.

OUTRAS MÍDIAS


OLHAR DIGITAL


Tecnologia promete voos mais seguros no Brasil

 A tarefa de quem trabalha no controle do tráfego aéreo brasileiro não é nada fácil. Além das centenas de voos todos os dias – segundo a Agência Nacional de Aviação Civil, mais de sete milhões de passageiros transportados por mês – é preciso avaliar condições meteorológicas e situação das aeronaves em tempo real sem espaço para erros. Não bastassem todas essas variáveis, o Brasil tem um espaço aéreo territorial de 8,5 milhões de quilômetros quadrados; isso, sem contar o espaço sobre o oceano, que totaliza 22 milhões de quilômetros quadrados.
Ao lado de equipamentos modernos como radares e satélites, a principal ferramenta de controle do espaço aéreo é a comunicação. Em parceria com a Força Aérea Brasileira, este laboratório recém-inaugurado nas instalações do CPqD, em Campinas, deve ajudar na evolução dessa comunicação.
A ideia aqui é testar novos equipamentos e tecnologias que podem ajudar no controle do tráfego aéreo. Como dissemos no início, todos os elementos deste laboratório estão voltados para a comunicação; seja ela terra-terra ou terra-ar.
Atualmente, no Brasil, os serviços de controle do espaço aéreo utilizam apenas redes baseadas em circuitos fechados, como as redes de telecomunicações terrestres e satélites. Até hoje, nada de comunicação IP. Baseada na internet, as redes IP são redes capazes de transportar ao mesmo tempo voz e dados. Os benefícios da comunicação IP são grandes: além de mais flexibilidade, o serviço IP oferece maior largura de banda – ou seja, mais informação pode ser trafegada simultaneamente.
Aqui, no laboratório, será possível simular situações críticas e testar novas ferramentas, que garantem uma comunicação limpa mesmo em redes altamente congestionadas.
As novas tecnologias de comunicação prometem tornar o trabalho dos controladores de voo mais eficiente. Mas, muito mais importante que isso, deve tornar os voos ainda mais seguros, com uma monitoração mais precisa e em tempo real de tudo que acontece com as aeronaves.

MIDIA NEWS (MT)


MPE aciona prefeitura por destinação irregular de lixo

O Ministério Público do Estado de Mato Grosso, por meio da 4ª Promotoria de Justiça Cível da Comarca de Sinop (500 km ao Norte), ingressou com ação civil pública, em defesa da Ordem Urbanística, com pedido liminar, requerendo ao Poder Judiciário que determine ao município que se abstenha, imediatamente, de continuar destinando de forma inadequada e ilegal os resíduos sólidos nos “lixões” da cidade.
Requereu, ainda, a imposição para que seja realizada a remoção de todos os resíduos existentes nas referidas áreas.
De acordo com a promotora de Justiça Audrey Ility, a disposição inadequada de resíduos sólidos em Sinop resultou na degradação e poluição de várias áreas, como a Gleba Celeste (Lote 9/B), estradas Jacinta, Adalgisa e Elizabeth, Reserva R3,e um depósito provisório de pneus, localizado na Avenida João Pedro Moura de Carvalho.
“A manutenção do “lixão” da Estrada Jacinta, por exemplo, expõe a risco a integridade física e a vida de passageiros de voos comerciais ou não, pois está distante 4,8 quilômetros do centro geodésico do aeródromo de Sinop; já que no referido lixão há aves, tais como urubus, as quais podem conturbar o tráfego aéreo local”, alertou a promotora de Justiça.
Segundo ela, antes de ingressar com ação, foram realizadas várias tentativas de ajustamento de conduta, que não obtiveram êxito. Além dos pedidos liminares, na ação o Ministério Público requereu, no julgamento de mérito, que o município seja obrigado a realizar os planos de recuperação das áreas degradadas e poluídas. O prefeito da cidade, Juarez Alves da Costa, também foi acionado. O pedido é para que a recuperação seja efetivada até o final de 2015. “Requeremos, também, a manutenção da efetiva fiscalização das referidas áreas, até que o órgão ambiental ateste que as aludidas estão, de fato, em vias de recuperação”, acrescentou.
Para evitar que novas áreas sejam degradadas, o Ministério Público pede na ação que o município seja obrigado a implantar aterro sanitário ou delegue tal atividade. Além disso, deverá se abster de utilizar quaisquer áreas no perímetro urbano ou rural. Requereu, também, a condenação dos demandados pelos danos materiais não passíveis de recuperação no valor de R$ 2,5 milhões, e pelos danos morais difusos, também no montante de R$ 2,5 milhões, além da fixação de multa diária para eventuais descumprimentos.
A ação civil pública foi proposta no dia 17 de outubro e está pendente de análise dos pedidos liminares. O processo tramita na 6ª Vara Cível.

DIÁRIO DO GRANDE ABC


Saab prevê mercado de US$ 45 bi

A Saab, fabricante sueca do avião-caça Gripen NG, que substituirá a frota de 36 aeronaves da FAB (Força Aérea Brasileira) entre 2019 e 2024, prevê mercado de US$ 45 bilhões para o supersônico nos próximos 20 anos.
Até 2034, a Saab estima que sejam demandados 5.000 aviões-caça em todo o mundo. Desses, a empresa acredita ter condições de disputar 3.000. “A partir da parceria com a Embraer no Brasil esperamos atender entre 10% e 15% desse montante, ou seja, de 300 a 450 aeronaves”, disse o vice-presidente de parcerias industriais da Saab Aeronáutica, Jan Germundsson. “Considerando que cada caça custe US$ 100 milhões, temos mercado de US$ 30 a US$ 45 bilhões.”
A Embraer, principal parceira da Saab na produção do Gripen NG, e que será responsável pela montagem final do supersônico, conforme destacou Ulf Nilsson, chefe do Gripen na Área Comercial de Aeronáutica da Saab, terá papel fundamental para alavancar oportunidades de negócio na América Latina, a exemplo de países como a Argentina, que já demonstrou interesse no caça.
Germundsson ressaltou que a SBTA (São Bernardo Tecnologias Aeronáuticas), parceria da Saab (40%) e do Grupo InbraFiltro (60%), de Mauá, na qual a fabricante sueca vai aportar US$ 150 milhões, também terá papel fundamental nesse processo, já que a intenção é que a companhia se transforme em produtora global, capaz de fornecer para qualquer empresa dos segmentos de defesa e civil.
A parcela que poderá ser abocanhada pela empresa são-bernardense, que começará a ser construída no ano que vem e deverá iniciar as operações em 2017, será exatamente o faturamento projetado para a companhia, que, conforme o Diário publicou, poderá alcançar entre US$ 40 milhões e US$ 60 milhões em prazo de cinco a sete anos.
Segundo o presidente do Grupo InbraFiltro, Jairo Cândido, a expectativa é que a SBTA fabrique em torno de 70% das aeroestruturas, o que inclui as asas e partes traseira e dianteira da fuselagem. “Vamos produzir estruturas para 96 aeronaves, sendo 36 para a FAB e 60 para atender a Força Aérea Sueca”, conta. “Em torno de 80% do nosso faturamento será proveniente do Gripen.”
O restante virá de novos negócios de que a SBTA poderá participar, como fornecer até para concorrentes da Saab, a exemplo da norte-americana Boeing e da europeia Airbus. Hoje, inclusive, a fabricante sueca desenvolve e produz compósitos (itens compostos por dois ou mais tipos de materiais) avançados e peças metálicas para o Boeing B787, incluindo portas de acesso, portas de grandes cargas e portas de carga a granel. E a Inbra tem experiência na fabricação de portas blindadas para aeronaves da Embraer.
Como a são-bernardense será uma tier one, que quer dizer administradora de cadeia de suprimentos de primeira linha, já existe uma prévia de possíveis fornecedores, mas Cândido justificou que, como nada foi assinado ainda, não pode revelar os nomes. “Estamos trabalhando nisso. Já fizemos a catalogação de potenciais parceiros e, na região, devemos ter entre oito e dez fornecedores, principalmente do setor de metalurgia e peças usinadas. Queremos incorporar ao máximo empresas do Grande ABC nesse processo.”
O executivo disse que haverá demanda por empresas de gabaritos de montagem (que auxiliam o processamento de produtos), tipo do item em que as sete cidades têm bastante know-how. Serão demandados também fabricantes de placas de alumínio aeronáutico e titânio, que compõem a fuselagem de aviões. Os fornecedores serão certificados pela SBTA.
Cerca de 25% da receita da empresa sueca provêm do caça
A Saab faturou no ano passado 23,7 bilhões de coroas suecas, o que, convertendo em dólares, equivale a US$ 3,2 bilhões. Dessa receita, 25% provêm da venda do Gripen, o correspondente a US$ 800 milhões – quase a totalidade do que gera a divisão de aviação da companhia, US$ 930 milhões. Os dados foram informados pelo chefe do Gripen na Área Comercial de Aeronáutica da Saab, Ulf Nilsson.
O executivo conta que o percentual se mantém praticamente o mesmo quando o assunto é a quantidade de profissionais necessária para a produção do supersônico. Dos atuais 14,8 mil empregados, 3.500 mil trabalham com o Gripen (23,6% do total).

Criado 30 anos atrás, o Gripen, que está em operação há 15 anos, foi projetado durante a Guerra Fria, pelo fato de a Suécia se sentir ameaçada pelos países signatários do Pacto de Varsóvia (Leste Europeu e Rússia). O objetivo era construir aeronave capaz de sobreviver em combate, com equipamentos de guerra eletrônica (que permite voos silenciosos, sem que o inimigo perceba) integrados, que garantem táticas inteligentes. O nome Gripen, que em português quer dizer grifo, é inspirado em animal da mitologia grega com corpo de leão e cabeça e asas de águia que botava ovos de ouro.

A quinta e mais recente versão do caça, a NG (New Generation), teve seu protótipo, o Demonstrator, desenvolvido em 2006. Um dos diferenciais, destacou Nilsson, são o gastos com as operações de manutenção e produção. “O NG quebrou a curva de custos. É uma aeronave fácil de operar e reparar, mesmo em áreas externas, por recrutas e com poucos recursos”, disse. O supersônico pode, inclusive, pousar em rodovias e estradas de terra – e não só em bases aéreas ou aeroportos –, ser reabastecido e, em dez minutos, decolar novamente.

O Brasil será o primeiro país a ter em sua frota a nova geração da aeronave, que será customizado às necessidades da Força Aérea Brasileira.

Investimentos para o próximos 30 anos chegam a US$ 9 bilhões

O presidente e CEO da Saab, Hakan Buskhe, revelou em encontro com jornalistas em Estocolmo, capital da Suécia, que nos próximos 30 anos serão demandados investimentos de US$ 9 bilhões para financiar a produção do Gripen NG. Esse valor inclui gastos, inclusive, com folha de pagamento e manutenção de aeronaves e hangares.

Quanto à produção, realizada em parceria com o Brasil, que receberá a transferência de tecnologia e fabricará 36 aeronaves para o País e 60 para a Suécia, Buskhe disse que está muito satisfeito por trabalhar em parceria com o País, que desembolsará US$ 5,4 bilhões para adquirir os supersônicos – serão 28 monopostos e oito de dois lugares. “O Brasil tem muita força, e o principal ator para criar mercado para o Gripen NG é a Embraer (que fará a montagem final da aeronave)”, assinalou.

Os aviões-caças serão testados pela Saab, na fábrica do Gripen na Suécia, em Linköping, sul do país, e no Brasil, pela Embraer, situada em São José dos Campos, Interior de São Paulo, informou o chefe dos pilotos de teste da Saab, Richard Ljungberg.

PESQUISA - Em 2013, 28% do faturamento da Saab foi investido em pesquisa e desenvolvimento, destacou o chefe do Gripen na Área Comercial de Aeronáutica da Saab, Ulf Nilsson. “Em outras companhias, a média é de 10% a 15%”, compara.



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