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NOTIMP - Noticiário da Imprensa - 17/03/2013




Acompanhe aqui o Noticiário relativo ao Comando da Aeronáutica veiculado nos principais órgãos de comunicação do Brasil e até do mundo. O NOTIMP apresenta matérias de interesse do Comando da Aeronáutica, extraídas diretamente dos principais jornais e revistas publicados no país.


Moreira Franco deixa a SAE para comandar a Secretaria de Aviação

Iolando Lourenço

Brasília - O novo ministro da Secretaria de Aviação, Moreira Franco, deixa o comando da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República, cargo que ocupa desde o início do governo da presidenta Dilma Rousseff.
Natural de Teresina, Piauí, Moreira é formado em sociologia e foi professor universitário. O ministro começou a sua militância política ainda na vida estudantil, quando combateu a ditadura militar.
Moreira Franco foi prefeito de Niterói. Em 1987, foi eleito governador do Rio de Janeiro e chegou à Câmara Federal em 1995, onde exerceu mais de um mandato como representante fluminense.
Amigo pessoal do vice-presidente da República, Michel Temer, Moreira Franco sempre foi um grande articulador político e um dos expoentes do PMDB. Foi assessor especial do então presidente Fernando Henrique Cardoso, de 1999 até 2002. No governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ocupou a vice-presidência de Fundos e Loterias da Caixa Econômica Federal.

360 graus

Uma notícia importante que muito nos alegra e deixa seguros quanto ao fato de receber em Brasília e no Brasil milhares de turistas para as copas deste ano e de 2014, mais as Olimpíadas. Se eu gosto eu conto…

Jane Godoy

Com a proximidade do início da Copa das Confederações este ano, da Copa do Mundo no ano que vem e das Olimpíadas em 2016, podemos notar que a preocupação maior é com o andamento das obras dos estádios e tudo o que diz respeito ao seu perfeito funcionamento, preenchendo todas as expectativas. Nada mais normal. Só que existe um fator não menos preocupante e que diz respeito à população de cada cidade sede: a segurança.
Gosto de dividir com os leitores as boas notícias e aí vai uma delas.
A Força Aérea Brasileira desenvolve, desde o ano passado, um esquema tático de comando e controle para a segurança aérea dos grandes eventos esportivos internacionais que o Brasil vai sediar este ano, em 2014 e 2016.
Entre 15 e 30 de junho, começa o primeiro desafio da FAB, quando o Brasil se tornará uma grande base aérea com aeronaves distribuídas pelo país, mobilizadas para a segurança das competições esportivas internacionais, como a Copa das Confederações, em primeiro lugar, a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016.
Será criado um comando em Brasília para a articulação de todos os meios aéreos disponíveis no país. Esse modelo de comando e controle já foi testado em operações que reuniram as três Forças Armadas. “Isso representa economia de recursos materiais, humanos e financeiros”, ressaltou o chefe do Estado-Maior do Comando-Geral de Operações Aéreas (Comgar), major-brigadeiro-do-ar Antônio Carlos Egito do Amaral.
Para servir como exemplo, no modelo anterior, a Copa do Mundo, que será realizada em 12 cidades-sedes espalhadas pelo país, necessitaria de uma concentração de recursos e efetivos em cada uma daquelas regiões. Com a criação do comando central em Brasília, será possível articular todos os recursos disponíveis para a segurança aérea desses eventos esportivos colocando, no momento oportuno, a aeronave certa para atender as necessidades de cada área.
O Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), um braço da Aeronáutica terá, em sua missão protetora do nosso espaço aéreo, o Comando-Geral de Operações Aéreas (Comgar), que vai coordenar todas as ações aéreas militares durante esses eventos de grande porte, como os três acima citados.
À Força Aérea Brasileira (FAB) caberá, então, o transporte aerologístico das tropas, a defesa do espaço aéreo e o uso de bases aéreas para estacionamento de aeronaves de pequeno porte. E isso significará uma movimentação de aproximadamente 3 milhões de turistas e delegações de futebol, que se espalharão pelas 12 capitais durante os jogos. De Brasília, portanto, o Centro de Operações Aéreas (COA) vai coordenar as ações da FAB em cada Coordenação de Defesa de Área (CDA), presentes nas cidades sedes.
Depois de informar sobre tão tranquilizadora notícia, que nos deixa mais seguros e convictos de que estaremos protegidos durante aqueles importantes eventos, peço que voltemos nosso pensamento para tudo isso e procuremos fazer a nossa parte, transformando aqueles em dias de paz, de civilidade, de total e irrestrito exercício da educação e cordialidade.
Já que as Forças Armadas estarão em estado de alerta durante a Copa das Confederações, a Copa do Mundo e as Olimpíadas, fiquemos nós da mesma forma, em posição de sentido mesmo, para que a imagem do Brasil repercuta lá fora como um país de pessoas hospitaleiras, que sabem torcer pelos seus times de forma pacífica e sem traumas ou episódios desagradáveis.
Confesso que, diante da expectativa da chegada daqueles eventos que deverão transformar o país numa festa, sinto uma ponta de preocupação quanto ao desenrolar dos acontecimentos, ao mesmo tempo em que torço para que tudo dê certo e consigamos deixar para sempre a melhor das impressões nos turistas e delegações que nos visitarão entre 2013 e 2016. Amém!

A arte da guerra

ANA MARIA CAMPOS e LILIAN TAHAN

Não se assuste de, por acaso, topar com tanques de guerra no meio da ruas de Brasília. A partir das próximas semanas, começa a operação de simulação das ações de segurança para a Copa das Confederações que envolverão as forças militares, inclusive com aparato cedido por Goiás. Entre as medidas, está prevista a organização de um QG de antiterrorismo. Também faz parte das iniciativas preventivas o treinamento de especialistas capazes de evitar a atuação de hackers durante o campeonato. Imagine se grupos sem espírito esportivo resolvem planejar um apagão para os dias de jogos? Todas as hipóteses estão sendo consideradas. Em meio à estrutura para lidar com infortúnios durante a Copa nos estados, será montado um gabinete de crise no Rio de Janeiro, com sede em um andar de hotel em Copacabana. No local, profissionais envolvidos com a divulgação e com a segurança do evento estão sendo treinados sobre como agir em caso de contratempo.

Barrados pela ditadura

O país evitou receber refugiados árabes para não criar problemas com Israel. Mas preservou o fornecimento de petróleo

EDSON LUIZ

Há 45 anos, no princípio da DITADURA militar, o Brasil foi cogitado para ser um dos países que receberiam árabes refugiados em território israelense. Documentos secretos do Conselho de Segurança Nacional (CSN) relatam que o país não tinha restrições quanto à imigração, mas advertia que isso poderia comprometer as relações políticas com outras nações do Oriente Médio, que compravam armas e veículos brasileiros, entre outros produtos, e de quem o país comprava petróleo. Em 1972, durante o governo do presidente Emílio Garrastazu Médici, ficou decidido que, pelo menos, 4 mil pessoas que estavam sofrendo repressão na Síria poderiam vir para o Brasil. Entretanto, o Palácio do Planalto evitava falar sobre o tema abertamente por causa dos conflitos entre os países daquele continente.
Os primeiros documentos relatando a possível vinda de árabes para o Brasil, durante o regime militar, são de março de 1968. Trata-se de um informe da Divisão de Segurança e Informação (DSI) do Ministério de Relações Exteriores enviado ao CSN e ao Serviço Nacional de Informações (SNI), dando conta de que autoridades de Tel Aviv teriam conversado com diplomatas brasileiros sobre a possibilidade de o país abrigar uma parte de cerca de 1 milhão de pessoas que estavam nos territórios árabes ocupados por Israel. O tema também teria sido abordado pelo senador dos Estados Unidos Jacb Javits, que sugeriu a emigração dessas pessoas também para Austrália, Nova Zelândia e Canadá.
“Adverte, no entanto, a Embaixada do Brasil em Tel Aviv que, de modo geral, a impressão que se tem dos árabes que procuram obter vistos para o Brasil nem sempre é positiva, tendo a maioria deles religião muçulmana que permite a prática da poligamia; se alguns são bons agricultores, do que dão prova na região da Cisjordânia, seu nível cultural pode ser baixo”, ressalta o informe da diplomacia brasileira. A questão também foi tratada quatro anos depois, pelo Conselho de Segurança Nacional, dessa vez envolvendo 4 mil pessoas que estavam sendo discriminadas por questões religiosas na Síria.
Nesse caso, o governo ditatorial brasileiro temia que o gesto pudesse ser analisado de forma política em relação aos conflitos no Oriente Médio. “Tem sido preocupação permanente do Brasil manter uma posição de equilíbrio em relação às disputas entre árabes e israelenses, evitando iniciativas que possam ser interpretadas como uma tomada de posição em favor de qualquer das facções, com possíveis repercussões nos âmbitos interno e externo, prejudiciais à segurança nacional”, avalia uma exposição de motivos secreta feita pelo então secretário-geral do conselho, general João Baptista de Figueiredo, endereçada ao presidente Médici.
Crise do petróleo
Todos os assuntos ligados ao Oriente Médio, fossem eles relacionados à questão dos refugiados ou sobre temas comerciais e políticos, eram considerados de segurança nacional e tratados diretamente por Figueiredo e Médici. Além da questão da imigração dos árabes, os temas importantes da época eram o acolhimento de asiáticos no país, a exportação de veículos para Israel, a venda de armas para a Líbia e, principalmente, a aquisição de petróleo da Líbia PELA Petrobras. “Com a crise energética mundial, foi aventada a hipótese de ser necessário um ajustamento de posição, por forma a evitar um possível corte no fornecimento de petróleo ao Brasil”, recomendava o documento secreto do CNS.
Além do receio das represálias comerciais e políticas, o governo brasileiro, durante a DITADURA, temia que comunidades de imigrantes no Brasil reforçassem a oposição ao regime militar. “O Brasil abriga colônias de origem árabe e judaica de alguma expressão. Graças à posição adotada até o momento, não se registraram ocorrências que, em outros países, têm sido frequentes”, informava o documento.
"Tem sido preocupação permanente do Brasil manter uma posição de equilíbrio em relação às disputas entre árabes e israelenses, evitando iniciativas que possam ser interpretadas como uma tomada de posição em favor de qualquer das facções, com possíveis repercussões nos âmbitos interno e externo, prejudiciais à segurança nacional"
Trecho de um comunicado secreto enviado pelo então secretário-geral do Conselho de Segurança Nacional, general João Baptista Figueiredo, ao presidente Emílio Garrastazu Médic.

Um personagem de livro na campanha da FEB

BORIS SCHNAIDERMAN

RESUMO Ex-combatente recorda a batalha de Monte Castelo, na Itália (1944-5), momento-chave da participação da Força Expedicionária Brasileira na Segunda Guerra Mundial (1939-45). Entre pracinhas e oficiais, desponta a figura do major Passos, que, alheio aos dramas e às emoções do front, marcou a memória do jovem soldado. 
 Vamos chamá-lo assim, pois não me lembro de seu nome. Tinha estatura média e era pouco loquaz. Subcomandante do grupo de artilharia em que eu servia como calculador de tiro, parecia estar ali para um caso de impedimento do comandante.
Não me lembro de o ter visto executando qualquer tarefa. Ele sempre passava por nós a caminho do quarto do comandante do grupo, o tenente-coronel Da Camino.
Contava-se que tinha em sua folha de serviço ações que não combinavam com o seu vulto tão comum e o rosto sem vibração. Teria participado da Coluna Prestes e, quando esta, na década de 1920, depois de percorrer milhares de quilômetros pelo interior do Brasil, foi acossada pelas forças do governo, cruzou a fronteira e asilou-se na Bolívia, ele se recusou a acompanhá-la e se escondeu num jazigo de família, no cemitério de um povoado, de onde conseguiu esgueirar-se para o Rio de Janeiro. Teria vivido na clandestinidade até a Revolução de 1930 e seria reintegrado no Exército com todas as honras.
No entanto, o que lembro dele não tem nada a ver com esse passado glorioso. Estávamos em pleno inverno, fazia muito frio, mas ainda não havia nevado. O lugarejo em que nos instalamos, Silla, ficava diante de uma ponte constantemente bombardeada, pois passavam por ela os suprimentos para o front da infantaria, pouco adiante. E, para dificultar a regulagem de tiro pelo inimigo, os norte-americanos instalaram máquinas fumígenas nas cabeceiras da ponte, de modo que vivíamos dentro de uma nuvem de fumaça.
RANCHO
Quando estávamos fora de casa, na hora do rancho, começava o bombardeio, cada um se jogava no chão e então se ouvia o ploque-ploque dos estilhaços de granada. Depois, o praça se erguia, apalpava o corpo, feliz por não estar ferido, e voltava para seu lugar na fila, a fim de encher a marmita. Aliás, muitas vezes, eu não ia para a fila e alguém se encarregava de me levar a boia.
Sinto até hoje na boca o gosto de certos pratos particularmente detestáveis, como o da carne com feijão ("Lima beans"), a ração C do Quinto Exército norte-americano, ao qual estávamos incorporados.
Recordo o major Passos num dia fatídico para a FEB, o do ataque ao Monte Castelo em 12 de dezembro de 1944. Tinha havido antes um ataque conjunto americano-brasileiro repelido pelos alemães. Dessa vez, porém, era tudo por nossa conta.
De véspera, ficamos calculando tiro sobre uma série de posições alemãs e fomos avisados de que iríamos acordar de madrugada, para acompanhar com outros tiros a progressão da infantaria.
Dito e feito. Passamos a manhã em atividade, calculando tiros de acordo com os pedidos do observador avançado, oficial de nosso grupo que ficava num ponto da linha de frente, de binóculo milimetrado, observando o ataque e regulando os tiros pelo telefone.
Ficamos calculando o dia todo numa torcida louca para que a ação desse certo. As coisas pareciam ir bem, o Castelo ia ser nosso, mas já de noitinha os alemães lançaram o contra-ataque, e os infantes brasileiros foram desbaratados com grandes perdas.
Eu me lembro de nossa tristeza, dos rostos de meus companheiros na luz escassa que era possível naquelas circunstâncias e da raiva que eles concentravam na pessoa do comandante da infantaria e que encabeçava o ataque, o general Zenóbio da Costa.
Pois bem, naquele clima de desalento, ouviu-se de repente a voz do major Passos: "Também, que ideia absurda, querer tomar o morro com os nossos negroides!".
Não me lembro dele nos dias subsequentes, mas certamente estava lá, abrindo caminho entre as nossas pranchetas, na direção do quarto do comandante.
MAPA
O que se gravou com muita força em minha memória foi o mapa daquele pedaço da Itália, com curvas de nível muito próximas entre si e com círculos desenhados em cima, cada um com um nome de mulher, de modo que os tiros eram calculados sobre nomes poéticos: Wilma 12, Eva 5, Deise 8 etc.
Não estávamos mais em Silla, pois o comando finalmente percebera (depois de quase um mês e meio!) a inutilidade de ficarmos expostos a tantos perigos. Instalamo-nos, portanto, em Bellavista, na montanha, pertinho de Porretta Terme, que se via embaixo.
As casinhas do povoado eram todas térreas, e ali se fixara uma população heterogênea, todos em trânsito e completamente desarvorados (já escrevi sobre isso em "Guerra em Surdina").
Lá, num ponto mais elevado, víamos o conjunto Monte Castelo "Monte della Torraccia" Monte Belvedere, este de cumeeira lisa, despida de vegetação. Mas, apesar de estarmos num lugar relativamente seguro, de noite ouvíamos o zunir das granadas, que iam rebentar em Porretta Terme.
Finalmente, soubemos pelo rádio (geralmente ligado aos nossos telefones) que a 10ª Divisão de Montanha norte-americana ia ser lançada contra o Monte Belvedere. Ficamos ouvindo notícias sobre a progressão dos norte-americanos e, finalmente, soubemos da conquista daquela posição: uma cumeeira lisa e redonda que dominava o vale.
Era evidente que isto seria seguido por um ataque brasileiro ao Castelo. E foi o que aconteceu.
Houve horas mortas na Central de Tiro, noite a dentro. Eu ficava calculando sem parar, e o capitão circulando entre as duas pranchetas, a do controlador vertical, que era eu, a do controlador horizontal e as cadeiras dos três calculadores das baterias de tiro.
Pobre capitão Melo! Encolhido em seu capotão, a cabeça ainda mais encolhida sob o capacete de cortiça e o rosto quase escondido atrás de uma echarpe de lã, ficava circulando entre os comandados, esfregando as mãos e desviando-as para os lados, numa posição de quem vai alçar voo, o que lhe valeu a alcunha: "Borboleta". "Cuidado! Cuidado! Senão vai tiro contra a nossa infantaria, né!" Este "né" era a marca pessoal de todo seu discurso.
Calculando sem parar, deixei definitivamente de ir à fila do rancho e alguém me trazia a marmita com o almoço ou o jantar. Apenas uma vez, o próprio capitão me substituiu e fui almoçar sobre umas medas de feno, de costas para Porretta Terme.
Viam-se dali as montanhas de que fazia parte o Monte Castelo, no qual se fixavam nossos olhos. Ali, ao longe, nossos aviões desciam em voo rasante, ouvindo-se então um matraquear de metralhadora, nossas e dos alemães.
Voltando à Central de Tiro, retomei os cálculos, mas, após mais de 48 horas de trabalho, disse a Borboleta: "Capitão, eu não aguento mais. Trate de me substituir". Desci os degraus da entrada cambaleando e, indo para a estrada, joguei-me à sombra do casebre e dormi um par de horas. Depois, voltei a subir e continuei dobrado sobre a prancheta, olhando no mapa as curvas de nível e rabiscando cálculos.
Em dado momento, o rádio transmitiu: "O Castelo é nosso!". Pulei então de junto da prancheta e ficamos nos abraçando, os praças entre si, ante o olhar estático de Borboleta.
Mas, em meio a nossa explosão de júbilo, ressoou a voz monocórdia do major Passos: "Ora, com tanto tiro nem é vantagem!".
Aquilo parecia vir de um outro mundo, não era o mundo em que se lutava contra o nazismo, a barbárie.
Passado algum tempo, iniciou-se a investida para o vale do Pó, então em efervescência devido aos combates entre alemães e "partigiani". Na frente ia o carro-comando do tenente-coronel, com o major ao lado, sempre pálido e sisudo. Depois, os jipes dos oficiais, seguidos pelos "tratores" das baterias, cada qual com o seu canhão atrelado.
Enfrentamos ainda resistência em Zocca e Zocchetta. Quando atravessamos Zocca, sentimos o cheiro nauseante de cadáveres em decomposição. Certamente, não foi por causa de nossas granadas, pois não dava tempo: deve ter havido ali um massacre de fascistas pelos "partigiani".
Passávamos por povoados com lençóis alvos pendurados nas janelas. Depois, encontramos populares aglomerados em alguns pontos, atirando flores e gritando: "Liberatori d Italia! Liberatori d Italia! Viva i liberatori d Italia!". Na frente, o carro-comando, com o tenente-coronel e major ao lado, sempre pálido e sisudo. Em meio à emoção, nem percebíamos o que havia de absurdo nessa apoteose.
Depois, nos cruzamentos, vimos rapazes e moças, de fuzil a tiracolo, que nos saudavam de punho cerrado. Parecia até que estávamos na Espanha republicana
Um dia, quando nos instalamos num mosteiro abandonado, soubemos que o comando do grupo ia passar para oficiais recém-chegados do Brasil. Não houve qualquer cerimônia de despedida, sequer um aperto de mão, e lá se foi o nosso major, tão alheio a cada um de nós como desde o início, e nunca mais soube algo a seu respeito.

Comissão vai revelar cadeias, de comando geral a torturador

Instalada em maio de 2012 para investigar as violações de direitos humanos no Brasil entre 1946 e 1988, a Comissão Nacional da Verdade fechou um calendário de 250 depoimentos a serem colhidos nos próximos três meses, dois dos quais sob comando do sociólogo e pesquisador Paulo Sérgio Pinheiro. Estão na lista vítimas, testemunhas e autores de assassinatos e torturas durante o regime militar (1964-1985). Nesta entrevista ao Estado, o coordenador da comissão - cujo mandato vai até 16 de maio - diz que o trabalho não se limitará a apurar a autoria material dos crimes. "Vamos levantar toda a cadeia de comando, desde o general presidente ao torturador que utilizava o pau de arara." Pinheiro afirma, porém, que não pretende dar, no momento, publicidade a eventuais descobertas. "Isso é perturbar o trabalho dos investigadores", diz ele, numa clara contraposição a seu antecessor na comissão, o ex-procurador-geral da República Cláudio Fonteles. "Não podemos fazer teatrinho, fazer de conta que estamos colocando os acusados no banco dos réus", diz Pinheiro, segundo quem as informações a partir de agora só serão tomadas públicas após a entrega do relatório final da comissão à presidente Dilma Rousseff, em maio de 2014.
• Limitada pela Lei de Anistia, a comissão não pode punir, processar agentes da ditadura envolvidos em crimes. Para que serve a comissão, então?
Nenhuma das comissões da verdade que existiram no mundo depois da primeira - em Uganda (1974) - teve caráter de tribunal, nem de órgão do Ministério Público. Elas surgiram no nosso continente depois do processo de transição das ditaduras militares. O que se vê na Argentina hoje (antigos mandatários do governo no banco dos réus) aconteceu depois da Comissão Nacional de Desaparecidos, que foi a mãe das comissões da verdade na América do Sul, dirigida por (Ernesto) Sabato entre 1983 e 84. Nenhuma comissão pune nem emite sentença. Não somos um tribunal. A nossa comissão, inclusive, tem mais poderes do que várias no mundo e no Cone Sul.
• Quais os poderes?
Temos acesso a todos os arquivos, sem limitação de sigilo. Podemos convocar qualquer cidadão brasileiro, civil ou militar. Se os convocados não comparecem, caem num tipo penal que cabe ao Ministério Público investigar. Nós não vamos punir porque nenhuma comissão da verdade puniu. A lei é muito precisa nos tipos de crime que podemos investigar detenção arbitrária, desaparecimento, tortura e assassinatos, sem os constrangimentos que a Lei da Anistia impõe à jurisdição penal dos tribunais.
• A Lei da Anistia não é limitadora?
Não ajuda nem atrapalha. O que importa é que a compreensão dos fatos desse1 período no Brasil vai ser diferente após a comissão. Será dividida em antes e depois do nosso relatório final.
• Qual 0 foco agora dos trabalho?
As comissões da verdade têm uma centralidade nas vítimas e suas famílias. Conhecer a verdade é fundamental primeiro para as famílias das vítimas; segundo para ir além de uma visão ideologizada, não compatível com a realidade do período ditatorial. Como até hoje quase nenhum responsável pelos crimès foi sequer nomeado, então a comissão terá um trabalho extraordinário.
• Se o objetivo básico é revelar a verdade, por que tomar depoimentos em " sigilo, proteger os autores?
Tudo vai estar no relatório final. Tenho certeza de que a comissão vai revelar as cadeias de comando, algo que jamais foi explicitado na história brasileira. Cadeias de comando que iam desde o general presidente até o torturador que usava o pau de arara.
• Porque não divulgar os nomes assim que eles são descobertos?
Não podemos fazer teatrinho, fazer de conta que estamos colocando os acusados no banco dos réus. Nós nãó temos esse banquinho, não temos essa encenação do tribunal. E não dá para fazer isso a conta-gotas. Isso é perturbar nosso trabalho.
• Mas a opinião pública não tem 0 direito de acompanhar?
Não estamos trabalhando em segredo. Não tem segredo nenhum. Temos um site razoável, com transparência e temos atividades públicas a todo momento. Agora, revelar a todo instante, não. Agora mesmo estamos investigando o caso de três torturadores, mas tem os outros da cadeia de comando. Eles têm que revelar os nomes. E não vamos ficar revelando à cada momento o que vamos fazer.
• Os órgãos militares de inteligência entregaram o que foi pedido ou boicotam a comissão?
Hoje há no Arquivo Nacional 16 milhões de páginas. Por volta de 40% estão digitalizadas. Sem digitalização a gente não tem como ler. É preciso o robozinho que lê 20 mil páginas por minuto para os cruzamentos. No que diz respeito aos órgãos de informação temos umã parte importante, mas há materiais faltando. Se ficarmos nesse debate - se queimou ou não queimou (arquivos militares) -, a gente não vai a lugar nenhum. Na hora que julgarmos adequada, se nossas demandas forem satisfeitas ou não, revelaremos. Mas agora o que temos é o apoio total do Ministério da Defesa e um diálogo construtivo com os comandantes militares.
• A comissão tem sofrido pressões do governo ou de militares?
Só encontrei a presidente (Dilma) três vezes. A indicação dela e a seguinte: nenhum funcionário do governo tem que se intrometer na comissão.
Vamos fazer um ano (de trabalho) e ção vi nenhum funcionário dar palpite na comissão. Ao contrário - ela disse - todos têm de ajudar e para ela isso é prioridade. O ano de 2013 é o ano da Comissão da Verdade.

Audiência no Sul discute início da Operação Condor

Comissão da Verdade gaúcha vai ouvir depoimentos de presos políticos e parentes de desaparecidos; mais de 300 foram detidos entre 1970 e 1973

Audiência pública da Comissão Estadual da Verdade do Rio Grande do Sul vai trazer a público amanhã informações sobre a onda de repressão desencadeada em Porto Alegre entre 1970 e 1973, com deslocamento de agentes de outras partes do País para a capital gaúcha. Também serão debatidas as ações da Operação Condor, sistema de colaboração entre os regimes ditatoriais do Cone Sul para prender perseguidos fora de seus países.
Dados compilados pelo colegiado desde o fim do ano passado indicam que mais de 300 pessoas foram presas naquele período, dos quais 70 eram militantes de organizações de oposição ao regime militar, segundo o defensor público Carlos Frederico Barcellos Guazzelli, coordenador da comissão gaúcha.
Alguns daqueles presos e parentes de desaparecidos vão dar seus depoimentos durante o painel "Graves Violações de Direitos Humanos". Foram convidadas 12 pessoas que já relataram ou vão relatar suas histórias à comissão. Entre elas estão Carlos Araújo, ex-marido da presidente Dilma Rousseff, Paulo de Tarso Carneiro, Raul Ellwanger e Ubiratan de Souza, todos presos políticos, e Suzana Lisboa, cujo marido, Luiz Eurico Tejera Lisboa, era militante da Aliança Libertadora Nacional (ANL) e desapareceu em 1972, depois de ter sido preso em São Paulo.
Militante do Partido Operário Comunista (POC), Ignez Maria Serpa Ramminger deve resumir o depoimento que já deu sobre o período em que esteve presa, entre 1970 e 1971, que levou a comissão a concluir que as mulheres foram vítimas de sessões específicas de tortura. Além de citar choques, bofetadas e pauladas, ela descreveu situações em que os torturadores obrigavam as mulheres a se despir, tomar banho ou fazer necessidades diante deles. "Ficou claro que existia uma tortura clara e brutal contra as mulheres na questão sexual", afirma o coordenador.
Condor. No painel da audiência pública sobre a Operação Condor, o presidente do conselho diretivo do Movimento de Justiça e Direitos Humanos, Jair Krischke, vai sustentar que a aliança dos regimes do Cone Sul teve origem no Brasil. Krischke já levou à Comissão Nacional da Verdade essa informação, baseada em documentos e depoimentos obtidos pelo próprio movimento.
Um desses papéis é um informe reservado do Exército, de 19. de dezembro de 1970, que narra a prisão do ex-tenente-coronel brasileiro Jefferson Cardim de Alencar Osório, de um filho e de um sobrinho dele no porto de Buenos Aires, em operação de colaboração entre autoridades brasileiras e argentinas. Pai e filho foram enviados ao Brasil em voo privativo, e o sobrinho foi encaminhado ao Uruguai em voo comercial. Osório se opunha ao regime militar.
A audiência da comissão gaúcha também terá um bloco específico de debate sobre a morte do ex-presidente João Goulart, ainda hoje motivo de controvérsias. A causa oficial da morte foi enfarte, mas há quem acredite em assassinato. Familiares de Jango participação do debate com procuradores da República.

Piloto que construiu aeronave e quer quebrar recorde faz parada no Recife

Bill Harrelson saiu dos EUA na 5ª feira, em avião construído com a mulher. Ele quer quebrar recorde de viagem polo a polo, fazendo-a em 2 semanas.

Um piloto norte-americano decolou do Recife, na tarde deste sábado (16), depois de ter passado quase um dia inteiro voando em uma aeronave caseira. Bill Harrelson saiu da cidade de Bangor, no estado do Maine, na última quinta-feira (14), e fez a primeira parada na capital pernambucana na sexta-feira (15). Ele quer quebrar o recorde mundial de velocidade indo de um polo ao outro do planeta.
O objetivo é fazer em duas semanas o trajeto que, segundo ele, o atual recordista fez em quatro meses. O americano espera manter uma velocidade dez vezes maior e com menos pausas no caminho. “Depende de quanto terei que esperar, do tempo, das condições climáticas, se eu tiver algum problema, um atraso mecânico, se eu estiver cansado...”, enumerou.
A aeronave tem 7m de comprimento e foi construída por Harrelson e pela mulher dele, que também pilota, mas que, infelizmente, não pôde participar da viagem. Isso porque não há espaço para ela no avião, tomado por depósitos de combustível. “Mal dá para mim”, comentou.
Segundo Harrelson, a aeronave pode voar 39 horas sem parar para abastecer. Fazer uma viagem como essa, e ainda mais sozinho, não é para qualquer um, na opinião do piloto. “Acho que sou louco. É o espírito aventureiro, importante para a vida humana. Para algumas pessoas, aventura é escalar o Everest, para outras, ir a uma biblioteca. Essa é a minha aventura”, afirma. 
Bill Harrelson deixou o Recife e segue para o Chile, depois Nova Zelândia, Havaí, Alasca e volta para o ponto de partida, nos Estados Unidos.

Ex-funcionário da Fretax denuncia irregularidades na empresa

Na última quarta-feira, 13, um acidente aéreo provocou 10 mortes. Empresa que fretou a aeronave teve as atividades suspensas pela Anac.

Um ex-funcionário da empresa de táxi-aéreo Fretax, em entrevista exclusiva à TV Liberal, denunciou uma série de irregularidades praticadas pela empresa, responsável pelo avião bimotor que caiu na noite da última terça-feira (12), no município de Almeirim, na região noroeste do Pará.
O ex-funcionário pediu para ter a identidade preservada. Ele afirma que, durante o tempo em que trabalhou na empresa, enfrentou diversas irregularidades, inclusive a retirada de co-pilotos dos aviões para dar lugar a passageiros.
"Era uma prática comum tirar o co-piloto e botar o passageiro no lugar do co-piloto. Era uma prática comum e acontece até hoje como aconteceu nesse último acidente. Quando um funcionário é para voar no máximo 11 horas (horário de regulamentação), começa às 8h e se estendia até às 22h, e seguido”, denuncia.
De acordo com o ex-funcionário, havia ainda excesso de peso nos voos. “Em relação ao peso e balanceamento da aeronave, enquanto uma aeronave era para decolar no máximo para fazer aquele tipo de voo, era para decolar no máximo com três mil quilos, saia com quatro mil, quatro mil e quinhentos quilos. Mil e quinhentos quilos acima do peso", revela.
O ex-funcionário que denunciou as condições precárias da Fretax diz que o problema se repete em outras companhias de táxi aéreo.
Entenda o caso
O piloto e os nove passageiros do avião bimotor modelo Carajá de prefixo PT-VAQ morreram após a aeronave cair próximo ao aeroporto de Monte Dourado, em Almeirim, noroeste do Pará, nesta terça-feira (12). Os destroços foram encontrados apenas nesta quarta (13), e os corpos das vítimas foram resgatados por volta de 15h30, chegando em Belém aproximadamente às 18h50.
O avião transportava trabalhadores da Cesbe, empresa de engenharia responsável pela construção da Usina Hidrelétrica Santo Antônio do Jari, no Amapá. Em nota, a Cesbe lamentou o ocorrido e disse que está prestando assistência aos familiares das vítimas. A Cesbe informou ainda que seus funcionários faziam esta rota através da empresa de táxi aéreo Fretax desde outubro de 2011.
A Fretax, responsável pelo avião, disse que a aeronave havia passado por revisão, e que irá apurar as causas do acidente.
"Acontece em todas as empresas do Norte. Acontece em Belém, acontece em Manaus, acontece em Terezina, acontece em Imperatriz, em todas as empresas de todos os táxi aéreos hoje da região Norte está acontecendo isso. E os órgãos competentes que deveriam fiscalizar simplesmente não tem ferramentas e condições de fiscalizar hoje por falta de conhecimento técnico e de pessoal", denuncia.
O G1 tentou contato com a Fretax para que a empresa comentasse as denúncias, mas ninguém atendeu às ligações.
Em nota, a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) informou que realiza diversas ações de fiscalização no Pará, incluindo auditorias e inspeções nos vôos.
Investigação
Entre os mortos, estavam o piloto e nove funcionários, que trabalhavam nas obras da Hidrelétrica de Santo Antônio do Jari, no Amapá. A aeronave iria pousar no distrito de Monte Dourado, próximo a divisa entre o Pará e o estado vizinho, mas caiu a cinco quilômetros do aeroporto.
Depois do acidente, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) suspendeu as atividades da Fretax. Segundo a Anac, a empresa não poderia ter levantado voo sem o co-piloto.
A polícia de Monte Dourado já começou a ouvir os depoimentos em relação a este caso, inclusive de um representante da companhia de táxi aéreo. O delegado responsável pelas investigações aguarda que a empresa apresente os documentos de manutenção da aeronave para saber se houve falha mecânica ou erro administrativo, pela falta do co-piloto.

Governo traça ações de segurança na fronteira com o Peru

Objetivo é combater o tráfico de drogas, armas e pessoas. Barcos, viaturas e aeronaves devem ser adquiridos.

Autoridades da área de Segurança Pública do Acre estiveram reunidas nesta sexta-feira (15), no auditório da justiça, em Cruzeiro do Sul (AC), e definiram as primeiras ações práticas da Estratégia Nacional de Fronteira (Enafron), programa do Governo Federal. As ações serão coordenadas pelas polícias Civil e Militar com o envolvimento do Exército, Polícia Federal, Receita Federal, Marinha e Aeronáutica.
O objetivo é combater o tráfico de drogas, armas, pessoas e outros ilícitos. Segundo Alberto Paixão, diretor operacional da Secretaria de Segurança Pública do Acre, as polícias estaduais estão se estruturando para atuar nas áreas de fronteiras, com recursos viabilizados pelo Governo Federal. A ideia é adquirir barcos, viaturas e utilizar aeronaves para vencer o isolamento da fronteira, toda localizada em áreas de floresta. Duas viaturas e dois barcos já foram entregues no 6º BPM de Cruzeiro do Sul.
O tenente-coronel da Polícia Militar, Marcelo do Nascimento França, responsável pelo policiamento na região, informou que a partir de agora, pelo menos uma operação será realizada por mês na área de fronteira com o Peru, na Região do Vale do Juruá.
“Um grande investimento está sendo realizado também para melhorar o serviço de inteligência. Nossos policiais estão sendo treinados em Brasília e muitos equipamentos de comunicação e monitoramento estão sendo adquiridos. Assim, teremos condições de ter comunicação com os locais mais remotos”, disse.
O secretário adjunto de Segurança Pública do Acre, Ermício Sena de Oliveira explicou que o governo do estado planeja também a contratação de novos policiais e a construção de novas unidades das policiais nos municípios.
O plano de Estratégia Nacional de Fronteiras (Enafron) é um programa do governo federal que visa reduzir os crimes transnacionais, principalmente o tráfico de drogas, armas e contrabandos. Os recursos estão sendo liberados mediante a necessidade e a cada seis meses, os estados deverão apresentar os resultados das operações.

A380 chega a 100ª entrega ainda longe dos brasileiros

Há expectativa que os brasileiros possam voar no gigante a partir de seu país em 2014, quando a Lufthansa prevê iniciar operações com o jato desde São Paulo até Frankfurt

A Airbus anunciou nesta semana a entrega da 100 unidade do A380, o maior avião de passageiros do mundo. De acordo com a fabricante, a aeronave pousa atualmente em cerca de 30 airoportos regularmente. No Brasil, a aeronave já veio em duas ocasiões, 2007 e 2012, apenas para demonstração. Há expectativa que os brasileiros possam voar no gigante a partir de seu país em 2014, quando a Lufthansa prevê iniciar operações com o jato desde São Paulo até Frankfurt.
Nenhuma companhia aérea brasileira voa com o A380. Hoje, ele faz parte da frota de nove empresas: Air France, China Southern, Emirates, Korean Air, Lufthansa, Qantas, Singapore Airlines, Thai Airways e Malaysia Airlines - esta última, dona da 100 unidade entregue nesta semana.
Segundo a Airbus, até hoje o A380 já transportou 36 milhões de passageiros em seis anos de operação e 100 mil voos comerciais. Foram 150 aeroportos visitados pela aeronave, que é montada na cidade de Toulouse, no sul da França, mas composta de peças trazidas de aproximadamente 100 países.
O A380 pode levar até 840 clientes na configuração apenas com assentos de classe econômica, mas a média é de 525 passageiros com três tipos de classes. Até hoje, houve apenas um pedido para pessoa físca, mas a Airbus não divulga quem transformou o gigante em jato particular.
A autonomia do A380 é de 15,4 mil km, distância que cobre a rota São Paulo-Sidney. O avião de quase 80 metros já foi configurado com bares, lounge, lojas e primeira classe com chuveiros. A Airbus tem pronto o projeto para a versão de carga do A380, mas ela ainda não saiu do papel. O preço de tabela do jato é de US$ 389 milhões.

A vez do táxi aéreo de helicópteros

Serviço está disponível desde janeiro; hora do voo custa a partir de R$ 2,4 mil para quatro pessoas

Luciano Moura

Ainfraestrutura precária dos aeroportos brasileiros, falta de voos diretos e atrasos são os principais motivos que levaram empresas do setor de aviação geral a investir em um serviço para lá de vip: o táxi aéreo de helicópteros. 
Até o final do ano passado, o rio-pretense que quisesse desfrutar deste serviço teria de ir até Ribeirão Preto porque não havia nenhuma empresa especializada que oferecesse este serviço que também é usado para voos panorâmicos e passeios com a família e amigos. Mas em janeiro deste ano, a Rio Preto Helicópteros trouxe esta “sensação” para cá. a atividade já ganhou status de “essencial”. Mas não são apenas empresários endinheirados que usam o serviço. Ainda que pontualmente, muitos executivos ou profissionais liberais também têm investido em táxi aéreo para locomoção mais rápida e eficaz.

O serviço também pode ser usado por hospitais, no caso para transportar órgãos para transplantes, imprensa em grandes coberturas jornalísticas, como em rebeliões ou até mesmo para quem quer fazer um pedido de casamento inusitado de lá de cima com direito a chuva de pétalas de rosas vermelha.
O valor do aluguel depende da aeronave escolhida, capacidade de passageiros, quantidade de horas contratas e, claro, o destino.
Na Helicopteros Rio Preto o helicóptero é um jet ranger americano e a hora do táxi sai a partir de R$ 2,4 mil, com capacidade para quatro passageiros e suas bagagens. Já os voos panorâmicos, por durar menos de uma hora, saem mais em conta. Geralmente, estes tipo de voo é contratado por 15 minutos para as pessoas sobrevoarem a cidade ou uma festa, como exemplo, a Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos.

“Com um helicóptero à disposição, a pessoa pode voar para qualquer lugar com flexibilidade de horário. Isso sem contar que não corre o risco de perder por atraso os compromissos profissionais importantes”, afirma Márcio Sabbião, piloto da Helicópteros Rio Preto.
De acordo com ele, que é piloto a quase três décadas, hoje em dia a procura pelo táxi aéreo tem aumentado, principalmente, pelo trânsito caótico e quantidade de acidentes nas rodovias federais e estaduais. “As pessoas querem um transporte seguro e confortável”, afirma ele.
O empresário rio-pretense Junior Vilanova é cliente cativo. Ele afirma que tem ocasião profissional em que é necessário se deslocar com rapidez para não perder bons negócios. Por esse motivo, vale a pena o investimento. “O serviço é ágil e não dependo de horários das companhias. É mais caro, mas compensa pelos negócios fechados”, disse.
Comparação/ Uma viagem de Rio Preto para Ribeirão Preto (400 quilômetros somando ida e volta) custa de táxi aéreo em torno de R$ 4,8 mil, para quatro pessoas. Ou seja, R$ 1,2 mil por passageiro. Já de voo comercial, também fazendo os cálculos de ida e volta, custa R$ 202 (voo direto pela Passaredo - único horário por dia). Se for pela empresa TAM, com duas escalas, as duas passagens custarão em torno R$ 794, depende do dia e do horário.
Empresário pede namorada em casamento com chuva de rosas
O empresário Alessandro Menezes, de 37 anos, não usou o serviço de táxi aéreo de helicóptero por causa da agenda lotada de compromissos e muito menos para passear. Ele usou o serviço para pedir a namorada dele, Joice Salvadego, 26 anos, em casamento. Detalhe: com direito até a chuva de pétalas de rosas vermelhas.
O romântico pedido foi feito no início deste mês em Urupês. A cidade tem cerca de 12 mil habitantes e fica a 60 quilômetros de Rio Preto. Se lá em cima, dentro do helicóptero, tinha um cara apaixonado, em terra firme, Joice não tinha ideia do que estava acontecendo. E, de repente, quando estava na rua com amigos e primos (cúmplices de Alessandro) veio do céu uma chuva de pétalas de rosa. Logo em seguida, um buquê de rosas, com um bilhete marcando o local do pouso do helicóptero. E aí, quando ela viu o namorado no helicóptero, entendeu que aquilo tudo era para ela. Foi assim que um dia que seria tranquilo na casa da avó de Joice, virou um dia especial para o casal. Quando o helicóptero pousou, Alessandro desceu e pediu a namorada em casamento. “Fiquei surpresa e emocionada diante do pedido. Até disse a ele que era doido e não estava em sã consciência”, disse ela. Joice disse “sim” sem pensar duas vezes. O casal se conheceu há pelo menos um ano e meio em uma tarde de domingo em um bar de Rio Preto. Daí começaram a namorar e agora estão acertando os detalhes do casamento que está marcado para o dia 4 de abril de 2014.
Números
Segundo a Abtaer (Associação Brasileira de Táxis Aéreos) atualmente existem 183 empresas de táxi aéreo no Brasil, gerando 250 mil empregos diretos e uma arrecadação de impostos federais superior a R$ 1 bilhão. Com uma frota de 1.536 aeronaves (tanto as chamadas asa fixa quanto rotativa – helicópteros), estas empresas transportaram 1,3 milhão de pessoas em 2010, realizando 211.984 voos por todo país.

"Inovação Só Surge Em Clima De Liberdade"

Marta Sfredo

Orizes Silva/Ex-ministro da Infraestrutura
Com 82 anos completados em 8 de janeiro, Ozires Silva desafia estereótipos. Bem-humorado, tempera avaliações negativas com brincadeiras que desarmam até os alvos da crítica. Com múltiplos interesses, é capaz de citar de memória números de universos tão diferentes como o valor movimentado pela indústria de aviação no mundo ou o número de alunos em escolas privadas no Brasil. Ministro de Infraestrutura no governo Collor – na época em que os considerados notáveis foram chamados a dar fôlego a um Planalto acossado –, lançou o telefone celular no Brasil numa chamada, do Rio, ao então colega da Justiça, Jarbas Passarinho. Coronel da Aeronáutica, é tão ligado à inovação que tem um prêmio com seu nome. Fundador da Embraer como empresa estatal ligada às Forças Armadas, defende com energia o desapego do Estado das atividades econômicas. Às vezes mordaz em relação ao governo, faz questão de observar que não pretende fazer "a crítica pela crítica" :
– Quem identifica um problema tem certa responsabilidade de dar sugestões para solucioná-lo.
Um dos mais respeitados empreendedores do país, tornou-se reitor da Unimonte, universidade fundada em Santos (SP) em 1971, por sua profunda convicção sobre a importância da educação, herdada da experiência de pioneiro do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA). Defensor de princípios liberais, admite ter a fechada China como modelo de sucesso, sem reparos à falta de liberdade dos cidadãos chineses. Mas insiste:
– Temos de começar a pensar em desregulamentar, dar liberdade maior para o cidadão. Inovação só surge em clima de liberdade.
Zero Hora – O governo brasileiro parece ter descoberto agora a importância da infraestrutura...
Ozires Silva – Sério? (risos) Eu gostaria de ter essa certeza, porque o governo está sem estratégia, é muito errático. De manhã, talvez chegando ao Planalto, a nossa presidenta (acentua o "a" final, comentando: "é lei, né?") tem uma ideia, explode naquilo, todo mundo começa a correr, mas até de tarde... Por outro lado, o setor privado está prontinho para participar da infraestrutura.
ZH – Está prontinho?
Ozires – Está prontinho. Claro que as condições atuais têm de ser alteradas. Tem de haver certeza da continuidade do programa, porque qualquer obra de infraestrutura tem um largo prazo não só de planejamento, de construção como tem o problema da operação e, infelizmente, o Brasil se tornou um país caro. Então, tem essa preocupação, mas como sou otimista de um modo geral, qualquer coisa que se faça em infraestrutura no Brasil é absolutamente essencial. Está tudo dilacerado.
ZH – Por que chegamos a esse ponto? Faltou planejamento, investimento?
Ozires – Sinceramente, aqui no Brasil inventaram uma expressão que é muito válida, a chamada vontade política. No fundo, nós cometemos um erro de origem: o governo se apossou do país. Hoje, o governo federal é o dono do Brasil. Embora a Constituição no seu artigo primeiro, parágrafo único, diz que todo poder emana do povo, mas isso não é cumprido. Tudo precisa de autorização governamental. Eu vivi nos Estados Unidos durante meu curso de pós-graduação e vi isso com muita clareza. Lá, o que não está escrito pode ser feito. Aqui no Brasil, o que não está escrito tem de escrever para ser feito. Essa é uma diferença fundamental. Significa que tem de haver iniciativa do governo para qualquer coisa que a gente faça. Por outro lado, hoje tem uma parafernália legal que o próprio governo se enrola nela. Nos EUA, tem um negócio que eu apreciava bastante, a cada período se fazia uma desregulamentação. Estamos precisando disso, dar aos cidadãos alguns direitos que nós perdemos.
ZH – Esse é um fenômeno recente?
Ozires – Veja, quando era governador de São Paulo Mario Covas lançou o Rodoanel. Sabe quando foi? Não precisa pensar muito, foi em 1998. Hoje, não chegou à metade. Em 1998, os chineses começaram o primeiro Rodoanel em torno de Pequim. Sabe quantos rodoanéis existem em Pequim hoje? Seis. todos concêntricos, todos prontos. Tudo aqui é feito com uma lentidão enorme por causa dos atritos que o governo coloca. Tenho certeza de que não tem interesse nenhum em retardar as coisas. Só que colocaram tal liame em torno disso que fica uma complicação.
ZH – Quando se fala em China, não só pessoas do setor público, mas também da área privada demonstram uma certa invejinha...
Ozires – Invejinha, não invejona.
ZH – Mas o cidadão chinês não paga um preço por essa agilidade?
Ozires – Hoje, se você olhar a vida humana, duas coisas ressaltam: comunicabilidade e mobilidade. Na comunicação, ainda temos alguma coisa, com severas críticas, mas temos. Quando eu era ministro, lancei o telefone celular, em 1990. Fui processado pelo sindicato da Telebrás, esse negócio todo, quando o Brasil tinha 2 milhões de telefones. Na semana passada, a Anatel divulgou que temos 262 milhões de telefones. Eu pensava que a gente tinha de dar um telefone para cada brasileiro, hoje tem gente que tem dois, três. Isso mostra que o Brasil tem uma demanda saudável por tudo que se coloca, inclusive de infraestrutura. Não há problema de mercado, que tem profunda demanda por esses dois itens, em particular na mobilidade. Eu sempre trabalhei com aviação. Sabe quantas cidades no Brasil são atendidas por transporte aéreo? 120, para 5,5 mil municípios. E por que? Por atrito com o governo. Em 1993, o Clinton mandou uma mensagem para o Congresso desregulamentando a aviação nos EUA. A primeira frase da exposição de motivos que ele fez ao Congresso é de colocar até em lápide: "a aviação é um recurso natural fundamental para o desenvolvimento dos EUA". E mandou brasa na desregulamentação. Sabe o que aconteceu? A aviação americana captou 40% do mercado mundial. Sabe o que significa isso? O transporte mundial no ano passado produziu US$ 3 trilhões de receita, e US$ 1,2 trilhão foi para os EUA, inclusive nosso.
ZH – Já que o senhor trouxe o assunto, o que há de errado com as empresas aéreas brasileiras, que passam por um momento meio complicado...
Ozires – Você é extremamente delicada falando em momento meio complicado (risos). Nos últimos anos, a demanda cresceu dois dígitos, mas só se voa para 120 cidades, que coisa horrível. O David Neelman, que criou a Azul, me perguntou: "Por que o governo exige um estudo de viabilidade para uma nova rota? Se não der certo, ele me compensa do prejuízo? O risco é meu". O que está errado é que há regulamento demais. Você não consegue dar um passo sem ter um carimbo de um órgão governamental qualquer. Minha filha agora comprou uma franquia para ginástica. Ela está há dois meses lutando para criar uma empresa. O Doing Business do Banco Mundial, diz que na Nova Zelândia cria-se uma empresa em 45 minutos. No Brasil, em 152 dias.
ZH – Esse problema é desse governo, dos últimos governos?
Ozires – Não, isso vem de longe. É um problema cultural. Mas é aquela história: precisamos de líderes que quebrem essa cultura. Têm de fazer algo para que esse entulho do passado seja modificado. Em novembro de 1990, eu era ministro e tem um cara lá na Esplanada dos Ministérios que leva os decretos para serem coassinados pelo presidente da República. Um dia, chegou na minha mesa e tacou um decreto para eu assinar. Eu olhei e disse: "esse eu não assino". Ele me disse: "mas o presidente já assinou". Eu respondi: "Ah, me dá esse troço aqui". Fui lá no Planalto e disse ao presidente: "O senhor tem coragem de assinar o decreto número 100 mil". Chamamos o ministro-chefe da Casa Civil, o Coimbra, debatemos, assinamos o decreto número 1. A Dilma já assinou o número 7 mil. Estamos com 107 mil decretos. Precisamos parar de fazer medidas provisórias. Se eu tivesse intimidade com a Dilma, diria "só assina nova lei revogando outra". Temos de começar a pensar em desregulamentar, dar liberdade maior para o cidadão. Inovação só surge em clima de liberdade.
ZH – Mas agora que o governo admitiu que precisa de investimento privado, foi para o Exterior oferecer oportunidades em infraestrutura, dá para apostar que as obras saem do papel?
Ozires – A gente aplaude, e olha, há dinheiro no mundo para tudo quanto é projeto bom que aparecer. Mas nas condições que temos no Brasil, há um risco muito grande, há muito medo. Mas temos de fazer nosso dever de casa, que é reduzir os requisitos e começar a levar bons projetos. Em energia, transportes, comunicações e até em infraestrutura humana, estamos falando de educação, em que também estamos lá atrás.
ZH – E vai haver interesse internacional em projetos num momento em que a imagem do Brasil no Exterior já não está tão brilhante?
Ozires – Mesmo assim. Eu estava ontem em um hotel aqui no Brasil em que mais da metade dos hóspedes era de estrangeiros do mundo inteiro. E esse pessoal não está brincando. Há muito interesse. Mas nós criamos uma imagem negativa que temos de eliminar, de complicação, de não cumprir prazos e regras. Os governos precisam levar em consideração que estabilidade das regras é fundamental. Ninguém vai colocar um dinheirão em obras de infraestrutura se as regras forem modificadas ao longo do jogo. Isso já poderia ter ocorrido com outros presidentes, mas se a Dilma perder a caneta vai ser uma beleza (risos).
ZH – O senhor menciona a falta de infraestrutura humana, e o Brasil vive um momento de falta de mão de obra qualificada, em que engenheiros, por exemplo, são disputados.
Ozires – Essa é uma boa notícia, a demanda por engenharia nas universidades tem crescido. O Brasil tem seis engenheiros por mil habitantes, a França tem 35. Estamos formando por mil habitantes dois engenheiros por ano. A esmagadora maioria dos estudantes hoje está nas escolas privadas, cerca de 80%. As escolas públicas em média não aumentam vagas há 10 anos. Os 20% nas escolas oficiais não pagam nada. Os das escolas privadas pagam impostos, as doações são tributadas e as empresas, quando pagam treinamento, sofrem penalização do INSS de pagar encargos sociais. Por que isso? A Constituição diz que todos são iguais perante a lei, mas os 80% da escola privada não são iguais aos 20% da escola pública.
ZH – Mas o que se faria para equalizar a situação, desmontar a estrutura pública?
Ozires – Mexer na legislação. Fazer como se faz no mundo inteiro. Fiz uma pesquisa e não encontrei nenhum país que tribute a educação. Quando fiz a pergunta a um australiano, ele não entendeu. Achou um disparate tão grande que não entendeu. Nós temos de fazer essas contribuições. Ou a gente investe em educação ou os brasileiros vão perder a competição para o mundo.
ZH – E dá tempo de correr atrás disso?
Ozires – Tempo não dá, mas agora não temos alternativa. Até que a presidente Dilma está trabalhando nesta área, até bato palma. Ela endossou uma visita que o reitor do ITA fez ao MIT para fazer uma parceria sólida e está ajudando nisso pessoalmente. Palmas para ela. Agora, precisa expandir isso. Não pode ser uma palma simples, tem de ter uma multidão aplaudindo. Vejo na nossa presidente uma boa intenção, mas não basta a intenção. É um bom ponto de partida, a boa intenção, mas tem de avançar.
ZH – Quando o senhor menciona o mercado de aviação e o ITA, é inevitável pensar na Embraer e na bem-sucedida história da empresa e da transição de um ambiente muito regulado para um papel de mercado. Qual é o segredo?
Ozires – Temos um exemplo perfeito de como investir em educação dá certo. Fiz um trabalho chamado Transformando o País pela Educação e mandei para o Congresso, para a presidência da República, para o Ministério da Educação. Precisamos ter a coragem de enfrentar o problema da educação e limpar esses canais todos. Não vejo por que o governo tem de controlar tudo, impõe currículos nas escolas, faz um para o Rio Grande do Sul igualzinho ao do Piauí. Não vai dar certo. É preciso colocar a educação como a real prioridade brasileira. No mundo global, não podemos cometer o desperdício de ter uma entidade brasileira caminhando na direção de outra entidade brasileira. O que caracteriza a China e a Coreia do Sul hoje é toda a nação fazendo força na mesma direção. Aqui não, você tem o governo como atrito. O governo chinês conseguiu de alguma forma criar uma mentalidade de que todos os chineses têm de estar engajados para fazer da China uma vencedora. Como o brasileiro é patriota, atenderia a uma chamada nessa direção: vamos fazer do Brasil um país vencedor.
ZH – Mas não falta democracia e melhores condições de trabalho na China?
Ozires – O que é democracia? Só porque eles não tem governo eleito pelo povo? A democracia tem de chegar no cidadão. Aviões corporativos, que aqui é considerado produto de luxo, tem na China o maior comprador do mundo. O governo lá pode ser considerado totalitário, mas é como a Igreja. Quem vai eleger o papa, são os católicos? Não, e a Igreja não pode ser considerada comunista pode? (risos). O fato de ter um governo que não é eleito não descaracteriza uma democracia. Eu diria que a China é uma democracia produtiva, eficiente, que está vencendo.

Sociedade Anônima

COMITÊ DECOLA

Marcelo Flach

A proposta da construção de um novo aeroporto entre Nova Santa Rita e Portão vai ganhando musculatura. Agora foi criado o Comitê Pró-Aeroporto Internacional 20 de Setembro, que terá como presidente o reitor da Unisinos, Marcelo Fernandes de Aquino (foto). A principal finalidade do comitê é a busca por recursos para o investimento.
– O Rio Grande do Sul vai se tornar um cluster de alta tecnologia e o aeroporto vem ajudar. Será o portal entre Brasil e Ásia – disse Aquino durante a criação do comitê.

ODIARIO.COM (PR)

Simulação de acidente mobiliza Aeroporto de Maringá

Cerca de 150 pessoas estiveram envolvidas em uma simulação de acidente aéreo realizado na tarde de sexta-feira (15) no Aeroporto Regional Silvio Name Júnior em Maringá. O treinamento, denominado Exercício Simulado de Emergência Aeronáutica Completo (EXEAC), encerrou a semana de capacitação do grupo de 60 pessoas pertencentes ao Corpo de Voluntários de Emergências (CVE) do terminal aéreo.
O objetivo do Corpo de Voluntários de Emergências, formado por pessoas que pertencem à comunidade aeroportuária, é trabalhar na prevenção e socorro a vítimas de possíveis acidentes aéreos em Maringá.
Segundo o superintendente do aeroporto, Marcos Valêncio, o aeroporto tem responsabilidade de cobertura no raio de oito quilômetros, e por isso a simulação facilita conhecer o tempo de resposta de cada setor, principalmente das ambulâncias e bombeiros de fora do terminal aéreo. "Esse treinamento tem por finalidade preparar o Corpo de Voluntários de Emergências e se preparar para uma situação real, buscando minimizar o tempo de resposta", afirma.
 


 

Para o gerente da segurança de operações, Fernando Moraes, que coordenou a capacitação, o treinamento é fundamental para caso ocorra um acidente. "Essa simulação é uma exigência internacional. Estamos nos preparando para qualquer situação de risco", diz.


NORTE DE MINAS

Segurança na Copa das Confederações

A primeira Sala de Situação e Gerenciamento de Crises e Grandes Eventos, para atuar durante a Copa das Confederações foi inaugurada na sexta-feira (15) em Belo Horizonte, pelo Governo de Minas. Estarão reunidas, em um mesmo espaço físico, instituições estaduais, federais e municipais, que atuarão de forma integrada para garantir a segurança e mobilidade do cidadão. Está instalada no nono andar do Edifício Minas, na Cidade Administrativa Presidente Tancredo Neves.
A estrutura é um Centro Integrado de Comando e Controle (CICC) provisório, que será utilizado pelo Estado enquanto está sendo construído o CICC definitivo, previsto para ser inaugurado em 2014, na Gameleira. O Estado investiu aproximadamente R$ 2 milhões para colocar a Sala funcionamento, sendo que todos os equipamentos serão transferidos depois para o CICC definitivo.
A partir de segunda-feira (18), as instituições integrantes da Sala, começam a trabalhar de forma integrada, para garantir a segurança nos grandes eventos culturais e esportivos que ocorrerão em Belo Horizonte, até a realização da Copa das Confederações, servindo como eventos-teste e garantindo treinamento efetivo para a Copa das Confederações. O objetivo é viabilizar a tomada de decisões ágeis, rápidas e inteligentes em situações de emergência, otimizando recursos e ações. No local, haverá convergência de dados, imagens e informações.
Em entrevista à imprensa, o governador Antonio Anastasia destacou a importância da sala para o aprimoramento da segurança no Estado. “Nós teremos, com o funcionamento integrado das instituições nesta sala, uma maior rapidez, maior agilidade na superação de problemas. É um grande esforço para melhorar de maneira muito objetiva as questões relativas à segurança. Será um dos grandes legados que teremos para a Copa do Mundo, mas o mais importante é que haverá o aprimoramento das questões de Defesa Social”, afirmou o governador.
A estrutura
Os órgãos estaduais em atuação na Sala de Situação são as secretarias de Defesa Social (Seds) e Extraordinária da Copa do Mundo (Secopa), polícias Militar e Civil, Corpo de Bombeiros, Departamento de Estradas de Rodagem de Minas (DER), Gabinete Militar, Coordenadoria Estadual de Defesa Civil, Cemig e Copasa. As instituições municipais são a Prefeitura, a Guarda Municipal, a BHTrans, a Secretaria Municipal de Saúde, o Samu e a Empresa de Informática e Informação do Município de Belo Horizonte (Prodabel). No âmbito federal, participam Exército Brasileiro, Força Aérea Brasileira, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Agência Nacional de Telecomunicações, Companhia Brasileira de Trens Urbanos, Infraero e Agência Brasileira de Inteligência.
No espaço de 926 m², do Edifício Minas, foram instaladas mais de 200 estações de trabalho, sendo 40 para sala de operações; 24 para sala de assessorias; 21 para sala de Inteligência dos órgãos estaduais; 21 para sala de inteligência dos outros órgãos, e 24 para sala de gerenciamento de crises, além de 90 lugares na sala de reuniões.
As ocorrências ordinárias continuam concentradas no Centro Integrado de Atendimento e Despacho (Ciad), mas aquelas referentes a áreas especiais de monitoramento, como o entorno dos estádios, serão monitoradas.










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