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NOTIMP - Noticiário da Imprensa - 16/03/2013





Acompanhe aqui o Noticiário relativo ao Comando da Aeronáutica veiculado nos principais órgãos de comunicação do Brasil e até do mundo. O NOTIMP apresenta matérias de interesse do Comando da Aeronáutica, extraídas diretamente dos principais jornais e revistas publicados no país.

Anac pode ser obrigada a manter "portal" para queixas contra empresas aéreas

A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) deve analisar nesta quarta-feira (20) projeto de lei que determina à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) a criação de uma página na internet para receber denúncias dos usuários de serviços aéreos. O Projeto de Lei do Senado (PLS) 623/2011 altera o Código Brasileiro de Aeronáutica (Lei 7.565/1986), determinando que o portal virtual permita ao interessado o acompanhamento do processo até o resultado final da reclamação.
A proposta prevê ainda que a Anac deve divulgar indicadores sobre o desempenho das empresas aéreas e dos operadores aeroportuários. A finalidade é subsidiar a escolha da companhia pelo passageiro, fortalecendo sua posição de consumidor.
O texto foi aprovado pela Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA) em 2011 e será analisado pela CCJ em caráter terminativo. O relator na comissão, senador Jorge Viana (PT-AC), se manifestou favorável ao projeto, somente com uma emenda para dar ao site acesso livre a qualquer usuário.
O autor da proposta, senador Sérgio Souza (PMDB-PR), explicou que a ideia de criar o site surgiu diante das dificuldades dos usuários para apresentar reclamações contra companhias do setor e da falta de informações sobre o andamento das denúncias. Segundo ele, os passageiros até desistem de buscar reparação por danos sofridos, “o que contribui para a continuidade de práticas desrespeitosas”.
A Anac já dispõe de um canal de comunicação para atendimento a passageiros intitulado Fale com a Anac. De acordo com a página do órgão, as reclamações, denúncias, sugestões, críticas ou elogios podem ser feitas e acompanhadas via internet ou por meio do telefone 0800-725-4445.
A reunião da CCJ está marcada para 10h, na sala 3 da Ala Alexandre Costa.

Embraer é liberada a produzir o Super Tucano para a Força Aérea dos EUA

MARIANA BARBOSA


A Embraer foi liberada para iniciar a produção do avião Super Tucano para a Força Aérea dos Estados Unidos nesta sexta-feira (15).
Hoje, a Força Aérea do país conseguiu reverter determinação do GAO (Government Accountability Office), responsável por auditar licitações de governo, de segunda-feira, que resultou na suspensão dos trabalhos de produção do avião.
A ordem de suspensão dos trabalhos é uma decorrência automática do processo aberto pela concorrente Beechcraft junto ao GAO, questionando o resultado.
A Força Aérea obteve a vitória sob o argumento de que o programa é estratégico e de interesse para a segurança nacional.
A Embraer venceu a disputa em dezembro de 2011, em parceria com a SNC (Sierra Nevada Corporation), mas a Beechcraft entrou na Justiça e conseguiu anular a concorrência. Uma nova disputa foi realizada e, fim de fevereiro, a Embraer e a SNC foram novamente anunciadas como vencedoras.
O contrato de US$ 428 milhões envolve a compra de 20 aviões Super Tucano, além de peças e serviços de manutenção. Os aviões serão usados para dar apoio à missão militar dos EUA no Afeganistão. Se concretizada, será a primeira venda da Embraer para a Defesa dos EUA.
BEECHCRAFT
"No que concerne à produção de aeronaves para ajudar os americanos a voltar do Afeganistão para casa, a Força Aérea dos EUA hoje concluiu que o “melhor interesse” agora pesa nos ombros do Brasil", declarou a Beechcraft, em nota.
A empresa americana questionava o valor do contrato. "Simplesmente não entendemos como a Força Aérea pode justificar um gasto adicional de mais de US$ 125 milhões pelo o que consideramos ser uma aeronave com menos capacidades", disse em comunicado o presidente-executivo da empresa, Bill Boisture, após perder a licitação pela segunda vez.
Ele disse que sua empresa estava "muito perplexa" com a decisão e que há dúvidas sobre eventuais erros cometidos no processo de seleção.
Anteriormente conhecida como HB (Hawker Beechcraft), a Beechcraft saiu de um processo de concordata no mês passado. Em comunicado, ela disse que a decisão a favor da Embraer afetará cerca de 1.400 postos de trabalho no Kansas e em outros Estados americanos.
O presidente da Embraer Defesa e Segurança, Luiz Carlos Aguiar, lembrou que a Embraer emprega 1.200 funcionários em sua fábrica na Flórida, nos EUA, e que a Beechcraft, desde 2008, demitiu cerca de 5.000 funcionários no país.

Família foi humilhada com documento mentiroso, diz filho de Herzog

BRUNA BORGES

A família de Vladimir Herzog recebeu nesta sexta-feira (15) uma versão corrigida do atestado de óbito do jornalista, morto em 1975, durante a ditadura militar. 
Na certidão, revisada após determinação da Justiça, a causa da morte é "lesões e maus- tratos sofridos durante o interrogatório em dependência do 2º Exército (DOI-Codi)", que substituiu formalmente a versão de "asfixia mecânica por enforcamento".
"É uma importante vitória. É um resgate das histórias dessas pessoas que construíram um país mais democrático. A família foi humilhada com o documento mentiroso", disse Ivo, filho do jornalista
A viúva do jornalista, Clarice, o filho, Ivo, e o neto, Lucas, receberam o documento das mãos de Rosa Cardoso, integrante da Comissão Nacional da Verdade.
Para Clarice, a entrega do documento é mais um passo para a descoberta da verdade sobre a morte de Vlado, como é conhecido o jornalista, e de outros perseguidos políticos. A família diz querer o reconhecimento e julgamento dos culpados pela morte do jornalista. "Recebo este atestado com muita felicidade porque é uma conquista para minha família e para toda sociedade", disse.
Estiveram presentes na cerimônia de entrega do atestado a ministra Maria do Rosário (Direitos Humanos), o presidente da Comissão da Anistia e secretário Nacional da Justiça, Paulo Abrão, e o coordenador da Comissão Nacional da Verdade, Paulo Sérgio Pinheiro.
"Se até pouco tempo a família de Vlado tinha um atestado mentiroso, isso mostra que temos tantos outros atestados por aí que precisam ser corrigidos", defendeu a ministra Maria do Rosário. Para ela, a entrega do novo documento é importante "para que venham muitos outros."
O coordenador da Comissão da Verdade disse que a retificação do atestado é um marco e um reconhecimento da verdade.
Herzog se apresentou espontaneamente ao DOI-Codi após ter sido procurado por agentes da repressão em sua casa e na TV Cultura, onde trabalhava como diretor de jornalismo. Ele foi torturado e espancado até a morte.
A alteração no atestado de óbito foi um pedido da família e da Comissão Nacional da Verdade. Em setembro de 2012, o juiz Márcio Bonilha Filho, da 2ª Vara de Registros Públicos de São Paulo, acatou a solicitação e determinou a correção.
É o segundo caso de retificação de atestado de morte ocorrida na ditadura. Em 2012, o juiz Guilherme Madeira Dezem, do Tribunal de Justiça de São Paulo, determinou que fosse alterada a certidão de óbito de João Batista Drumond. No atestado, onde constava como causa da morte "traumatismo craniano na Avenida 9 de Julho" foi alterado para " em decorrência de torturas físicas nas dependências do DOI-Codi no 2º Exército, em São Paulo". Ele era um militante comunista e morreu em 1976.
O ato de entrega do novo documento à família aconteceu no Instituto de Geociências da USP (Universidade de São Paulo).


Gol é multada em mais R$ 1 milhão pela Justiça

A Justiça do Trabalho aplicou nova multa à gol, também por dano moral e no valor de R$ 1 milhão. Desta vez a multa tem relação com a reação da empresa a uma paralisação feita por funcionários do Aeroporto de Brasília em 2010.
Na época, segundo a Justiça, a companhia demitiu alguns envolvidos e fez retaliações. A ação foi ajuizada pelo Ministério Público do Trabalho do Distrito Federal (MPT-DF), e a decisão é da 11ª Vara do Trabalho de Brasília. A gol disse que vai recorrer. Ontem já havia sido anunciada uma multa de R$ 1 milhão por dano moral coletivo, relacionada às demissões em massa dos funcionários da Webjet.


Enxame global

PETER WARREN, SINGER, FOREIGN POLICY, É DIRETOR DA 21ST CENTURY DEFENSE INITIATIVE DA BROOKINGS INSTITUTION

"Um plano era usar um avião não tripulado para bombardear a área, mas ele foi rejeitado, pois recebemos ordem para capturá-lo com vida." Foi assim que Liu Yuejin, diretor do escritório antidrogas do Ministério de Segurança Pública da China, descreveu a caçada a Naw Kham, líder uma grande operação de narcotráfico no Triângulo Dourado, suspeito de ter matado 13 marinheiros chineses. Eles o apanharam numa emboscada noturna do outro lado da fronteira.

Esse caso é útil para se pensar o mercado global para sistemas aéreos não tripulados (drones) e para onde ele vai, um tópico que ganhou reforços na semana passada com a reportagem do New York Times a respeito da confusão sobre se foram drones americanos ou paquistaneses que realizaram um controvertido ataque aéreo.

Discutimos com frequência sobre um suposto monopólio dos EUA dos drones que estaria possivelmente se esgotando. Ou, como a revista Time intitulou uma matéria: "Monopólio sobre drones: esperamos que tenham aproveitado enquanto durou". O artigo diz em seguida: "Isso vai ocorrer; a questão é quando". A resposta é: muitos anos atrás. Hoje, os EUA lideram no campo da robótica militar, e como o país gasta mais dinheiro e faz mais uso de sistemas não tripulados, certamente deve liderar mesmo. Dito isso, há cerca de 8 mil aviões não tripulados no estoque americano e outros 12 mil veículos terrestres não tripulados. Um número crescente deles é grande e armado.

A depender da fonte que se queira citar, 75 a 87 países possuem aviões não tripulados. Desses, ao menos 26 possuem sistemas maiores e são armados. Ao que se sabe, somente EUA, Grã-Bretanha e Israel usaram drones armados, mas o motivo de outros não o terem usado é, com frequência, política, não tecnológica. Ou eles não estão em guerra ou optaram por não seguir essa via ainda. Mas esses limites políticos estão mudando. Veja-se a discussão aberta da China sobre seus planos no Diário do Povo, ou a recente decisão da Alemanha de adquirir drones armados para missões no exterior, acompanhando decisões de Itália, França e outros países.

Em suma, quando conversamos sobre um suposto futuro de proliferação de drones, é comum ignorarmos a realidade atual. Já temos um mercado que é global tanto com relação a seus consumidores quanto a seus fabricantes, de empresas americanas como General Atomics a ASN Technology, uma das maiores fabricantes da China, e ADE da Índia.

O que realmente importa não é a proliferação para um número maior de países, mas a proliferação da aquisição e o uso da tecnologia. A primeira geração de sistemas não tripulados se parecia com os que estavam substituindo. Agora, vemos um conjunto crescente de tamanhos, formatos e formas.

Nessa tendência, a questão tamanho é importante para a discussão sobre drones armados. Não se trata apenas de que os drones estão ficando menores, mas de que eles também estão transportando munição cada vez menor. Assim, se você quiser, por exemplo, realizar uma eliminação seletiva, teria de enviar um MQ-9 Reaper carregando um JDAM ou um conjunto de mísseis Hellfire? Ou um míssil teleguiado do tamanho de uma revista enrolada, ou uma minúscula bomba do tamanho de uma lata de cerveja equipada com GPS dariam conta do recado, em especial quando se trata de causar menos danos colaterais?

E se essa arma menor é tudo que você precisa, para que precisaria de um drone do tamanho de F-16 para carregá-la? Embora a discussão sobre a proliferação de drones armados tenha como foco países que abrigam sistemas grandes, em breve teremos de tratar dos que têm sistemas menores. E, em certo ponto, teremos de perguntar como definir um drone e como regulamentá-lo. Já estamos no mundo do Switchblade, o drone de vigilância que é carregado num pequeno tubo e pode voar a 80 km/h, mas se for preciso pode se transformar num meio letal e causar uma explosão do porte de uma granada de mão. Outra tendência que terá importância é a crescente inteligência e autonomia dos drones armados.

A expansão desse mercado vai mudar ainda mais dentro de alguns anos, quando a facilidade de uso encontrar barreiras políticas civis menores. Apesar de os drones estarem hoje principalmente ausentes de usos civis, há um processo em curso para integrar sistemas aéreos não tripulados nas partes civis do sistema de espaço aéreo nacional e global. O Congresso americano estabeleceu recentemente um prazo em 2015 para o espaço aéreo americano se abrir para um uso civil e comercial mais amplo de drones, e as mesmas tendências estão em jogo em muitos outros países, da Grã-Bretanha ao Brasil.

Já não vivemos em um mundo onde somente os EUA têm a tecnologia e não estamos avançando para um futuro em que a tecnologia será usada somente da maneira como a usamos agora. Enfrentar os desafios colocados pela proliferação de drones não é impossível. Se quisermos enfrentar os riscos e começar a criar padrões globais, o melhor é começar a reconhecer seu status hoje e para onde iremos no futuro muito próximo. / TRADUÇÃO DE CELSO PACIORNIK
Para Boeing, nova falha no 787 é improvável

O vice-presidente de engenharia da Boeing, Ron Hinderberger, disse que as correções no avião 787 Dreamliner tornam "muito improvável" que haverá uma re­petição dos problemas com bateria e superaquecimento que levaram companhias aéreas a inter­romperem voos com o jato.
Hinderberger afirmou que as mudanças propostas - que rece­beram aprovação preliminar de reguladores dos EUA-, deixarão o perfil de risco da bateria de íons de lítio do 787 "muito mais em linha com o que nós tínha­mos imaginado na concepção original do sistema".
Ele reiterou também que os testes de certificação para a nova bateria e um compartimento à prova de fogo e redesenhado já estão sendo desenvolvidos e de­verão ser finalizados "dentro de uma semana, ou duas". / Dow JONES.

Força Aérea dos EUA ‘ignora’ a Beechcraft

Americanos decidem retomar contrato com a Embraer, apesar do pedido da rival ao governo para paralisar os trabalhos

Roberto Godoy

O contrato da Embraer para fornecimento de 20 aviões de ataque leve A-29 Super Tucano para a Força Aérea americana não vai ser paralisado. O Departamento de Defesa dos Estados Unidos, o Pentágono, decidiu ontem atropelar o protesto da empresa der­rotada na escolha, a Beechcraft Corporation, cuja consequência prática seria o congelamento da operação, avaliada em US$ 427,5 milhões, por 100 dias.
O argumento da aviação mili­tar dos EUA para ignorar a recla­mação é a "circunstância inusual e de interesse nacional da ação", destinada a equipar a nova Força Aérea do Afeganistão, que está sendo organizada pelo Pentágono. A medida permite o andamen­to das providências para a fabricação dos turboélices. A primeira entrega é esperada para o come­ço do segundo semestre de 2014.
O interesse pelo pacote é sua possibilidade de médio prazo: se tudo correr bem, haverá uma se­gunda solicitação no valor apro­ximado de US$ 955 milhões, co­brindo 55 aeronaves.
A contestação foi protocolada no dia 8, no The U.S. Government Accountability Office, res­ponsável por um trabalho seme­lhante ao dos Tribunais de Con­tas do Brasil. A Beechcraft alega que o preço de aquisição cresceu muito em relação à primeira lici­tação - também perdida por ela- em 2011, sem considerar as alte­rações impostas à concorrência. O grupo sustenta ainda que a en­comenda provocará a perda de 1,4mil empregos na indústria ae­ronáutica dos EUA - embora, desde 2007 até 2012, tenha feito cerca de 5 mil demissões e trans­ferido plantas industriais para o México, na região de Chihuahua.
Hangar.
Segundo Luiz Carlos Aguiar, o presidente da Embraer Defesa e Segurança (EDS), a fá­brica da empresa em Jacksonville, Flórida, de onde sairão todos os A-29, "está sendo preparada para dar início à produção". O empreendimento tem um parcei­ro local, a Sierra Nevada Corporation, da cidade de Sparks, no Estado de Nevada. O consórcio binacional, diz Aguiar,vai mobili­zar um círculo de fornecedores formado por 100 empresas loca­lizadas em 20 diferentes áreas, gerando 1,4 mil novas vagas.
A encomenda abrange as esta­ções de treinamento, os compo­nentes, as peças e a instrução do pessoal técnico. A venda habilita a EDS no restrito mercado de Defesa dos Estados Uni­dos e alavanca as possibilida­des de outros negócios. Para Aguiar, o potencial desse pro­duto no mercado mundial - que era estimado em US$ 4,5 bilhões - agora crescerá bas­tante. "Precisamos redimensionar o tamanho do salto."
O Super Tucano está sendo oferecido desde meados de 2012 com novidades tecnoló­gicas importantes, como o sis­temas de armas da Boeing Defense. A empresa foi seleciona­da pela Embraer para partici­par do plano destinado a adi­cionar novas capacidades ao turboélice.
A Boeing fornece­rá equipamentos avançados.Um deles, o Joint Direct Attack Munition (JDAMS), é uma espécie de kit que trans­forma bombas "burras" em versões "inteligentes", para ataques de precisão. Cotado a US$ 25 mil a unidade, o con­junto será acompanhado do JDAM Laser, acessório que au­menta o raio de ação e reduz a margem de erro das armas.

Viúva de Herzog cobra nomes de agentes

Roldão Arruda

Após 37 anos de espera, a famí­lia do jornalista Vladimir Her­zog recebeu ontem uma nova certidão de óbito com a causa correta da morte dele, ocorri­da em 1975, após sessões de tortura nas dependências do 2º Exército, em São Paulo. O novo documento substitui a definição anterior, "asfixia mecânica por enforcamento", por "lesões e maus tratos".
A família comemorou o reco­nhecimento do Estado, perante toda a sociedade, do assassinato do jornalista. Mas, na avaliação da viúva, Clarice Herzog, o docu­mento não significa um ponto fi­nal em sua luta. "Ainda quere­mos saber quem o matou", disse ela, logo após a cerimônia em que recebeu o atestado. "Todos aqueles que estavam envolvidos com a ditadura têm que ser des­mascarados."
Para Clarice, violações de di­reitos humanos não foram abran­gidas pela Lei da Anistia de 1979. "Nunca aceitei a Lei da Anistia para os torturadores. Não anis­tio assassinos, não anistio tortu­radores", afirmou. "O crime é im­prescritível. Estamos falando de assassinos que eram pagos para torturar e matar."
A viúva do jornalista também manifestou esperança na atua­ção da Comissão da Verdade pa­ra o esclarecimento de mortes, torturas e desaparecimentos ocorridos no período da ditadu­ra militar, entre 1964 e 1985. "A Comissão tem que ir adiante."
O novo atestado foi entregue à família durante cerimônia públi­ca realizada no Instituto de Geociências, na Universidade de São Paulo (USP). Na mesma oca­sião, em sessão da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, foi oficializado o pedido de des­culpas do Estado brasileiro à fa­mília do estudante Alexandre Vannuchi Leme.
Persistência. Estudante do quarto ano de geologia da USP e militante da Ação Libertadora Nacional (ALN), ele foi morto no dia 17 de março de 1973, aos 22 anos, também nas dependên­cias do 2.º Exército, em São Paulo. Segundo depoimentos de no­ve presos políticos, Alexandre foi torturado e morreu em de­corrência de "lesões traumáti­cas cranioencefálicas".
De acordo com a versão divul­gada pelas autoridades na época, Vanucchi teria sido atropelado por um carro ao tentar fugir da prisão. O corpo do estudante foi sepultado como indigente, numa vala comum no Cemitério de Pe­rus, em São Paulo. Só em 1983 a família conseguiu trasladar os res­tos mortais para Sorocaba, sua terra natal, no interior do Estado.
A entrega do documento à fa­mília Herzog, representada pela viúva, pelo filho Ivo, pelo neto Lucas e por Francisco Gunnar, atual marido de Clarice, foi feita pela advogada Rosa Maria Car­doso, integrante da Comissão Nacional da Verdade. Ela elogiou a persistência das famílias das vítimas da ditadura na busca pela verdade.
"Foi por causa dessa persistên­cia que chegamos a resultados como esse atestado de óbito, que renomeia as causas da mor­te", afirmou Rosa Maria.

Criminoso da ditadura não pode ter cargo público, diz ministra

A ministra de Direitos Huma­nos, Maria do Rosário, disse ontem em São Paulo que pessoas envolvidas em situação de mor­te, tortura e desaparecimento forçado no período da ditadura militar não devem ocupar fun­ções públicas. Ela fez a afirma­ção ao responder a uma pergun­ta sobre as denúncias de que o atual presidente da Confedera­ção Brasileira de Futebol, José Maria Marin, teria contribuído para a morte do jornalista Vladi­mir Herzog.
"Eu penso que todas as pes­soas que comprovadamente esti­veram envolvidas em situação de morte, tortura e desapareci­mentos forçados não devem ocupar funções públicas no País", afirmou. "Porque os que comete­ram - e se cometeram comprova­damente estes atos -, traíram qualquer princípio ético de digni­dade humana e não devem ocu­par funções de representação."
A ministra não citou o nome de Marin e fez questão de enfati­zar que as denúncias precisam ser comprovadas. Ela esteve em São Paulo para participar da cerimônia realizada na USP para ho­menagear o estudante Alexan­dre Vannuchi Leme, morto sob tortura em 1973, e também para entregar oficialmente à família do jornalista Vladimir Herzog, também morto sob tortura, em 1975, o novo atestado de óbito.
A viúva de Herzog, Clarice, também falou na ocasião sobre a polêmica em torno de Marin. Lembrou que, pouco antes de Vladimir assumir seu cargo na TV Cultura, em 1975, o jornalista Cláudio Marques, que assinava uma coluna num jornal semanal de São Paulo, escreveu que aque­le emissora estava sendo toma­da por comunistas.
Coro. Logo em seguida, na Assembleia Legislativa, em São Paulo, o deputado Wadih Helu repercutiu e apoiou a denúncia do colunista. Na mesma ocasião, Marin cobrou explicações das au­toridades sobre as denúncias, que estariam gerando "intran­quilidade" nas famílias.
Pouco dias depois, Herzog, que era filiado ao Partido Comu­nista, foi preso e assassinado.
"Houve um coro, com o Wadih Helu e o Marin", lembrou Clarice, referindo-se ao episó­dio. "Tinha um pessoal que esta­va no poder e era absolutamente reacionário, a favor da tortura."
Circula atualmente na internet uma petição, que deve ser en­tregue à direção da CBF, cobran­do o afastamento de Marin da presidência da entidade. Ela foi lançada por Ivo Herzog, filho do jornalista, que deverá ir à sede da CBF, no Rio, assim que coletar 50 mil assinaturas.
Ainda na cerimônia de ontem, a ministra Maria do Rosário afir­mou que o Estado brasileiro ain­da deve explicações às famílias dos mortos e desaparecidos no período da ditadura. "Devemos produzir respostas que sejam coerentes, justas", afirmou. Para ela, a democracia no País vai se sentir envergonhada enquanto "todas as respostas não forem oferecidas às famílias".
A cerimônia de ontem, na USP, para homenagear Vladimir Herzog e Alexandre Vannuchi Leme, reuniu representantes dos governos de Fernando Hen­rique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff./R.A.

Abertura de free shop é liberada em Viracopos

Ricardo Brandt
Campinas

A Receita Federal liberou a destaque abertura do free shop no Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas, um dos principais gargalos para ampliação do número de voos internacionais no terminal, que foi privatizado em 2012, no primeiro leilão aeroportuário do governo Dilma Rousseff.
A concessionária Aeroportos Brasil começou esta semana a buscar empresas que queiram explorar os serviços no terminal, que está em obras de ampliação e modernização para a Copa de 2014. Considerado estratégico para os jogos mundiais - Campinas hospedará uma das seleções como centro de treinamento Viracopos terá sua capacidade aumentada dos atuais 8 milhões de passageiros por ano para 14 milhões de passageiros ao ano.
São duas lojas, uma menor na área de embarque (com 87 metros quadrados) e outra maior na área do desembarque (com 237 metros quadrados). Elas estão prontas, faltando apenas serem equipadas.
"Sempre uso Guarulhos, apesar de Viracopos estar mais perto de casa. Vou usar o aeroporto de Campinas em breve para voltar para o Brasil porque vamos viajar com dois bebês, aí é mais vantagem chegar perto de casa. Mas a falta do free shop, de lanchonete e de mais comércio faz com que usemos menos Viracopos", afirma o fisioterapeuta Rodrigo Agostino, de 35 anos, que é de Araras, no interior de São Paulo, e trabalha e mora em Portugal com a mulher e dois filhos.
A falta do free shop era o maior motivo que afastava passageiros de Campinas. Hoje, a Gol tem voos diários para Buenos Aires, na Argentina, e a TAP tem três voos para Portugal por semana.
A companhia portuguesa TAP mais de uma vez avaliou a possibilidade de suspender os vôos por Viracopos, por causa da falta de free shop e também por causa da ausência de uma sala VIP - outro problema que vai acabar após a inauguração do novo terminal em 2014.
Parado. A Empresa Brasileira I de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) fez uma licitação em 2011 para contratar uma empresa que operaria o free shop de Viracopos. A Dufry foi a vencedora, mas a Receita considerou irregular o processo de contratação feito por pregão presencial.
Com a privatização do aeroporto, a concessionária Aeroportos Brasil recebeu esta semana um ofício da Receita Federal informando que não há impedi- ; mento para a instalação do free shop, onde é feita a venda de produtos importados com isenção de impostos.
No processo de pregão, vencido pela Dufry, ela iria pagar para a Infraero R$ 330 mil e mais 3% sobre o faturamento bruto mensal com a venda dos produtos nacionais e 9% sobre a venda dos importados. A suíça Dufry é uma das empresas que negociará com a Aeroportos Brasil.


Fechada durante a ditadura militar, aérea Panair terá caso analisado

A Comissão Nacional da Verdade, instituída para apurar violações de direitos humanos ocorridas entre 1946 e 1988, vai investigar, pela primeira vez, atos de perseguição da ditadura militar contra uma empresa, a Panair do Brasil.
Segundo reportagem do "Valor Econômico", uma audiência pública será realizada no Rio de Janeiro (no dia 23 de março) para debater o encerramento das operações da empresa aérea em 1965, por meio de um decreto governamental. Na época, cinco mil funcionários foram afetados.
Caso seja provado que pessoas físicas cometeram atos ilícitos para prejudicar a Panair, um relatório poderá recomendar a responsabilização dessas pessoas pelos crimes cometidos.
A empresa chegou a ter a maior estrutura de manutenção de aeronaves do país, na década de 1960, além de realizar a manutenção dos aviões da FAB [Força Aérea Brasileira]. 

Site monitora tráfego aéreo mundial em tempo real

O grande movimento de pessoas nos saguões dos aeroportos brasileiros te assusta? Para muita gente, é um alívio conseguir entrar em seu avião e ver, no momento em que ele decola, o caos dos terminais de embarque e desembarque ficando para trás.
O que poucos imaginam é que, no céu, existe um cenário ainda mais frenético (porém mais organizado). É isso pelo menos o que mostra o site FlightRadar24, que, utilizando uma tecnologia chamada ADS-B, consegue monitorar parte do tráfego aérea mundial em tempo real (atualmente, segundo a Associação Internacional do Transporte Aéreo, são cerca de 80 mil aeronaves decolando por dia em todo o planeta).
O FlightRadar24 ainda não tem capacidade para acompanhar todos os voos realizados no globo, mas, em seu mapa-múndi, é possível enxergar até sete mil aviões em movimento ao mesmo tempo. E a visão impressiona: é quase impossível distinguir na tela os territórios dos Estados Unidos e da Europa, tamanha a movimentação de aeronaves sobre estas regiões.
No site também aparecem aeronaves monitoradas pela Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA).
Ao clicar sobre uma das aeronaves, o internauta pode saber diversas informações sobre seu voo, como aeroporto de origem, companhia aérea responsável pela operação, número do voo, modelo da aeronave e a altitude em que ela viaja.
Para conhecer melhor o trabalho do site, acesse: www.flightradar24.com


PORTAL BONDENEWS

Ataque de lasers cai 4 vezes no aeroporto de Londrina

O número de casos com canetas com raio laser caiu quatro vezes no aeroporto de Londrina no início deste ano. De acordo com o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), de janeiro até esta sexta-feira (15), foram feitos sete registros, contra 29 no mesmo período de 2012. 
A incidência do laser verde atrapalha a visão dos pilotos e coloca em risco os voos que passam pela cidade. Embora baixa, o Cenipa alerta que existe a possibilidade de se derrubar um avião. Caso um piloto seja atingido diretamente nos olhos, pode ter dificuldade de interpretar os instrumentos, ter cegueira momentânea e a formação de imagens falsas, que numa situação de decolagem ou pouso pode ser crítica.
O Aeroporto José Richa fechou 2011 como a pista com maior número de reclamações no país. Desde 2012, o Cenipa disponibiliza em sua página na internet um formulário específico para este tipo de ocorrência para que pilotos utilizem para fazer o relato do incidente.
O Cenipa registrou 1.757 casos nos aeroportos do país em 2012. O aeroporto de Londrina fechou o ano como o 6º em número de reclamações, com 106. O aeroporto mais critico do país foi o da Pampulha, em Belo Horizonte (MG).
Conforme o órgão ligado à Aeronáutica, de janeiro até a tarde hoje, o número de casos registrados foi de 288, contra 213 no mesmo período do ano passado. Neste ano, o aeroporto de Vitória (ES) é o que mais teve ataques, com 32.
Apesar da queda significativa, o aeroporto de Londrina concentra os casos de incidência de laser verde no Paraná. Nos aeródromos do Estado foram 17 relatos, sendo cinco em Foz, quatro em Curitiba e apenas um em Maringá. São Paulo é o estado campeão no número de casos, com 83.









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