Infraero nega privatizações
Com exceção do aeroporto de São Gonçalo do Amarante (CE), os demais terminais não seriam privatizados .
Brasília. O novo presidente da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), Antônio Gustavo Matos do Vale, disse, ontem, que pretende fazer a abertura de capital da empresa. O processo deve durar algo em torno de três anos.
Ao tomar posse em Brasília, Matos do Vale disse que a medida deve tornar a empresa mais competitiva e ajudar o governo a ter os investimentos necessários para obras de ampliação e modernização dos aeroportos para grandes eventos que serão realizados no Brasil: a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016.
O presidente da Infraero tentou desvincular a abertura de capital de um processo de privatização da empresa. "Porque isso (privatização) é uma decisão de governo, que é quem define o futuro da Infraero", disse. Ele disse ainda que, quando os clientes estão satisfeitos com os serviços prestados, não existe pressão para que haja privatização. Para ele, segundo pesquisas, a Infraero é bem avaliada pelos clientes.
De acordo com Matos do Vale, o real problema da Infraero é o aumento da quantidade de passageiros nos aeroportos do país, que passou de 113 milhões em 2009 para 155 milhões em 2010. A estimativa da empresa é que em 2011 esse número chegue a 180 milhões.
Segundo o novo presidente da Infraero, entre 2011 e 2014, R$5,23 bilhões serão destinados aos 13 aeroportos das 12 cidades-sede da Copa do Mundo de 2014.
Matos do Vale disse que não serão feitas concessões de aeroportos à iniciativa privada além da do Aeroporto de São Gonçalo do Amarante, no Ceará. Ele informou, porém, que há um estudo pronto sobre a construção do terceiro terminal do Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP). A obra para essa construção é estimada em R$ 716 milhões. A previsão de conclusão é novembro de 2013.
Caos aéreo
Os aeroportos de São Paulo - Congonhas, Guarulhos e Viracopos - apresentam a situação mais preocupante entre os 16 instalados em cidades que receberão jogos da Copa de 2014 e as obras de ampliação previstas pela Infraero não serão suficientes para atender ao aumento da demanda de passageiros até a competição, aponta estudo da Coppe/UFRJ.
De acordo com o levantamento, as exceções apontadas são os aeroportos do Galeão (RJ) e de Brasília, Fortaleza e Manaus.
O estudo da UFRJ foi baseado em padrão internacional que indica um mínimo de 23 metros quadrados por passageiro doméstico no horário de pico e mais 14 metros quadrados por passageiros internacionais.
Fonte: DIÁRIO DO NORDESTE / NOTIMP