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Líbia: Brasileiros sairão pelo mar







Leo Gerchmann.

Os danos à pista do aeroporto de Benghazi, segunda maior cidade da Líbia e epicentro dos protestos contra o ditador Muamar Kadafi, forçaram o Brasil a recorrer a um plano B. O Itamaraty confirmou ontem à noite que 123 funcionários da empreiteira Queiroz Galvão e cerca de 20 familiares retidos na cidade, além de 58 portugueses, serão resgatados entre hoje e amanhã por um navio particular contratado pela empresa, que os levará até Malta. De lá, devem regressar por via aérea ao Brasil, provavelmente com escalas em grandes aeroportos europeus, como Paris ou Frankfurt.

Conforme o embaixador brasileiro na Líbia, Ney Fernandes, um fluminense de Niterói, todos já estão com as malas prontas. Deixaram suas espaçosas casas alugadas em Benghazi, cujo padrão é de abrigar oito famílias. Oitenta funcionários estão em hotéis, e 43 foram abrigados na casa do gerente-geral da Queiroz Galvão. O avião que havia sido fretado pela Queiroz Galvão para resgatar os brasileiros ficou em Trípoli nem precisou ser pago.

Em entrevista a Zero Hora, Fernandes contou também que tanto em Benghazi, onde esteve no sábado, quanto em Trípoli, onde fica a embaixada, faz as vezes de psicólogo. Os brasileiros – cerca de 500 em todo o país – o procuram, e ele os recebe pacientemente, sempre tentando acalmá-los. Diz ele que é como se houvesse um divã na sua residência e outro na embaixada. Um exemplo de diálogo:

– Embaixador, ouvi dizer que 100 mil homens marcham armados de Zauia em direção a Trípoli.

– Mas nem há 100 mil homens em Zauia.

Destruição em uma cidade linda

Os rumores se espalham com intensidade inversamente proporcional à do número de jornalistas estrangeiros na Líbia. Praticamente não há repórteres de outras nacionalidades no país. E as informações são duvidosas.

– A cada notícia alarmante, nosso pessoal fica sobressaltado. Se antes os brasileiros se dividiam quanto a seus interesses, agora não mais. Todos querem voltar ao Brasil.

Na entrevista, o diplomata também lembrou-se ontem de Porto Alegre, cidade da qual se diz admirador. Ao caminhar pela orla de Trípoli, ele evocou o orgulho porto-alegrense em relação ao pôr do sol do Guaíba.

– Trípoli é linda. Eu caminhava e olhava para o mar, de um lado, e para prédios danificados, do outro. Era fim de tarde. Falo isso para você se imaginar em Porto Alegre, vendo sua bela cidade destruída – relatou.

Fonte: ZERO HORA / NOTIMP



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