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Brasil indica chefe de missão no Líbano






Para ampliar papel no Oriente Médio, país também quer mandar 300 militares a contingente da ONU na região.

Luiz Henrique Caroli deve assumir comando da Marinha da Unifil, que é composta por oito embarcações de guerra.

Luis Kawaguti

A Marinha escolheu o contra-almirante Luiz Henrique Caroli para assumir o comando da Marinha da Unifil, a missão de paz da ONU no sul do Líbano. Além disso, o Exército pretende mandar até 300 militares à missão em 2011 para desarmar minas e bombas de fragmentação lançadas por Israel.

Os planos do governo Lula de enviar tropas para o Líbano e assim ajudar o Brasil a ser um ator importante no Oriente Médio foram revelados pela Folha no início de outubro
. A Unifil, criada em 1978, tem como tarefa evitar confrontos entre o Exército de Israel e guerrilheiros do Hizbollah, milícia xiita que não aceita o Estado judeu.

Caroli e uma equipe formada por quatro oficiais e quatro suboficiais da Marinha devem comandar uma frota europeia composta por oito navios de guerra, abrigando 885 marinheiros. O contra-almirante já foi comandante do navio capitânia da Marinha do Brasil, o porta-aviões São Paulo. Atualmente ele ocupa o comando da 2ª Divisão da Esquadra, no Rio de Janeiro.

Sua principal missão será impedir que carregamentos de armas e munições ilegais entrem por via marítima no território libanês.

Convite

Após o anúncio da saída da Itália do comando da Marinha, a ONU convidou o Brasil para assumir o posto. A organização também pediu que o país enviasse embarcações para integrar a frota, mas esse pedido foi negado pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim.

Contudo, a Unifil não impôs o envio de navios como condição, segundo Gilda Motta Neves, chefe da divisão de Nações Unidas do Itamaraty. No fim da semana passada, a questão do envio dos oficiais foi levada à Presidência, que ainda deve submeter o tema ao Congresso.

Mas o Brasil ainda corre o risco de perder a vaga caso o pedido não seja aprovado até o fim do ano. Não há definição de quanto custará ao Brasil a investida militar no Oriente Médio.

Minas terrestres

O contingente de até 300 militares do Exército que embarcará para o sul do Líbano no primeiro semestre do ano que vem deve ter muitos engenheiros militares. O objetivo deles será desativar minas terrestres e bombas de fragmentação não detonadas -lançadas na guerra de 2006 por Israel.

De 2006 ao primeiro semestre deste ano, cerca de 34 mil dessas bombas foram desarmadas. Mas, oficiais israelenses já admitiram, em entrevista ao jornal "Haaretz", que mais de um milhão delas foram lançadas.

A comunidade internacional tenta banir o uso desse tipo de armamento por meio de uma convenção por considerar que a maioria de suas vítimas acaba sendo da população civil O trabalho de desarme é perigoso. Desde 2006, 14 especialistas militares morreram e outros 45 ficaram feridos fazendo essa atividade no sul do Líbano.

Os brasileiros devem ajudar a suprir um deficit de 3.000 homens na Unifil. Nesse caso, o de envio das tropas, os ministérios esperarão que a presidente eleita Dilma Rousseff assuma antes de levar o tema ao Congresso.

A nossa história toda no governo Lula foi de procurar um espaço maior de conscientização política no Oriente Médio. De influir em todas as discussões, sobretudo no conflito israelo-palestino, onde atores que não estão envolvidos naquilo muito tempo fazem falta, declarou Neves.

Fonte: FOLHA DE SÃO PAULO, via NOTIMP




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