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Minas: Ameaça de colapso na Copa






Em seminário destinado a debater soluções para a competição de 2014, autoridades preveem entraves para turistas com atrasos nas reformas do aeroporto de Confins e do Anel Rodoviário

Pedro Rocha Franco

As duas principais entradas de turistas em Belo Horizonte estão ameaçadas de colapso durante os jogos da Copa 2014. Tanto o Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, quanto o Anel Rodoviário, ligação com as BRs 040 e 381, que ligam BH ao Rio e São Paulo, vão operar com a capacidade saturada. A projeção do governo do estado é de que o terminal aeroportuário tenha 27,55% a mais de passageiros que o previsto pela INFRAERO, ultrapassando o limite de capacidade do aeroporto. No caso do Anel, devido a irregularidades constatadas pelo Tribunal de Contas da União, será necessária a elaboração de novo projeto de engenharia, o que pode atrasar as obras de revitalização, a serem concluídas só dois anos após a competição mundial.

Estudo de uma empresa de consultoria internacional indicava que 5,5 milhões de passageiros passariam por ano no aeroporto, mas, segundo o secretário de Estado de Assuntos Internacionais, Luiz Antônio Athayde, o terminal deve fechar o ano com 7,2 milhões de passageiros. É preciso começar amanhã as obras do terminal 2 de Confins, para que fique pronto antes da Copa, disse ontem, durante o seminário Soluções para cidades rumo à Copa2014, que reuniu no Expominas, na capital, autoridades de diversos setores. Se for confirmada a projeção, só a ampliação do terminal 1 não seria suficiente para atender a atual demanda, uma vez que, com a expansão, a capacidade do terminal será de 7 milhões de passageiros por ano. O tráfego aéreo explodiu, comentou o secretário.

Minas Gerais teve um crescimento de passageiros superior aos dos principais aeroportos do país. De 2007 a 2010, houve aumento superior a dois terços no número de pessoas embarcando e desembarcando em Confins. Já em Porto Alegre, o crescimento foi de 39%; em Recife e Guarulhos (SP), de 33%. Brasília teve aumento de 17% e o Galeão (RJ) cresceu 8%. Em Congonhas (SP) houve retração de 6% no mesmo período. Daqui a pouco, vamos fazer check-in no jardim do aeroporto, disse o secretário.

Segundo Athayde, a implantação do terminal 2 é crucial para se desfazer o gargalo aéreo do aeroporto. As duas fases do projeto preveem aumento da capacidade de Confins para 10 milhões de passageiros por ano. Pelo menos, uma das etapas tem de estar pronta para a Copa, afirmou o secretário. A projeção é de que, em 2014, mais de 10 milhões de pessoas usem o terminal, enquanto a consultoria da INFRAERO prevê 9,17 milhões de passageiros/ano. É um berro que tem que ser dado, salientou.

ANEL RODOVIÁRIO Além dos problemas do aeroporto, quem preferir viajar de carro para BH, ou precisar se deslocar na cidade em dias de jogos, enfrentará outro obstáculo: os constantes engarrafamentos do Anel Rodoviário. Segundo a supervisora de estudos, projetos de meio ambiente da Superintendência de Minas Gerais do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Marília Zazá, o novo planejamento da autarquia é abrir licitação para o projeto executivo, o que deve ocorrer ainda este mês, antes de licitar as obras. Com isso, serão incluídas no projeto obras que estariam a cargo da prefeitura, como a reforma da Praça São Vicente, no Bairro Padre Eustáquio, na Região Noroeste, e melhorias no trecho da BR-356, no Bairro Belvedere, ambas já anunciadas.

As despesas de remoção de cerca de 3 mil famílias que invadiram o entorno do Anel Rodoviário também serão custeadas pelo governo federal, o que deve retardar ainda mais o in´-icio das obras, que se arrasta desde o começo da década. Agora, vamos um pouco mais devagar, disse Marília.

O anúncio revoltou o secretário municipal de Políticas Urbanas, Murilo Valadares, que pediu para comentar o posicionamento do governo federal. É preciso definir um melhor arranjo institucional, disse. Nos cálculos do secretário, pelo cronograma as obras só teriam início entre abril e maio de 2013, a poucos dias do início da Copa das Confederações, evento que precede o Mundial e serve como preparativo. A contratação do projeto executivo leva seis meses; a elaboração dura uns 18 meses e são outros seis meses para licenciamento ambiental, disse Valadares, que deixou a mesa antes do encerramento do debate. Fora os prazos do projeto, ainda seria preciso mais três anos para execução das obras e outros seis meses para licitação.

Anteontem, em reunião plenária do colegiado do Tribunal de Contas da União (TCU) foi aprovado, por unanimidade, parecer da Secretaria de Fiscalização de Obras (Secob), que apontou potencial prejuízo de quase R$ 300 milhões e determinou ao Dnit elaboração de novo projeto de engenharia para o Anel Rodoviário. Na quarta-feira, representantes técnicos e diretores do Dnit vão se reunir novamente com o prefeito Marcio Lacerda (PSB) para avaliar o que pode ser feito para dar maior fluidez ao processo licitatório.

Fonte: ESTADO DE MINAS, via NOTIMP




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