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Sob pressão, Lula vai a cúpula nuclear nos EUA






ENCONTRO: Pressionado pela aproximação com o Irã, brasileiro se reúne hoje com líderes de 46 países na reunião convocada por Barack Obama para tentar reduzir o risco de armas caírem nas mãos de terroristas

Sob a sombra da aproximação do Brasil com o Irã e da recusa em assinar o protocolo adicional do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa hoje e amanhã da Cúpula de Segurança Nuclear convocada pelo presidente dos EUA, Barack Obama, em Washington. Lula terá encontros bilaterais com líderes de França, Japão, Itália, Turquia e Canadá.
Não está programada reunião separada com Obama segundo o Itamaraty, não houve pedido de nenhum dos lados. A cúpula foi convocada para discutir combate ao terrorismo nuclear, mas está permeada pela pressão dos EUA por apoio ao endurecimento contra o Irã pela recusa em interromper o programa nuclear.

A percepção de aproximação entre Lula e o iraniano Mahmud Ahmadinejad é uma das principais discussões no Congresso americano quando o assunto é a relação Brasil-EUA. Lula deverá ir ao Irã em maio.

Em Washington, o presidente brasileiro estará acompanhado pelo chanceler Celso amorim e pelo ministro da Defesa Nelson Jobim. Jobim aproveita a viagem para assinar hoje com seu contraparte americano, Robert Gates, acordo estratégico de defesa com os EUA o primeiro entre os dois países na área desde 1977. À noite, Lula terá jantar de trabalho com Obama e 46 líderes. Israel, que não admite ter um programa nuclear, mandará um representante do segundo escalão.

Em nota, o Itamaraty afirmou que, para o governo brasileiro, a segurança nuclear é fundamental para se impulsionar o uso pacífico da energia nuclear. O Brasil possui sólida legislação no campo da segurança nuclear e do combate ao terrorismo, diz o texto.

Em entrevista publicada ontem no jornal espanhol El País, Lula afirmou que aproveitará a cúpula para pedir esclarecimentos a Obama sobre a posição dos países que têm o maior número de armas nucleares. Vou perguntar ao Presidente Obama o significado do recente acordo de desativação de ogivas nucleares feito com (presidente russo) Dimitri Medvedev. Desativação de quê? Se estamos falando da desativação do que já estava velho, não faz sentido. Eu tenho uma caixa de remédios em casa da qual jogo fora todos os remédios velhos. Ou falamos com seriedade sobre desarmamento ou não podemos aceitar que haja um grupo de países armado até os dentes e outros, desarmados, disse.

O Paquistão tem a bomba atômica, Israel também. Dá para entender aqueles que se sentem pressionados por causa dessa situação e que pensem em construir sua própria bomba. Não temos direito de pôr ninguém contra a parede e dizer que é ou tudo ou nada, afirmou.

O presidente informou que propôs a Obama, ao presidente francês Nicolas Sarkozy e à chanceler alemã Angela Merkel que haja dialogo com o Irã. Os iranianos têm que saber que podem enriquecer urânio para fins pacíficos. Não se pode partir da ideia de que Mahmud Ahmadindejad é um terrorista que tem que ser isolado. Temos que negociar.

Após aprovação do Parlamento, a chancelaria iraniana informou ontem que pretende fazer uma reclamação oficial junto às Nações Unidas, após ter sido excluído por Obama do compromisso de nunca usar armas nucleares contra países que não as possuam. O porta-voz do ministério, Ramin Mehmanparast, disse que a ameaça implícita de usar armas nucleares é uma ameaça à paz e segurança internacionais.

Fonte: JORNAL DO COMMERCIO, via NOTIMP



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