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Brasil e EUA estão ampliando o diálogo, diz embaixador






Sergio Leo, de Brasília

Brasil e Estados Unidos assinaram ontem um acordo de cooperação na área de defesa que ajudará os aviões Super Tucano da Embraer a concorrerem para fornecimento às Forças Armadas dos Estados Unidos, informou ontem o embaixador americano no Brasil, Thomas Shannon. O acordo facilita troca de informações e ações conjuntas dos dois países, o que também facilita uma melhoria na oferta da Boeing para fornecer caças à Força Aérea Brasileira (FAB). Mas o propósito do novo entendimento não é comercial. Vai muito além disso, ressaltou Shannon.

"O propósito é ampliar e avançar as relações entre Brasil e EUA e modernizar a capacidade das Forças Armadas no Brasil, com cooperação dos Estados Unidos", explicou. Para o embaixador americano, a assinatura do acordo, o sexto instrumento de cooperação assinado entre os dois países nos últimos dois meses, "mostra o interesse e capacidade do Brasil de avançar relações bilaterais". Ele lembrou que, nos últimos meses, nas visitas de altos funcionários, entre eles a secretária de Defesa, Hillary Clinton, foram assinados memorandos de entendimento também em áreas como educação, igualdade racial, mudança climática e trabalho conjunto em outros países.

"Há mais pontos de entendimento que pontos de desentendimento", enfatizou Shannon, esforçando-se para minimizar os atritos recentes entre os dois governos, em áreas como as possíveis sanções ao Irã ou a reação ao golpe de Estado em Honduras. "Estamos construindo ferramentas de diálogo que não são pontuais, mas amplas, vão ter um impacto em áreas grandes e importantes na relação bilateral."

Com o novo acordo, por exemplo, seria facilitada a coordenação entre as Forças Armadas dos dois países e não teria ocorrido o mal-estar entre os dois governos quando tropas americanas desembarcaram para ajudar vítimas do terremoto no Haiti, país onde a segurança está a cargo de forças de paz das Nações Unidas coordenadas pelo Brasil. Shannon lembrou que, no acordo, há, além de trocas de materiais e trocas de experiências, tecnologias e programas de treinamento, intercâmbio de conhecimento sobre operações das missões de paz.

"O Brasil mostra claramente no Haiti ter capacidade de não somente manter ordem pública, mas usar a segurança para promover o desenvolvimento", elogiou o embaixador. "Há poucos países que mostram esse entendimento."

O acordo assinado pelos dois países estava em negociação há sete anos e praticamente pronto há pelo menos um e meio. O momento da assinatura foi decidido pelo ministro da Justiça, Nelson Jobim, que firmou o documento, com o secretário de Defesa dos EUA, Robert Gates, ontem em Washington . Diferentemente de outros acordos do gênero, não prevê manutenção de tropas americanas no território brasileiro nem dá imunidade a militares de nenhum dos dois países.

Shannon aproveitou para esclarecer a notícia de que EUA e Brasil montariam no Rio de Janeiro uma base binacional de combate ao terrorismo e tráfico de drogas. Os EUA fornecem informações e apoio para que a Polícia federal monte, no Rio, um "centro de inteligência" coordenando todos os órgãos envolvidos nessas operações, a exemplo da que os americanos têm em Key West, na Flórida. Esse centro terá ações coordenadas com agências dos EUA e de outros países.

Fonte: VALOR ECONÔMICO, via NOTIMP




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