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Braço estatal no setor aéreo, a Infraero não dá respostas satisfatórias ao crescente movimento dos aeroportos no país








É PROVÁVEL que "o Estado brasileiro", como afirmou anteontem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, possa prescindir da iniciativa privada e assumir os riscos de construir a polêmica usina de Belo Monte. O mesmo Estado, entretanto, além de falhar em muitas de suas atribuições básicas, tem se revelado inepto na gestão de outro setor estratégico para a economia do país, cada vez mais importante para um número crescente de brasileiros.

Tem sido pífia -e muitas vezes cercada de suspeitas- a intervenção da Infraero na ampliação da capacidade dos principais aeroportos do país. Na região de São Paulo, que concentra a maior parcela dos voos nacionais e internacionais, a situação há muito passou dos limites.

Em três anos, o número de passageiros que utilizam o aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, cresceu cerca de 50% -considerando-se os meses de janeiro e fevereiro. As instalações contudo permanecem essencialmente as mesmas. Como descreveu reportagem publicada pela Folha, há filas para tudo, pessoas dormem no chão e a espera por bagagens nas esteiras pode levar exasperantes 40 minutos. Também Congonhas, o segundo aeroporto do país, opera em condições críticas, descumprindo compromissos de redução de horários e diminuição do número de pousos e decolagens.

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) prevê para este ano um aumento de 17% na movimentação dos aeroportos do país. Até o mês de março, a procura por voos domésticos já havia crescido 35% -e por viagens internacionais, 13%. A manter-se o ritmo lento da empresa governamental, a situação só irá se agravar. Além da desconsideração com os passageiros, que atinge patamares inaceitáveis, teme-se pelas condições de segurança.

Tanto é assim que a Anac providenciou estudos com o objetivo de restringir voos em Brasília, Confins, Salvador, Fortaleza, Cuiabá e Viracopos.

Não é demais lembrar que aeroportos não são construídos do dia para a noite. O mesmo se aplica a novos terminais, como o terceiro de Cumbica, obra que a Infraero promete, mas tarda em lançar, atrasando até o planejamento de linhas ferroviárias que ligarão a cidade ao aeroporto.

Uma breve recuo ao noticiário que se seguiu ao acidente de 2007, em Congonhas, deixa claro quão vazias foram as promessas das autoridades federais, que no calor da tragédia acenaram com projetos ambiciosos de novas instalações e a participação da iniciativa privada no setor.

Consultado sobre o congestionamento aéreo em São Paulo, "o Estado brasileiro", por meio da assessoria do ministro da Defesa, Nelson Jobim, reiterou que, "desde 2007, realiza estudos para a construção de um novo aeroporto na área metropolitana". O projeto no entanto visaria ao "atendimento da demanda de médio e longo prazo da região, e não à necessidade imediata".

Ou seja, tão cedo nada deverá sair do papel.

Fonte: FOLHA DE SÃO PAULO, via NOTIMP




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