Prontos para decolar

Estado ganha mais um aeroporto e, ainda este semestre, outros sete serão entregues. Estimativa é de que até 2011 todas as cidades tenham um terminal a menos de 100 quilômetros de distância
Geórgea Choucair e Simone Lima

Minas Gerais vai contar com mais oito aeroportos com capacidade parar operar com voo regular no primeiro semestre. Ontem, o governador Aécio Neves inaugurou as obras do Aeroporto Juscelino José Ribeiro, em Capelinha, no Vale do Jequitinhonha, que recebeu R$ 10,2 milhões de investimento. Outras duas cidades, Divinópolis e Oliveira, ambas no Centro-Oeste do estado, aguardam homologação da Agência Nacional de Aviação (ANAC) para que seus aeroportos voltem a funcionar. As obras dos aeroportos de Guaxupé, Passos, Lavras, todas no Sul de Minas, Piumhi, no Centro-Oeste, e Ubá, na Zona da Mata, também estão previstas para serem finalizadas este semestre.

Em Capelinha, as reformas incluíram terraplanagem, drenagem, implantação da pista de pouso/decolagem e do pátio de estacionamento de aeronaves, sistema de sinalização diurna e balizamento noturno. Os de Divinópolis e Oliveira, que durante muito tempo foram deixados de lado e serviram como pátio para vacas e cavalos e de estacionamento de veículos da Fiat, respectivamente, também ganham novos ares e estão prestes a voltar a decolar.

Do total de 853 municípios do estado, apenas 12 operam atualmente com aviação regular: Belo Horizonte, Araxá, Diamantina, Governador Valadares, Ipatinga, Montes Claros, Patos de Minas, Uberaba, Uberlândia, Juiz de Fora, São João del-Rei e Varginha. A meta do Programa Aeroportuário de Minas Gerais (ProAero), da Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas, é de que até 2011 todas as cidades do estado não fiquem a mais de 100 quilômetros de um aeroporto.

O gerente do ProAero, Marco Migliorini, afirma que o objetivo do programa não é apenas o atendimento à aviação regular. “É preciso que o aeroporto opere também com atendimento de urgência. Quando preparamos o aeroporto, ele deve operar para qualquer atendimento aeroviário, seja de urgência, voo regular ou fretamento”, diz.

Em Divinópolis, a 120 quilômetros de BH, das 25 aeronaves que existem na cidade, 11 estão paradas e o restante foi levado para aeroportos da capital e de cidades vizinhas, como Pará de Minas. Ao todo, foram gastos aproximadamente R$ 12 milhões na reforma. Segundo o secretário municipal de Turismo, Fábio Santos, o tamanho da pista continua o mesmo: 1.540 mil metros de comprimento e 40 metros de largura. A qualidade e a segurança, no entanto, foram reforçadas. Durante a reforma foram instalados equipamentos para balizamento noturno e alambrados em torno do aeroporto. Na pista poderão pousar aviões com capacidade para transportar até 50 passageiros. “O aeroporto é uma oportunidade de crescimento para Divinópolis. Grandes empresários podem dar uma atenção especial à cidade a partir de agora. Um município do porte do nosso precisa contar com uma estrutura como essa”, diz. Santos acredita que a pista seja liberada em no máximo 30 dias.

Outra cidade que aguarda pela homologação do aeroporto é Oliveira, a 147 quilômetros de BH. No primeiro semestre do ano passado, com a crise financeira global e a queda nas vendas de carros novos, a pista chegou a ser usada pela Fiat como depósito, abrigando mais de 4 mil veículos. O aeroporto foi reformado e está pronto para funcionar desde 2008, mas aguarda homologação da ANAC. As melhorias custaram aos cofres públicos cerca de R$ 3 milhões. Segundo o prefeito Ronaldo Rezende (PMDB), o aeroporto representa o crescimento econômico para a cidade. Ele acredita que, até o fim de fevereiro, os vôos estejam liberados no município. “Recentemente, a empresa alemã Kromberg & Schubert, fornecedora de chicotes elétricos, abriu uma filial na cidade. Uma multinacional precisa contar com um aeroporto e nós precisamos desse progresso que a empresa trará. Com a implantação da Kromberg & Schubert, 900 empregos foram gerados”, finaliza.

Fonte: ESTADO DE MINAS, via NOTIMP