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NOTIMP - Noticiário da Imprensa - 15/11/2018 / Marinha do Brasil participa da Operação "Atlântico V"



#Defesa #Marinha #Eventos - Marinha do Brasil participa da Operação "Atlântico V" ...  



No dia 6 de novembro, nove navios da Marinha do Brasil suspenderam do Rio de Janeiro com destino a Itaoca, no litoral do Espírito Santo. Neste ano, a Operação "Dragão XXXIX" esteve inserida na Operação "Atlântico V", um exercício conjunto coordenado pelo Ministério da Defesa, que reuniu até o dia de hoje (14), 2.845 militares da Marinha, além de efetivos do Exército e da Força Aérea Brasileira.

O dia 9 de novembro foi o Dia "D" da operação, com o desembarque das tropas de Fuzileiros Navais na praia de Itaoca. Foram 1.726 militares da Força de Fuzileiros da Esquadra, divididos em 106 viaturas operativas e 12 blindados (entre eles 8 carros lagarta anfíbios). O foco da projeção anfíbia foi a evacuação de não-combatentes, que tem como objetivo prover a necessária segurança para a saída de brasileiros que se encontram em país estrangeiro, onde instabilidades podem colocar em risco a integridade física. As ações em terra simularam a triagem, evacuação e retirada desses civis.

A Força-Tarefa Anfíbia, comandada pelo Contra-Almirante Paulo César Colmenero Lopes, Comandante da 1ª Divisão da Esquadra (ComDiv-1), foi composta pelo Navio Doca Multipropósito "Bahia" (G40), pelo Navio de Desembarque de Carros de Combate "Almirante Saboia" (G25), pela Embarcação de Desembarque de Carga Geral "Marambaia" (L20), pela Corveta "Barroso" (V34), pela Fragata "Rademaker" (F49), pelo Navio Patrulha "Guaporé" (P45), pelo Navio de Patrulha Oceânico "Apa" (P121), com o apoio do novo navio capitânia da esquadra brasileira, o Porta Helicóptero Multipropósito "Atlântico" (A140) e do Navio de Apoio Oceânico "Purus" (G152), que atuaram como força amiga, realizando ações de desembarque de tropa (150 Fuzileiros Navais), operações aéreas e de apoio logístico. Entre os meios aeronavais, a operação contou com 9 aeronaves da Marinha do Brasil (4 UH-15, 2 UH-12, 1 AF1, 1 AH-11A e 1 SH-16), além de aeronaves da Força Aérea Brasileira.

No dia 11 de novembro, o Ministro da Defesa, Joaquim Silva e Luna, o Comandante da Marinha, Almirante de Esquadra Eduardo Bacellar Leal Ferreira, o Chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, Almirante de Esquadra Ademir Sobrinho, além de membros do Almirantado, Oficiais Superiores das Forças Singulares e demais Oficiais, estiveram na área de operações em Itaoca (ES), onde percorreram os locais das ações em terra.

Em seguida, visitaram as instalações do Navio Doca Multipropósito "Bahia", onde assistiram à simulação de uma evacuação aeromédica, com o pouso de uma aeronave da Força Aérea Brasileira, que levou um paciente para ser atendido no Complexo Hospitalar do navio, que tem 500 m², duas salas de cirurgia, UTI, capacidade para atender até 100 pacientes por dia, e reuniu médicos, enfermeiros e farmacêuticos das três Forças.


Fonte: Marinha do Brasil



Acompanhe aqui o Noticiário relativo ao Comando da Aeronáutica veiculado nos principais órgãos de comunicação do Brasil. O NOTIMP apresenta matérias de interesse do Comando da Aeronáutica, extraídas diretamente dos principais jornais e revistas publicados no país.




PORTAL G1


Aeroporto de Brasília recebe autorização para aumentar quantidade de voos

Terminal passa a receber 68 voos por hora, em vez dos atuais 64 por hora. Ampliação reduz tempo de conexões e dá mais opções nos horários de pico, diz Inframerica

Por G1 Df | Publicada em 14/11/2018 07:25 | Atualizado em 14/11/2018 11:00

O Aeroporto de Brasília recebeu autorização do Comando da Aeronáutica para aumentar a capacidade da pista. Com isso, a partir de março de 2019, passará a receber 68 voos por hora, em vez dos atuais 64 por hora.
Isso significa que um avião poderá pousar ou decolar no aeroporto da capital federal a cada 53 segundos.
Segundo a Inframerica, que administra o aeroporto, a ampliação reduz o tempo das conexões e dá mais opções de voos nos horários de pico.
O aeroporto é o terceiro mais movimentado do país em número de passageiros. Só perde para Guarulhos e Congonhas, ambos em São Paulo.
É o único do país a operar com duas pistas que funcionam de forma simultânea e independente. As pistas têm espaço de 1,8 km entre elas – 50% a mais do que o mínimo exigido.

Mais 70 venezuelanos são levados de Roraima para o Amazonas, Brasília e Santa Catarina

Voo de interiorização saiu de Boa Vista na manhã desta quarta-feira (14)

G1 Rr | Publicada em 14/11/2018 17:52

Mais 70 venezuelanos foram levados nesta quarta-feira (14) de Roraima para Brasília, Amazonas e Santa Catarina, em um novo voo do processo de interiorização. Com este, sobe para 3.040 o número de pessoas que participaram voluntariamente da ação desenvolvida pelo Governo Federal.
Os imigrantes foram conduzidos por volta das 5h do abrigo Rondon 2 para o Aeroporto Atlas Cantanhede. De lá eles seguiram em duas aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB). O primeiro voo decolou às 9h com 26 pessoas para Palhoça (SC) e nove para Brasília.
O segundo saiu de Boa Vista às 13h45 com 35 imigrantes com destino a Manaus. Esta foi a 17º etapa do proceso de interiorização.
Conforme a Casa Civil da presidência, o processo de interiorização ocorre de forma voluntária por parte dos venezuelanos que desejam buscar novas oportunidades de trabalho e qualidade de vida em outras partes do país.
Todos os imigrantes que participam do programa são vacinados, têm documentação como CPF e carteira de trabalho e passam por exames de saúde antes de viajar, afirma o Governo Federal.
A iniciativa conta com apoio da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), da Agência da ONU para as Migrações (OIM), do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
Desde 2015, Roraima recebe um número crescente de venezuelanos. Em três anos e meio já são mais de 75 mil pedidos de refúgio ou residência temporária só no estado.

Avião que caiu em plantação de soja em MT não estava apto a operar, diz Anac; piloto e passageiro morreram

Acidente no domingo matou piloto e amigo na queda da aeronave. Caso será investigado pelo Seripa.

Por G1 Mt | Publicada em 14/11/2018 10:52

O avião de pequeno porte que caiu em uma plantação de soja e pegou fogo, no último domingo (11) em Querência, a 912 km de Cuiabá, não estava apto a operar. A informação foi divulgada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
O acidente ocorreu na zona rural de Querência e provocou a morte de duas pessoas. Júlio Cezar Sganzerla, de 34 anos, era o piloto e proprietário da aeronave. O passageiro, Rodrigo de Paula Schneider, de 30 anos, era amigo do piloto.
De acordo com a Anac, a aeronave, prefixo PP-ZWA, estava com o Certificado de Aeronavegabilidade cancelado, portanto, não estava apta a operar.
O acidente aéreo será investigado pelo Sexto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa), unidade do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA).
O acidente
Segundo a Polícia Militar, o acidente ocorreu no final da tarde na zona rural, a 10 km de Querência. O avião caiu em uma plantação de soja e pegou fogo logo em seguida.
Familiares e testemunhas pediram para que a polícia enviasse caminhão-pipa para conter o incêndio no avião. Enquanto isso, pessoas próximas tentaram apagar as chamas usando extintores e água na propriedade.
Uma enfermeira do hospital municipal foi chamada, mas não houve tempo de socorro. Os corpos foram carbonizados nas ferragens da aeronave.

Bolsonaro anuncia diplomata Ernesto Araújo como ministro das Relações Exteriores

Presidente eleito fez anúncio pelo Twitter e depois comentou assunto em entrevista coletiva. Segundo Bolsonaro, Araújo é diplomata de carreira há 29 anos e um brilhante intelectual

Guilherme Mazui, Filipe Matoso E Flávia Foreque | Publicada em 14/11/2018 16:27

O presidente eleito Jair Bolsonaro anunciou nesta quarta-feira (14) que o diplomata Ernesto Araújo será o novo ministro das Relações Exteriores.
Segundo Bolsonaro, Araújo é diplomata de carreira há 29 anos e um "brilhante intelectual".
De acordo com o site do Itamaraty, Araújo é o atual diretor do Departamento dos Estados Unidos, Canadá e Assuntos Interamericanos.
Bolsonaro já havia afirmado em entrevistas coletivas que o futuro ministro da pasta seria alguém da carreira.
O atual ministro da pasta, nomeado pelo presidente Michel Temer, é o senador licenciado Aloysio Nunes (PSDB-SP), que não é da carreira do Itamaraty.
Em nota, Aloysio Nunes afirmou que Araújo tem sido um servidor "exemplar" do Itamaraty, acrescentando que o futuro ministro tem o respeito dos colegas.
"Ernesto Araújo está mais do que talhado para bem servir ao Brasil nas elevadas atribuições que lhe são agora confiadas", declarou.
Negócios 'sem viés ideológico'
Após anunciar o nome de Ernesto Araújo pelo Twitter, Bolsonaro concedeu uma entrevista coletiva no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) em Brasília, onde funciona o gabinete de transição.
Na entrevista, disse ter escolhido o diplomata para o cargo pelo perfil de Araújo.
"Ele [futuro ministro] tem 29 anos no ministério, então é uma pessoa bastante experiente já, apesar de ser uma pessoa jovem, com 51 anos de idade", afirmou o presidente eleito.
"Obviamente, [o ministro terá de] motivar o MRE [Ministério das Relações Exteriores], incrementar a questão de negócios no mundo todo sem viés ideológico de um lado ou de outro e ter iniciativa", afirmou Bolsonaro.
Durante toda a campanha eleitoral, Bolsonaro disse que buscaria manter relações com outros países "sem viés ideológico".
Disse reiteradas vezes, por exemplo, que incentivaria a China a "comprar no Brasil, não a comprar o Brasil".
Novo ministro
Ao lado de Bolsonaro, Enersto Araújo disse que à frente do Itamaraty fará uma política "efetiva em função do interesse nacional", tornando o Brasil um país "atuante", "próspero" e "feliz".
Questionado se pretende aproximar o Brasil de alguns países, respondeu:
"Sem preferências, temos relações excelentes com todos os parceiros para incrementar as parcerias em benefício de todos e do povo brasileiro, sobretudo", afirmou.
Indagado nesse instante sobre como avalia as relações diplomáticas entre Brasil e Venezuela, Araújo passou a palavra a Bolsonaro.
"Nós não podemos abandonar nossos irmãos, que estão numa situação bastante complicada. Mas o governo federal não pode deixar que apenas o governo de Roraima e o de Boa Vista, basicamente, resolvam este assunto", declarou o presidente eleito.
Currículo
Araújo iniciou a carreira no Itamaraty em 1991. Há dois anos é diretor do Departamento de Estados Unidos, Canadá e Assuntos Interamericanos do Itamaraty.
Com quase três décadas de carreira, chegou ao topo da hierarquia diplomática em junho deste ano, quando foi promovido a embaixador. Já atuou nas embaixadas do Brasil em Washington (EUA) e Ottawa (Canadá).
Em um blog pessoal, costuma fazer críticas ao PT e defender Bolsonaro."O Whatsapp está ajudando Bolsonaro não porque empresas comprem pacotes de mensagens, mas porque o Whatsapp é um instrumento estupendo para liberdade de expressão, e a liberdade de expressão favorece Bolsonaro por uma margem de 100 a zero", publicou o futuro ministro, por exemplo.
"O povo vem criando um novo Brasil. Já criou ao menos a imagem de um novo Brasil – um Brasil sem PT, sem crime, sem falsidade – e agora se prepara para alcançar essa imagem, para tocá-la e começar a vivê-la", escreveu Araújo, em outro texto.
Temer no futuro governo
Durante a entrevista desta quarta-feira, Bolsonaro foi questionado se o presidente Michel Temer assumirá algum cargo no futuro governo.
Segundo a colunista do G1 Andréia Sadi, interlocutores de Temer tentam articular para o presidente assumir alguma embaixada após deixar o Palácio do Planalto.
"Não tenho conversação nenhuma com nenhum integrante do governo para conseguir uma embaixada fora do Brasil ou ocupar ministérios", afirmou.
Bolsonado foi indagado, então, se está descartada a presença de Temer e do atual chanceler Aloysio Nunes no governo. Ao que respondeu:
"Quem estiver devendo para a Justiça não terá a mínima chance de continuar num governo meu. Quem não tiver devendo pode até conversar".
Temer foi denunciado duas vezes pela Procuradoria-Geral da República à Justiça e é alvo de dois inquéritos no Supremo Tribunal Federal.
Ministros já anunciados
Além de Ernesto Araújo nas Relações Exteriores, o futuro governo já anunciou os seguintes ministros:
-Paulo Guedes, economista (Economia);
-Onyx Lorenzoni, deputado (Casa Civil);
-Sérgio Moro, juiz (Justiça e Segurança Pública);
-Augusto Heleno, general (Segurança Institucional);
-Fernando Azevedo e Silva, general (Defesa);
-Marcos Pontes, tenente-coronel (Ciência e Tecnologia);
-Tereza Cristina, deputada (Agricultura).
Durante a campanha eleitoral, Bolsonaro informou que o objetivo era reduzir o número de ministérios de 29 para "no máximo" 15. Mas, nesta terça (13), declarou que o número deve ficar entre 17 e 18.

Cuba decide deixar programa Mais Médicos no Brasil e cita declarações ameaçadoras de Bolsonaro

País manda profissionais para o Brasil desde o início do programa, em 2013 , em meio a polêmica sobre diploma e salários. Na campanha, Bolsonaro disse que expulsaria médicos cubanos com base na prova Revalida. Nesta quarta, afirmou que ditadura cubana demonstra irresponsabilidade e explora seus cidadãos.

Publicada em 14/11/2018 13:27

O governo de Cuba informou nesta quarta-feira (14) que decidiu sair do programa social Mais Médicos, citando "referências diretas, depreciativas e ameaçadoras" feitas pelo presidente eleito Jair Bolsonaro à presença dos médicos cubanos no Brasil. O país caribenho envia profissionais para atuar no Sistema Único de Saúde desde 2013, quando o governo da então presidente Dilma Rousseff criou o programa para atender regiões carentes sem cobertura médica.
"O Ministério da Saúde Pública de Cuba tomou a decisão de não continuar participando do Programa Mais Médicos e assim comunicou à diretora da Organização Pan-Americana de Saúde [Opas] e aos líderes políticos brasileiros que fundaram e defenderam a iniciativa", diz a nota do governo.
O comunicado não diz a data em que os médicos cubanos deixarão de trabalhar no programa. A Opas disse apenas que foi comunicada da decisão, sem dar mais detalhes.
Expulsão pelo Revalida
Em agosto, ainda em campanha, Bolsonaro declarou que ele "expulsaria" os médicos cubanos do Brasil com base no exame de revalidação de diploma de médicos formados no exterior, o Revalida. A promessa também estava em seu plano de governo.
Fora do Mais Médicos, os formados no exterior não podem atuar na medicina brasileira sem a aprovação no Revalida. Mas no caso do programa federal, todos os estrangeiros participantes têm autorização de atuar no Brasil mesmo sem ter se submetido ao exame.
"Nós juntos temos como fazer o Brasil melhor para todos e não para grupelhos que se apoderaram do poder e [há] mais de 20 anos nos assaltam e cada vez mais tendo levado para um caminho que nós não queremos. Vamos botar um ponto final do Foro de São Paulo. Vamos expulsar com o Revalida os cubanos do Brasil", declarou Bolsonaro em pronunciamento realizado em Presidente Prudente (SP).
“Qualquer estrangeiro vindo trabalhar aqui na área de medicina tem que aplicar o Revalida. Se você for para qualquer país do mundo, também. Nós não podemos botar gente de Cuba aqui sem o mínimo de comprovação de que eles realmente saibam o exercício da profissão. Você não pode, só porque o pobre que é atendido por eles, botar pessoas que talvez não tenham qualificação para tal”, justificou.
Após a decisão do governo cubano, Bolsonaro se manifestou pelo Twitter dizendo: "Condicionamos à continuidade do programa Mais Médicos a aplicação de teste de capacidade, salário integral aos profissionais cubanos, hoje maior parte destinados à ditadura, e a liberdade para trazerem suas famílias. Infelizmente, Cuba não aceitou."
Bolsonaro disse ainda que "além de explorar seus cidadãos ao não pagar integralmente os salários dos profissionais, a ditadura cubana demonstra grande irresponsabilidade ao desconsiderar os impactos negativos na vida e na saúde dos brasileiros e na integridade dos cubanos". O presidente eleito acrescentou que "Cuba fica com a maior parte do salário dos médicos cubanos e restringe a liberdade desses profissionais e de seus familiares".
"Eles estão se retirando do Mais Médicos por não aceitarem rever esta situação absurda que viola direitos humanos. Lamentável!", escreveu no Twitter.
Decisão do STF
Em novembro do ano passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) validou o Mais Médicos e autorizou a dispensa da validação de diploma de estrangeiros ao julgar ações que questionavam pontos do programa federal, como acordo que paga salários mais baixos para médicos cubanos.
A atuação dos médicos cubanos no Brasil gera polêmica desde a criação do Mais Médicos. No entanto, o programa contrata profissionais de várias nacionalidades, e não apenas cubanos.
No Mais Médicos, pouco mais da metade – 8.556 dos 16.707 participantes – vêm de Cuba, de acordo com dados obtidos pelo G1. Todos os profissionais, independentemente do país de origem, precisam ter diploma de medicina expedido por instituição de ensino superior estrangeira, habilitação para o exercício da profissão no país de origem e ter conhecimento de língua portuguesa, regras de organização do SUS e de protocolos e diretrizes clínicas de atenção básica.
Veja pontos do programa Mais Médicos
Foi criado em julho de 2013 para ampliar o atendimento médico principalmente em regiões mais carentes.
Em agosto de 2013, fechado acordo com a Opas para participação de médicos cubanos.
Participação de brasileiros formados no Brasil aumentou 38% entre 2016 e 2017, de acordo com o Ministério da Saúde.
Programa tem 18.240 vagas em mais de 4 mil municípios e 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI).
Atende cerca de 63 milhões de brasileiros, de acordo com o Ministério da Saúde.
Participação de cubanos no programa tinha sido renovada no início deste ano por mais cinco anos.
Levantamento do governo divulgado em 2016 apontou que o programa é responsável por 48% das equipes de Atenção Básica em municípios com até 10 mil habitantes.
Em 1.100 municípios atendido pelo programa, o Mais Médicos representava 100% da cobertura de Atenção Básica, de acordo com dados divulgados em 2016.
Veja abaixo a íntegra da nota do governo cubano, publicada no jornal "Granma":
"Declaração do Ministério da Saúde Pública
O presidente eleito do Brasil, Jair Bolsonaro, com referências diretas, depreciativas e ameaçadoras à presença de nossos médicos, declarou e reiterou que modificará os termos e condições do Programa Mais Médicos, desrespeitando a Organização Panamericana de Saúde.
O Ministério da Saúde Pública da República de Cuba, comprometido com os princípios solidários e humanistas que durante os 55 anos guiaram a cooperação médica cubana, participa desde o inicio de agosto de 2013 no Programa Mais Médicos para o Brasil. A iniciativa Dilma Rousseff, na época presidente da República Federativa do Brasil, teve o nobre propósito de garantir assistência médica para o maior número da população brasileira, em consonância com o princípio da cobertura universal de saúde promovida pela Organização Mundial da Saúde.
Esse programa previa a presença de médicos brasileiros e estrangeiros para atuar em áreas pobres e remotas daquele país.
A participação cubana no mesmo é feita através da Organização Pan-Americana da Saúde e se distinguiu pela ocupação de lugares não cobertos por médicos brasileiros ou de outras nacionalidades.
Nestes cinco anos de trabalho, cerca de 20 mil colaboradores cubanos atenderam 113.359.000 pacientes em mais de 3.600 municípios, chegando a cobrir um universo de 60 milhões de brasileiros na época em que constituíram 80% de todos os médicos participantes do programa. Mais de 700 municípios tiveram um médico pela primeira vez na história.
O trabalho dos médicos cubanos em locais de extrema pobreza nas favelas do Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador de Bahia, nos 34 Distritos Especiais Indígenas, especialmente na Amazônia, foi amplamente reconhecido pelos governos federal, estaduais e municipais daquele país e de sua população, que lhe concedeu 95% de aceitação, segundo estudo encomendado pelo Ministério da Saúde do Brasil à Universidade Federal de Minas Gerais.
Em 27 de setembro de 2016, o Ministério da Saúde Pública, em uma declaração oficial, informou perto da data de expiração do contrato e no meio dos eventos relacionados ao golpe de Estado legislativo-judicial contra a presidenta Dilma Rousseff, que Cuba "continuará a participar no acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde para a aplicação do Programa Mais Médicos, desde que mantidas as garantias oferecidas pelas autoridades locais ", o que foi respeitado até agora.
O presidente eleito do Brasil, Jair Bolsonaro, com refetrências diretas, depreciativas e ameaçadoras à presença de nossos médicos, disse e reiterou que modificará os termos e condições do Programa Mais Médicos, desrespeitando a Organização Pan-Americana da Saúde e o que esta acordou com Cuba, ao questionar o preparo de nossos médicos e condicionar sua permanência no programa à revalidação do título e como única forma de se contratá-los a forma individual.
As mudanças anunciadas impõem condições inaceitáveis e violam as garantias acordadas desde o início do programa, que foram ratificadas em 2016 com a renegociação da cooperação entre a Organização Pan-Americana da Saúde e o Ministério da Saúde do Brasil e o Convênio de Cooperação entre a Organização Pan-Americana da Saúde e o Ministério da Saúde Pública de Cuba. Essas condições inadmissíveis impossibilitam a manutenção da presença de profissionais cubanos no Programa.
Portanto, diante desta triste realidade, o Ministério da Saúde Pública de Cuba tomou a decisão de não continuar participando do programa Mais Médicos e o comunicou à diretora da Organização Pan-Americana da Saúde e aos líderes políticos brasileiros que fundaram e defenderam essa iniciativa.
Não é aceitável questionar a dignidade, o profissionalismo e o altruísmo dos colaboradores cubanos que, com o apoio de suas famílias, prestam atualmente serviços em 67 países. Em 55 anos, 600 mil missões internacionalistas foram realizadas em 164 países, envolvendo mais de 400 mil trabalhadores de saúde, que em muitos casos cumpriram essa honrosa tarefa em mais de uma ocasião. Destacam-se as façanhas da luta contra o ebola na África, a cegueira na América Latina e no Caribe, a cólera no Haiti e a participação de 26 brigadas do Contingente Internacional de Médicos Especializados em Desastres e Grandes Epidemias "Henry Reeve" no Paquistão , Indonésia, México, Equador, Peru, Chile e Venezuela, entre outros países.
Na esmagadora maioria das missões concluídas, as despesas foram assumidas pelo governo cubano. Da mesma forma, em Cuba, 35.613 profissionais de saúde de 138 países foram treinados gratuitamente, como expressão da nossa solidariedade e vocação internacionalista.
Os funcionários tiveram seus postos de trabalho e 100% de seu salário em Cuba mantidos, com todas as garantias trabalhistas e sociais, como o resto dos trabalhadores do Sistema Nacional de Saúde.
A experiência do Programa Mais Médicos para o Brasil e a participação cubana demonstram que um programa de cooperação Sul-Sul pode ser estruturado sob os auspícios da Organização Pan-Americana da Saúde para promover seus objetivos em nossa região. O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento e a Organização Mundial da Saúde qualificam-no como o principal exemplo de boas práticas na cooperação triangular e na implementação da Agenda 2030 com os seus Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
Os povos da nossa América e do resto do mundo sabem que sempre poderão contar com a vocação humanista e solidária de nossos profissionais.
O povo brasileiro, que fez do Programa Mais Médicos uma conquista social, que contou desde o início com os médicos cubanos, aprecia suas virtudes e aprecia o respeito, sensibilidade e profissionalismo com que o atenderam, poderá entender sobre quem recai a responsabilidade que nossos médicos não podem continuar fornecendo sua contribuição solidária nesse país.
Havana, 14 de novembro de 2018".
AGÊNCIA REUTERS


Forças Armadas devem lealdade aos brasileiros não a Bolsonaro, diz Etchegoyen


Ricardo Brito E Anthony Boadle | Publicada em 14/11/2018 19:21

BRASÍLIA (Reuters) - O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general da reserva do Exército Sérgio Etchegoyen, afirmou que as Forças Armadas do país devem lealdade à população brasileira, e não ao presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), e fez questão de destacar que não há risco de politização do Exército, da Marinha e da Aeronáutica no futuro governo.
“Agora está eleito um governo de um político. O presidente eleito foi um dia um militar, há 30 anos, ele é político, ele tem sim como vice-presidente um militar que até ontem foi um general que chegou ao maior posto”, disse, referindo-se a Bolsonaro, um capitão da reserva do Exército, e seu vice, Hamilton Mourão.
“Se nós temos as Forças Armadas que nunca participaram, nunca foram sustento de governo de nenhum regime democrático, não teria que ser agora. Não vejo”, disse Etchegoyen, em entrevista exclusiva à Reuters na terça-feira, no gabinete dele no Palácio do Planalto.
Para ele, as Forças Armadas devem lealdade aos brasileiros e há um “equívoco” na percepção do papel da instituição, “principalmente pela imprensa”. Ele disse que desde 1979 — desde a revogação dos últimos atos institucionais de “exceção” — o Brasil está “absolutamente livre” para o exercício de todas as tendências do espectro político.
“As Forças Armadas nunca foram atores políticos nesses 39 anos, nunca foram fonte de instabilidade”, disse ele, ao destacar que nesse período foram até eleitos governos de esquerda com os quais as forças tiveram “muito boas relações”.
O ministro do GSI disse que a então candidatura de Bolsonaro já tinha sido lançada há “bastante tempo” e que as Forças Armadas não participaram dela. “Não houve proselitismo, houve generais da reserva, reformados, outros militares reformados que têm todo o direito de fazerem a sua escolha e escolha feita foi de 57 milhões de brasileiros, a escolha não foi de militares”, afirmou.
“O presidente eleito é um presidente eleito por vontade de 57 milhões de brasileiros. É a esses 57 milhões de brasileiros que as Forças Armadas -57 milhões não— é a todos os brasileiros que as Forças Armadas devem a lealdade do seu papel, não ao presidente eleito”, disse.
O general afirmou considerar uma “aposta complicada” ingressar na carreira militar com vistas a buscar um caminho político no futuro, após ser questionado sobre o aumento do número de escolhidos para o primeiro escalão de quadros egressos das Forças Armadas no governo Bolsonaro. Na terça-feira, por exemplo, tinha sido confirmado o também general da reserva Fernando Azevedo e Silva como ministro da Defesa, que Etchegoyen disse ter percorrido o “caminho militar e político em alguns momentos”.
“O que te promove na carreira militar são teu currículo militar, o teu passado. Se fosse isso, Bolsonaro teria esperado ser general para se candidatar. Ele escolheu um caminho político legítimo lá atrás. Além disso, só para complementar, ele está cumprindo mais uma promessa de campanha, disse que ia colocar um general e colocou um general 4 estrelas”, afirmou, em referência ao novo titular da Defesa.
Etchegoyen disse que defende a escolha de um ministro da Defesa “relevante”, seja civil ou militar. Ele admitiu que a indicação do novo ministro da Defesa pode “desbalancear” e ter um “mal-estar” na relação com as duas outras forças — antes da decisão, Bolsonaro chegou a ponderar que estaria pensando em alguém da Marinha para o cargo.
“Mas militares somos disciplinados”, ressalvou, para quem não deve causar um problema maior. “Não, o ministro vai precisar dos comandantes, os comandantes vão precisar do ministro como interlocutor do presidente”, disse.
SOLAVANCOS E INSTITUIÇÕES
Etchegoyen, que assumiu em maio de 2016 a pasta responsável por acompanhar ameaças à segurança institucional na esteira do afastamento da então presidente Dilma Rousseff pelo Senado, afirmou que o país passou por três momentos “muito graves” e “muito sérios”: o impeachment da petista, a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em abril e a eleição de Bolsonaro. Ele destacou que a sociedade aceitou as decisões tomadas pelas instituições, apesar de manifestações.
“A eleição do Bolsonaro seria o fim do mundo, a sociedade aceitou o resultado, os derrotados aceitaram o resultado e o Brasil está aí”, disse.
Para ele, as pessoas têm que entender que o Brasil é um país sofisticado e, para enfatizar sua crença na solidez das instituições brasileiras, o ministro do GSI recorreu a uma hipótese extrema: o do afastamento de Bolsonaro em caso de atuação ilegal.
“Então elegemos um presidente que tem uma posição diferente do governo que estava. É legítimo, é democrático e muito bem, ele vai governar. Ah, é um fascista, um pervertido. Se for isso, a sociedade tira ele no dia seguinte. Brasil não tem lugar para isso”, disse ele, que criticou os rótulos colocados no presidente eleito durante a eleição.
TERRORISMO
Embora não tenha comentado abertamente a posição de Bolsonaro em defesa de enquadrar como crime de terrorismo invasão de propriedade feita por movimentos sociais, como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o ministro do GSI disse que “não foi inteligente” a lei que tipifica tais delitos ter deixado de fora tais movimentos. Ele disse que as reivindicações deles são fatos da vida democrática e não há “absolutamente nenhum problema” quanto a isso.
“A partir do momento que o movimento social está excepcionalizado, ele passa a ser o alvo daquele que quiser se infiltrar. Ele sabe que aquele que quiser se infiltrar num movimento social, ele vai estar excepcionalizado”, disse. “Para mim, não se trata de criminalizar, colocar na lei os movimentos sociais. Eu acho que eles não deveriam estar isentos até em benefício deles mesmos. Por favor, não vão botar de outra forma”, ressaltou.
SEGURANÇA PRESIDENCIAL
Etchegoyen afirmou que, diante do atentado à faca contra Bolsonaro em setembro, o trabalho do GSI já está sendo e será “maior” e que tem conversado “muito” com o general Augusto Heleno, já anunciado pelo presidente eleito para comandar a pasta a partir de janeiro.
“Ele (Bolsonaro) -e a ironia que ele é o radical, ele é isso-, mas foi ele que levou a facada e continua sendo ameaçado. Então até que as ameaças que existem se esclareçam se são blefe ou não, até esse momento vamos ter que conviver com uma segurança bem diferente do atual presidente, da antiga presidente”, disse.
Etchegoyen afirmou que haverá mais pessoal envolvido na segurança, maior restrição de acesso e o emprego de outras técnicas e cuidados com o presidente eleito. “Menos exposição, aí tem que ver. Tem que ver até o que o presidente vai querer, se ele vai ser disciplinado ou não.”
AGÊNCIA BRASIL


Congresso aprova R$ 18,9 bilhões em créditos para diversas áreas


Publicada em 14/11/2018 07:39

Em sessão do Congresso Nacional, que reúne deputados federais e senadores, foi aprovado um total de R$ 18,9 bilhões em projetos de créditos orçamentários para diversas áreas, principalmente segurança pública, Justiça. Há verbas para aperfeiçoar o sistema carcerário, o combate ao crime, o policiamento nas estradas, além da preservação do patrimônio público e programas de apoio à criança e ao adolescente.
Os projetos serão enviados para sanção presidencial. As medidas foram aprovadas na noite de ontem (13). O maior crédito aberto foi de R$ 9,86 bilhões para transferência a estados, Distrito Federal e municípios (R$ 8,4 bilhões de royalties, fundos de participação dos estados e municípios – FPE e FPM – e Fundeb) e para compensar a Previdência Social por perdas com a desoneração da folha de pagamentos (R$ 1,2 bilhão).
Esses recursos vêm de concessões do setor público (R$ 1,23 bilhão) e de excesso de arrecadação (R$ 8,63 bilhões), dos quais R$ 4 bilhões de transferências constitucionais devidas pela União relativas ao Imposto sobre a Renda (IR) e sobre produtos industrializados (IPI) e R$ 4,6 bilhões de royalties do petróleo.
Segurança
Há ainda a garantia de repasse de R$ 435 milhões para ações em seis ministérios: Justiça, Segurança Pública, Direitos Humanos, Defesa, Cultura e Planejamento. Justiça e Segurança Pública receberão R$ 196,2 milhões que deverão ser aplicados no combate à criminalidade e R$ 15 milhões para o fortalecimento e modernização das instituições de segurança. Também estão previstos recursos para o policiamento das estradas, Polícia Rodoviária Federal e repressão ao tráfico de drogas.
Foi aprovado também crédito especial de R$ 372 milhões para Fazenda, Justiça e Segurança Pública para os mais diversos fins: Casa da Moeda e Fundação Nacional do Índio (Funai) estão entre os beneficiados. Houve liberação de R$ 40,8 milhões para construção e aprimoramento da Penitenciária Federal em Itaquitinga (PE).
Para a área de Direitos Humanos, serão R$ 176,3 milhões que serão aplicados na promoção dos direitos da criança e do adolescente, infraestrutura de unidades de atendimento especializado a crianças e adolescente.
O Ministério da Defesa receberá R$ 40 milhões que serão investidos na modernização operacional do Exército e no Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul (SisGAAz). Mais R$ 20 milhões serão repassados para o Ministério da Cultura para fomento de atividades culturais.
Também para Defesa foi aprovado um crédito suplementar de R$ 81,4 milhões para contratar serviços especializados de manutenção e funcionamento das Organizações Militares da Marinha e a aquisição de objetos de reposição e de viaturas do Corpo de Fuzileiros Navais, no Comando da Marinha, além de R$ 140 milhões para equipamentos para a Aeronáutica.
Para o Ministério do Planejamento, serão repassados R$ 2,5 milhões que deverão ser investidos na gestão do patrimônio imobiliário da União.
*Com informações das agências Senado e Câmara.
PORTAL SPUTNIK BRASIL


O Brasil tem poder de fogo para proteger a riqueza da Amazônia Azul?


Publicada em 15/11/2018 00:56 | Atualizado em 15/11/2018 02:38

Devido à enorme riqueza natural, a porção de mar sob jurisdição brasileira é também conhecida como Amazônia Azul. A área é um dos mais importantes patrimônios naturais brasileiros e é uma preocupação para o setor de Defesa. Para comentar o assunto, a Sputnik Brasil ouviu Ricardo Cabral, pesquisador da Escola de Guerra Naval da Marinha do Brasil.
O pesquisador falou sobre a importância comercial e estratégica, o potencial energético, científico e as obrigações internacionais do Brasil com as áreas da Amazônia Azul e seu entorno. Ele também descreveu o atual estado da esquadra da Marinha brasileira, que carece de investimentos e pleiteia junto ao novo governo federal uma fatia maior do orçamento público, limitado pela Emenda Constitucional nº 95.
Foi a própria Marinha brasileira que cunhou o termo "Amazônia Azul", em referência ao tamanho da biodiversidade e dos bens naturais encontradas em sua área. No entanto, a área marítima é ainda maior do que porção brasileira da floresta tropical. A Amazônia Azul compreende uma área de 4,5 milhões de m² e tem o equivalente a 52% do território brasileiro.
Essas águas, além de reservas naturais fundamentais para o país, são porta de entrada para o comércio mundial ao Brasil, como revela o pesquisador Ricardo Cabral em entrevista à Sputnik Brasil.
"95% do nosso comércio funciona a partir das vias navais. Nós temos sete linhas de comunicação marítima, seis a sete linhas muito importantes, nós temos isso mapeado. […] Pelo menos, você tem 85% da nossa produção de petróleo e gás vindos do mar", aponta. A faixa de mar também garante 45% de todo o pescado brasileiro.
Além de todo o fluxo de transporte internacional de exportações e importações que chega aos portos brasileiros, ainda há também o transporte de mercadorias via cabotagem.
A prática, que consiste em transportar mercadorias através dos portos de um mesmo país, corresponde a aproximadamente 11% de todo o transporte de cargas no Brasil. Esse tipo de transporte funciona principalmente na distribuição de petróleo entre plataformas marítimas e o continente, produto que entre 2010 e 2016 correspondeu a 75% do fluxo de mercadorias entre portos domésticos.
Além do combustível fóssil, a Amazônia Azul também tem potencial energético renovável a ser explorado. Estudos apontam que vários pontos da faixa litorânea brasileira têm potencial para a construção de usinas de energia maremotrizes, que produzem energia através das marés.
Há uma unidade desse tipo de usina no Ceará. Inaugurada em 2012, a Usina de Pecém-CE tem capacidade potencial de 100 quilowatts para o abastecimento do porto local, o maior do estado.
"Você tem um potencial hoje perto da energia solar, energia eólica. E são energias limpas. Tudo isso pode ajudar o país a dar um salto e com energia limpa. Isso é que é muito interessante", aponta Cabral.
O que tem a ver a Amazônia Azul com um submarino nuclear?
Com tanta riqueza, a área torna-se objeto de interesse fundamental para a soberania nacional brasileira e também para a proteção de recursos estratégicos, como o petróleo.
Próxima das maiores cidades brasileiras, a exploração dessa porção do Atlântico é um catalisador da inovação científica no Brasil, avalia o pesquisador da Escola Naval de Guerra.
Ricardo Cabral explica que a partir da exploração da área o Brasil desenvolveu tecnologias  para a prospecção e extração de petróleo em águas profundas, como no caso mais célebre, a descoberta do Pré-Sal.
O Brasil desenvolve hoje um submarino nuclear para operar na área, o que Cabral explica como sendo uma oportunidade de inovação tecnológica.
"Da tecnologia do submarino nuclear pode se tirar uma série de coisas. O que tem a ver a Amazônia Azul com um submarino nuclear? Tem tudo a ver. O submarino está sendo construído para a defesa da Amazônia Azul", ressalta.
Sonho da Marinha brasileira desde os anos 1970, o submarino de propulsão nuclear está sendo desenvolvido pelo Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo e coloca o Brasil em um seleto grupo de países que possuem esse tipo de embarcação. Apenas Estados Unidos, França, China, Rússia e Reino Unido possuem um.
Cabral explica que o submarino não funcionaria apenas como um investimento na Defesa brasileira, mas que também representa uma forma de inovação tecnológica.
"Ele [o submarino] não é uma coisa só para a Defesa, ele não é só uma arma de guerra. Você está trabalhando ali com tecnologia de materiais. Do projeto, provavelmente sairão dali modelos de mini usinas nucleares que podem ser transformadas em médias usinas que podem ser disseminadas pelo país", enfatiza o pesquisador.
A previsão é de que o Brasil inicie a construção do submarino nuclear Álvaro Alberto em 2023 e que possa utilizá-lo em 2028.
Cabral acredita que o submarino é uma oportunidade para "avançar imensamente" em áreas como a pesquisa. Essa oportunidade, segundo o pesquisador, seria uma maneira de compensar o que ele chama de "falta de projeto". Ele lembra o caso do navio hidroceanográfico Vital de Oliveira, o primeiro e mais moderno do Brasil a ser construído exclusivamente para fins de pesquisa científica.
"O navio oceanográfico Vital de Oliveira, um dos navios oceanográficos mais modernos da Marinha e do mundo […] foi construído na China, com o apoio do Ministério da Ciência e Tecnologia, da Petrobrás e etc. Mas é interessante, gostaria de ressaltar, que nós temos capacidade de construí-lo aqui e, no entanto, infelizmente não foi feito. Essas questões que me chamam a atenção, a falta de um projeto. Nós temos órgãos, nós temos boas ideias e não conseguimos colocar", enfatiza.
O pesquisador também aponta o caso da usina maremotriz de Pecém-CE como exemplo das falhas de projeto e falta de investimentos dos governos.
"Veja essa questão da usina a partir da energia das marés, [ela] foi concebida em 2012. Já era para estar pronta. Aí foi abandonada, então retomou em 2017, só vai ficar pronta em 2020. Já era para estar funcionando. Isso que é muito difícil para nós entendermos, infelizmente", lamenta.
Falta de investimentos na Marinha ameaça a Amazônia Azul?
Ricardo Cabral explica que houve um baixo nível de investimentos na Marinha ao longo dos últimos anos, em sua opinião. Ele lembra que em meio a "desperdícios" e "escândalos", o reaparelhamento da Marinha não foi realizado.
"Nós precisamos de navios patrulha, precisa de muitos navios patrulha. Tinha um projeto da classe Macaé de construir 50 navios. Eram navios de 50 toneladas, quando você precisa de navios de 1,5 mil toneladas para fazer uma fiscalização. Você precisa das fragatas, das corvetas. E isso tudo está sendo postergado. Pode ser que agora, com um novo governo, a Marinha ganhe prioridade", disse Cabral.
Em 2017 a Defesa no Brasil recebeu um orçamento de 1,4% do PIB, o equivalente a R$ 92,5 bilhões. Em 2016, esse valor foi de 1,34% no PIB, ou R$ 84,5 bilhões. Para 2018, a expectativa é de que o valor chegue a R$ 100,7 bilhões. Mesmo com o avanço, Cabral acredita que as receitas destinadas ainda estão longe do ideal.
"Só para você ter uma ideia, a média brasileira de investimento em Defesa gira em torno de 1,6% [do PIB]. Se você pegar as dez maiores economias do mundo, elas investem no mínimo 2%", explica o pesquisador.
Para ele, o ideal de investimento para as Forças Armadas do Brasil deve ser também de 2% do PIB, com o que, segundo ele, é possível "no longo prazo, voltar a ter uma esquadra razoável, como se tinha nos anos 1980", época em que ele acredita que a esquadra naval brasileira tinha poder de dissuasão "muito maior".
Ele explica que atualmente os navios brasileiros estão "muito antigos" e que as compras realizadas foram de oportunidade. Para ele, é "urgente" o reaparelhamento da Marinha.
"Nós ficamos muitos anos sem construir novos navios […]. O que eu posso dizer é que a esquadra [atual], se tiver problemas, ela sairá ao mar. Mas que as condições, que se perdeu a capacidade de dissuasão, a capacidade de dissuasão é muito pequena, isso é inegável", ressalta.
Ele lembra que esse tipo de investimento é caro e de longo prazo e que requer processos como treinamento e aperfeiçoamento contínuo de táticas e estratégias.
Uma das funções que ele aponta que o Brasil deve cumprir com sua Marinha vai além da já imensa Amazônia Azul, o que cria uma demanda ainda maior de investimentos no setor.
"Nós temos uma área SAR, uma área de busca e salvamento que é responsabilidade do Brasil. O Brasil assinou um acordo internacional sobre isso, que é uma área de 14,8 milhões de km², que é maior ainda do que a Amazônia Azul. E ela vai ao meio do Atlântico Sul basicamente. E é uma área de responsabilidade do Brasil, ou seja, o que acontecer lá fora nós temos que ir lá resgatar, faz parte das nossas missões", lembra.
Cabral também acredita que desde o governo de Fernando Henrique Cardoso as questões que envolvem a Amazônia Azul e seu imenso potencial foram "negligenciadas".
Bolsonaro vai investir mais nas Forças Armadas?
Uma das maiores dificuldades enfrentadas pelo futuro governo no setor da Defesa será atender a expectativa de investimentos na área. Desde a Emenda Constitucional nº 95, que ficou conhecida como "Teto de Gastos", há uma preocupação das Forças Armadas pela garantia de mais investimentos, como evidenciado pelo documento "Cenários de Defesa 2020-2039".
Ricardo Cabral explica que os altos oficiais do setor têm mantido uma postura de busca por mais recursos em todos os governos passados e que isso não deve mudar no governo do presidente eleito Jair Bolsonaro.
"Todos os oficiais generais, todos no comando, o comandante da Marinha, destes o que a gente ouve é um empenho, um empenho em conseguir recursos. Isso se fala abertamente todo governo, todo ano, independente do governo, se busca continuamente recursos. Isso é falado", explica.
A ciência acerca das limitações sobre o orçamento e também sobre estrutura das Forças Armadas tem sido expressada publicamente pelas autoridades militares.
"Nas entrevistas do Almirante Leal Ferreira, o atual comandante da Marinha, ele ressalta a todo momento a busca de recursos, as conversas contínuas no Congresso, com o governo, para a manutenção dos programas, a continuidade dos programas", aponta Cabral.
Diante de uma perspectiva de cortes e limitações orçamentárias no investimento público, há temor que programas destinados para a proteção da Amazônia Azul que já receberam aporte financeiro sejam descartados.
"Por exemplo, um programa que era o SisGAAZ, o Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul, ele foi suspenso por absoluta falta de recursos", que explica que apesar do fato de o programa não ter começado, houve recursos investidos em estudos preliminares que poderiam ser perdidos com o fim do projeto. Em caso de reativação, explica Cabral, ainda mais recursos seriam demandados.
Com a cara manutenção de uma frota considerada velha na Marinha e um alto investimento demandado para a construção de novas embarcações, sobra um clima de incertezas. O que se sabe, segundo o pesquisador Ricardo Cabral, é que com o investimento necessário o Brasil só tem a ganhar na pesquisa e defesa da Amazônia Azul.
JORNAL DO SENADO


Wellington Fagundes defende Forças Armadas e investimento nas fronteiras


Da Redação | Publicada em 14/11/2018 12:40

Em pronunciamento nesta quarta-feira (14), o senador Wellington Fagundes (PR-MT) defendeu investimentos na proteção das fronteiras para evitar o aumento da criminalidade. Relator setorial da área da Defesa e Justiça na elaboração do Orçamento para 2019, ele relatou a audiência que teve com o ministro da Defesa, general Joaquim Silva e Luna, para discutir o assunto.
Wellington disse que, na reunião, tratou sobre o orçamento da área da Defesa para o próximo ano, o papel das Forças Armadas e a importância social delas para o país.
Ao defender a total integração entre todas as polícias, o parlamentar disse que o Estado precisa fazer sua parte, a fim de evitar o abastecimento de armas para grupos criminosos através do contrabando.
- Entra arma, entra o contrabando ou leva-se o produto contrabandeado do Brasil porque, principalmente estados como o Mato Grosso estão vulneráveis, sem a presença e a eficácia das Forças Armadas em suas fronteiras - ressaltou.
OUTRAS MÍDIAS


TECNOLOGIA E DEFESA - “Operação Atlântico 2018” no Porta Helicóptero Multi-propósito A-140 (Marinha).


Roberto Caiafa | Publicada em 15/11/2018 01:15

No dia 6 de novembro, nove navios da Marinha do Brasil suspenderam do Rio de Janeiro com destino a Itaoca, no litoral do Espírito Santo.
Neste ano, a Operação “Dragão XXXIX” esteve inserida na Operação “Atlântico V”, um exercício conjunto coordenado pelo Ministério da Defesa, que reuniu até o dia de hoje (14), 2.845 militares da Marinha, além de efetivos do Exército Brasileiro e da Força Aérea Brasileira.
O dia 9 de novembro foi o Dia “D” da operação, com o desembarque das tropas de Fuzileiros Navais na praia de Itaoca.
Foram 1.726 militares da Força de Fuzileiros da Esquadra, divididos em 106 viaturas operativas e 12 blindados (entre eles 8 carros lagarta anfíbios).
O foco da projeção anfíbia foi a evacuação de não-combatentes, que tem como objetivo prover a necessária segurança para a saída de brasileiros que se encontram em país estrangeiro, onde instabilidades podem colocar em risco a integridade física. As ações em terra simularam a triagem, evacuação e retirada desses civis.
A Força-Tarefa Anfíbia, comandada pelo Contra-Almirante Paulo César Colmenero Lopes, Comandante da 1ª Divisão da Esquadra (ComDiv-1), foi composta pelo Navio Doca Multipropósito “Bahia” (G40), pelo Navio de Desembarque de Carros de Combate “Almirante Saboia” (G25), pela Embarcação de Desembarque de Carga Geral “Marambaia” (L20), pela Corveta “Barroso” (V34), pela Fragata “Rademaker” (F49), pelo Navio Patrulha “Guaporé” (P45), pelo Navio de Patrulha Oceânico “Apa” (P121), com o apoio do novo navio capitânia da esquadra brasileira, o Porta Helicóptero Multipropósito “Atlântico” (A140) e do Navio de Apoio Oceânico “Purus” (G152), que atuaram como força amiga, realizando ações de desembarque de tropa (150 Fuzileiros Navais), operações aéreas e de apoio logístico.
Entre os meios aeronavais, a operação contou com 9 aeronaves da Marinha do Brasil (4 UH-15, 2 UH-12, 1 AF1, 1 AH-11A e 1 SH-16), além de aeronaves da Força Aérea Brasileira.
No dia 11 de novembro, o Ministro da Defesa, Joaquim Silva e Luna, o Comandante da Marinha, Almirante de Esquadra Eduardo Bacellar Leal Ferreira, o Chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, Almirante de Esquadra Ademir Sobrinho, além de membros do Almirantado, Oficiais Superiores das Forças Singulares e demais Oficiais, estiveram na área de operações em Itaoca (ES), onde percorreram os locais das ações em terra.
Em seguida, visitaram as instalações do Navio Doca Multipropósito “Bahia”, onde assistiram à simulação de uma evacuação aeromédica, com o pouso de uma aeronave da Força Aérea Brasileira, que levou um paciente para ser atendido no Complexo Hospitalar do navio, que tem 500 m², duas salas de cirurgia, UTI, capacidade para atender até 100 pacientes por dia, e reuniu médicos, enfermeiros e farmacêuticos das três Forças.



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