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NOTIMP - Noticiário da Imprensa - 28/05/2018 / Greve: Nove aeroportos em situação crítica



Greve: Nove aeroportos em situação crítica ...  


Terminais estão sem o querosene de aviação. Em Brasília, estoque chegou a zerar no domingo, mas comboio escoltado por forças federais elevou o nível do reservatório para 18% à noite. Durante o fim de semana, 62 voos foram cancelados na capital ...  


Ingrid Soares ...  


Após mais de uma semana de estoque contingenciado por conta da manifestação dos caminhoneiros, o cenário ainda é de insegurança nos aeroportos. Nove terminais amanheceram hoje (28) sem combustível: São José dos Campos (SP), Uberlândia (MG), Ilhéus (BA), Campina Grande (PB), Juazeiro do Norte (CE), Maceió, Aracaju, Joinville (SC) e João Pessoa.

O Aeroporto Internacional de Brasília teve as reservas de querosene esgotadas e a reposição ocorreu apenas no início da noite, quando 10 caminhões com 550 mil litros de querosene de aviação (QAV) chegaram ao local para abastecer a frota. A carga elevou os níveis dos reservatórios para 18%. Durante o fim de semana, 62 voos foram cancelados com 22 atrasos registrados.

O comboio foi escoltado por forças federais pela BR-040, desde a região de Cristalina (GO) até o terminal. Com o reabastecimento, as reservas entraram em estado de atenção. Segundo a Inframerica, que administra o aeroporto de Brasília, o combustível vem de Paulínia (SP) e de Betim (MG). Com exceção dos aeroportos de Guarulhos (SP) e Galeão (RJ), que são abastecidos por dutos subterrâneos, os demais recebem o querosene por meio de caminhões.

No DF, para que a operação seja normalizada, são necessários ao menos 20 caminhões para chegar a um volume de operação regular, com suprimento contínuo. A Inframerica reitera ainda que somente pousarão no Aeroporto de Brasília as aeronaves com capacidade para decolar sem a necessidade de abastecimento no JK.

Apesar da redução dos cancelamentos dos voos, a situação de alguns passageiros continua delicada. O administrador Jailson Costa, 43 anos, morador do Recife, seguia para Teresina, mas teve que parar no aeroporto de Brasília por falta de combustível. Ele foi alocado em um hotel ainda na sexta-feira. “Ficamos meio perdidos no hotel, porque não davam informação alguma. Ficamos à mercê. Tem cerca de mais de 50 pessoas aguardando remarcação de voo. Enfim consegui, mas terá conexão em São Paulo. Não tem direto”, observou.

Reitora da Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão (Uemasul), Elizabeth Fernandes, 48 anos, teve a agenda cancelada. Ela saiu de Florianópolis para Imperatriz (MA) e também teve que parar em Brasília na sexta-feira. Ela conta que passou seis horas na fila para conseguir hospedagem pela companhia. Ontem, conseguiu embarcar, mas também passará por São Paulo antes de seguir ao destino final. Ela reclamou do sistema de remarcação. “Não teve informação. Passei 45 minutos no telefone e liguei cinco vezes antes de vir para cá para tentar confirmar se ia ter mesmo o voo. Vim direto porque não consegui contato.”

Em nota, as empresas aéreas informaram que os passageiros poderão alterar os voos sem a cobrança de taxa de remarcação e das diferenças tarifárias da passagem para nova data, sem multas, de acordo com a disponibilidade. Sobre os impactos da greve dos caminhoneiros nas refinarias, em nota, a Petrobras informou que todas as unidades estão em operação. Onde há bloqueio nas vias de acesso, a empresa está buscando apoio das autoridades para que sejam tomadas medidas que garantam a circulação, priorizando os serviços essenciais. O apoio recebido das forças de segurança tem se configurado essencial para o esforço necessário neste momento.




Acompanhe aqui o Noticiário relativo ao Comando da Aeronáutica veiculado nos principais órgãos de comunicação do Brasil. O NOTIMP apresenta matérias de interesse do Comando da Aeronáutica, extraídas diretamente dos principais jornais e revistas publicados no país.




JORNAL FOLHA DE SÃO PAULO


A imprensa foi atropelada

Folha não conseguiu responder à pergunta fundamental: Quem parou o país?

Paula Cesarino Costa Publicado Em 27/05 - 02h00

A semana terminou com mais de 500 obstruções em estradas do país. Postos de combustível fecharam, ônibus deixaram de circular, aviões ficaram em terra, produtos sumiram das prateleiras, indústrias pararam, hospitais interromperam tratamentos, ambulâncias e carros de polícia racionaram. A distribuição de jornais e revistas foi afetada.
Esse foi o cenário provocado por caminhoneiros e/ou empresas de transporte que decidiram realizar paralisação para forçar a redução do preço do diesel. O preço do diesel subiu 12,3% em maio e já é um dos mais altos da história.
A manifestação surpreendeu a maioria dos brasileiros. Desde o início do mês, no entanto, o governo recebera avisos de entidades ligadas a caminhoneiros de que havia indicativos de paralisações.
Em 7 de maio, o Blog dos Caminhoneiros informava que os protestos contra os seguidos aumentos de diesel tinham começado, em Barra Mansa (RJ), na via Dutra, e iriam se intensificar. Dava a dica de que a articulação estava sendo feita por meio de redes sociais.
No dia 14, a Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam) protocolou ofício na Presidência da República exigindo a redução dos impostos sobre os combustíveis, com prazo até dia 20. No dia 18, a Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA) lançou comunicado em que mencionava a possibilidade de paralisação a partir de segunda-feira, 21, o que de fato ocorreu.
Os jornais não souberam dos alertas ou não deram importância a eles. O governo demorou a reagir. Interrupções em várias estradas do país, incluindo vias importantes e próximas do leitor da Folha como Anhanguera e Anchieta/Imigrantes, foram registradas de forma discreta no site e ignoradas na versão impressa. Até terça-feira, 22, ninguém atentou para a dimensão que o movimento poderia adquirir.
A categoria dos caminhoneiros reúne cerca de 600 mil profissionais sindicalizados. Ao todo, há no país 1 milhão de caminhoneiros autônomos.
Quando dezenas de estradas foram bloqueadas ficou evidente o despreparo da imprensa em geral, não só da Folha, para cobrir e explicar as origens, os personagens e os desdobramentos do movimento.
Não se sabia com quem falar. Não se explicava como tinha sido organizado de forma tão ampla. Eram raras as vozes e os rostos dos que estavam à frente do movimento. Ou não havia líderes? Era um movimento só de autônomos? Havia empresários por trás? Os jornais demoraram a começar a entender. E a explicar para seu leitor.
A edição da Folha de quinta-feira (24) cita a CNTA só ao mencionar o alcance da greve. Reportagem e análise tratavam apenas do lado oficial: governo, Congresso e Petrobras. Evidenciam o olhar viciado do jornal no poder e o distanciamento e a pouca informação de setores organizados da sociedade. Nenhum repórter demonstrou ter entre suas fontes um líder dos transportadores.
Não era tarefa simples. É uma categoria pulverizada, sem liderança única, com sindicatos concorrentes, muitos autônomos e com grandes empresas de transporte organizadas. E a articulação se deu essencialmente por aplicativos de mensagem instantânea, estratégia cada vez mais comum e que dificulta a apuração.
A Folha demorou para conseguir dar a seu leitor um mínimo de informações sobre os protagonistas dos atos que pararam o Brasil. No final da noite do dia 24, colocou no ar reportagem interessante sobre caminhoneira que havia criado três grupos de WhatsApp, pelos quais convocava apoiadores para o ato. Não foi publicada na versão impressa.
A editora de Mercado, Alexa Salomão, foi transparente ao explicar que tinha três repórteres dedicados a essa apuração, mas que, até o início da noite de sexta, a história não estava pronta para ser publicada.
`Como essa mobilização está parando o país e há suspeita de locaute, seria leviano atribuir a esta ou àquela entidade ou empresa a liderança da mobilização sem que tivéssemos mais detalhes`, afirmou.
A incapacidade dos jornais de identificar, mensurar e explicar como o país chegou à crise que afetou a rotina de todos é preocupante. Em um momento crucial para mostrar sua relevância, a Folha deu indicações de despreparo, desnorteamento e fragilidade de análise.
Para além dos atos em si, toda a questão legal e política da reação do governo, que anunciou o uso das Forças Armadas contra manifestantes e expedientes temerários como a requisição de bens, era por demais confusa e foi pouco questionada e analisada.
Os jornais foram atropelados pela greve dos caminhoneiros e empresas de transporte.

General repudia ação militar contra governo e diz que população se torna refém das manifestações

Antônio Mourão diz que há aproveitadores dos dois lados pedindo intervenção

Rubens Valente Publicada Em 27/05 - 19h25

O general da reserva Antônio Mourão afirmou que a população não pode se tornar refém da greve dos caminhoneiros e que não concorda com uma ação militar contra o governo federal para encerrar a crise política. Indagado se há “aproveitadores” pedindo uma ação das Forças Armadas contra o governo, o general disse que sim, “dos dois lados”.
“Tem gente que quer as Forças Armadas incendiando tudo. E a coisa não pode ser assim, não pode ser desse jeito. Não concordo. Soluções dessa natureza a gente sabe como começam e não sabe como terminam. Acho que a coisa tem que ser organizada, concertada. Se o governo não tem condições de governar, vai embora, renuncia. Antecipa as eleições, faz qualquer coisa, mas sai do imobilismo dele”, disse o militar.
“A minha visão é o país. O Brasil não pode se rachar ao meio, ser destruído.” O general disse que é necessário garantir os serviços essenciais no país. A entrevista foi concedida à Folha neste domingo (27). Grupos de manifestantes têm radicalizado o discurso por uma “intervenção militar”, um eufemismo para golpe militar.
“Eu não defendo que o país entre no caos. O país não pode entrar no caos. Não podemos aceitar o caos. Vai ser prejudicial para todos. A partir do momento em que começar o caos, aí entra a violência. E não sabemos como vai terminar isso. Tem que garantir os serviços essenciais. Você [greve] está tornando a população refém. Tem pessoas com filhos em colégios que amanhã não sabem se vão para a escola. É uma situação muito ruim”, disse Mourão.
O militar chamou de “vergonhosa” a convocação feita pela FUP (Federação Única dos Petroleiros) para uma greve de 72 horas nas refinarias de petróleo nesta quarta-feira (30). Disse que a FUP “pega carona” na paralisação dos caminhoneiros. “A FUP é ligada à CUT [Central Única dos Trabalhadores]. Alguém viu a FUP entrar em greve quando se roubou a Petrobras até não poder mais? Não entraram em greve por causa disso, né?”, disse Mourão.
“O que se vê são aproveitadores dos dois lados. Essa questão dos petroleiros é vergonhosa. É a cabeça do sindicato que não representa a pessoa que está suando lá diariamente. Queda do preço da gasolina? Não é assim. Precisamos analisar as coisas”, disse o general.
No ano passado, quando estava na ativa na secretaria de finanças do Comando do Exército, Mourão falou, durante uma palestra em Brasília, em impor uma solução para a crise política no país caso o Judiciário não atuasse. Em março passado, ele passou para a reserva do Exército. Na entrevista neste domingo, Mourão disse que a crise pode ser superada se o governo federal “tomar uma atitude séria”.
“É aquela história, a teoria da bola de neve. O governo deixou a bola de neve aumentar. No primeiro dia ele tinha que ter feito intervenção de uma forma mais coerente, mais específica, mais dura. Você tem que bater dos dois lados, no cravo e na ferradura. Tem que ver o que a turma dos grevistas queria, ver o que era possível ceder, dentro dos preços dos combustíveis, que vinham aí aumentando de forma indefinida. Porque uma coisa é clara, você já viu reduzir preço de combustível? Quando cai é um, dois centavos. Isso aí é fruto até do monopólio, que te deixa sempre amarrado. É um governo fraco, não tenho mais dúvida nenhuma. O governo está tentando se salvar, vamos dizer, está tentando não ir para a cadeia”, disse Mourão.
Para o general, o governo vive uma crise de “credibilidade, autoridade, confiança”. “O sistema econômico trabalha na confiança. Você tem confiança que os contratos vão ser honrados, que os pagamentos serão efetuados. Quando você perde a confiança, ocorre o que nós estamos vendo. E há muito tempo nós temos falado: nossa infraestrutura, toda baseada no transporte rodoviário, ela nos enfraquece. Vamos lembrar, a primeira greve foi em 1999. Tem quase 20 anos que esse pacote vem se arrastando.

Greve de petroleiros ameaça funcionamento de aeroporto de Guarulhos

Aeroporto funciona com abastecimento por dutos ligados às refinarias

Joana Cunha Publicada Em 27/05 - 16h05

A possibilidade de uma nova greve, a dos petroleiros —anunciada pela Federação Única dos Petroleiros para quarta-feira (30)— levou o tema "desabastecimento" para aeroportos que estavam blindados à crise dos caminhoneiros até agora.
O GRU Airport, o maior do país, em Guarulhos, que é abastecido por dutos ligados diretamente às refinarias da Petrobras, começa a estudar medidas para se precaver caso haja de fato uma greve dos petroleiros que venha a se prolongar. Uma das medidas seria a elevação da capacidade de armazenamento.
A FUP (Federação Única dos Petroleiros) anunciou neste sábado (26) que decidiu entrar em greve na quarta (30) por 72 horas.
A principal reivindicação é a redução dos preços do gás de cozinha e dos combustíveis.
Procurado, o GRU Airport afirma que "possui um pool para armazenamento de combustíveis para abastecer os voos com capacidade para cerca de 50 milhões de litros de querosene para aviação", diz a concessionária do aeroporto, em nota.
O aeroporto diz também que está "atento às decisões do governo e dos sindicatos para que, em conjunto com os órgãos que atuam no setor e as cias aéreas, adote as melhores práticas para mitigar quaisquer riscos que possam impactar nas operações".

JORNAL O ESTADO DE SÃO PAULO


Em grupos de WhatsApp, apoio à greve continua

Caminhoneiros avisam que vão manter protesto; a maioria apoia a intervenção militar

Renée Pereira Publicada Em 28/05

O presidente da Associação Brasileira dos Caminhoneiros, José da Fonseca Lopes, pediu que os motoristas “levantem acampamento e sigam a vida” após a publicação das medidas anunciadas pelo governo no Diário Oficial da União. Em grupos do WhatsApp, a ordem de lideranças grevistas ainda era manter os protestos.
Momentos após o pronunciamento do presidente da República, Michel Temer, atendendo as reivindicações dos caminhoneiros, as lideranças inflamavam os motoristas a continuarem parados. Pelo WhatsApp, a ordem que circulava nos grupos era a de manter os protestos. Frases como Não vamos sair, É guerra, Não quero mais saber de imposto, quero todo o governo fora e Não podemos parar, eles viram a força que temos dão noção do clima entre os caminhoneiros e que o movimento ainda pode durar mais tempo.
Em áudios, algumas lideranças afirmavam que as duas principais reivindicações não haviam sido atendidas. Eles se referem a isenção de PIS/Cofins para os combustíveis e da votação do projeto de lei 121, que estabelece política de preços mínimos para os fretes rodoviários. “Vamos aguardar a votação”, dizia um deles. Nas mensagens, movimentos estaduais alertavam para não “arredarem o pé da estrada”.
Durante à tarde, antes do pronunciamento de Temer, os caminhoneiros tentavam organizar novas paralisações a partir de hoje, às 8 horas. Num vídeo que circulava nos grupos, representantes chamavam, além de caminhoneiros, veículos de passeio para parar as BRs. Uma manifestação em pontos estratégicos das principais capitais também estava sendo organizada.
Com mensagens nacionalistas, os grupos viraram um instrumento para evitar que os participantes se rendam ao cansaço e aos apelos do governo. Se uma frente começa a passar por dificuldades, como falta de água e comida, mensagens são disparadas para que outros manifestantes entrem em ação e ajudem os companheiros.
Esfera política. Pelo tom das conversas, as reivindicações saíram do campo econômico e entraram na esfera política. Depois da dimensão que a greve tomou nos últimos dias, os caminhoneiros passaram a acreditar que podem mudar o rumo do País. Cada um tem uma tese diferente, expressa nas mensagens de WhatsApp. Alguns acreditam que se conseguirem manter a paralisação por mais tempo, o governo atual será obrigado a renunciar; outros vão além: querem derrubar os Três Poderes (Executivo, Judiciário e Legislativo).
A maioria apoia a intervenção militar. Isso acabou criando uma situação inusitada com o Exército. Alguns vídeos mostram a atuação dos soldados acionados para liberar as estradas. Eles foram recepcionados com palmas e continência pelos caminhoneiros.
As fake news também são fartas nos grupos. No sábado, circulavam vídeos com informações de que o governo cortaria energia elétrica de todo o País se a greve não chegasse ao fim ou de supostos áudios de integrantes do governo criticando a condução da greve. Também ganhavam simpatia dos grupos teses sobre uma possível intervenção militar. Numa delas, eles afirmavam que a Constituição Federal dava prazo de 7 dias e 6 horas de paralisação para que o Exército assumisse o poder.

JORNAL O GLOBO


Pensões de filhas de militares superam R$5 bi

Benefício para maiores de idade foi extinto em 2000, mas Exército estima que ele será pago até 2060

André De Souza

ImagemEm tem­pos de rom­bo nas con­tas pú­bli­cas e in­ten­sos de­ba­tes so­bre a ne­ces­si­da­de de uma re­for­ma na Pre­vi­dên­cia, as For­ças Ar­ma­das ain­da re­sis­tem em apre­sen­tar da­dos de­ta­lha­dos so­bre um dos be­ne­fí­ci­os mais po­lê­mi­cos: as pen­sões pa­gas às fi­lhas de mi­li­ta­res mor­tos, mui­tas de­las ca­sa­das e em ida­de pro­du­ti­va. As pou­cas in­for­ma­ções dis­po­ní­veis mos­tram um gas­to su­pe­ri­or a R$ 5 bi­lhões por ano, mais do que to­da a re­cei­ta pre­vi­den­ciá­ria das três for­ças em 2017. Em­bo­ra o be­ne­fí­cio te­nha si­do ex­tin­to no fim de 2000, ele ain­da po­de­rá ser pa­go nas dé­ca­das se­guin­tes. O Exér­ci­to es­ti­ma que, pe­lo me­nos até 2060, ha­ve­rá fi­lhas de mi­li­ta­res com di­rei­to a pen­são. Ho­je, elas so­mam mais de 110 mil.
-O GLO­BO ten­ta des­de fe­ve­rei­ro do ano pas­sa­do, via Lei de Aces­so à In­for­ma­ção, ob­ter a re­la­ção das pen­si­o­nis­tas e ou­tros de­ta­lhes, co­mo va­lor, da­ta em que o be­ne­fí­cio foi con­ce­di­do e da­ta de nas­ci­men­to da be­ne­fi­ciá­ria. Mas tan­to o Mi­nis­té­rio da De­fe­sa quan­to as For­ças Ar­ma­das vêm ale­gan­do di­fe­ren­tes ra­zões pa­ra ne­gar os pe­di­dos, que vão da in­ti­mi­da­de das pen­si­o­nis­tas às di­fi­cul­da­des téc­ni­cas de le­van­tar o ma­te­ri­al. FAL­TA DE TRANS­PA­RÊN­CIA Ape­nas a Ae­ro­náu­ti­ca re­pas­sou da­dos, ain­da as­sim, par­ci­ais. Sem lis­tar os no­mes das pen­si­o­nis­tas, in­for­mou que o be­ne­fí­cio é pa­go a mais de 20 mil mu­lhe­res, das quais 11.178 são ca­sa­das e 8.892 são sol­tei­ras. Além dis­so, 64 acu­mu­lam mais de uma pen­são. É o ca­so por exem­plo de quem, além de fi­lha, é viú­va de mi­li­tar.
Exér­ci­to e Ma­ri­nha não in­for­ma­ram da­do al­gum. Pos­te­ri­or­men­te, por meio da as­ses­so­ria de im­pren­sa, re­pas­sa­ram in­for­ma­ções ge­rais. Se­gun­do a Ma­ri­nha, há 22.829 pen­si­o­nis­tas fi­lhas de mi­li­ta­res, das quais 10.780 são ca­sa­das e 12.049 sol­tei­ras. Do to­tal, 345 re­ce­bem mais de uma pen­são. Mas, as­sim co­mo a Ae­ro­náu­ti­ca, não di­vul­gou va­lo­res. Já o Exér­ci­to afir­mou ter gas­to R$ 407,1 mi­lhões em abril com pen­sões de 67.625 fi­lhas de mi­li­ta­res, o que dá mais de R$ 5 bi­lhões por ano. To­das as re­cei­tas pre­vi­den­ciá­ri­as das três for­ças ao lon­go de 2017 — des­ti­na­das ao pa­ga­men­to des­se e de ou­tros be­ne­fí­ci­os — fi­ca­ram em R$ 3,342 bi­lhões.
O pri­mei­ro pe­di­do do GLO­BO pe­la Lei de Aces­so foi fei­to em fe­ve­rei­ro de 2017 ao Mi­nis­té­rio da De­fe­sa. Em mar­ço, a pas­ta ale­gou que a re­la­ção no­mi­nal era uma in­for­ma­ção pes­so­al re­la­ti­va à “in­ti­mi­da­de, vi­da pri­va­da, hon­ra e ima­gem”, ha­ven­do ne­ces­si­da­de de con­sen­ti­men­to das pen­si­o­nis­tas. Após re­cur­so do GLO­BO, co­mu­ni­cou em abril que o Por­tal da Trans­pa­rên­cia, no qual são di­vul­ga­das in­for­ma­ções sem a ne­ces­si­da­de de so­li­ci­ta­ção de um ci­da­dão, tem ape­nas da­dos do pes­so­al da ati­va; não das pen­si­o­nis­tas. Mas não dis­se que a le­gis­la­ção não proí­be a di­vul­ga­ção des­sas in­for­ma­ções quan­do pe­di­das. Tam­bém ale­gou que os da­dos so­li­ci­ta­dos não es­tão reu­ni­dos em ne­nhum re­la­tó­rio da pas­ta, re­que­ren­do a pro­du­ção de um le­van­ta­men­to.
Di­as de­pois, em res­pos­ta a no­vo re­cur­so, o Mi­nis­té­rio da De­fe­sa in­for­mou que não é obri­ga­do a aten­der pe­di­dos “que exi­jam tra­ba­lhos adi­ci­o­nais de aná­li­se, in­ter­pre­ta­ção ou con­so­li­da­ção de da­dos e in­for­ma­ções, ou ser­vi­ço de pro­du­ção ou tra­ta­men­to de da­dos que não se­ja de com­pe­tên­cia do ór­gão ou en­ti­da­de”. O GLO­BO re­cor­reu de no­vo, des­ta vez à Con­tro­la­do­ria Ge­ral da União, que re­fu­tou o ar­gu­men­to de que o pe­di­do vi­o­la a in­ti­mi­da­de das pen­si­o­nis­tas. Mas ne­gou o re­cur­so por ou­tro mo­ti­vo: as in­for­ma­ções te­ri­am que ser so­li­ci­ta­das a ca­da uma das três For­ças Ar­ma­das. As­sim, em de­zem­bro, fo­ram fei­tos três pe­di­dos se­pa­ra­da­men­te. To­das as for­ças ale­ga­ram di­fi­cul­da­des téc­ni­cas pa­ra le­van­tar os da­dos, e a Ae­ro­náu­ti­ca tam­bém usou o ar­gu­men­to da in­ti­mi­da­de das pen­si­o­nis­tas.
O eco­no­mis­ta Gil Cas­tel­lo Bran­co, da or­ga­ni­za­ção não go­ver­na­men­tal As­so­ci­a­ção Con­tas Aber­tas, cri­ti­cou as jus­ti­fi­ca­ti­vas do Mi­nis­té­rio da De­fe­sa e das For­ças Ar­ma­das:
— Qual se­ria a di­fe­ren­ça de não ha­ver vi­o­la­ção (da in­ti­mi­da­de) na di­vul­ga­ção dos sa­lá­ri­os e ha­ver na di­vul­ga­ção dos pen­si­o­nis­tas? Em am­bos os ca­sos são re­cur­sos pú­bli­cos, dos im­pos­tos, ta­xas, e tem que ha­ver ab­so­lu­ta trans­pa­rên­cia. Es­sa jus­ti­fi­ca­ti­va é des­ca­bi­da — afir­mou Cas­tel­lo Bran­co. — Es­sas in­for­ma­ções ti­nham que ser cla­ras. Até por­que o va­lor é sig­ni­fi­ca­ti­vo ho­je em dia den­tro do or­ça­men­to da União. O país tem um rom­bo fis­cal pre­vis­to pa­ra es­te ano de R$ 159 bi­lhões.
A con­ces­são do be­ne­fí­cio pas­sou por vá­ri­as fa­ses. Uma lei de 1960 per­mi­tia a pen­são “aos fi­lhos de qual­quer con­di­ção, ex­clu­si­ve os mai­o­res do se­xo mas­cu­li­no”. Em ou­tras pa­la­vras, po­dia até ser ca­sa­da. Em 1991, a lei foi mo­di­fi­ca­da e pas­sou a per­mi­tir ape­nas fi­lhas sol­tei­ras. Mas, em 1993, o Su­pre­mo Tri­bu­nal Fe­de­ral (STF) con­si­de­rou es­sa al­te­ra­ção in­cons­ti­tu­ci­o­nal, e as ca­sa­das vol­ta­ram a ter o be­ne­fí­cio. No fim de 2000, a lei foi mu­da­da no­va­men­te ex­tin­guin­do o be­ne­fí­cio a par­tir da­que­le ano. A pen­são só po­de­ria ser pa­ga a fi­lhos ou en­te­a­dos até os 21 anos ou até 24, se estudantes uni­ver­si­tá­ri­os. Mas um mi­li­tar que en­trou em uma das For­ças Ar­ma­das em 2000 ou an­tes ain­da po­de­rá ga­ran­tir es­se be­ne­fí­cio à sua fi­lha quan­do mor­rer, mes­mo que is­so ocor­ra so­men­te da­qui a al­gu­mas dé­ca­das, des­de que pa­gue uma con­tri­bui­ção adi­ci­o­nal de 1,5%. DÉ­FI­CIT DA PRE­VI­DÊN­CIA As­sim, se­gun­do o Exér­ci­to, em 2060 ain­da ha­ve­rá pa­ga­men­to de pen­sões a fi­lhas de mi­li­ta­res. Ain­da de acor­do com a ins­ti­tui­ção, en­tre 2010 e 2016, hou­ve uma re­du­ção de 15,6% nos va­lo­res com pen­são mi­li­tar. Se in­cluí­dos to­dos os gas­tos pre­vi­den­ciá­ri­os — in­clu­si­ve apo­sen­ta­do­ri­as — de Exér­ci­to, Ma­ri­nha e Ae­ro­náu­ti­ca, a des­pe­sa to­tal de 2017 foi de R$ 41,026 bi­lhões. Co­mo a re­cei­ta foi bem me­nor, o dé­fi­cit che­gou a R$ 37,684 bi­lhões, com a di­fe­ren­ça sen­do co­ber­ta pe­lo Te­sou­ro. Pro­por­ci­o­nal­men­te, é um rom­bo mai­or do que en­tre os ser­vi­do­res ci­vis fe­de­rais e mui­to aci­ma do que o re­gis­tra­do en­tre os tra­ba­lha­do­res aten­di­dos pe­lo INSS.
O eco­no­mis­ta Pau­lo Taff­ner, es­pe­ci­a­lis­ta em Pre­vi­dên­cia, des­ta­ca que os pro­ble­mas na pre­vi­dên­cia não são ex­clu­si­vos dos mi­li­ta­res. Ele ava­lia que a alí­quo­ta adi­ci­o­nal de 1,5% exi­gi­da de quem en­trou nu­ma das três for­ças até 2000 pa­ra que o be­ne­fí­cio se­ja pa­go fu­tu­ra­men­te às su­as fi­lhas é bai­xo e de­ve­ria au­men­tar, tan­to pa­ra mi­li­ta­res quan­to pa­ra ci­vis.
— Não tu­do de uma vez, mas um au­men­to pro­gres­si­vo — diz Taff­ner, que tam­bém cri­ti­ca o acú­mu­lo de pen­sões: — Is­so é uma dis­fun­ção do nos­so sis­te­ma pre­vi­den­ciá­rio. O Bra­sil é o úni­co país do mun­do que per­mi­te acú­mu­lo de be­ne­fí­cio.
O GLO­BO per­gun­tou às três for­ças, via as­ses­so­ri­as de im­pren­sa, so­bre a pos­si­bi­li­da­de de mu­dar a lei pa­ra im­pe­dir o pa­ga­men­to de be­ne­fí­ci­os às fi­lhas de quem in­gres­sou na car­rei­ra mi­li­tar até 2000, mas ain­da es­tá vi­vo. Ape­nas o Exér­ci­to se ma­ni­fes­tou: “É um pro­ces­so que se en­con­tra em fa­se de tran­si­ção, co­mo ocor­reu com ou­tras car­rei­ras, mas cu­ja ten­dên­cia é a di­mi­nui­ção pro­gres­si­va até que não ha­ja mais pa­ga­men­to de no­vas pen­sões pa­ra as fi­lhas mai­o­res. Nes­se pas­so, com es­pe­que (apoio) nos prin­cí­pi­os re­pu­bli­ca­nos da le­ga­li­da­de e do di­rei­to ad­qui­ri­do, é in­con­tro­ver­so que as con­ces­sões de pen­sões mi­li­ta­res são pro­ces­sa­das à luz do re­gi­me ju­rí­di­co vi­gen­te.”

JORNAL CORREIO BRAZILIENSE


Nove aeroportos em situação crítica

Terminais estão sem o querosene de aviação. Em Brasília, estoque chegou a zerar no domingo, mas comboio escoltado por forças federais elevou o nível do reservatório para 18% à noite. Durante o fim de semana, 62 voos foram cancelados na capital

Ingrid Soares Publicada Em 28/05 - 00h14

Após mais de uma semana de estoque contingenciado por conta da manifestação dos caminhoneiros, o cenário ainda é de insegurança nos aeroportos. Nove terminais amanhecem hoje sem combustível: São José dos Campos (SP), Uberlândia (MG), Ilhéus (BA), Campina Grande (PB), Juazeiro do Norte (CE), Maceió, Aracaju, Joinville (SC) e João Pessoa. O Aeroporto Internacional de Brasília teve as reservas de querosene esgotadas e a reposição ocorreu apenas no início da noite, quando 10 caminhões com 550 mil litros de querosene de aviação (QAV) chegaram ao local para abastecer a frota. A carga elevou os níveis dos reservatórios para 18%. Durante o fim de semana, 62 voos foram cancelados com 22 atrasos registrados.
O comboio foi escoltado por forças federais pela BR-040, desde a região de Cristalina (GO) até o terminal. Com o reabastecimento, as reservas entraram em estado de atenção. Segundo a Inframerica, que administra o aeroporto de Brasília, o combustível vem de Paulínia (SP) e de Betim (MG). Com exceção dos aeroportos de Guarulhos (SP) e Galeão (RJ) que são abastecidos por dutos subterrâneos, os demais recebem o querosene por meio de caminhões.
No DF, para que a operação seja normalizada, são necessários ao menos 20 caminhões para chegar a um volume de operação regular, com suprimento contínuo. A Inframerica reitera ainda que somente pousarão no Aeroporto de Brasília as aeronaves com capacidade para decolar sem a necessidade de abastecimento no JK. 
Apesar da redução dos cancelamentos dos voos, a situação de alguns passageiros continua delicada. O administrador Jailson Costa, 43 anos, morador do Recife, seguia para Teresina, mas teve que parar no aeroporto de Brasília por falta de combustível. Ele foi alocado em um hotel ainda na sexta-feira. “Ficamos meio perdidos no hotel, porque não davam informação alguma. Ficamos à mercê. Tem cerca de mais de 50 pessoas aguardando remarcação de voo. Enfim consegui, mas terá conexão em São Paulo. Não tem direto”, observou.
Reitora da Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão (Uemasul), Elizabeth Fernandes, 48 anos, teve a agenda cancelada. Ela saiu de Florianópolis para Imperatriz (MA) e também teve que parar em Brasília na sexta-feira. Ela conta que passou seis horas na fila para conseguir hospedagem pela companhia. Ontem, conseguiu embarcar, mas também passará por São Paulo antes de seguir ao destino final. Ela reclamou do sistema de remarcação. “Não teve informação. Passei 45 minutos no telefone e liguei cinco vezes antes de vir para cá para tentar confirmar se ia ter mesmo o voo. Vim direto porque não consegui contato.”
Em nota, as empresas aéreas informaram que os passageiros poderão alterar os voos sem a cobrança de taxa de remarcação e das diferenças tarifárias da passagem para nova data, sem multas, de acordo com a disponibilidade. Sobre os impactos da greve dos caminhoneiros nas refinarias, em nota, a Petrobras informou que todas as unidades estão em operação. Onde há bloqueio nas vias de acesso, a empresa está buscando apoio das autoridades para que sejam tomadas medidas que garantam a circulação, priorizando os serviços essenciais. O apoio recebido das forças de segurança tem se configurado essencial para o esforço necessário neste momento.

JORNAL ZERO HORA


As Forças Armadas e um estranho consenso às avessas

O governo, acuado, moribundo e sem rumo, sabe qual é a única receita para se manter minimamente vivo: intervenção militar

Gauchazh Publicado Em 27/05 - 19h46

Os caminhoneiros paralisados em todo o país, mobilizados contra o governo e contra o Congresso, sabem o que querem: intervenção militar.
O governo, acuado, moribundo e sem rumo, sabe qual é a única receita para se manter minimamente vivo: intervenção militar.
Ao que tudo indica, as Forças Armadas sabem: não faz sentido intervir agora, ainda mais com a perspectiva de chegar ao poder daqui a cinco meses, pelo voto. Jair Bolsonaro venceu a maior parte das resistências no comando. Conta hoje com oficiais de peso na sua linha de frente.
Importante ressaltar: Exército, Marinha e Aeronáutica têm permanecido estritamente fiéis ao seu papel constitucional. Nesse quadro, o mais provável é que os militares atuem para garantir a ordem se preciso for, mas sem um protagonismo exagerado. Seria o que chamamos, no futebol, de `cumprir tabela`.
A ameaça à `coesão nacional` é o fator que levaria a um patamar indesejado de atuação. Só o descontrole total, a violência e o caos empurrariam os tanques para a rua. O problema é que esse, também, é um cenário possível.
A pressão do descontentamento popular encontrou nos caminhoneiros uma válvula de escape. O fôlego do movimento será testado pela falta de gasolina, de comida e de remédios. Entramos numa semana decisiva.
Meio século depois de derrubarem um presidente para chegar ao poder, as Forças Armadas são trazidas, novamente, para o centro da história do Brasil. Não chega a ser surpresa. O quadro vem se desenhando há pelo menos dois anos.
A boa notícia – se é que há alguma – é que os militares aprenderam com 1964. Outubro é logo ali. Daqui a pouco, tem Copa do Mundo. A Pátria estará, mais uma vez, na ponta da chuteira.
A pontaria definirá o rumo do Brasil.

AGÊNCIA BRASIL


Motoristas das Forças Armadas e PF já estão conduzindo caminhões

A informação foi divulgada pelo ministro do GSI

Publicada Em 26/05 - 19h23

O ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Sergio Etchegoyen, disse que motoristas das Forças Armadas e da Polícia Federal já estão conduzindo veículos de transporte de carga para normalização do abastecimento de combustível no país, e citou caminhões-tanque que foram escoltados para abastecer o Aeroporto Internacional de Brasília. 
Segundo o ministro, está se caminhando para a normalização do abastecimento de combustível e cargas, no entanto, não ocorrerá rapidamente. `Não é rápido. Cada caminhão parado por muito tempo poderia ter feito várias viagens`, disse o ministro, após ter participado da segunda reunião do dia do gabinete da Presidência da República, no Palácio do Planalto, que está monitorando os protestos e bloqueios feitos pelos caminhoneiros nas estradas, que chegaram ao sexto dia.
O governo editou decreto, publicado em edição extra do Diário Oficial da União, neste sábado (26), que `autoriza a requisição de veículos particulares necessários ao transporte rodoviário de cargas consideradas essenciais pelas autoridades`. O decreto autoriza o ministro da Defesa a determinar que servidores públicos habilitados, entre eles militares das Forças Armadas, requisitem e conduzam caminhões para realizar a entrega de cargas.
Aeroportos
O ministro disse ainda que a situação dos aeroportos está quase normalizada, principalmente os de Brasília e Recife que apresentavam os maiores problemas com a falta de combustível.

Forças Armadas ocupam Reduc e garantem escolta em todo o estado do Rio


Vladimir Platonow Publicado Em 27/05 - 21h44

Tropas das Forças Armadas ocuparam, desde o fim da tarde deste domingo (27), as instalações da Refinaria Duque de Caxias (Reduc), a principal do Rio de Janeiro,localizada na Baixada Fluminense. No local, foi montada uma central de escoltas, para garantir segurança no transporte de combustíveis em todo o estado.
A informação foi divulgada à noite, por meio de nota do Comando Conjunto das Forças Armadas no Rio de Janeiro.
`No complexo da Refinaria Duque de Caxias, tropas encontram-se ocupando parte das instalações físicas, onde está sendo estabelecida, pelos militares, uma central de escoltas e controle de saída de veículos. A finalidade desse procedimento é sistematizar o fluxo de abastecimento e alocar os meios necessários à segurança dos comboios destinados aos diferentes pontos do estado, dentro das prioridades estabelecidas pelo Gabinete de Gestão de Crise. Também foram disponibilizados à Secretaria de Segurança motoristas militares das três Forças, a fim de colaborar com o esforço de condução dos veículos de abastecimento`, destacou o Comando Conjunto.
Escoltas
Ainda segundo a nota, tropas estão circulando pelas principais rodovias do estado do Rio de Janeiro, a fim de garantir o livre trânsito e assegurar o direito constitucional de ir e vir.
`Estão sendo percorridos pelas tropas trechos da BR 101 Norte (até Campos dos Goytacazes), BR 101 Sul (até Paraty), BR 040 (até Petrópolis), BR 116 N (Rio-Teresópolis) e BR 116 S (até Resende). Ao longo desses trechos, as Forças Armadas oferecerão escoltas aos motoristas que desejarem seguir às suas regiões de destino, respeitando-se as divisas com os estados vizinhos (SP, ES e MG). Esse procedimento poderá ser repetido quantas vezes se façam necessárias.`

REVISTA EXAME


Vídeo da Embraer é adulterado em post anônimo nas redes sociais

O vídeo usa imagens de uma apresentação de aeronaves e a adulteração incluiu na edição dados negativos sobre o Brasil.

Estadão Conteúdo Publicado Em 27/05 - 12h08

A Embraer divulgou comunicado para esclarecer que um vídeo produzido pela empresa foi adulterado e está sendo divulgado novamente pelas redes sociais. “Trata-se, lamentavelmente, de um vídeo adulterado, de autoria anônima e, portanto, sem autorização da Embraer”, cita nota da empresa.
O vídeo usa imagens de uma apresentação de aeronaves e a adulteração incluiu na edição dados negativos sobre o Brasil – alguns, inclusive, errados – e palavras de ordem contra a situação político-econômica.
“A Embraer repudia o uso indevido de seus materiais institucionais e já alertou os canais de divulgação sobre a natureza falsa desse vídeo”, cita o comunicado.
Em tempos de desinformação nas redes sociais, a empresa cita que o mesmo vídeo já havia sido denunciado em dezembro de 2017. As imagens usadas pelo vídeo adulterado foram produzidas pela Embraer durante a feira aeronáutica de Paris do ano passado, a Paris Air Show.

REVISTA ISTO É DINHEIRO


Justiça aceita recuperação judicial de Viracopos


Publicado Em 27/05

O Aeroporto Internacional de Viracopos, que acumula uma dívida de R$ 2,88 bilhões, vai ter 60 dias para apresentar um plano de recuperação judicial. A decisão da Justiça foi assinada na quarta-feira 23 pela juíza Bruna Marchese Silva, da 8ª Vara Cível de Campinas. A empresa Deloitte Touche Tohmatsu vai ser a administradora do processo de recuperação e terá 48 horas para assinar o compromisso. O Aeroportos Brasil, que administra o terminal aéreo, entrou com a solicitação para evitar a falência de estrutura.

REVISTA CARTA CAPITAL


Governo edita novo decreto que permite requisição de caminhões

No sexto dia de paralisação, havia 596 bloqueios em rodovias até às 11h30 deste sábado. Outros 544 pontos haviam sido liberados

Publicado Em 26/05 - 19h10

Em edição extra do Diário Oficial da União, o governo federal publicou, neste sábado 26, um novo decreto que “autoriza a requisição de veículos particulares necessários ao transporte rodoviário de cargas consideradas essenciais pelas autoridades”. O texto autoriza o ministro da Defesa a determinar que servidores públicos habilitados, entre eles militares das Forças Armadas, conduzam caminhões para transportar cargas.
Na sexta-feira 25, o general Sergio Etchegoyen, do Gabinete de Segurança Institucional, antecipou que a medida estava sendo cogitada pelo Planalto. O ato foi assinado pelo presidente Michel Temer com no inciso XXV do Artigo 5º da Constituição, a prever que, “no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano”.
Mesmo após a publicação de outro decreto, que autorizou o uso das Forças Armadas para desobstruir rodovias, o País amanheceu com centenas de barreiras de caminhoneiros. O movimento mudou, porém, a tática e passou a liberar faixas para a circulação de carros de passeio, ônibus e ambulâncias.
Havia 596 bloqueios em estradas até às 11h30, `em sua maioria parciais e sem prejuízo à livre circulação`, informou a Polícia Rodoviária Federal. Segundo a corporação, também foram liberados 544 pontos da meia noite às 11h30 de hoje.
Pela manhã, Temer e os ministros do gabinete de crise, criado para monitorar a greve dos caminhoneiros, reuniram-se no Palácio do Planalto para avaliar as medidas tomadas para liberar as rodovias e reabastecer o País com os produtos retidos nos caminhões. Em entrevista coletiva, o ministro Carlos Marun, da Secretaria de Governo da Presidência, informou que o governo começará a aplicar multas no valor de 100 mil reais por hora parada às entidades que descumprirem o acordo firmado para desbloqueio das rodovias. Acrescentou que a Polícia Federal já tem inquéritos abertos para investigar o movimento e que existem pedidos de prisão contra empresários acusados de praticar locaute.
`Hoje temos a convicção de que, além do movimento paredista, existe o locaute`, disse Marun. `A Polícia Federal tem inquéritos abertos para investigar essas suspeitas. E os empresários suspeitos serão intimados. Rogério Galloro (diretor-geral da PF) também nos informou que já existem pedidos de prisão. Estão aguardando manifestação da Justiça`, emendou o ministro, sem dar detalhes sobre os alvos da força policial.
A paralisação mobilizou os governos estaduais e municipais em busca de medidas emergenciais para evitar o agravamento da crise e o desabastecimento de serviços essenciais e combustíveis. Foram definidas ações de contingenciamento no uso de combustíveis, priorizando áreas essenciais, como saúde, segurança e transporte público.
O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), decretou estado de emergência. Mais de 20 municípios do interior paulista adotaram a mesma medida. No Rio de Janeiro, o prefeito Marcelo Crivella (PRB) decretou estado de atenção, colocando os serviços em alerta.
Nos principais centros urbanos, a frota do transporte coletivo foi reduzida de 30% a 40%. Os atendimentos hospitalares se limitaram às emergências e às ambulâncias. Marcações de consulta e cirurgias foram adiadas.
Do primeiro ao sexto dia de paralisação, motoristas se viram obrigados a enfrentar longas filas para garantir o abastecimento de combustíveis. Em Brasília e no Rio de Janeiro, houve postos que reajustarem os preços do litro da gasolina, atingindo 9,99 reais. O Procon promete atuar os estabelecimentos que praticaram aumentos abusivos em meio à crise.
Os serviços de limpeza urbana também foram afetados em várias capitais. Em Salvador, o prefeito Antonio Carlos Magalhães Neto (DEM) assegurou que os serviços funcionarão, mas não na sua totalidade. Foi mantido, porém, o mutirão de vacinação contra o vírus da gripe previsto para hoje.
Em Belo Horizonte, a prefeitura criou um grupo de trabalho para planejar ações e assegurar o abastecimento de ambulâncias, viaturas da Guarda Municipal, Defesa Civil e Limpeza Urbana. Com o apoio da Polícia Militar, há escoltas de combustíveis e insumos hospitalares até os pontos de abastecimento, com o objetivo de manter serviços essenciais.



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