|

NOTIMP - Noticiário da Imprensa - 18/03/2018 / Recuperação judicial já é avaliada por Viracopos



Recuperação judicial já é avaliada por Viracopos ...  


Uma das propostas que está na mesa dos acionistas do aeroporto de Viracopos é a recuperação judicial para evitar a caducidade da concessão, o que implicaria na devolução quase imediata do negócio. A UTC e a Triunfo, em recuperação judicial e extrajudicial, respectivamente, detêm 51% de participação na Aeroportos Brasil - Viracopos, dona da concessão, e que seria alvo da recuperação judicial.

A concessionária tem até a terceira semana de abril para atender exigências da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que notificou os sócios para endereçar problemas verificados pela reguladora, entre os quais R$ 250 milhões em atraso no pagamento da outorga. O montante é alto para os acionistas, dado que ambos enfrentam sérias dificuldades financeiras.

» Estratégia: Embora a situação seja complicada, existe apetite do governo em uma saída de mercado para a concessão. Paralelamente, há pelo menos três grupos interessados. A Starboard, empresa especializada em reestruturação, trabalha na recuperação judicial da UTC e junto com o fundo norte-americano Apollo, encabeça uma proposta para aquisição de todo o aeroporto.

» Na ponta do lápis: A principal dívida de Viracopos é com o governo, de R$ 3 bilhões em outorga por 30 anos. Junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o aeroporto tem R$ 2 bilhões em dívidas contraídas, além de outros R$ 500 milhões com os bancos Itaú, Bradesco e Santander. Procurados, os acionistas e a Aeroportos Brasil - Viracopos não comentaram.




Acompanhe aqui o Noticiário relativo ao Comando da Aeronáutica veiculado nos principais órgãos de comunicação do Brasil. O NOTIMP apresenta matérias de interesse do Comando da Aeronáutica, extraídas diretamente dos principais jornais e revistas publicados no país.




JORNAL FOLHA DE SÃO PAULO


É urgente restaurar a democracia na Venezuela, diz presidente colombiano

Juan Manuel Santos atribui crise no vizinho a Maduro e propõe estreitar laço com o Brasil

Sylvia Colombo Publicada 18/03/18 - 10h53

O presidente colombiano e prêmio Nobel da Paz, Juan Manuel Santos, 66, chega a Brasília na noite desta segunda (19), para, no dia seguinte, encontrar-se com seu par brasileiro, Michel Temer. Na agenda estarão as relações bilaterais, o papel do Brasil nos processos de paz e, especialmente, a crise na Venezuela.
Imagem
A crise humanitária no país caribenho tem levado um grande fluxo de imigrantes a cruzar ambas as fronteiras. No caso da Colômbia, já são mais de 600 mil instalados no país, segundo dados oficiais. Do lado brasileiro, são por volta de 40 mil.
Tanto a Colômbia como o Brasil terão eleições neste ano (em maio e em outubro, respectivamente).
Em entrevista à Folha por email, o colombiano diz que sua prioridade ao terminar o segundo mandato de quatro anos será cuidar da primeira neta, cujo nascimento é previsto para pouco antes da entrega da faixa presidencial.

Folha - O sr. acredita que deixará a Colômbia em paz? Esse atual impasse com o ELN (Exército de Libertação Nacional) será superado antes do fim do seu mandato?
Juan Manuel Santos - Nós conseguimos acabar com um conflito de mais de 54 anos com as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia). As eleições legislativas do último domingo (11) foram as mais tranquilas dos últimos tempos, com maior participação de eleitores e maior número de candidatos.
A Farc, já desmobilizada e desarmada, se apresentou como um partido político (Força Alternativa Revolucionária do Comum). Ou seja, trocou as balas pelos votos, a violência pela democracia. E esta foi exatamente a razão pela qual fizemos o processo de paz.
A Justiça Especial para a Paz [tribunal especial para julgar os crimes dos ex-guerrilheiros e estabelecer reparações] já está funcionando para garantir os direitos das vítimas. Estamos levando
investimento e a presença do Estado onde antes não havia. Sentimos o surgimento das oportunidades. O campo é hoje um dos motores da economia e a Colômbia se tornou um destino turístico desejado pelo mundo inteiro.
A construção da paz é um processo longo e difícil. Requer o trabalho de todos os colombianos. É como construir uma catedral, deve-se colocar tijolo sobre tijolo. Nisso estamos trabalhando e continuaremos trabalhando. Quanto poderemos avançar com o ELN dependerá do ELN [a guerrilha rompeu um cessar-fogo e se mostra rachada internamente, com uma parte disposta a dar continuidade às negociações de paz e outra retomando ações violentas].
Seu segundo mandato coincidiu com uma das mais graves crises da história recente do Brasil. Isso afetou a Colômbia? O sr. é otimista com relação à recuperação do país?
Alegro-me muito de ver a recuperação econômica do Brasil e estamos confiantes de que o país vai se manter neste caminho. Nossas relações comerciais passam por um bom momento e a atualização de nossos acordos de complementação econômica estão tendo um impacto muito positivo. Esperamos que os intercâmbios comerciais bilaterais superem os
US$ 4 bilhões neste ano.
O Brasil e a Colômbia compartilham de forma mais intensa uma questão grave hoje para toda a América Latina, que é o elevado número de imigrantes que vêm saindo da Venezuela. Que saída o sr. vê para este problema?
A crise humanitária que a Venezuela vem sofrendo por culpa das políticas do atual governo está causando danos a todos nós. É urgente que a democracia seja restaurada.
O presidente [Nicolás] Maduro precisa reconhecer que enfrenta essa crise e permitir, enquanto isso, a entrada da ajuda humanitária que continuaremos insistindo muito em enviar. Continuamos dispostos a ajudar.
O Brasil esteve presente no início das negociações com as Farc. No caso das negociações com ELN, é um dos países garantidores. O que mais o Brasil deveria fazer para que as negociações saíssem do atual impasse?
O Brasil apoiou desde o primeiro momento a busca pela paz na Colômbia, e estou imensamente agradecido.
Sobre o ELN, acabo de dar novamente autorização para que a equipe negociadora volte a Quito [a capital do Equador sedia as conversas] para reiniciar a mesa de diálogo.
Nossa disposição em buscar uma solução negociada que possa colocar fim ao conflito com o ELN continua firme. Trata-se, antes de mais nada, de salvar vidas. E nesta etapa o Brasil seguirá sendo importante.
Houve conversas entre presidentes (do argentino Mauricio Macri com a chilena Michelle Bachelet e depois com o sucessor desta, Sebastián Piñera, Michel Temer com o peruano Pedro Pablo Kuczynski) sobre a ideia de uma aproximação entre o Mercosul [Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Venezuela, por ora suspensa] e a Aliança do Pacífico [México, Colômbia, Peru e Chile] . O sr. crê que se trate de uma boa iniciativa?
Sim, a integração econômica deve continuar sendo um objetivo comum para a região.
Estamos convidando os presidentes do Mercosul para a próxima Cúpula da Aliança do Pacífico, que acontecerá no México, em julho, justamente para explorar essa possibilidade.
O governo dos EUA está preocupado com o aumento do território dedicado à produção de coca desde o fim das fumigações aéreas, cuja interrupção era parte do acordo de paz [desde então, a área cultivada praticamente dobrou]. Qual a solução para diminuir essa tensão?
Temos uma relação muito boa com os EUA, que vêm nos apoiando de forma constante com relação à paz. Continuamos totalmente comprometidos com o combate ao narcotráfico. Por causa da paz obtida com o acordo, queremos acabar de modo sustentável e permanente com o problema dos cultivos ilícitos.
Nossa estratégia de substituição de cultivos oferece alternativas reais aos camponeses, e estamos implementando uma política de erradicação manual firme. Ambas estão avançando bem.
Além disso, viemos incrementando como nunca os ataques às organizações criminosas e melhorando a eficiência das apreensões.
Somos aliados dos EUA nessa luta, que é uma responsabilidade compartilhada. Há duas semanas, em Bogotá, fizemos um acordo de cooperação por cinco anos para continuar combatendo o narcotráfico e para reduzir os cultivos ilícitos pela metade, nesse prazo.
Como o sr. crê que possa ser melhorada a contenção do crime organizado ao longo da fronteira com o Brasil?
Cooperação. Trabalhamos muito bem com as autoridades brasileiras e devemos continuar a fortalecer essa colaboração.
Quais são os planos para quando o sr. deixe o poder, em cinco meses ? Há alguma causa em especial à qual gostaria de se dedicar?
Primeiro, vou me dedicar à minha primeira neta, Celeste, que nascerá um pouco antes de que termine meu mandato, em 7 de agosto.
RAIO-X
Nascimento
Bogotá, 10 de agosto de 1951 (66 anos)
Formação Acadêmica
Graduado em administração e economia na Universidade do Kansas (EUA), mestre em economia e desenvolvimento econômico na London School of Economics e administração pública por Harvard
Carreira Política
Ministro do Comércio (1991-1993), da Fazenda (2000) e da Defesa (2006-2009) e presidente (2010-atualidade).

Interventor vai à Vila Kennedy, mas não fala sobre morte de Marielle Franco

Primeira aparição pública de Braga Netto após a morte da vereadora foi em ação social

Nicola Pamplona Publicada 17/03/18 - 17h10

Em sua primeira aparição pública após o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes o interventor na segurança pública do Rio, general Walter Souza Braga Netto, evitou a imprensa e não deu declarações sobre o assunto.
Imagem
Ele participou na manhã deste sábado (17) de ação social promovida pelas Forças Armadas em parceria com o governo estadual e a prefeitura do Rio na Vila Kennedy, foco principal da atuação do Exército após o início da intervenção.
Braga Netto se reuniu por cerca de uma hora com o secretário estadual da Casa Civil, Christino Áureo, com o comandante da Polícia Militar, coronel Luiz Claudio Laviano, e com representantes da prefeitura.
O prefeito do Rio, Marcelo Crivella (PRB), esteve na Vila Kennedy, mas não participou da reunião. Ele recebeu Braga Netto na escola municipal onde ocorreu o encontro mas seguiu logo depois para a praça Miami, na entrada do bairro, para entregar tendas a comerciantes que tiveram seus quiosques confiscados pela prefeitura durante operação conjunta na semana passada.
Na saída da reunião, Braga Netto foi abordado pela imprensa, mas disse que não falaria. Andou por dois quarteirões até seu carro acompanhado por seguranças que tentavam impedir fotografias e aproximação dos repórteres.
Em sua única declaração sobre o caso, em nota oficial divulgada na quinta (15), o interventor afirmou que repudia ações criminosas como a que vitimou Marielle e Anderson e que acompanha o caso com a Secretaria de Segurança do Rio.
Neste sábado, o porta-voz do Comando Militar do Leste, Carlos Cinelli, limitou-se a dizer que o crime premeditado contra Marielle e Anderson está sendo analisado pelo comando conjunto que gere a área de segurança do Rio.
A ação social na Vila Kennedy teve o objetivo de aproximar as forças da população e ofereceu serviços como emissão de documentos, atendimento médico e jurídico e vacinação contra febre amarela.
“O apoio da população é fundamental. É lógico que é desagradável ter a presença das Forças Armadas na sua comunidade, mas estamos aqui para proteger a população”, disse o coronel Cinelli.
Desde o início da manhã, eram grandes as filas de moradores em frente à escola onde eram oferecidos os serviços.
“Estou há um tempão para incluir meu nome de casada nos documentos, mas nunca consigo”, comentou a auxiliar de serviços gerais Denise Cristina Gomes, 37, que levou também o filho para tirar a carteira de identidade.
Ela diz temer, porém, que a atenção das autoridades com a região seja apenas temporária. “Tinha que ser para sempre”, afirma Denise, que apoia a presença das Forças Armadas na Vila Kennedy.
“É só maquiagem” concorda Dayanne Cristine Moreira da Silva, 33, uma das comerciantes que perdeu o quiosque na semana passada. Neste sábado, Dayanne recebeu uma tenda da prefeitura e a licença para trabalhar na praça.
Um novo quiosque, porém, só deve vir em seis meses, segundo ela. “Tenho três filhos, não dá para ficar seis meses sem trabalhar”, disse ela, que improvisou um balcão de madeira para vender seus produtos. Dayanne também elogiou a presença do Exército. “Antes, era tiro toda hora, a gente arriscava a vida trabalhando aqui.”
Em nota, a prefeitura do Rio disse que pretende entregar em até 45 dias todos os novos quiosques aos comerciantes da praça. Os comerciantes receberão geladeiras doadas pela companhia de energia Light.
ROCINHA
Na tarde deste sábado (17), um confronto entre policiais e criminosos na comunidade da Rocinha, zona sul do Rio, provocou o fechamento de vias na região por quase uma hora.
A PM avisou em seu perfil no Twitter que os túneis Zuzu Angel e Acústico tinham sido interditados nos dois sentidos e recomendou que a área fosse evitada.
Às 16h22, o Centro de Operações da Prefeitura do Rio comunicou que os túneis e a estrada Lagoa-Barra, que também havia sido interditada no sentido Gávea, estavam totalmente liberados.

PAINEL


Ricardo Balthazar Publicada 18/03/18

Em nome dela

Parlamentares do PSOL vão se reunir na segunda (19) com o interventor federal no Rio, general Walter Braga Netto. Levarão propostas que a vereadora Marielle Franco apresentou para a segurança pública antes de seu assassinato.
Apurar primeiro
Para integrantes da cúpula das Forças Armadas, a hipótese de que os assassinatos quiseram pôr em cheque a intervenção não passa de um palpite.


218, quem manda?


Elio Gaspari Publicado Em 18/03

A execução de Marielle e Anderson foi uma mensagem da bandidagem pública e privada ao general Braga Netto. Trata-se de serviço de profissionais, tanto pela escolha do alvo como pela própria ação. A ideia de que há “direitos humanos”, mas não podem existir “direitos dos manos” é apenas um trocadilho vulgar. Para os criminosos privados e públicos, esse é o melhor dos mundos. Quando o dilema é ter medo do bandido ou da polícia, não faz diferença temer a um ou a outra.
A intervenção no Rio começou com o exercicio demófobo da ameaça de buscas, apreensões e capturas coletivas, seguida pelas retroescavadeiras da prefeitura destruindo quiosques em Vila Kennedy. Brasilia continuou produzindo planos e paralagens. Havia até um evento programado para comemorar o primeiro aniversário do “lance de mestre”. Contra a bandidagem do Estado, até agora nada.
Nessas cabeças, uma negra que cresceu em favela do Rio defendendo mulheres pobres e homossexuais é apenas mais uma. Assim como um seringueiro do Acre em apenas mais um. E assim mataram Chico Mendes.


Teste da intervenção federal, favela do Rio mantém medo e tráfico


Luiza Franco Publicado Em 18/03

Um militar das Forças Armadas com capacete, balaclava tampando o rosto, óculos escuros na fresta do gorro e fuzil na mão guarda uma esquina da favela Vila Kennedy, zona oeste do Rio, escolhida como laboratório da intervenção federal na segurança pública. Atrás dele, o muro de uma casa diz “faixa de gaza” e CV, sigla da facção que manda na área, o Comando Vermelho.
Imagem
O objetivo da intervenção ali é retirar barricadas instaladas pelo tráfico e garantir que serviços públicos e privados entrem na favela. Porém quem se embrenha e permanece lá depois que os militares saem vê que o recuo do tráfico não tem sido completo.
O discurso da intervenção militar no Rio —decretada há um mês pelo presidente Michel Temer (MDB) ante à grave crise de segurança no estado— faz os moradores se lembrarem da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora), que não acabou tão bem, gerando desconfiança sobre o projeto.
No sábado (17), autoridades estaduais e municipais fizeram na área mutirão de prestação de serviços. O interventor na segurança pública do Rio, general Walter Souza Braga Netto, foi ao local, mas não deu declarações. Foi sua primeira aparição pública após a morte de Marielle.
O trabalho na Vila Kennedy, segundo os militares, vai servir como modelo para futuras ações em outras favelas. Enquanto busca solucionar o assassinato da vereadora Marielle Franco, 38, (PSOL) e de seu motorista, Anderson Gomes, 39, que ocorreu na quarta (14), à noite, e causou forte impacto na opinião pública, a intervenção tenta também cuidar de seu laboratório.
Depois de seguidas operações e início de patrulhamento ostensivo, os militares consideram a favela estabilizada, jargão que significa que não há focos de resistência armada à presença dos soldados.
De fato, não houve registro de tropas recebidas a tiros. O fato de a imprensa conseguir circular sem ser parada por traficantes é sinal de recuo.
No entanto, há limites. Na quarta, a Folha foi instruída por um militar a não passar de certo ponto numa das principais vias da favela. No início da ação, militares retiravam barricadas instaladas pelo tráfico, e os criminosos as colocavam de volta.
Na quinta (15), novamente havia barricadas, mas essas, dizem as Forças Armadas, não haviam sido reinstaladas. Os militares apenas não haviam avançado até aquele ponto no patrulhamento.
A reportagem também viu o que parecia ser um ponto de venda de drogas discreto funcionando numa parte da favela onde os soldados não estavam patrulhando. Os homens não estavam armados, como de costume, mas seguiam atuando. Segundo um morador, aquele local é, de fato, uma boca de fumo.
Quatro moradores disseram que a praça Miami, à beira da avenida Brasil, é tomada por vendedores de drogas à noite, quando o patrulhamento cabe à Polícia Militar.
No início do mês, quando os soldados já faziam operações diárias, ladrões roubaram uma igreja da favela quando os soldados se retiraram. Um dia após outra operação militar, um idoso morreu vítima de bala perdida, e uma moradora foi baleada.
No primeiro final de semana em que as Forças atuaram no patrulhamento, a PM matou um suspeito de envolvimento com tráfico de drogas. Policiais patrulhavam a área quando se depararam com criminosos. Houve confronto e um suspeito foi baleado.
MEMÓRIA DA UPP
Tudo isso faz os moradores se lembrarem do que aconteceu com a UPP, o que gera desconfiança sobre a longevidade da ação. A favela foi ocupada em maio de 2014, de acordo com a coordenadoria da UPP, por 300 homens das forças especiais da PM “sem que fosse efetuado nenhum disparo”.
“Veio um bando de coisa pra cá, Sebrae, Sesc, curso disso e daquilo. Não sobrou nada”, diz Vinícius Pierre, 28, estudante de jornalismo que administra a página “Viva Vila Kennedy”. Procuradas, as entidades citadas não se pronunciaram até a publicação desta reportagem.
A situação de segurança na favela desandou. Hoje tiroteios ali fecham frequentemente uma das duas clínicas de saúde de atendimento básico, que fica numa parte mais conflagrada da favela. O subcomandante da UPP foi morto a tiros em fevereiro, na estrada do Gabinal, em Jacarepaguá, na zona oeste.
Às margens da avenida Brasil, a Vila Kennedy inclui as comunidades Alto Congo, Vila Progresso, Sapo, Metral, Pica Pau, Light e Alto Kennedy. Foi escolhida como laboratório, até certo ponto, por conveniência. Segundo o Comando Conjunto, ela fica perto de unidades militares que têm efetivo grande, veículos e equipamentos. As máquinas usadas para retirar as barricadas, por exemplo, vieram dessas unidades.
A favela tem forte presença do tráfico. Na praça que fica na beira da avenida Brasil, placas de rua e paredes têm marcas de tiro. No entanto, dizem especialistas, não é tão inacessível para forças de segurança quanto lugares como os complexos do Chapadão, Pedreira e Alemão.
Um morador disse à Folha que só fica quem não tem como sair. Porém, em termos socioeconômicos, não é a favela mais desassistida do Rio.
Dados do Ipea mostram que, em 2010, tinha Índice de Desenvolvimento Humano Municipal de 0,714. Está na metade superior do ranking, na 1.250ª posição entre as 2.229 unidades de desenvolvimento do Rio. A favela vizinha, Vila Aliança, onde as Forças Armadas fizeram operação, mas foram recebidas a tiros, tem índice de 0,686.
Na Vila Kennedy, tem Unidade de Pronto Atendimento, que cuida de emergências, e duas clínicas de saúde básica. A estrutura médica funciona de maneira precária, mas isso se deve mais à crise dos cofres públicos.
Há duas escolas estaduais e uma vila olímpica com campo de futebol e aulas de pilates. Uma escola técnica ficou pronta em 2014, mas até hoje não abriu as portas, de acordo com a fundação, devido grave à crise econômica enfrentada no estado.

JORNAL O ESTADO DE SÃO PAULO


Diplomacia em tempos de crise

Sem ter mais como pagar aluguéis, diplomatas venezuelanos em Londres têm teto improvisado

Jamil Chade Publicada 18/03/18

A crise venezuelana já afeta a diplomacia do país em aspectos muito mais elementares do que a preparação de funcionários ou a abertura de embaixadas. Em vários postos, os salários não são pagos desde dezembro. Em casos mais graves, como em Londres, os diplomatas passaram a viver em um prédio do governo, após calote no pagamento de aluguéis.
No dia 29 de janeiro, a embaixadora da Venezuela em Londres, Rocío Maneiro, enviou uma carta “urgente” ao chanceler, Jorge Arreaza, explicando a situação. Segundo ela, o país tem cinco edifícios na capital britânica, entre eles o Bolívar Hall, uma sala para concertos e eventos culturais. O local conta com três apartamentos para alojar delegações e artistas.
“Como o último salário pago foi em setembro de 2017, vários funcionários diplomáticos em Londres se encontram impossibilitados de pagar aluguéis, já que tiveram de priorizar o pagamento de comida e transporte”, escreveu Rocío na carta, que o Estado obteve e também foi transmitida para a chefe de recursos humanos da chancelaria.
Segundo ela, para que os trabalhos da missão pudessem ser mantidos em “condições mínimas”, foi decidido que os três apartamentos passariam a alojar três diplomatas venezuelanos e suas famílias. Eles são Yaiza Piñate, Celina Hernández e Marcos García.
Na avaliação da embaixadora, a situação é “difícil”. “A conselheira Piñate, o primeiro-secretário García e a segunda-secretária Hernández ocuparão os três apartamentos do Bolívar Hall a partir de 1.º de fevereiro de 2018, até que se regularize a situação de pagamentos de salários”, escreveu a embaixadora. Ela indicou que durante esse período não haveria local para alojar delegações que o governo enviar a Londres. Procurada pela reportagem, a embaixadora não retornou os telefonemas nem os e-mails.
A situação de Londres não é um caso isolado. Pela Europa, o Estado confirmou que outros postos diplomáticos também sofrem com a falta de pagamentos. Alguns estão sem receber há cinco meses. Em pelo menos duas embaixadas, nos últimos meses, as contas pessoais dos funcionários estão sendo pagas pelo chefe da missão.
Em fevereiro, alegando corte de gastos, o governo de Nicolás Maduro fechou as embaixadas em Helsinque, Copenhague e Estocolmo. Endividada em diversas organizações internacionais, a Venezuela não tem mais acesso a documentos de reuniões na Organização Mundial do Comércio (OMC), onde o país já é considerado “membro inativo”.
Dados obtidos pelo Estado revelam também que Caracas acumulava, até outubro de 2017, uma dívida de dois anos em suas contribuições obrigatórias com a ONU, o que levou o país a ser suspenso de algumas votações na Assembleia-Geral. Em dezembro, a Venezuela tinha uma dívida de US$ 28 milhões com a organização.

Favela tem 1ª ação social com tropa e interventor


Publicada 18/03/18

Ontem, prefeitura, governo estadual e Gabinete de Intervenção fizeram a 1ª ação social com a presença das tropas na favela Vila Kennedy, na zona oeste carioca. Em sua primeira aparição pública após o assassinato da vereadora Marielle Franco, o interventor, general Walter Braga Netto não falou com a imprensa.
A atividade envolveu assistência médica, vacinação e opções de lazer. Oito dias após destruir 46 quiosques de ambulantes que não tinham licença, a prefeitura também entregou tendas provisórias e licenças definitivas para vendedores.
Ontem, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que o governo ainda avalia se haverá necessidade de liberar verba para a intervenção.

Recuperação judicial já é avaliada por Viracopos


Publicada 18/03/18

Uma das propostas que está na mesa dos acionistas do aeroporto de Viracopos é a recuperação judicial para evitar a caducidade da concessão, o que implicaria na devolução quase imediata do negócio. A UTC e a Triunfo, em recuperação judicial e extrajudicial, respectivamente, detêm 51% de participação na Aeroportos Brasil - Viracopos, dona da concessão, e que seria alvo da recuperação judicial. A concessionária tem até a terceira semana de abril para atender exigências da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que notificou os sócios para endereçar problemas verificados pela reguladora, entre os quais R$ 250 milhões em atraso no pagamento da outorga. O montante é alto para os acionistas, dado que ambos enfrentam sérias dificuldades financeiras.
» Estratégia: Embora a situação seja complicada, existe apetite do governo em uma saída de mercado para a concessão. Paralelamente, há pelo menos três grupos interessados. A Starboard, empresa especializada em reestruturação, trabalha na recuperação judicial da UTC e junto com o fundo norte-americano Apollo, encabeça uma proposta para aquisição de todo o aeroporto.
» Na ponta do lápis: A principal dívida de Viracopos é com o governo, de R$ 3 bilhões em outorga por 30 anos. Junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o aeroporto tem R$ 2 bilhões em dívidas contraídas, além de outros R$ 500 milhões com os bancos Itaú, Bradesco e Santander. Procurados, os acionistas e a Aeroportos Brasil - Viracopos não comentaram.
» O que é o que é? A greve de quinta-feira, feita por juízes federais em defesa do auxílio-moradia, provocou uma onda de buscas no Google por informações sobre o benefício. O buscador identificou um aumento de 180% no interesse de usuários do site pelo assunto, sendo a pergunta “o que é auxílio-moradia?” a mais frequente. O pico nas buscas ocorreu em 2 de fevereiro, quando foi noticiado que o juiz Sergio Moro recebia o benefício, mesmo com imóvel próprio.
» Mais forte: A indústria de fundos de investimentos em direitos creditórios (Fidcs), que opera com estruturas compostas por recebíveis e cedentes variados, estima que a retomada econômica promoverá crescimento de até 20% na geração de recebíveis neste ano. A projeção é da Associação Nacional dos Fundos de investimento em Direitos Creditórios (Anfidc), que reúne representantes do mercado desses fundos, chamados multi cedentes (empresas) e multi sacados (consumidores). Em 2017, o giro de recebíveis nos fundos, que normalmente vencem em 45 dias, foi de R$ 130 bilhões, uma elevação de 15% frente ao ano anterior. Já o montante de recebíveis alocado nas carteiras dos fundos alcançou R$ 16 bilhões.
» Outro lado: A margem dos consultores de crédito, que geram esses Fidcs, tende a cair, em consequência da queda da Selic. Desde o último trimestre de 2017, a compressão da margem tem sido de cerca de 15%. Por isso, a indústria deve se empenhar para manter retorno, buscando ampliar os volumes de fundos oferecidos e também a eficiência.
» Funding: Os Fidcs multi cedentes e multi sacados são importante fonte de recursos para capital de giro das indústrias. Com a crise dos últimos três anos, ganharam importância, já que muitos bancos médios deixaram de oferecer o produto. Ao mesmo tempo, os players desse mercado, muitos dos quais oriundos de factorings, se modernizaram.
» Sem freio: A “exchange” de criptomoedas Mercado Bitcoin espera mais do que dobrar o número de clientes em sua plataforma de um milhão, para 2,5 milhões até o fim deste ano. Para se ter uma ideia da perspectiva de crescimento, a previsão é de que, no fim de 2018, o volume movimentado em transações seja de R$ 50 bilhões - 2017 terminou com R$ 4,5 bilhões.
» Bala na agulha: Para suportar o crescimento, a casa colocou no orçamento do ano um investimento de R$ 10 milhões em tecnologia e segurança. O montante inclui dobrar os quadros dessas duas áreas, que hoje contam com 25 funcionários.
» Perigo: Os fundos de hedge globais, que têm estratégias de investimento mais agressivas e com relevante peso no mercado financeiro, tiveram em fevereiro seu primeiro retorno negativo desde outubro de 2016 ou seja, em 16 meses. De acordo com o índice de Fundos de Hedge Preqin, que compila dados dessa indústria, o retorno dos fundos em fevereiro foi de -0,08%. A maior pressão veio dos Commodity Trading Advisors (CTAs) e de fundos de CTAs, que registraram o pior desempenho em mais de dez anos. Os CTAs têm estratégias de investimento em bônus, energia, taxas de juro, metais, índices de ações, moedas, grãos e proteínas.

Bilhete aéreo não cai com mala cobrada

Empresas afirmavam que cobrança no despacho das malas cortaria tarifa, mas agora dizem que item é só um dos componentes do preço

Fernando Nakagawa Publicada 18/03/18

A cobrança da bagagem nas viagens aéreas ainda não trouxe benefício claro aos passageiros. Das dez rotas mais movimentadas do Brasil, seis tiveram aumento ou estabilidade no preço médio pago pelos consumidores e quatro ficaram mais baratas nos primeiros meses da regra.
Embora as companhias defendessem que a mudança resultaria na queda do preço da passagem, agora argumentam que a bagagem é só um fator sobre o preço e outros aspectos – como combustível, oferta e demanda – são mais relevantes.
O fim da franquia gratuita da bagagem entrou em vigor depois de reações negativas dos consumidores e decisões contrárias da Justiça. Após disputa jurídica, os primeiros passageiros sem franquia de bagagem voaram em meados de 2017 e, desde setembro, as quatro maiores empresas – Avianca, Azul, Gol e Latam – praticam a política.
O preço das passagens nas principais rotas domésticas, desde então, não seguiu tendência única na comparação com igual período de 2016. Dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) mostram que, entre as dez rotas, três tiveram alta expressiva do preço e quatro ficaram bem próximas da inflação.
A ida e volta entre Guarulhos e Curitiba teve o maior aumento: 31,2% em novembro ante um ano antes. Longe da polêmica das bagagens, a alta pode ter relação com a menor disponibilidade de voos: o volume de assentos vendidos caiu mais de 40%. Com isso, a demanda entre Congonhas e a capital paranaense cresceu e as passagens acabaram ficando cerca de 20% mais caras com aumento de 10% no número de passagens vendidas.
Os dados da Anac também mostram que 3 rotas tiveram oscfilação próxima da inflamação.Entre elas está o trecho mais movimentado das Américas: a ponte aérea entre Congonhas e Santos Dumont, cujo preço de novembro subiu 1,8% ante 2016. Em outubro, a oscilação foi para baixo: queda de 1,5%.
Entre os trechos que ficaram mais baratos, a característica comum é o maior número de assentos vendidos. A redução de preço mais evidente ocorreu entre Congonhas e Porto Alegre, cujo bilhete médio recuou 23,7%. O preço pode ter relação com maior oferta de voos na rota: o número de passagens praticamente dobrou na Latam e cresceu quase 40% na Gol. Outras rotas com queda foram as de Guarulhos a Salvador e Recife. Com perfil mais turístico, essas passagens ficaram, em média, 10% mais baratas.
Custos: O presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), Eduardo Sanovicz, explica que a oscilação dos preços se deve a vários fatores, sendo que a bagagem e só um deles. “A querosene de aviação subiu 30%. E há movimentos distintos de demanda e concorrência (nas rotas).”
Dados da Abear indicam que o combustível é o maior custo e representa 26% do que a aérea gasta. Em seguida vêm aluguel e manutenção dos aviões (22%), tripulação (11%) e outras despesas operacionais (11%). Não há cálculo sobre as bagagens.
Questionado sobre a promessa de que seria possível reduzir a passagem com a bagagem paga, Sanovicz diz que a medida é importante para que as empresas já estabelecidas se preparem para a provável chegada de empresas de baixo custo, como ocorre na Argentina. “Aqui na esquina estão chegando duas ou três empresas que fazem isso. Temos de nos preparar para a disputa com toda a flexibilidade que a eventual concorrente tenha.”
Para ele, a bagagem faz parte de uma tendência de desregulamentação do setor, movimento que resultará na queda dos preços. “É possível baratear as passagens? É. Isso acontecerá à medida que o ambiente regulatório for mais alinhado ao que acontece no resto do mundo.”
A Anac diz em nota que a avaliação do impacto da nova política é “prematura e pode induzir a conclusões precipitadas”. Alega ser preciso analisar uma série mais longa, mas que os benefícios aparecerão. “Os ganhos de eficiência e bem-estar social devem se consolidar com mais tempo.”

A disputa para levar a mala na cabine - Funcionário faz controle da bagagem no embarque

Ainda faltava quase uma hora para o voo 3342 decolar para Natal, mas Amanda Bezzoni se levantou da área de espera ao perceber que um passageiro já aguardava o embarque em frente ao portão 26 do Aeroporto de Brasília. A jovem professora preferiu agir para evitar o que acabara de ocorrer com a mãe e o irmão: foram vítimas do bagageiro lotado.
“Minha mãe e meu irmão estão com bagagens parecidas com esta. Cabe na cabine do avião, mas avisaram que terão de despachar. Dizem que o voo está lotado e preferi garantir o meu lugar.”
Com o fim da bagagem gratuita, o problema enfrentado pela família Bezzoni é cada vez mais comum, pois mais passageiros entram nos aviões com malas de mão para evitar a taxa extra. A dificuldade ocorre porque as aeronaves não mudaram e falta espaço para tanta mala.
A aeronave usada naquela quinta-feira no voo para o Rio Grande do Norte, por exemplo, tinha capacidade para 220 pessoas. O bagageiro acima dos passageiros, porém, só comporta 85 malas do padrão previsto pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Fiscal de bagagem: “A reclamação é procedente. Temos visto que, em alguns momentos, cinco, seis, sete passageiros têm esse problema e precisam despachar na porta. Estamos atentos”, diz o presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), Eduardo Sanovicz. “Nossas associadas estão orientando passageiros antes de subir.”
Com prancheta em uma mão, contador de bagagens na outra e etiquetas no bolso, Conceição Lira faz parte do novo time de fiscais de bagagem que atuam nos aeroportos para orientar e evitar problemas. Só uma das empresas aéreas tem 44 empregados no Aeroporto de Brasília para essa função.
Antes do voo para Natal, Conceição caminhou discretamente ao lado dos passageiros que aguardavam sentados. No meio da jornada entre as cadeiras, o marcador do pequeno equipamento que é acionado a cada mala vista já mostrava número superior a 85. Então, era preciso agir.
Foi aí que a mãe e o irmão de Amanda foram selecionados. Mesmo dentro do padrão, ela solicitou que as duas malas de mão que eles levavam fossem despachadas. Não adiantou argumentar que elas viajaram com a família na jornada que começara de madrugada em Rio Branco, no Acre. Não havia espaço – foi a palavra final de Conceição.

JORNAL O GLOBO


Governo pretende lançar em setembro edital para concessão de 13 aeroportos

Terminais em Macaé, Vitória, Mato Grosso e no Nordeste serão leiloados

Geralda Doca Publicada 17/03/18

O governo pretende lançar em setembro o edital de licitação da nova rodada de aeroportos, que prevê a concessão em blocos de 13 terminais, sendo um do Nordeste, um de Mato do Grosso e outro formado por Vitória e Macaé. Autoridades responsáveis pela aviação civil estão animadas com o interesse de investidores, principalmente operadores europeus.
Técnicos do governo, no entanto, estão divididos em relação à data da leilão. Uma ala defende que ele ocorra já em novembro, 45 dias após o lançamento do edital. Já outro grupo prefere um prazo maior, de 100 dias, o que jogaria a disputa para o fim de janeiro — com margem de segurança para cumprir todas as etapas do processo, como aprovação do Tribunal de Contas da União (TCU).
Segundo fontes a par do assunto, estão entre os interessados os grupos europeus ADP, Aena, Zurich e Vinci, o argentino Inframerica e a consultoria nacional especializada em gestão de terminais de passageiros Socicam. O lance mínimo pelos três blocos está estimado em R$ 1,5 bilhão.
Nessa nova etapa serão concedidos seis aeroportos do Nordeste (Maceió-AL, João Pessoa-PB, Aracaju-SE, Juazeiro do Norte-CE, Campina Grande-PB e Recife-PE); cinco terminais do Mato Grosso (Várzea Grande, Rondonópolis, Sinop, Alta Floresta e Barra do Garças), além de Vitória e Macaé.
O governo ainda avalia se vai conceder Vitória e Macaé em bloco ou separadamente. O maior interesse detectado pelo governo está no bloco do Nordeste, principalmente por conta do alta atratividade turística nessa região
O governo já recebeu os estudos que apontaram para a viabilidade para concessão. Com os documentos entregues, a Secretaria de Aviação Civil do Ministério dos Transportes avaliará nas próximas semanas os procedimentos de manifestação de interesse (PMI) de cada grupo de aeroportos que será a escolhido para basear o edital e encaminhar os trabalhos à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Depois disso, a agência deve preparar as minutas de edital e contrato para submeter às audiências públicas. O passo seguinte, após analisadas as contribuições, é enviar os documentos para aprovação do TCU. Se aprovado pelo TCU, o leilão pode ser marcado.

Clubes populares voltam ao mapa em tempos de falta de segurança

Espaços realizam festas e bailes que atraem moradores da vizinhança

Gilberto Porcidônio Publicado Em 18/03 - 04:30

RIO — Devido à crise que minou a segurança e as finanças do estado, a vida cultural também acabou se retraindo. Bares, restaurantes e boates fechados, points e “baixos” vazios durante a noite e até cinemas com programação reduzida são alguns dos reflexos dos episódios de violência que têm se repetido constantemente. Porém, tradicionais clubes populares vêm passando por essa turbulência reunindo o que têm de melhor: atividades culturais, sociais e esportivas, voltadas principalmente para a vizinhança.
Sim, o foco deles é atrair moradores de seu entorno, e, para isso, apostam na sensação de segurança que transmitem a cada evento. No Clube dos Suboficiais e Sargentos da Aeronáutica, criado em 1930 em Cascadura, esse atrativo está presente até no nome. De acordo com o diretor de patrimônio Joamir Pedro, essa foi uma das razões para o espaço, que tem 1.800 associados militares e cerca de 1.500 civis, conseguir passar pela crise dos últimos anos, pois muita gente está preferindo ir para lá do que para outros lugares do Centro, da Zona Sul e da própria Zona Norte.
O clube oferece festas, feijoada e bailes temáticos, como o que homenageou, na sexta-feira retrasada, o Dia Internacional das Mulheres. A auxiliar de cozinha Cátia de Correa, de 60 anos, estava lá. Moradora de Realengo, ela frequenta o espaço militar há duas décadas, e se esbaldou ao som de “Emoções”, de Roberto Carlos. E se sentir protegida, para ela, é o essencial para continuar indo ao local.
— Mas não dou mole lá fora, não. Sou baixinha, mas arretada — brincou Cátia.
A direção do clube destaca que se ajustou à crise financeira do Rio.
— Nós temos 43 colaboradores, entre administradores e diretores, e, até algum tempo, cada um recebia um pró-labore entre R$ 600 e R$ 700. Todos abriram mão do dinheiro — disse Joamir Pedro.
SAMBA DO TRABALHADOR
Com personalidades negras homenageadas em suas paredes, incluindo Nelson Mandela, Conceição Evaristo e Martin Luther King, o Renascença — ou Rena, para os íntimos — é um polo difusor da cultura afro. Desde 1958 na Rua Barão de São Francisco, no Andaraí, o clube começou em 1951, no Méier, como um lugar para que negros de classe média impedidos de entrar em outros lugares pudessem se divertir sem problemas. Desde 2000, é uma Área de Proteção do Ambiente Cultural (Apac) da cidade, e foi tombado pela prefeitura em 2011.
Em média, cerca de 500 pessoas vão ao clube a cada segunda-feira para participar do tradicional Samba do Trabalhador, capitaneado pelo cantor e compositor Moacyr Luz. As famosas canjas de artistas consagrados, como Teresa Cristina, aumentaram bastante de dois anos para cá, mas o presidente do Renascença, Manoel Luiz Nascimento, diz que a frequência, hoje, não é nem metade da registrada em 2015:
— Às vezes, ficamos no vermelho, mas cuidamos de tudo como se fôssemos uma empresa. Temos 66 pessoas que dependem do Rena. No momento, queremos acabar com a conta de luz, que gira em torno de R$ 6 mil por mês, colocando um sistema fotovoltaico (de energia solar). O projeto custa R$ 300 mil. E, infelizmente, a prefeitura parou, em 2016, a obra do nosso muro de contenção sonora. Esperamos que retome.
Na última segunda-feira, a professora Girlaine Pereira foi pela primeira vez ao Samba do Trabalhador, para prestigiar o aniversário de uma amiga. Moradora de Vila Isabel, ela costuma ir às rodas de samba da Pedra do Sal e da Praça Tiradentes, no Centro. Para ela, a diversão mais perto de casa reduz bastante os gastos com corridas de táxi — circular a pé ou de ônibus ficou fora de questão, por conta da violência.
— Gostei bastante do Samba do Trabalhador. Pude dançar deixando a bolsa na cadeira, sem problema algum. Pretendo voltar — afirmou Girlaine.
MUNICIPAL, SÍMBOLO DA TIJUCA
Na Tijuca, o Club Municipal, que fez 85 anos em 2017, é destinado a uma classe que tem sido flagelada por atrasos nos pagamentos de salários: os servidores públicos. Com 8 mil sócios e uma mensalidade de R$ 45, metade de seus frequentadores mora no entorno. A realização de eventos como o Baile da Terceira Idade, aos domingos e às segundas-feiras, o pagode das sextas-feiras, e as festas de flashback mantém a relevância do espaço para o bairro, que vê retornar a sensação de insegurança que marcou a década de 1990.
— A crise que pegou o funcionalismo público faz muito efeito. Temos problemas, porém mantemos o associado frequentando, oferecemos mais de cem bolsas, nunca deixamos de abrir as portas nem atrasamos o pagamento de nossos 110 funcionários — disse o presidente do clube, Luis Paredes.
No tradicional Hebraica, há 65 anos em Laranjeiras, eventos são concorridos. O Festival de Dança Israelita, em outubro, é um dos mais populares.
— No ano passado foi muito difícil porque, em tempos de crise, a primeira coisa que a pessoa corta é o lazer. Hoje, o aluguel de nossos espaços é primordial para nossa sobrevivência. Fazemos locações para novelas e festas — contou Luiz Maerovitch, que preside o Club Municipal.

TV GLOBO - JORNAL NACIONAL


Intervenção federal leva serviços para moradores da Vila Kennedy, no Rio

Prefeito e interventor federal no Rio, general Braga Netto, visitaram colégio. Intervenção federal na segurança pública do Rio completou um mês.

Publicado Em 17/03 - 21h23

Neste sábado (17), em vez de uma operação de segurança, a intervenção federal levou serviços e cidadania para uma comunidade da Zona Oeste do Rio.
A escola mais antiga da Vila Kennedy foi a escolhida para reunir as ações comunitárias. Nas salas de aula, a lição neste sábado (17) foi sobre cidadania, cuidados com a saúde, com os dentes. As crianças aprenderam a escovar e os adultos fizeram uma revisão geral. Equipes médicas das Forças Armadas, do estado e do município atenderam os moradores. “Está sendo espetacular essa ação. Veio na melhor hora. E nós somos uma comunidade muito carente. Então, isso foi fundamental hoje”, avalia uma moradora.
Dona Cleide viu que precisa ficar de olho na pressão. “Aproveito e passo pelo médico e faço os exames todos”, conta.
Teve vacinação infantil e também contra a febre amarela. O vidraceiro Gilmar de Souza adiou, adiou, mas hoje não teve desculpa. “Eu aproveitei que ficou mais fácil vacinar e vim aqui”, conta.
As ações sociais conjuntas fazem parte das medidas da intervenção federal na segurança pública. O interventor federal no Rio, general Braga Netto, visitou o colégio. Viu de perto o atendimento. O prefeito voltou à praça onde, na semana passada, fiscais da prefeitura destruíram os quiosques de pequenos comerciantes da região.
Neste sábado (17), Marcelo Crivella disse aos moradores que afastou os agentes e entregou permissões de trabalho para 48 feirantes. “A partir de agora, vai ser um novo tempo. Vão pagar água, vão pagar luz, vão pagar também a licença”, diz o prefeito.
“A gente lutou e conseguiu. E vamos rumo à vitória”, diz uma feirante.
A Vila Kennedy foi escolhida como modelo da intervenção que completou um mês no Rio. Sem um orçamento definido até agora, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que o governo federal já vem ajudando o estado e que a liberação de dinheiro especificamente para intervenção depende da avaliação das Forças Armadas. "Existe um esforço enorme, que nós estamos trabalhando nele há meses, para viabilizar solução da questão financeira e fiscal do Rio, principalmente no que diz respeito à segurança. O que tem de novo é apenas quem comanda a segurança, porque a equação financeira já estava sendo tratada nesses últimos meses”, diz o ministro.
Jornal Nacional: Não devem ser liberados recursos direto do orçamento da União para o Rio para a intervenção?
Henrique Meirelles: Isso aí nós estamos analisando. As Forças Armadas estão fazendo os cálculos para ver se é necessária alguma coisa a mais e vão nos informar no devido tempo.
Enquanto isso, até voluntários foram ajudar no mutirão deste sábado (17). A procura maior foi para a retirada de documentos: CPF, identidade, carteira de trabalho. A cidadania finalmente acessível, perto de casa. Para muita gente que vive numa comunidade que precisa de tantos serviços, essa foi uma oportunidade até para voltar a sonhar. “Eu perdi os meus documentos e vim readquirir, voltar à sociedade de novo”, conta Paulo Sérgio, que está desempregado.
Jefferson ficou desempregado em 2016. Trabalhava num estaleiro. “Qualquer área que tiver. Segurança também, que eu tenho curso. Qualquer coisa”, diz.
Ana Valéria foi tentar uma vaga de emprego. “Eu tenho esperança que vai dar. Agora, eu soube que a Vila Kennedy vai ser modelo. Vai sim”, afirma.

Especialistas apontam falhas no controle de armas e munição no Brasil

Balas usadas na execução de Marielle Franco e Anderson Gomes vieram de lote desviado da Polícia Federal de Brasília em 2006.

Publicado Em 17/03 - 22h02


As balas que mataram Marielle Franco e Anderson Gomes foram pagas com dinheiro público. Especialistas apontam falhas no controle de armas e munição no Brasil.
Quando o assunto é munição, logo pensamos no tráfico entre fronteiras. Mas uma pesquisa feita pelo Instituto Sou da Paz muda esse entendimento. Com base em dados de 2014, 42% das apreensões de balas feitas no Rio eram de fabricação nacional. O ano de 2014 foi o único em que o Instituto de Segurança Pública do estado divulgou a marca do fabricante. De lá para cá, é impossível determinar em que país os cartuchos foram produzidos.
Pesquisadores também analisaram a munição recuperada com criminosos pela polícia do Rio entre 2014 e junho de 2017. Quase 30% eram de calibre nove milímetros, de uso restrito das forças de segurança.
Bandidos do Rio passaram a usar a pistola calibre nove milímetros com mais frequência por causa do preço e também por ser mais fácil de esconder e transportar. Para aumentar o poder de fogo dessa arma, é instalado o chamado kit rajada, que a transforma numa submetralhadora. Há kits que possibilitam disparar mais de cem tiros de uma só vez.
A arma que matou a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes era uma nove milímetros. A assessora que testemunhou as mortes disse ter ouvido uma rajada na hora do crime. A Divisão de Homicídios investiga essa possibilidade.
O Instituto Sou da Paz considerou grave um outro fato no Rio: somente no ano passado, 70% da munição apreendida eram de uso exclusivo das forças de segurança pública. A informação de que as balas que mataram a vereadora e o motorista dela foram compradas com dinheiro público tornam estes crimes ainda mais revoltantes.
“O grave deste caso é que a gente tem essa munição, sendo uma munição desviada de força de segurança. Foi uma munição que foi fabricada no Brasil, vendida para uma polícia e essa polícia, por uma falta de controle, por um descuido, deixou essa munição ser desviada. Então essa munição foi usada nessa execução. O Brasil tem 50 mil mortes por armas de fogo por ano. O caso Marielle é mais um desse e a gente precisa colocar controle de armas de munição no topo da pauta de prioridades”, diz Bruno Langeani, do Instituto Sou da Paz.
A munição usada na execução da vereadora e do motorista veio do lote UZZ18, desviado da Polícia Federal de Brasília em 2006. Eram quase dois milhões de balas. Parte da munição desse lote também foi usada por um grupo de extermínio formado por policiais na chacina de Osasco, em 2015, quando 17 pessoas morreram, e ainda na guerra do tráfico em São Gonçalo, na região metropolitana do Rio. Foram cinco assassinatos entre 2015 e 2017.
O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, disse que a munição foi roubada na sede dos Correios na Paraíba, há mais de dez anos, e parte dela foi desviada pelo escrivão da Polícia Federal Cláudio de Souza Coelho. Ele foi preso em 2007, acusado de fornecer munição a traficantes de 13 favelas do Rio.
“Essa munição foi roubada na sede dos Correios, pela informação que eu tenho, lá atrás, anos atrás, na Paraíba. E a Polícia Federal já abriu mais de 50 inquéritos por conta dessa munição desviada. Na Paraíba, uma parte veio para cá (Brasília). E ela foi desviada nos Correios. Uma outra parte foi identificada como tendo sido desviada, se não me engano, é bom corrigir, na Superintedência, um escrivão, tá certo? Na Superintendência do Rio de Janeiro. O que também foi objeto de inquérito. Então, você tem uma referência daqui (Brasília), uma referência da Paraíba e uma referência do próprio Rio de Janeiro”, diz Jungmann.
Os Correios da Paraíba afirmaram que não há registro de qualquer incidente desta natureza e que está apurando internamente as informações. A empresa não aceita postagens de remessas contendo armas ou munição, exceto quando autorizada por legislação específica.
A legislação permite o transporte de armas e munição quando requisitado por forças de segurança. A nota diz ainda que por serem os Correios uma empresa pública, situações envolvendo armas, munição, drogas e outros itens proibidos no tráfego postal são encaminhadas à Polícia Federal para investigação.
A Polícia Federal informou que instaurou inquérito no Rio de Janeiro para apurar a origem das munições relativas ao lote UZZ18.
Arthur Trindade, representante do Fórum Nacional de Segurança, afirma que falta fiscalização e que o Exército e a Polícia Federal precisam discutir novas formas de controle de armas e munição.
"Os dois sistemas existentes, um do Exército e outro sob controle da Polícia Federal, se comunicam muito mal, dialogam mal. De forma que, na prática, o controle desses materiais sensíveis é muito falho no Brasil todo. Tanto para armamento quanto para munição e explosivos. Os sistemas têm que começar a dialogar de maneira mais fácil. Ou seja, o sistema que controla a fabricação desses materiais - armamento, munição e explosivo - tem que dialogar com o sistema que controla a venda desses produtos. De forma que você saiba quando foi fabricado e para quem foi vendido. Como isso funciona mal, não funciona no tempo necessário, da tomada de decisão, na prática a nossa capacidade de controlar esses materiais perigosas é baixíssima ", diz Arthur Trindade.
PORTAL UOL


Para ganhar confiança de moradores, Forças Armadas, estado e prefeitura fazem ação social em favela do Rio


Luis Kawaguti Publicado Em 17/03 - 09h

Centenas de moradores da favela da Vila Kennedy, zona oeste do Rio de Janeiro, estão recebendo atendimento de saúde, orientação jurídica e ajuda para emitir documentos em uma ação organizada pelo Gabinete de Intervenção Federal.
A ação ocorre uma semana após uma ação da prefeitura que destruiu quiosques de comerciantes e causou revolta em moradores da favela. O prefeito Marcello Crivella (PRB) disse na ocasião que houve uso desproporcional da força por parte de servidores municipais. A remoção ocorreu sem o apoio das Forças Armadas.
Crivella esteve no mutirão deste sábado para mostrar apoio e disse que 48 novos quiosques estão sendo providenciados para os comerciantes afetados. "A questão dos quiosques já está sendo revertida", afirmou.
O mutirão deste sábado foi organizado pela equipe de intervenção e recebe o apoio de órgãos e agências da prefeitura e do estado.
Um dos objetivos da ação dos interventores é ajudar a população e assim ganhar sua confiança - para no futuro receber apoio para ações armadas e denúncias sobre a localização de criminosos procurados e armas, segundo membros do Gabinete de Intervenção Federal ouvidos pela reportagem.
A Vila Kennedy é usada como uma experiência piloto para as ações ostensivas das Forças Armadas e das polícias durante a intervenção federal na segurança do Rio e foi palco recentemente de uma queda de braço entre forças de segurança e traficantes.
Segundo militares do Gabinete de Intervenção Federal, a ideia da operação atual é tentar mudar a cultura arraigada nas favelas do Rio de que traficantes de drogas seriam "amigos" da população por fornecer favores e serviços básicos que o Estado não é capaz de levar à região.
A Vila Kennedy sofre com problemas de atendimento de saúde na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) que atende a área.
Ao fazer um mutirão para levar à favela atendimento de saúde, vacinação, orientação jurídica, serviços de emissão de documentos e recreação, os interventores esperam mostrar à população que a partir de agora podem confiar no estado para ter acesso a esses serviços.
A ação deste sábado na Vila Kennedy é conhecida no jargão militar como Aciso (Ação Cívico Social). Ela faz parte de uma estratégia chamada de operação de amplo espectro, que visa potencializar as ações armadas com o chamado soft power, ou seja o engajamento de agências civis para melhorar a situação de toda uma região.
A ideia é que ações desse tipo passem a ser frequentes durante a intervenção e envolvam cada vez mais órgãos dos governos estadual e municipal.
Sem médico
"As pessoas podem vir buscar uma consulta, ver como está sua posição no sistema de regulação para cirurgia, outros que estão no aluguel social querem ver como está sua posição no "Minha Casa, Minha Vida". Há também aquelas que vão trazer animais para serem vacinados, os que virão procurar emprego e aqui terão suas entrevistas agendadas. Vai ser uma manhã e uma tarde de atenção às pessoas", disse o prefeito.
O técnico em eletrônica Nilson Gonçalves Vieira, 56, foi ao mutirão em busca de atendimento médico. "Eu vim fazer exames de glicose e de pressão alta. Sou uma pessoa muito relaxada em relação à saúde, então como soube que ia ter esse atendimento aproveitei e vim."
"A gente tem uma UPA, mas lá nunca tem médicos. Dependendo da especialidade que você precisa até consegue uma consulta, mas sempre eles mandam pra outro lugar, é difícil ter o médico que você precisa", afirmou.
Vieira disse que estava desconfiado de ver os militares sempre entrando e saindo da comunidade, mas com a ação social passou a apoiar a presença deles. "A comunidade merece isso aqui."
Quiosques
Crivella procurou não associar seu apoio ao mutirão organizado pelo Gabinete de Intervenção Federal à questão dos quiosques derrubados na semana passada.
"Aquela questão dos quiosques já está sendo revertida. Eles estavam ali de maneira ilegal, então vão ser legalizados todos. Receberam aluguel social e uma cesta básica enquanto os quiosques não são alocados", afirmou
Segundo ele, foram encomendados 48 quiosques padronizados da prefeitura e 12 serão entregues por semana.
"Agora eles [comerciantes] vão poder pagar a luz, pagar a água, pagar a licença para estar ali, os que não pagarem serão retirados porque o quiosque vai continuar pertencendo à Prefeitura. Vamos colocar mesas e cadeiras para as pessoas sentarem e vai ter a fiscalização da Guarda Civil e da Vigilância Sanitária. Então eu tenho a impressão que vamos fazer do limão uma limonada", disse.
Atendimento
Já antes do início do mutirão uma fila com centenas de pessoas se formou na Avenida Central da Vila Kennedy. Os serviços estão sendo prestados em uma escola e em um campo de futebol.
A favela está controlada por tropas federais e pela polícia desde a semana passada – após dias de disputa com traficantes que reerguiam barricadas e agiam depois que as Forças Armadas - saiam da região após realizar operações.
Apesar da tentativa de ganhar os moradores, uma pessoa foi detida neste sábado por desacato à autoridade.
R$ 60 milhões

O secretário da Casa Civil do governo de Luiz Fernando Pezão, Cristino Aureo, afirmou que após a saída das Forças Armadas da Vila Kennedy será mantido um reforço no atendimento de saúde e de assistência social.
Ele afirmou que o governo pretende usar parte dos recursos do Fundo Estadual de Segurança Pública, que está sendo estabelecido a partir de verbas de royalties do Pré-Sal, para levar mais serviços do governo para comunidades que sejam estabilizadas pelas forças de segurança. Aureo disse que neste ano os recursos para essas ações podem passar de R$ 60 milhões. A verba não será usada, porém, para o pagamento de salários.
Outras favelas

O coronel Carlos Cinelli, porta-voz do Comando Conjunto da Intervenção, disse que outras favelas do Rio passarão por essa combinação de ações de força militar para estabilização com apoio de ações sociais do governo e do município.
"A orientação que foi dada pelo general Braga Netto ao Comando Conjunto é que uma vez que o Gabinete de Intervenção Federal tenha decidido no nível estratégico quais são os próximos passos, as próximas comunidades onde nós vamos atuar, o Comando Conjunto estabeleça as condições de segurança necessárias para estabilizar a área, remover barricadas e remover obstáculos para que essas agências estaduais e municipais possam entrar como está sendo feito aqui hoje", disse.

PORTAL G-1


Avião que caiu no Pantanal de MS fazia táxi-aéreo clandestino, aponta polícia

Segundo laudo, mesmo interditada, a MS Táxi Aéreo continuava a atuar no mercado. Empresa nega que avião acidentado pertencesse a ela. Piloto da aeronave morreu na época do acidente, em setembro de 2016.

Juliene Katayama E Graziela Rezende Publicado Em 17/03 - 16h14

O avião bimotor que caiu na fazenda Novo Horizonte, em Miranda, no Pantanal de Mato Grosso do Sul, fazia táxi-aéreo clandestino na época do acidente, em setembro de 2016. Essa foi a conclusão do laudo da Delegacia Especializada de Combate ao Crime Organizado (Deco). O piloto Marcos Davi Xavier, de 38 anos, morreu com a queda da aeronave. 
“O que a gente verificou, principalmente nos documentos apreendidos na MS Táxi Aéreo, é que de fato, mesmo ela interditada pela Anac em março de 2016, ela continuou com serviço remunerado de passageiros de aeronave se utilizando de aeronaves que eram colocadas em nome de um dos sócios-proprietários, como se privada fosse, e ofertando. Isso configura o crime de estelionato e na fala da aviação civil configura táxi-aéreo clandestino”, afirmou a delegada da Deco Ana Cláudia Oliveira Marques Medina.
O gestor de segurança operacional da MS Táxi Aéreo, Daniel Barbosa, afirmou ao G1 que o piloto Marcos Xavier trabalhava para a empresa, mas que o avião envolvido no acidente não pertencia à MS Táxi Aéreo. Além disso, Barbosa disse que a gerência antiga foi toda substituída e que a empresa está colaborando com a investigação da Deco.
A queda do avião ocorreu quando Xavier voltava sozinho para Campo Grande, depois de deixar uma família na fazenda onde aconteceu o acidente. Segundo a delegada, a família não sabia que a proprietária do avião não era a empresa contratada.
“Eles comprovaram que fizeram uma contratação com a MS Táxi Aéreo. Ali era táxi-aéreo clandestino e o Marcos acabou vindo a óbito”, afirmou Medina.
Os peritos do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) estiveram no local do acidente e, depois de constatarem falha de manutenção, transferiram a investigação para a Polícia Civil, em dezembro de 2017.
Na época, o perito criminal Domingos Sávio afirmou que o laudo apontou a falta de manutenção preventiva dos cabos. Eles travaram no voo e impossibilitaram o piloto de controlar a aeronave. Outra irregularidade constatada foi em relação à documentação. O mesmo avião sofreu acidente em 2013 na mesma fazenda e o fato não foi comunicado a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Danos morais
A companheira do piloto entrou com uma ação de danos morais contra a empresa de aviação. Segundo o advogado Osvaldo Gabriel Lopes, na próxima sexta-feira (23) encerra a fase de instrução e a sentença deve sair entre 90 e 120 dias.
“É um direito que precisa ser buscado pela honra daquele que partiu”, afirmou Lopes ao G1.
O avião caiu em uma área de brejo a cerca de 30 quilômetros de distância da entrada da fazenda. Um helicóptero localizou os destroços dois dias depois do acidente e como não havia condições de descer nas proximidades, uma equipe retornou ao local.
A Polícia Civil encontrou as asas das aeronaves a 250 e 450 metros, respectivamente, do restante dos destroços. Uma peça apreendida durante força-tarefa ajudou a elucidar o motivo da queda e rompimento dos estabilizadores da aeronave em pleno voo.
O corpo do piloto foi encontrado no dia seguinte ao acidente pela Força Aérea Brasileira (FAB).



Leia também:









Receba as Últimas Notícias por e-mail, RSS,
Twitter ou Facebook


Entre aqui o seu endereço de e-mail:

___

Assine o RSS feed

Siga-nos no e

Dúvidas? Clique aqui




◄ Compartilhe esta notícia!

Bookmark and Share






Publicidade






Recently Added

Recently Commented