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NOTIMP - Noticiário da Imprensa - 16/03/2018 / Embraer E-Jet E2 - Um jato mais eficiente



Embraer E-Jet E2 - Um jato mais eficiente ...  


Previsto para começar a operar em abril, novo avião da Embraer apresenta desempenho acima do esperado nos testes de certificação ...  


Terceira maior fabricante de aviões comerciais do mundo e líder no segmento de aeronaves com até 150 assentos, a Embraer deve entregar em abril deste ano o primeiro modelo de sua nova geração de jatos E-Jets E2. Batizado de E190-E2, o avião vai integrar a frota da norueguesa Widerøe, principal companhia aérea regional da Escandinávia. Com capacidade para 114 passageiros, o jato apresentou uma performance acima da esperada durante a campanha de certificação, etapa que precede o início de sua operação comercial. Os testes em voo mostraram que o novo avião tem maior alcance de voo, emite menos poluentes, é mais econômico e silencioso do que originalmente especificado pela Embraer.

O bom desempenho obtido pelo E190-E2 é resultado do trabalho de pesquisa e desenvolvimento (P&D) realizado nos laboratórios da Embraer, da experiência de seus engenheiros em projetar e desenvolver novas aeronaves e de parcerias realizadas com pesquisadores de universidades. “Nos últimos 17 anos nenhuma indústria aeronáutica desenvolveu tantos aviões como nós”, conta Rodrigo Silva e Souza, vice-presidente de Marketing da Embraer Aviação Comercial. “Nesse período, criamos a primeira geração de E-Jets para aviação comercial, vários modelos dos jatos executivos, como os Phenom e os Legacy, o cargueiro KC-390 para a área de defesa e, finalmente, os E2.”

De acordo com a Embraer, o E190-E2 chegará ao mercado repleto de inovações – na fuselagem, desenho das asas, trem de pouso, motores, interiores, aviônicos etc. –, o que faz dele o mais eficiente jato de corredor único do mercado, categoria que inclui os tradicionais Boeing 737 e Airbus A320, além dos modelos da família C Series da Bombardier, rival da brasileira no mercado de aviação regional. “Nosso novo jato foi projetado para ter uma performance em consumo de combustível 16% menor do que a geração atual de E-Jets, mas superou essa meta e atingiu 17,3%”, informa Souza. Segundo ele, com esse índice, o avião é cerca de 10% mais econômico do que seus concorrentes diretos, os jatos canadenses C Series.

A redução do gasto de combustível dá duas vantagens importantes para o E190-E2 no concorrido mercado aeronáutico: ele emite menos poluentes e tem um alcance superior, ou seja, consegue voar distâncias maiores. A Embraer calcula que, com a melhora de 1,3% no consumo, cada jato evitará a emissão de cerca de 1.700 toneladas de dióxido de carbono (CO2) ao longo de 10 anos. Com relação ao alcance, o modelo poderá atingir destinos a 5,3 mil quilômetros (km), ante 4,5 mil km dos integrantes da atual geração de E-Jets. “Essa distância adicional dará às companhias aéreas uma capacidade de alcançar aeroportos mais distantes, elevando sua capilaridade”, destaca o executivo da Embraer.

A maior parte da redução projetada de consumo de 16% ocorreu em função dos novos motores Pratt & Whitney, mais eficientes do que os da primeira geração de E-Jets. Eles responderam por 69% da melhora inicialmente projetada, seguidos do novo desenho da asa (22%) e do sistema fly-by-wire (9%). “Um aspecto fundamental para a redução de consumo acima do previsto, os 1,3% a mais, foi a melhoria do fly-by-wire”, afirma Silva. Com essa tecnologia, o controle de peças móveis nas asas e na cauda do avião (flaps, ailerons, spoilers, slat e profundor) é feito por meio de comandos eletrônicos computadorizados. Responsáveis, juntamente com as asas, pela sustentação do avião, essas peças aerodinâmicas são acionadas pelo piloto para mudar a direção, o sentido e o nível do voo.

A melhora do fly-by-wire do novo jato permitiu a redução de 20% da área de empenagem (parte terminal da fuselagem, localizada na região traseira, conhecida como a cauda do avião), minimizando arrasto e peso. O fly-by-wire dos E-Jets E2 é a quarta geração projetada pela Embraer. Essa tecnologia, que elevou de forma significativa o nível de automação dos aviões, substituiu o sistema tradicional de comando formado por cabos de aço e atuadores hidráulicos.

Parceria com a FAPESP
A Embraer também conseguiu reduzir a emissão de ruído do E190-E2 acima do planejado. Projetar e desenvolver aviões mais silenciosos que operem em aeroportos sem incomodar os moradores de seu entorno é um dos desafios da indústria aeronáutica. “Em muitos aeroportos da Europa e do Japão, a taxa de pouso paga pela companhia aérea é multiplicada pelo fator ruído. Assim, um avião mais silencioso pode ter um custo operacional menor”, explica Silva.

Para medir e tabular os níveis de ruído das aeronaves, a Organização da Aviação Civil Internacional (Icao) estabeleceu uma métrica chamada EPNdB, sigla em inglês para “ruído efetivamente percebido em decibéis”. Esse índice varia em função do porte do avião e considera o barulho produzido por ele durante a decolagem, o voo em cruzeiro e a aproximação para pouso. O jato da Embraer atingiu nos testes 20 EPNdB de margem acumulada em relação aos limites da Icao, 3 EPNdB a mais do que o projetado. Quanto maior a margem acumulada – ou seja, a diferença entre o índice alcançado pelo avião e o estabelecido pela Icao –, mais silencioso é o jato.

A fim de reduzir o ruído emitido por seus aviões, a Embraer desenvolveu um amplo trabalho de pesquisa. Com recursos do Programa de Apoio à Pesquisa em Parceria de Inovação Tecnológica (Pite) da FAPESP, o projeto “Aeronave silenciosa: Uma investigação em aeronáutica” identificou e avaliou o ruído gerado e propagado pela primeira geração de E-Jets da empresa. O foco do estudo foi o chamado ruído aerodinâmico, causado pelo fluxo de ar que passa ao redor da asa e pela fuselagem do avião.

“Os conhecimentos gerados ao longo do trabalho ajudaram a Embraer a aprimorar o projeto aerodinâmico de seus jatos E2”, afirma o engenheiro Julio Romano Meneghini, da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), que coordenou o projeto Pite, executado entre 2008 e 2011. “A pesquisa resultou em várias ferramentas de simulação numérica e gerou uma patente internacional relativa a um selo [pequena tira de material flexível] na ponta do flap. Esta foi uma das soluções que encontramos para reduzir o ruído gerado por um vórtice [escoamento giratório de ar] durante o pouso e a decolagem.”

Para o engenheiro André Gasparotti, gerente do programa de desenvolvimento tecnológico da Embraer, a reduzida emissão de ruído do E190-E2 se deve, em boa medida, ao trabalho de P&D da Embraer nos últimos 10 anos, inclusive aquele apoiado pela FAPESP. “A parceria com a Fundação permitiu aumentar o conhecimento sobre ruído e conforto dos passageiros”, diz.

Outro projeto Pite cujos resultados foram aplicados no E190-E2 investigou o bem-estar dos passageiros durante o voo e definiu critérios de conforto a serem usados como parâmetros de projeto e design dos novos jatos da companhia.

“No projeto de pesquisa ‘Conforto de cabine: Desenvolvimento e análise integrada de critérios de conforto’, estudamos a influência de diferentes parâmetros ambientais sobre o passageiro, como ruído, iluminação, temperatura, pressão e vibração”, relata o engenheiro Jurandir Itizo Yanagihara, também da Poli e pesquisador responsável pelo projeto Pite. De acordo com Yanagihara, uma característica importante dos E-Jets E2 é o desenho da cabine, que recebeu contribuições de ferramentas desenvolvidas no projeto.

Carteira de pedidos
A nova série de jatos E2 da Embraer, cujo desenvolvimento teve início em 2013, é formada por outros dois modelos, o E195-E2 e o E175-E2. A Embraer recebeu até março deste ano 280 pedidos das três aeronaves, além de cerca de 420 intenções de compra. Computados os quatro modelos da primeira geração de E-Jets (E170, E175, E190 e E195), a carteira salta para 1.800 pedidos firmes, dos quais 1.400 já foram entregues.

A companhia brasileira Azul será a primeira a receber o E195-E2, maior aeronave comercial projetada e construída no país. Com 41,5 metros (m) de comprimento e 35,1 m de envergadura (distância entre as pontas das asas), ela tem capacidade para até 146 passageiros. A entrega da primeira unidade está prevista para 2019. O “caçula” E175-E2, para 90 ocupantes, deve estrear em 2021.

Projetos
1. Aeronave silenciosa: Uma investigação em aeroacústica (nº 06/52568-7); Modalidade Parceria para Inovação Tecnológica (Pite); Pesquisador responsável Julio Romano Meneghini (USP); Investimento R$ 3.741.069,33.

2. Conforto de cabine: Desenvolvimento e análise integrada de critérios de conforto (nº 06/52570-1); Modalidade Parceria para Inovação Tecnológica (Pite); Pesquisador responsável Jurandir Itizo Yanagihara (USP); Investimento R$ 3.205.550,76.

Artigos científicos
ILÁRIO, C. et al. Prediction of jet mixing noise with lighthill’s acoustic analogy and geometrical acoustics. The Journal of the Acoustical Society of America. v. 141, p. 1203­-13. fev. 2017.

MENEGHINI, J. et al. Wake instability issues: From circular cylinders to stalled airfoils. Journal of Fluids and Structures. v. 27, p. 694­-701. jul.-ago. 2011.



Acompanhe aqui o Noticiário relativo ao Comando da Aeronáutica veiculado nos principais órgãos de comunicação do Brasil. O NOTIMP apresenta matérias de interesse do Comando da Aeronáutica, extraídas diretamente dos principais jornais e revistas publicados no país.




JORNAL FOLHA DE SÃO PAULO


Moreira Franco: de governador que `acabaria com o crime´ a articulador da intervenção no RJ


Leandro Resende Publicada Em 15/03/2018 - 08h03

Trinta e um anos depois de tomar posse como governador do Rio de Janeiro, ele hoje é ministro da Secretaria-Geral da Presidência e foi um dos principais articuladores da intervenção federal que está sendo feita na segurança pública do estado.
“O nome dele é Moreira” Franco (MDB), político que, em 15 de março de 1987, sucedeu Leonel Brizola (PDT) no comando do Rio com a promessa de acabar com a violência em seis meses. Acreditava que o Estado conseguiria resolver o problema da criminalidade. Recentemente, no entanto, disse que “a violência está crescendo há décadas”.
O que o Moreira Franco, empossado há exatos 31 anos, dizia sobre segurança pública? Como foi seu governo? O que há de diferente hoje em dia? A Lupa busca respostas no que ele mesmo escreveu e disse à época.
“O Rio de Janeiro se tornou um lugar em que um chefe de família sai para o trabalho e não sabe se volta, ou será vítima de uma das muitas centenas de homicídios não solucionados, que ocorrem periodicamente no Estado”
Moreira Franco no livro Diretrizes de um governo popular e democrático, lançado em 1986
Com o objetivo de detalhar seu plano de governo e a promessa de contar “com o apoio do presidente José Sarney” (p.9), o livro lançado por Moreira Franco dedicava atenção à questão da segurança pública e partia da constatação de que o Rio de Janeiro era um estado “vitimado por esvaziamento econômico, combinado com política social insuficiente e distorcida, e destituído de eficaz policiamento (p.69).
O Moreira Franco de 1986 de certo não recomendaria uma intervenção federal na segurança com prazo para começar e terminar. Afinal, nas suas ‘Diretrizes’, o então candidato dizia a solução para o crime não era apostar no “longo prazo”, nem no “curto prazo”. Ele argumentava que ações repentinas estariam “fadadas ao fracasso por não atacar as principais causas geradoras do ato criminoso”.
À Lupa, Moreira Franco informou que “é necessário combinar ações imediatas com medidas de médio e longo prazo” para lidar com o crime organizado. Veja a nota completa.
“Só diante de evidências seguras ou suspeitas fundamentadas, nunca em outras hipóteses, o direito de ir e vir do cidadão poderá ser submetido a constrangimentos”
Quarto dos “Dez Mandamentos da Polícia” lançados por Moreira Franco ainda no seu primeiro mês de governo, em março de 1987
O início do governo Moreira Franco no Rio foi marcado por denúncias de abusos cometidos por membros das polícias Civil e Militar. Um estudante de Educação Física de 24 anos foi espancado por policiais militares da Cidade de Deus por “estar em lugar suspeito”, segundo reportagem do Jornal O Globo do dia 19 de março de 1987. De acordo com as investigações, os cinco PMs responsáveis mataram a vítima e, depois, tentaram torná-la suspeita de tráfico de drogas.
O caso motivou a edição dos “Dez Mandamentos” já na semana seguinte. O texto, que também prevê a “inviolabilidade do lar e a igualdade de todos perante a lei” – se confunde com a polêmica intenção do Exército e do Ministério da Defesa de pedir um mandado de busca e apreensão coletivo para vigorar durante a intervenção federal na segurança do Rio – ideia que não foi adiante.
Uma reportagem do jornal O Globo sobre os primeiros 100 dias do governo mostrou que os mandamentos de Moreira não foram respeitados – e a impunidade que ele tanto combateu durante a campanha eleitoral seguiu sendo prática na polícia. Foi em seu governo que ressurgiram os chamados Esquadrões da Morte, grupos de extermínio que contavam com a participação de policiais militares e civis. De acordo com um dado do próprio governo,foram cometidos, em média, seis assassinatos por dia na Baixada Fluminense em maio de 1987, a maioria atribuída aos chamados ‘Esquadrões’. Apesar disso, a reportagem do Globo destaca que outras promessas foram cumpridas, como o aumento do efetivo da PM, e a compra de 400 novas viaturas.
Durante o governo de Moreira Franco, a taxa de homicídios do Rio de Janeiro disparou. De acordo com dados do Mapa da Violência, em 1986 morreram 20,2 pessoas a cada 100 mil habitantes. No primeiro ano de governo, em 1987, esse número subiu para 30,4. Em 1990, último ano completo de Moreira Franco no governo, chegou a 56,1 para cada 100 mil habitantes.
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“As Forças Armadas jamais aceitariam um tipo de atuação policial”
Hélio Saboya, ex-secretário da Polícia Civil do governo Moreira Franco, no programa Sem Censura, da TV Brasil, em 1990
Saboya se referia à proposta de intervenção federal na área de segurança feita pelo então deputado federal Amaral Neto (PDS). O ano era 1990, o penúltimo do mandato de Moreira, e o Sem Censura recebeu toda a cúpula da segurança estadual, além de jornalistas e adversários políticos – como o então deputado federal Roberto Jefferson.
O debate, acalorado, girou em torno da escalada de violência no Rio naqueles últimos 3 anos e meio – visto que a promessa de acabar com o crime em seis meses não se confirmou. O estado vivia, inclusive, uma onda de sequestros. No mês anterior, o empresário Roberto Medina tinha sido sequestrado pelo traficante Maurinho Branco.
“O governo continuaria nas mãos de Vossa Excelência [em referência a Moreira Franco]. O que seria é uma intervenção na segurança! A minha ideia é uma intervenção das Forças Armadas para trabalharem em conjunto com a polícia que aí está, mas sob o comando momentâneo do Exército, da Marinha e da Aeronáutica”, explicou Amaral Neto.
Saboya reagiu sem imaginar que, 31 anos depois, o Rio estaria recebendo uma intervenção federal nos moldes propostos por Amaral – e as Forças Armadas teriam poder de polícia em território fluminense desde que começou a valer o decreto de Garantia da Lei e da Ordem. “Nós estamos aqui sentados porque houve uma exacerbação do número de sequestros no Rio de Janeiro”, disse Hélio, ao tentar minimizar o problema.
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Moreira Franco, por sua vez, defendeu a colaboração entre as polícias do Rio e a Polícia Federal. Segundo o então governador, faltava “respeito” à PM e à Polícia Civil, definidas pelo então governador como o “único instrumento” para combater o crime organizado. Mas Moreira também cobrou envolvimento do governo federal no debate sobre violência. “É fundamental que haja investimento, mobilização, firmeza, seriedade e dedicação para que se tenha uma política nacional de combate ao crime organizado”.
Atualmente, o ministro acredita que “o crime é muito mais sofisticado e, por isso, houve a necessidade da intervenção na segurança pública do Rio de Janeiro”.
“Estamos diante de um fato novo e temos que enfrentrar o crime organizado. Houve uma escalada, mas esse não é o problema. E o caminho não é ficar querendo saber quem é o culpado. A culpa é minha e de toda a sociedade, porque ainda não nos organizamos para isso”
Moreira Franco em entrevista ao Jornal do Brasil, em agosto de 1990, reproduzida no livro Em defesa do Rio, uma coletânea de entrevistas e discursos de Moreira Franco lançado em 1991
A entrevista ao JB foi um balanço dos quatro anos de administração de Moreira Franco. Nela, ele admitiu o fracasso da promessa de acabar com a violência em seis meses. “Estamos diante de uma questão grave, muito grave, que não é medida pela querela eleitoral, um cascudo aqui, um empurrão ali, um voto a mais ou a menos”.
31 anos depois, a questão “muito, muito grave” virou alvo de intervenção federal. Segundo o mesmo Moreira Franco, a atitude tomada agora, em 2018, foi aquela “que ninguém quis tomar”. À Lupa, complementou: [a sociedade] tanto não se organizou [para enfrentar o crime organizado], incluindo-se aí também as instituições responsáveis pela segurança pública, que não só houve a necessidade da intervenção no Rio como a criação do Ministério Extraordinário da Segurança Pública, com amplo apoio da população”.
“Um grande problema que identifico no Rio é o equívoco da politização da segurança”
Moreira Franco em entrevista publicada no livro Paraíso Armado – Interpretações da violência no Rio de Janeiro, escrito pelos jornalistas Chico Alves e Aziz Filho, lançado em 2003.
Ao comentar a famosa proposta de acabar com a violência do Rio em seis meses, Moreira Franco reconhece que, de fato, fez a promessa, mas que a ideia partiu de seus marqueteiros: “Eu disse essa frase num programa de TV gravado de madrugada. No estúdio estavam o Roberto Medina e a Belisa Ribeiro, que cuidavam do marketing. Me disseram: `você tem de criar uma frase afirmativa, uma promessa clara, que dê prazo. E aí sugeriram a violência em seis meses´. Eu até disse: `Isso não há jeito´”.
Depois, Moreira reclama de a frase ter sido usada por seus opositores e apresentada como “demagogia”. “Como jogo da luta eleitoral [a frase] é compreensível, mas como política pública era de uma leviandade, de uma irresponsabilidade total”.
Em nota enviada à Lupa, Moreira Franco informou que a intervenção federal no Rio “não foi para cumprir nenhum objetivo político e sim tranquilizar o cidadão”.

JORNAL O ESTADO DE SÃO PAULO


ONU pediu que ativistas participassem do monitoramento da intervenção no Rio

Marielle Franco era relatora da comissão de vereadores que iria acompanhar intervenção federal

Jamil Chade Publicada Em 15/03/2018 - 11h31

GENEBRA - Uma semana antes da morte da vereadora do Rio Marielle Franco (PSOL), o chefe da ONU para Direitos Humanos, Zeid Al Hussein, cobrou do governo brasileiro garantia da presença da sociedade civil no Observatório de Direitos Humanos criado para monitorar as ações militares durante a intervenção federal no Rio de Janeiro.
Marielle havia sido nomeada como relatora da comissão da Câmara de Vereadores que também iria acompanhar a intervenção federal.
Num documento apresentado em Genebra na semana passada, Zeid criticou as ações propostas pelo governo brasileiro e insistiu sobre a necessidade de que a intervenção fosse acompanhada por ativistas de direitos humanos. "Enfatizo a importância da participação da sociedade civil nesse organismo", declarou em seu informe anual.
O Estado apurou que a intervenção chamou a atenção da entidade nas últimas semanas. Mas o órgão preferiu aguardar pelo principal discurso de Zeid diante da ONU na semana passada para lançar o alerta.
"Estou preocupado com a adoção recente de um decreto que dá às Forças Armadas a autoridade de lutar contra o crime no Estado do Rio de Janeiro e coloca a polícia sobre o comando do exército", escreveu Zeid. "As Forças Armadas não são especializadas em segurança pública ou investigação", declarou.
Zeid ainda criticou os comentários do comandante do Exército, General Eduardo Villas Bôas, de que militares necessitariam de garantias para agir no âmbito da intervenção "sem o risco de surgir uma nova Comissão da Verdade".
"Deploro o pedido de oficiais de alta patente do exército para a adoção de medidas que teriam o efeito de uma anistia preventiva para qualquer tropa que cometa violações de direitos humanos", criticou.
"Peço ao governo que garanta que medidas de segurança respeitem os padrões de direitos humanos e medidas efetivas sejam tomadas para prevenir uma filtragem racial e uma criminalização dos pobres", insistiu.
Garantias. Em resposta às críticas de Zeid, o governo brasileiro disse que lutar contra o crime fazia parte da garantia dos direitos humanos e que a intervenção era uma "medida excepcional".
"A luta contra crime e promoção de segurança pública, além de serem prioridades para o governo, são instrumentos indispensáveis para a proteção efetiva dos direitos humanos", disse a embaixadora do Brasil na ONU, Maria Nazareth Farani Azevedo.
Segundo ela, o observatório criado vai "monitorar o respeito total pelos direitos humanos pelas forças de segurança no Rio". A embaixadora também garantiu que a sociedade civil faria parte desse observatório.
Nota oficial. A ONU no Brasil divulgou uma nota oficial em que manifesta "consternação" com o assassinato de Marielle e a chama de "um dos marcos da renovação da participação política das mulheres". "Ela foi uma das principais vozes em defesa dos direitos humanos na cidade. Desenvolvia plataforma política relacionada ao enfrentamento do racismo e das desigualdades de gênero e pela eliminação da violência, sobretudo nas periferias e favelas do Rio", escreveu.
"O Sistema das Nações Unidas no Brasil expressa solidariedade aos familiares e amigos da vereadora e do motorista Anderson Pedro Gomes. Tem expectativa de rigor na investigação do caso e breve elucidação dos fatos pelas autoridades, aguardando a responsabilização da autoria do crime", completou.

REVISTA VEJA


`Intervenção nunca se propôs a fazer mágica´, diz Jungmann

Ministro disse que não será `obstáculo´ a possível pedido para que a investigação seja federalizada, mas ressaltou sua `confiança´ na Polícia Civil

Guilherme Venaglia Publicada Em 15/03/2018 - 20h42

O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, defendeu a intervenção federal no Rio de Janeiro um dia depois da morte da vereadora Marielle Franco (PSOL), assassinada na noite de quarta-feira. Para Jungmann, a “intervenção nunca se propôs a fazer mágica”.
O ministro argumentou que a atual etapa é a de reestruturação das polícias Civil e Militar do estado. “A intervenção, até aqui, tem obtido um aval e procurado fortalecer e reestruturar as polícias. Por isso, houve a troca de comando da Polícia Militar e da Polícia Civil”, disse, completando que “os resultados existem e eles vão ganhar cada vez mais velocidade”. Raul Jungmann citou a Operação Pão Nosso e considerou como um avanço as prisões do delegado que chefiava as polícias especializadas, Marcelo Martins, e do ex-secretário de Administração Penitenciária César Rubens Monteiro.
Investigação do crime
No pronunciamento, ao lado dos chefes das forças de segurança do Rio, o ministro afirmou que a apuração do assassinato de Marielle e de seu motorista, Anderson Pedro Gomes, será uma prioridade para o governo federal. “Pelo tempo que for necessário, e ao custo que for necessário, vamos fazer justiça à vereadora que tombou fruto de um bárbaro crime”, disse.
Raul Jungmann afastou a possibilidade de, neste momento, o inquérito ser federalizado formalmente, passando a ser administrado pela Polícia Federal, como cogitou mais cedo a procuradora-geral da República, Raquel Dodge. Ele afirmou que estão trabalhando em conjunto ao menos oito instituições: Polícia Civil, Polícia Militar, Polícia Federal, Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Secretaria Nacional de Segurança, Exército, Marinha e Aeronáutica.
O ministro disse ainda que não vai ser um “obstáculo” a ideia caso a apuração evolua, mas argumentou que, uma vez que as polícias do Rio estão sob a administração federal, “a rigor, a investigação já está federalizada”. “A Polícia Civil tem a nossa confiança”, concluiu.

JORNAL VALOR ECONÔMICO


Intervenção federal no Rio foi “iniciativa politiqueira”, avalia Ciro


Rodrigo Carro Publicada Em 15/03/2018 - 14h36

RIO - O pré-candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes, classificou hoje de "politiqueira" e "mal pensada" a intervenção federal na área de segurança pública do Estado do Rio de Janeiro. Em palestra na Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ), o ex-governador do Ceará reconheceu, no entanto, que a medida atende a um "querer popular".
"Foi uma iniciativa politiqueira, mal pensada, sem planejamento de nenhuma natureza e que não tem orçamento", atacou o pré-candidato. "E parte de um equívoco que é a ideia de que Forças Armadas e aparato têm capacidade de realizar segurança pública. Essa é uma luta antiga das potências internacionais, que querem transformar as Forças Armadas dos países periféricos ao império em forças auxiliares de combate ao narcotráfico."
Na opinião do pré-candidato, a intervenção serviu para tentar encobrir o fracasso do governo Michel Temer em aprovar a reforma da Previdência.
Sobre o assassinato da vereadora do PSOL Marielle Franco, na noite de ontem, no Rio de Janeiro, Ciro afirmou que as Forças Armadas não tinham como evitar o crime. "A morte da vereadora é uma tragédia em si, mas é uma tragédia que está acontecendo, não esqueçamos, com todos os brasileiros", ressaltou. "Evidentemente que, quando se alcança uma representação política valorosa como a dela, está se alcançando também um símbolo."

Assassinato de vereadora não põe intervenção em xeque, afirma Torquato


Alessandra Saraiva, Ricardo Mendonça, Marcelo Ribe Publicada Em 15/03/2018 - 10h59

RIO, SÃO PAULO E BRASÍLIA - (Atualizada às 11h13) O interventor federal na Segurança Pública no Rio de Janeiro, general Braga Netto, afirmou, por meio de nota, repudiar ações criminosas como a que culminou nas mortes da vereadora do Psol Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Pedro Gomes, na quarta-feira.
Ele informou que acompanha o caso e está em contato permanente com a Secretaria de Segurança do Estado do RJ.
A vereadora e seu motorista foram mortos a tiros dentro de um carro, no bairro do Estácio, na região central do Rio, por volta das 21h30 de ontem. Outra passageira, assessora de Marielle, foi atingida por estilhaços. A principal linha de investigação da Delegacia de Homicídios é execução.
A parlamentar foi a quinta vereadora mais votada da cidade do Rio nas últimas eleições em 2016 e era uma das relatoras de comissão na Câmara que acompanhava a intervenção federal no Estado.
Em São Paulo, o ministro da Justiça, Torquato Jardim, o assassinato de Mariella "não põe em xeque a eficácia da intervenção federal" em curso no Estado. "Foi uma tragédia, mais uma tragédia diária do Rio de Janeiro. Lamentável. É preciso conhecer bem as razões e ir atrás dos responsáveis", afirmou, depois de participar de um painel sobre combate à corrupção no Fórum Econômico Mundial da América Latina.
Ele também classificou o episódio como "mais uma tragédia inominável, das centenas que estão ocorrendo no Rio de Janeiro há muito tempo". "São milhares de executados, vários anos. Vamos por parte, vamos atuar com cuidado", afirmou.
Torquato ressaltou que a Polícia Federal "já está atuando no caso, dando apoio à Polícia Militar e à Polícia Civil".
Para o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, o crime é “uma questão policial que entristece o governo” e não afeta intervenção federal na área de segurança do Estado. “É uma questão a ser tratada no âmbito de uma investigação individual que vai acontecer e em breve teremos os nomes dos responsáveis por esse absurdo assassinato."
Segundo ele, "só faltava alguém pensar que, com a intervenção federal, cessariam os assassinatos no Rio de Janeiro". "Obviamente não temos essa pretensão. O que nós temos é a pretensão do restabelecimento do exercício da autoridade. O fato de que nós em breve descobriremos os autores desse assassinato será a prova de que a autoridade está sendo restabelecida no Rio de Janeiro”, disse Marun.

Jungmann: Investigação sobre Marielle já está “a rigor federalizada”


Bruno Villas Bôas Publicada Em 15/03/2018 - 20h20

RIO - O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, disse nesta quinta-feira que as investigações sobre a morte da vereadora Marielle Franco (Psol), ocorrida na noite de ontem, vão ser conduzidas pela Polícia Civil do Rio de Janeiro, mas que os "trabalhos já estão a rigor federalizados”, por conta da intervenção federal no Estado do Rio.
Na tarde desta quinta-feira, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, disse avaliar a possibilidade de pedir a federalização das investigações do crime, por meio de um procedimento de deslocamento de competência. Quatro dias antes de ser morta, Marielle compartilhou denúncia sobre ação de PMs numa favela na zona norte do Rio.
“A rigor esse trabalho já está federalizado, porque temos uma intervenção federal acontecendo no Estado. Estamos todos trabalhando juntos, mas se ela entende que há necessidade de deslocamento de competência e a necessidade de participação maior da Polícia Federal, nada temos a obstaculizar. Mas temos confiança no trabalho da Polícia Civil”, disse ele.
O ministro reuniu-se na tarde desta quinta-feira com autoridades de segurança pública do Rio no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC). A vereadora Marielle foi assassinada com quatro tiros na cabeça quando fazia um trajeto de carro no centro do Rio de Janeiro. O motorista do veículo, Anderson Pedro Gomes, também foi morto a tiros.
Questionado sobre a possibilidade de policiais terem executado ou serem mandantes do crime, Jungmann disse que os criminosos serão culpados, sejam eles “quem for, de dentro [da polícia], de fora, de lado”. O ministro disse que o importante é encontrar os criminosos que “tentam silenciar uma pessoa que vinha buscando defender a comunidade”.
Ele evitou, contudo, informar a existência de suspeitos e andamento das investigações. “Vamos encontrar e punir os responsáveis por esse bárbaro crime, pelo tempo que for necessário e ao custo que for necessário, e vamos fazer justiça à vereadora”, disse o ministro, prometendo a “soma de todos os esforços”.
Trabalham na investigação do crime de forma integrada, além da Polícia Civil, a Polícia Militar do Estado do Rio, a Polícia Federal, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), a Secretaria Nacional de Segurança Pública e a inteligência das Forças Armadas (Marinha, Exército e Aeronáutica).
Jungmann disse que seria “leviano” dizer que o crime é o maior desafio até o momento da intervenção federal no Rio. Para ele, a intervenção teria apresentado resultados em seu primeiro mês. Ele citou, contudo, investigações em curso antes do decreto de intervenção, como a prisão do chefe das delegacias especializadas do Rio.
“A intervenção nunca se propôs a fazer mágica. A intervenção se propôs a fazer trabalho, trabalho e trabalho. A intervenção até aqui tem obtido aval e, sobretudo tem procurado fortalecer e reestruturar as policias”, disse o ministro.

"A Embraer, eu vou tomar de volta", diz Ciro


Rodrigo Carro Publicada Em 16/03/2018 - 05h00

O pré-candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes, garantiu que, se for eleito, reverterá a entrada da Boeing no capital da Embraer caso a operação se concretize. Ciro citou, outras operações que seriam revertidas: a revogação da lei de partilha na área de petróleo e a privatização da Eletrobras.
"Essa três usinas hidráulicas que foram vendidas em Minas Gerais, eu vou comprar de volta", acrescentou o pré-candidato, referindo-se, na verdade, a quatro usinas operadas pela Companhia Energética da Minas Gerais (Cemig) leiloadas em setembro do ano passado e arrematadas pela iniciativa privada.
Perguntado o que faria caso se concretize a venda da Embraer à Boeing, Ciro foi sintético: "A Embraer, eu vou tomar de volta", disse ele, para depois se manifestar contrariamente à privatização da Petrobras. "Ao privatizar, no Brasil, por definição, estamos entregando ao capital estrangeiro. É isso, nesse volume gera um passivo externo a ser remunerado em dólar que, no limite, nós não temos", justificou.
Ao falar de economia, Ciro classificou como "Regra de Ouro de Tolo" a norma, prevista na Constituição Federal, que determina que as operações de crédito da União não podem superar as despesas de capital. Disse que a dívida pública brasileira segue para atingir o patamar de R$ 4 trilhões, sendo que atualmente R$ 1,184 trilhão são de operações com vencimento de curtíssimo prazo (quatro dias). "Sabe qual é a regra: o Brasil está proibido de fazer empréstimos a não ser para investimento. Correto, agora nós temos uma rolagem de dívida dessa proporção. E, aí, se eu não tenho dinheiro do fluxo para pagar, como vou fazer? Vou tomar dinheiro emprestado para pagar. E a Regra de Ouro virou a Regra de Ouro de Tolo", disse. Para ele, as operações compromissadas do BC são "o novo nome da padroeira no nosso país".
O pré-candidato não poupou críticas à bancada parlamentar que apoia o presidente Michel Temer. "Michel Temer, meu colega na Câmara, que eu conheço há 25 anos, vai ser o campeão da austeridade e da moralização no Brasil?", questionou. "Conheço de longuíssima data, ele e sua bancada. A metade já está na cadeia e a outra metade vai."
Ele classificou de "politiqueira" e "mal pensada" a intervenção federal na área de segurança pública do Estado do Rio de Janeiro. Mas o ex-governador do Ceará reconheceu que a medida atende a um "querer popular."
"Foi uma iniciativa politiqueira, mal pensada, sem planejamento de nenhuma natureza e que não tem orçamento", atacou o pré-candidato em palestra ontem na Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ). "E parte de um equívoco que é a ideia de que Forças Armadas e aparato têm capacidade de realizar segurança pública. Essa é uma luta antiga das potências internacionais, que querem transformar as Forças Armadas dos países periféricos ao império em forças auxiliares de combate ao narcotráfico."
Na opinião do pré-candidato, a intervenção serviu para tentar encobrir o fracasso do governo do presidente Michel Temer em aprovar a reforma da Previdência. Apesar de criticar a intervenção, Ciro frisou que o assassinato da vereadora carioca do Psol Marielle Franco na noite de quarta-feira, não poderia ter sido evitado pelas Forças Armadas. "A morte da vereadora é uma tragédia em si, mas é uma tragédia que está acontecendo, não esqueçamos, com todos os brasileiros", ressaltou. "Evidentemente que quando se alcança uma representação política valorosa como a dela, está se alcançando também um símbolo."

PORTAL G-1


Homens das Forças Armadas e PM fazem operação em comunidades de Niterói, RJ

Cerca de 580 homens das Forças Armadas e 90 PMs fazem um cerco nas comunidades da Grota e Viradouro.

Publicado Em 15/03/2018 - 09h32

Homens do Exército e da Polícia Militar fazem, na manhã desta quinta-feira (15), uma operação nas comunidades do Viradouro e da Grota, em Niterói, Região Metropolitana do Rio. Ainda não há informações sobre prisões ou apreensões.
De acordo com o Comando Militar do Leste, a ação foi deflagrada no contexto das medidas implementadas pela Intervenção Federal na Segurança Pública. A operação envolve cerco, estabilização dinâmica da área e desobstrução de vias.
Ainda segundo o comando, são empregados 580 militares das Forças Armadas e 90 policiais militares com apoio de meios blindados, aeronaves e equipamentos pesados de engenharia.
Alguns moradores registraram, em vídeo, alguns acessos interditados após a passagem do comboio do exército. O CML informa que setores do espaço aéreo poderão ser controlados, oportunamente, com restrições dinâmicas para aeronaves civis. Não há interferência nas operações dos aeroportos.

PORTAL BRASIL


Força Aérea vai distribuir 800 refeições por dia a imigrantes venezuelanos

Objetivo é aumentar a produção diária até 4,5 mil refeições, indica a FAB

Publicado Em 15/03/2018 - 20h07

Para acolher os imigrantes venezuelanos que vêm ao Brasil em busca de melhores condições de vida, a Força Aérea Brasileira (FAB) começou a produzir cerca de 800 refeições por dia em Roraima, a partir desta quinta-feira (15). Em Boa Vista, estão sendo distribuídos 400 pratos no almoço e 400 no jantar.
“A previsão é que, com o tempo, sejam produzidas 4,5 mil refeições por dia para serem distribuídas aos venezuelanos, sendo 1,5 mil no café da manhã, 1,5 mil no almoço e 1,5 mil no jantar. A distribuição é feita pelo Exército diretamente nos abrigos do município”, explicou o Major Solano Magalhães de Carvalho Vila Nova, chefe do Grupamento de Apoio de Boa Vista.
Segundo a FAB, cerca de 800 imigrantes chegam por dia a Roraima, em sua maioria, pela cidade de Pacaraima, que fica na fronteira com a Venezuela — neste ano, mais de 24 mil venezuelanos entraram no País pela cidade.
Medidas
Na última segunda (12), o Ministério do Desenvolvimento Social autorizou repasse emergencial de R$ 600 mil à prefeitura do município para ajudar os venezuelanos.
Ainda nesta semana, por meio de medida provisória, o presidente da República, Michel Temer, autorizou a liberação de R$ 190 milhões ao Ministério da Defesa, que devem ser utilizados ações de emergência no estado.
Fonte: Governo do Brasil, com informações da FAB, do Ministério dos Direitos Humanos e da Agência Brasil

OUTRAS MÍDIAS


Revista Pesquisa Fapesp - Um jato mais eficiente

Previsto para começar a operar em abril, novo avião da Embraer apresenta desempenho acima do esperado nos testes de certificação

Publicado Em 03/2018

Terceira maior fabricante de aviões comerciais do mundo e líder no segmento de aeronaves com até 150 assentos, a Embraer deve entregar em abril deste ano o primeiro modelo de sua nova geração de jatos E-Jets E2. Batizado de E190-E2, o avião vai integrar a frota da norueguesa Widerøe, principal companhia aérea regional da Escandinávia. Com capacidade para 114 passageiros, o jato apresentou uma performance acima da esperada durante a campanha de certificação, etapa que precede o início de sua operação comercial. Os testes em voo mostraram que o novo avião tem maior alcance de voo, emite menos poluentes, é mais econômico e silencioso do que originalmente especificado pela Embraer.
O bom desempenho obtido pelo E190-E2 é resultado do trabalho de pesquisa e desenvolvimento (P&D) realizado nos laboratórios da Embraer, da experiência de seus engenheiros em projetar e desenvolver novas aeronaves e de parcerias realizadas com pesquisadores de universidades. “Nos últimos 17 anos nenhuma indústria aeronáutica desenvolveu tantos aviões como nós”, conta Rodrigo Silva e Souza, vice-presidente de Marketing da Embraer Aviação Comercial. “Nesse período, criamos a primeira geração de E-Jets para aviação comercial, vários modelos dos jatos executivos, como os Phenom e os Legacy, o cargueiro KC-390 para a área de defesa e, finalmente, os E2.”
De acordo com a Embraer, o E190-E2 chegará ao mercado repleto de inovações – na fuselagem, desenho das asas, trem de pouso, motores, interiores, aviônicos etc. –, o que faz dele o mais eficiente jato de corredor único do mercado, categoria que inclui os tradicionais Boeing 737 e Airbus A320, além dos modelos da família C Series da Bombardier, rival da brasileira no mercado de aviação regional. “Nosso novo jato foi projetado para ter uma performance em consumo de combustível 16% menor do que a geração atual de E-Jets, mas superou essa meta e atingiu 17,3%”, informa Souza. Segundo ele, com esse índice, o avião é cerca de 10% mais econômico do que seus concorrentes diretos, os jatos canadenses C Series.
A redução do gasto de combustível dá duas vantagens importantes para o E190-E2 no concorrido mercado aeronáutico: ele emite menos poluentes e tem um alcance superior, ou seja, consegue voar distâncias maiores. A Embraer calcula que, com a melhora de 1,3% no consumo, cada jato evitará a emissão de cerca de 1.700 toneladas de dióxido de carbono (CO2) ao longo de 10 anos. Com relação ao alcance, o modelo poderá atingir destinos a 5,3 mil quilômetros (km), ante 4,5 mil km dos integrantes da atual geração de E-Jets. “Essa distância adicional dará às companhias aéreas uma capacidade de alcançar aeroportos mais distantes, elevando sua capilaridade”, destaca o executivo da Embraer.
A maior parte da redução projetada de consumo de 16% ocorreu em função dos novos motores Pratt & Whitney, mais eficientes do que os da primeira geração de E-Jets. Eles responderam por 69% da melhora inicialmente projetada, seguidos do novo desenho da asa (22%) e do sistema fly-by-wire (9%). “Um aspecto fundamental para a redução de consumo acima do previsto, os 1,3% a mais, foi a melhoria do fly-by-wire”, afirma Silva. Com essa tecnologia, o controle de peças móveis nas asas e na cauda do avião (flaps, ailerons, spoilers, slat e profundor) é feito por meio de comandos eletrônicos computadorizados. Responsáveis, juntamente com as asas, pela sustentação do avião, essas peças aerodinâmicas são acionadas pelo piloto para mudar a direção, o sentido e o nível do voo.
A melhora do fly-by-wire do novo jato permitiu a redução de 20% da área de empenagem (parte terminal da fuselagem, localizada na região traseira, conhecida como a cauda do avião), minimizando arrasto e peso. O fly-by-wire dos E-Jets E2 é a quarta geração projetada pela Embraer. Essa tecnologia, que elevou de forma significativa o nível de automação dos aviões, substituiu o sistema tradicional de comando formado por cabos de aço e atuadores hidráulicos.
Parceria com a FAPESP
A Embraer também conseguiu reduzir a emissão de ruído do E190-E2 acima do planejado. Projetar e desenvolver aviões mais silenciosos que operem em aeroportos sem incomodar os moradores de seu entorno é um dos desafios da indústria aeronáutica. “Em muitos aeroportos da Europa e do Japão, a taxa de pouso paga pela companhia aérea é multiplicada pelo fator ruído. Assim, um avião mais silencioso pode ter um custo operacional menor”, explica Silva.
Para medir e tabular os níveis de ruído das aeronaves, a Organização da Aviação Civil Internacional (Icao) estabeleceu uma métrica chamada EPNdB, sigla em inglês para “ruído efetivamente percebido em decibéis”. Esse índice varia em função do porte do avião e considera o barulho produzido por ele durante a decolagem, o voo em cruzeiro e a aproximação para pouso. O jato da Embraer atingiu nos testes 20 EPNdB de margem acumulada em relação aos limites da Icao, 3 EPNdB a mais do que o projetado. Quanto maior a margem acumulada – ou seja, a diferença entre o índice alcançado pelo avião e o estabelecido pela Icao –, mais silencioso é o jato.
A fim de reduzir o ruído emitido por seus aviões, a Embraer desenvolveu um amplo trabalho de pesquisa. Com recursos do Programa de Apoio à Pesquisa em Parceria de Inovação Tecnológica (Pite) da FAPESP, o projeto “Aeronave silenciosa: Uma investigação em aeronáutica” identificou e avaliou o ruído gerado e propagado pela primeira geração de E-Jets da empresa. O foco do estudo foi o chamado ruído aerodinâmico, causado pelo fluxo de ar que passa ao redor da asa e pela fuselagem do avião.
“Os conhecimentos gerados ao longo do trabalho ajudaram a Embraer a aprimorar o projeto aerodinâmico de seus jatos E2”, afirma o engenheiro Julio Romano Meneghini, da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), que coordenou o projeto Pite, executado entre 2008 e 2011. “A pesquisa resultou em várias ferramentas de simulação numérica e gerou uma patente internacional relativa a um selo [pequena tira de material flexível] na ponta do flap. Esta foi uma das soluções que encontramos para reduzir o ruído gerado por um vórtice [escoamento giratório de ar] durante o pouso e a decolagem.”
Para o engenheiro André Gasparotti, gerente do programa de desenvolvimento tecnológico da Embraer, a reduzida emissão de ruído do E190-E2 se deve, em boa medida, ao trabalho de P&D da Embraer nos últimos 10 anos, inclusive aquele apoiado pela FAPESP. “A parceria com a Fundação permitiu aumentar o conhecimento sobre ruído e conforto dos passageiros”, diz.
Outro projeto Pite cujos resultados foram aplicados no E190-E2 investigou o bem-estar dos passageiros durante o voo e definiu critérios de conforto a serem usados como parâmetros de projeto e design dos novos jatos da companhia. “No projeto de pesquisa ‘Conforto de cabine: Desenvolvimento e análise integrada de critérios de conforto’, estudamos a influência de diferentes parâmetros ambientais sobre o passageiro, como ruído, iluminação, temperatura, pressão e vibração”, relata o engenheiro Jurandir Itizo Yanagihara, também da Poli e pesquisador responsável pelo projeto Pite. De acordo com Yanagihara, uma característica importante dos E-Jets E2 é o desenho da cabine, que recebeu contribuições de ferramentas desenvolvidas no projeto.
Carteira de pedidos
A nova série de jatos E2 da Embraer, cujo desenvolvimento teve início em 2013, é formada por outros dois modelos, o E195-E2 e o E175-E2. A Embraer recebeu até março deste ano 280 pedidos das três aeronaves, além de cerca de 420 intenções de compra. Computados os quatro modelos da primeira geração de E-Jets (E170, E175, E190 e E195), a carteira salta para 1.800 pedidos firmes, dos quais 1.400 já foram entregues.
A companhia brasileira Azul será a primeira a receber o E195-E2, maior aeronave comercial projetada e construída no país. Com 41,5 metros (m) de comprimento e 35,1 m de envergadura (distância entre as pontas das asas), ela tem capacidade para até 146 passageiros. A entrega da primeira unidade está prevista para 2019. O “caçula” E175-E2, para 90 ocupantes, deve estrear em 2021.
Projetos
1. Aeronave silenciosa: Uma investigação em aeroacústica (nº 06/52568-7); Modalidade Parceria para Inovação Tecnológica (Pite); Pesquisador responsável Julio Romano Meneghini (USP); Investimento R$ 3.741.069,33.
2. Conforto de cabine: Desenvolvimento e análise integrada de critérios de conforto (nº 06/52570-1); Modalidade Parceria para Inovação Tecnológica (Pite); Pesquisador responsável Jurandir Itizo Yanagihara (USP); Investimento R$ 3.205.550,76.
Artigos científicos
ILÁRIO, C. et al. Prediction of jet mixing noise with lighthill’s acoustic analogy and geometrical acoustics. The Journal of the Acoustical Society of America. v. 141, p. 1203­-13. fev. 2017.
MENEGHINI, J. et al. Wake instability issues: From circular cylinders to stalled airfoils. Journal of Fluids and Structures. v. 27, p. 694­-701. jul.-ago. 2011.

AEROFLAP - FAB moderniza sistema de sinalização luminosa no aeródromo em Manaus


Publicada Em 15/03/2018

A Diretoria de Infraestrutura da Aeronáutica (DIRINFRA) acionou, em Manaus (AM), a Operação Coruja, que tem como objetivo executar a modernização do sistema de sinalização luminosa dos aeroportos administrados pela Força Aérea Brasileira (FAB).
A operação, que continuará até o dia 27 de abril deste ano, iniciou-se por meio de uma Unidade de Engenharia Móvel (UME) montada no aeroporto de Ponta Pelada. Todas as luzes do sistema, atualmente incandescentes, serão substituídas por lâmpadas com tecnologia LED, que são mais econômicas e duráveis. Também será realizada a modernização da fiação.
Além disso, a operação substitui a contratação de uma empresa privada, e realiza a modernização e a compra de maquinário de manutenção por um terço do valor do custo, possibilitando ainda a manutenção de diversos aeródromos.
“Quanto aos aspectos operacionais, o novo sistema de balizamento noturno apresenta maior confiabilidade, principalmente, devido à alta durabilidade das lâmpadas com tecnologia LED e isso impacta diretamente na diminuição das interrupções de pousos e decolagens para manutenções e no aumento da segurança de voo”, ressalta o Capitão Engenheiro Luiz Veríssimo de Aquino Júnior, coordenador da operação.



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