NOTIMP - Noticiário da Imprensa - 27/05/2017 / Comandante da Marinha do Brasil alerta para dificuldades financeiras
Comandante da Marinha do Brasil alerta para dificuldades financeiras ...
Depois das reclamações da Aeronáutica, foi a vez do comandante da Marinha do Brasil, almirante-de-esquadra Eduardo Bacellar Leal Ferreira, criticar na Comissão de Relações Exteriores de Defesa Nacional do Senado a falta de verbas para manter a defesa naval do país e seguir com os projetos estratégicos de segurança.
Brasil tem 4,5 milhões km² de mar, a chamada Amazônia Azul, que é de responsabilidade da Marinha Brasileira. Durante a audiência, o Comandante Eduardo Bacellar Leal Ferreira falou sobre a necessidade de se manter a segurança dessa região marítima de onde é extraído, por exemplo, 95% do petróleo produzido no Brasil e 83% do gás natural.
Ao falar das atuais dificuldades orçamentárias, o almirante-de-esquadra disse que para a Marinha ter uma esquadra a altura da importância geopolítica do Brasil, é necessário um orçamento anual entre R$ 3,2 bilhões a R$ 3,4 bilhões, mas para 2017 a verba disponível será de R$ 2,34 bilhões, sem contar os contingenciamentos.
Sem os recursos, o comandante destacou o sucateamento e envelhecimento das fragatas brasileiras. “Nossas fragatas tem 40 anos de idade e nossas corvetas 28. São navios de guerra que foram feitos para durar 25 anos, e estamos com navios de 38 anos, 40 anos, essa é a média. Quando eu entrei na Marinha, tinha 18 navios escoltas, hoje nós estamos com 10 e 11, todos com essa idade. De alguma maneira nós precisaríamos desse dinheiro, porque senão nossa esquadra de superfície vai desaparecer em pouco tempo."
A falta de investimentos na Marinha pode comprometer ainda projetos estratégicos que estão andamento, como o programa de Submarinos. Segundo o almirante-de-esquadra Eduardo Bacellar Leal Ferreira, estão em desenvolvimento quatro submarinos convencionais e o primeiro submarino nuclear no Brasil, que deve começar a ser construído em 2020. “Nós acabamos recentemente a fase básica do projeto do submarino nuclear, em janeiro, junto com os franceses. Estamos agora num momento de interfaces onde estamos nos preparando para a etapa seguinte, que é o detalhamento do projeto e o início da construção do submarino nuclear. Isso deve acontecer em 2020.”
Na reunião, o almirante-de-esquadra Eduardo Bacellar Leal Ferreira, ainda falou sobre a importância que tem a segurança de nossas águas territoriais para a Internet, já que depende de cabos submarinos, e para as trocas comerciais, pois cerca de 10% do que se transporta por mar em todo o mundo passa por águas brasileiras.
Acompanhe aqui o Noticiário relativo ao Comando da Aeronáutica veiculado nos principais órgãos de comunicação do Brasil. O NOTIMP apresenta matérias de interesse do Comando da Aeronáutica, extraídas diretamente dos principais jornais e revistas publicados no país.
Soma de erros
Protesto em Brasília acentua desgaste de Temer, mas atos de vandalismo em nada contribuem para a bandeira virtuosa das eleições diretas.
Se o objetivo era produzir imagens de um país em convulsão, o protesto liderado por centrais sindicais e entidades de esquerda em Brasília, nesta quarta (24), obteve sucesso, ainda que talvez efêmero.
Correram o Brasil e o mundo, sem dúvida, as cenas de manifestantes ensanguentados, prédios em chamas e congressistas enfurecidos. O quadro caótico completou-se com o renitente despreparo da Polícia Militar, que chegou ao emprego descabido de armas de fogo, e o constrangedor recurso do governo às Forças Armadas.
Impacto visual à parte, convém não comprar pelo valor de face a leitura de que o episódio retrata o isolamento de um presidente, em meio a uma revolta popular –por mais visível que seja a debilidade de Michel Temer (PMDB).
Omissões e imprudências de todas as partes converteram em baderna, e quase em tragédia, o que deveria ser um ato político.
Os organizadores, como infelizmente de hábito, negligenciaram a tarefa de assegurar o caráter pacífico do evento. A ação dos vândalos nada tinha de imprevisível; bandos de arruaceiros sem causa discernível infiltram-se em protestos da esquerda —e a eles dão visibilidade— desde 2013.
Desta vez, os "companheiros mascarados", assim chamados em um tardio apelo por calma feito pela senadora Vanessa Grazziotin (PC do B-AM), depredaram ou incendiaram nada menos que dez prédios da Esplanada dos Ministérios.
O contingente da PM revelou-se incapaz de conter a turba, e a inépcia por pouco não custou vidas quando alguns de seus homens apelaram a armamento letal.
O Planalto, por fim, atrapalhou-se ao mandar tropas do Exército às ruas para proteger o patrimônio da União. Justificou-se a medida a partir de pedido do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) —que, entretanto, havia solicitado o uso da Força Nacional de Segurança Pública.
Esta teria sido, de fato, a providência correta, dispusesse o governo de efetivo suficiente. Policiar ruas não é a vocação das Forças Armadas, para nem mencionar a simbologia política infeliz de sua presença em ações repressivas.
Temer, é óbvio, não colhe um saldo positivo dos acontecimentos. A esta altura, qualquer instabilidade será associada de forma automática à agonia de seu governo.
Quanto aos manifestantes, é possível que tenham conseguido criar dificuldades adicionais para o avanço das reformas previdenciária e trabalhista, contra as quais se batem os sindicatos.
Em nada ajudaram, porém, a bandeira virtuosa da eleição direta, que por sua própria natureza não avançará à base de truculência.
Fernandinho Beira-Mar é transferido da Penitenciária de Porto Velho
Destino do traficante alvo da Operação Epístolas não foi informado por questões de segurança
Quetila Ruiz, Especial Para O Estado
O traficante Luiz Fernando da Costa, de 49 anos, conhecido como Fernandinho Beira-Mar, foi transferido da Penitenciária Federal de Porto Velho na manhã desta quinta-feira, 25. O destino final do preso não foi informado pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen) por segurança e deve ser divulgado somente após a chegada final do traficante.
Ele foi levado por uma aeronave da Polícia Federal (PF) com cerca de 20 agentes federais. O comboio do Sistema Penitenciário Federal e Polícia Federal chegou por volta das 9h50 ao Aeroporto Internacional Governador Jorge Teixeira, na capital rondoniense. O embarque foi por volta das 11 horas.
Beira-Mar foi transferido após a deflagração da Operação Epístolas, que através de investigações mostrou que, mesmo do presídio, o detento ainda comandava negócios que chegaram a movimentar R$ 9 milhões nos últimos anos. A ação da PF prendeu dez parentes do detento.
O traficante foi ouvido na última quarta-feira, 24, pela Polícia Federal dentro do Presídio Federal de Porto Velho após cumprimento de mandados de busca de apreensão na unidade. Uma câmera de segurança do sistema do presídio flagrou o momento em que Beira-Mar e outro comparsa trocavam bilhetes por meio de "teresas" entre as celas.
O traficante foi ouvido na última quarta-feira, 24, pela Polícia Federal dentro do Presídio Federal de Porto Velho após cumprimento de mandados de busca de apreensão na unidade. Uma câmera de segurança do sistema do presídio flagrou o momento em que Beira-Mar e outro comparsa trocavam bilhetes por meio de "teresas" entre as celas.
Correções
26/05/2017 | 12h42
26/05/2017 | 12h42
O texto acima foi atualizado às 12h42 de 26/5 para corrigir a informação sobre a aeronave que transferiu o detento Luiz Fernando da Costa, de 49 anos, conhecido como Fernandinho Beira-Mar. O avião pertence à Polícia Federal (PF), não à Força Aérea Brasileira (FAB), como informado inicialmente.
ONU condena uso de força excessiva da PM em Brasília e ação na Cracolândia
Entidade diz que armas de fogo devem estar excluídas do controle de protestos e cita operação contra drogas em SP
Jamil Chade Correspondente De O Estado De S. Paulo
O Escritório Regional para América do Sul do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos condenou o uso "excessivo da força por parte da Polícia Militar para reprimir protestos e manifestações no Brasil", criticou a ação de domingo, 21, na Cracolândia e a violência de manifestantes. Para as entidades, o uso de armas de fogo deve estar excluído de qualquer estratégia de controle de atos de rua.
Em um comunicado, assinado também pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos, a entidade da Organização das Nações Unidas (ONU) também criticou a violência policial em operativos de segurança no espaço urbano e no marco do conflito de terras.
O comunicado foi emitido dois dias depois que Brasília registrou protestos em sua Esplanada, com cerca de 35 mil pessoas. "Durante as manifestações, ocorreram atos de violência, incluindo o incêndio e a depredação de equipamentos públicos", apontou a ONU. A entidade lembrou que sete pessoas foram detidas e 49 ficaram feridas, algumas delas gravemente e uma delas com arma de fogo. "Do mesmo modo, reportou-se que a Polícia Militar utilizou gases pimenta, lacrimogêneo e balas de borracha para reprimir os protestos."
Apesar de o decreto do presidente Michel Temer (PMDB) sobre o uso das Forças Armadas ter sido revogado, as Nações Unidas fizeram um alerta. "Instamos o Estado brasileiro a redobrar seus esforços para promover o diálogo e proteger o direito à manifestação pacífica", disse o representante da entidade, Amerigo Incalcaterra. "A manifestação pacífica é uma forma de participação própria das sociedades democráticas, em que as pessoas podem exigir seus direitos humanos e exercer ativamente suas liberdades de opinião e de expressão."
A crítica também foi direcionada aos manifestantes. Os organismos "condenam todo ato de violência e urgem aos manifestantes a exercer seus direitos à livre manifestação de forma pacífica, ao mesmo tempo em que reafirmam que a ação das forças de segurança deve respeitar em todo momento as normas internacionais de direitos humanos".
Cracolândia
Outro alerta da ONU se refere à desocupação da Cracolândia, promovida pela Prefeitura de São Paulo. "Várias pessoas ficaram feridas na região conhecida como Cracolândia, na cidade de São Paulo, durante uma operação de segurança para remover das ruas dependentes químicos usuários de drogas ilícitas", indicou.
"De acordo com a informação recebida, a operação teria incluído a demolição de um prédio que estava ocupado, o despejo de moradores e comerciantes da Cracolândia e o uso de bombas de gás e balas de borracha para reprimi-los", disseram as entidades.
Para a ONU, a situação gerou uma "profunda preocupação pelo uso excessivo da força por parte das forças de segurança do Estado brasileiro".
Outro exemplo usado pela entidade foi a morte de dez pessoas durante um despejo violento realizado pelas Polícias Civil e Militar em uma fazenda no Estado do Pará. A ONU quer uma investigação sobre o caso.
Armas
Tanto a ONU como a Comissão Interamericana ainda se dizem preocupadas com os incidentes com armas de fogo em diferentes momentos das manifestações no Brasil. As entidades pediram para o "Estado adotar mecanismos para garantir o estrito apego aos princípios gerais de legalidade, proporcionalidade e absoluta necessidade no uso da força em contextos de protesta social".
"As armas de fogo devem estar excluídas dos dispositivos utilizados para o controle dos protestos sociais. O uso deste tipo de armas é uma medida extrema, e não deve utilizar-se exceto naquelas ocasiões em que as instituições policiais não possam reduzir ou deter com meios menos letais àqueles que ameaçam a vida e integridade de outras pessoas", alertou a ONU, que pede que as autoridades investiguem os casos e sancionem os responsáveis.
Ela ainda convoca o Estado a "garantir e proteger a integridade física e a segurança dos e das manifestantes". "Chamamos as autoridades brasileiras a garantir o pleno exercício dos direitos humanos no marco de um Estado democrático de Direito, o qual é condição fundamental para a promoção e proteção efetiva dos direitos humanos no país", disse Incalcaterra.
"Buscamos garantir os direitos humanos em uma situação bastante delicada no Brasil neste momento", disse o relator da Comissão Interamericana para o Brasil, James Cavallaro, que quer fazer uma visita ao Brasil para avaliar a situação.
"Não aguentou o tranco", diz assessor de Temer sobre Maria Silvia
Além da relação difícil com funcionários do BNDES, ela também era pressionada pelos "clientes" do banco
Adriana Fernandes
A decisão da presidente do BNDES, Maria Silvia Bastos, de pedir para deixar o governo em meio às dificuldades enfrentadas pelo presidente Michel Temer, repercutiu negativamente no governo e pegou de surpresa o Palácio do Planalto.
A avaliação de integrantes do governo é de que Maria Silvia perdeu o controle da sua equipe dentro do banco depois da operação da Polícia Federal e aproveitou o momento político complexo para deixar o cargo.
"Ela perdeu o controle do banco e os funcionários estavam revoltados com o banco sendo enxovalhado", disse uma fonte do governo, destacando que, desde o início da sua gestão, Maria Silva não mantinha uma boa relação com os funcionários da instituição.
Para assessores do presidente Michel Temer, ouvidos pelo Estado/Broadcast, a presidente do BNDES não "aguentou o tranco". "Não pegou bem. Não ficou bem para ela, que chegou e pediu demissão de forma irrevogável", avaliou um assessor próximo do presidente Michel Temer. No encontro com Temer, a agora ex-presidente do BNDES se mostrou bastante emocionada, segundo relator.
Além da relação tumultuada como o corpo técnico do BNDES, Maria Silvia também estava sendo pressionada pelos "clientes" do banco, que reclamavam da demora na aprovação dos financiamentos. Não vai faltar nome para a vaga, ironizou uma fonte da área econômica.
Antes da eclosão da nova crise política, Maria Silvia já estava sob bombardeio de críticas de concessionários e de setores empresariais e enfrentava "fogo amigo" de integrantes do próprio governo. As reclamações maiores eram de que ela tinha travado o crédito e, quase um ano depois de assumir o comando do banco, ainda não conseguira fazer a instituição funcionar.
As críticas dentro do governo eram de que o BNDES estava "atolado" em liquidez sem conseguir emprestar às empresas. Dessa forma, estaria sendo ineficiente no estímulo à volta dos investimentos.
Já na avaliação dos funcionários a presidente do BNDES só "sabia falar de privatização" e não defendeu os empregados da operação da Polícia Federal.
A saída de Maria Silvia do banco é vista por analistas do mercado como um retrocesso perigoso para a nova política econômica do presidente Temer.
Logo depois do anúncio, o presidente Temer chamou os ministros da Fazenda, Henrique Meirelles, e do Planejamento, Dyogo Oliveira, para um reunião no Palácio do Planalto.
Economia e Negócios
Novo presidente do BNDES
A presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Maria Silvia Bastos Marques, pediu demissão do banco de fomento na sexta-feira, 26. A executiva será sucedida pelo economista Paulo Rabello Castro, atualmente presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Maria Silvia alegou motivos pessoais para deixar o cargo. Em comunicado, ela diz que deixa o posto "com orgulho de ter feito parte da história da instituição". A executiva assumiu o cargo em junho do ano passado e era alvo de fogo amigo no governo.
Temer defende reformas e diz que país não vai parar
O presidente Michel Temer divulgou ontem um vídeo nas redes sociais em que reitera que o “único caminho” do seu governo é o trabalho e faz questão de agradecer aos parlamentares pelo empenho de não deixar o país parar. Em sua fala, Temer não cita a polêmica em torno da convocação das Forças Armadas para as manifestações de ontem nem a sua revogação. Ele diz apenas que, mesmo com a violência nos protestos, o Congresso continuou trabalhando.
“O Brasil não parou e não vai parar. Continuamos avançando e aprovamos matérias importantíssimas no Congresso. As manifestações ocorreram com exageros, mas deputados e senadores continuaram a trabalhar em favor do Brasil. E aprovaram número expressivo de medidas provisórias, sete em uma semana. E a reforma trabalhista avançou no Senado”, destacou o presidente em sua fala. “Expressão, portanto, do compromisso em superar a crise”, completou.
Temer fez questão de ressaltar ainda a aprovação de “matérias vitais para o país” como, por exemplo, a regularização fundiária. “Há milhões de brasileiros que vivem sem a posse legal de sua casa ou de seu pequeno lote de terreno. Agora, isso mudará. O governo vai entregar a escritura para famílias carentes de todo o país”, disse.
O presidente disse ainda que seu governo vai continuar “combatendo o desperdício de dinheiro público” e citou o pente-fino no auxílio-doença, que, segundo ele, já economizou mais de R$ 1 bilhão com a revisão da medida. “E vamos chegar a mais de R$ 8 bilhões, dinheiro que vai ajudar o país a investir mais no social”, afirmou.
Temer lembrou ainda a aprovação da medida provisória que liberou as contas inativas do Fundo de Garantia de Tempo de Serviço (FGTS) e disse que ela garantiu que os dois grupos que ainda faltam para receber serão atendidos. “Portanto, mais de R$ 40 bilhões entrarão na economia, ajudando no fim da recessão”, disse. No fim de sua fala, Temer fez questão de fazer um agradecimento nominal aos presidentes do Senado, Eunício Oliveira, e da Câmara, Rodrigo Maia, e repetiu que seu governo continuará trabalhando.
The Economist
A revista britânica The Economist publicou ontem um editorial e uma reportagem sobre a posição difícil de Michel Temer na Presidência do Brasil. No editorial, a publicação afirma que “não é claro se Temer cometeu algum crime”; e “que é cedo demais para pedir a renúncia do presidente”. O texto diz ainda que as acusações contra Temer são ruins para o país, porque atrapalham reformas econômicas vitais, promovidas pelo governo. Segundo a revista, apesar de as alegações contra Temer serem mais graves do que as que havia contra Dilma Rousseff, as suas chances de permanecer presidente podem ser maiores. Outros fatores que poderiam evitar a queda de Temer seriam a falta de um sucessor claro e a maior presença de aliados no Congresso do que Dilma tinha.
Decreto revogado em menos de 12 horas
Planalto desiste de dar continuidade à ação dos militares para garantir a "Lei e ordem" no Distrito Federal e garante que vai procurar o GDF para planejar a segurança de futuras e eventuais manifestações, com reforço do número de policiais nas ruas
Paulo De Tarso Lyra, Rodolfo Costa, Renato Souza
Depois de críticas da oposição, de parte da base aliada, de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o governo revogou na manhã de ontem o decreto de Garantia da Lei e da Ordem que autorizou o uso das Forças Armadas durante as manifestações de quarta-feira na Esplanada. A revogação ocorreu após uma reunião do presidente Michel Temer com os ministros da Defesa, Raul Jungmann; do Gabinete de Segurança Institucional, Sérgio Etchegoyen, e da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy.
De acordo com Jungmann, a decisão foi tomada após o presidente considerar como restaurada a “ordem, tranquilidade e o respeito à vida e ao patrimônio público”. O Correio apurou que, na noite de quarta-feira, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ligou para Temer para afirmar que a tendência era que os manifestantes deixassem Brasília nas primeiras horas de hoje, o que tornaria desnecessária a permanência das Forças Armadas nas ruas.
Como os ônibus com os manifestantes, de fato, começaram a deixar a capital ontem, Temer concordou com a revogação da lei. Jungmann destacou que, entre 2010 e 2017, foram acionadas 29 ações da GLO. “Em todas, como na Copa do Mundo, a Copa das Confederações, nas Olimpíadas, na defesa de populações indefesas devido à greve de polícias, como em Pernambuco e Espírito Santo, as Forças Armadas foram aplaudidas”, disse.
Em uma das vezes, destacou Jungmann, as Forças Armadas atuaram para assegurar a ordem diante de manifestações contra o leilão do Campo de Libra, o primeiro do pré-sal a entrar em oferta para o setor privado, em 20 de outubro de 2013, no Rio de Janeiro, quando a ex-presidente Dilma Rousseff ainda ocupava o Planalto.
O ministro aproveitou para alfinetar parlamentares da oposição que criticaram a decisão de ontem. “Lembro de algumas vozes equivocadamente no Congresso atribuírem que GLO (Garantia da Lei e da Ordem) não poderia ser feita em caso de manifestação. Essas mesmas vozes, que saibamos, não ingressaram (em 2013) em nenhum momento na Justiça e tampouco perderam as vozes e atitudes.”
Para o deputado Alessandro Molon (Rede-RJ), não havia outro caminho para o governo a não ser revogar o decreto. “Eles perceberam a besteira que fizeram. Não havia justificativa para colocar o Exército nas ruas”. O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cláudio Lamachia, também elogiou a mudança de postura do governo. “A medida tomada ontem (na quarta) não combinava com o atual momento vivido pelo país”, resumiu Lamachia.
Já o líder do DEM na Câmara, Efraim Filho (PB), defendeu não apenas a revogação de ontem, mas o próprio decreto editado na véspera. “O que os vândalos queriam era transformar a Esplanada em uma grande Venezuela, governo, inclusive, apoiado pelos partidos de oposição. Eu conversei com muita gente, incluindo servidores, e todos elogiaram a decisão do governo.”
No Planalto, a avaliação foi de que a decisão de ontem não teve qualquer relação com as críticas feitas pela oposição. “Não tem nada disso (de evitar desgaste). Apenas observaram que tudo já havia voltado à normalidade e a área estava pacificada. Não teve mais complicação e não tinha mais motivo para os militares continuarem”, assegurou um interlocutor do presidente.
Outra pessoa ligada a Temer endossa a afirmação. “É preciso entender que foi algo de momento. Teve tentativa identificada e comprovada por servidores de invasão. Dois ministérios pegando fogo. Polícia sem controle. Um tumulto sem fim. Amanheceu o dia em situação normal e a recomendação era de que o reforço não era mais necessário”, declarou.
Diante da possibilidade de uma nova manifestação para daqui a duas semanas, como cogita o presidente da Força Sindical, o deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (SD-SP), o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República pretende se reunir nos próximos dias com o Secretário de Segurança pública do Distrito Federal, Edval de Oliveira Novaes Júnior, e com o comando da Polícia Militar.
A ideia, de acordo com os interlocutores, é garantir para a próxima manifestação um contingente maior de policiais e evitar que o governo federal precise recorrer novamente a um decreto que institua a ação de GLO. No momento atual, a regra do governo é evitar novos desgastes e rusgas com a sociedade.
Logo após a revogação do decreto, Jungmann reuniu-se com empresários do Rio de Janeiro para discutir o lançamento de um plano de segurança pública para reduzir a violência e combater o crime organizado na capital fluminense. O encontro foi solicitado por empresários do setor de turismo, que estão dispostos a unirem forças com o governo federal para garantir a segurança.
Temer faz reunião com sete ministros para discutir ações de segurança
Andrea Jubé
Empenhado em demonstrar que o governo segue em ritmo normal, apesar da crise deflagrada pela delação da JBS, o presidente Michel Temer comandou na manhã desta sexta-feira reunião com a participação de sete ministérios, além de forças de segurança federais e militares, para discutir estratégias sobre o combate ao crime organizado.
De acordo com o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Sergio Etchegoyen, o foco principal da primeira etapa desta integração de forças é o Rio de Janeiro, que enfrenta nos últimos dias uma escalada da violência.
Após um arrastão em lojas do entorno da Central do Brasil, a Polícia Militar do Rio de Janeiro ocupou nesta madrugada três morros na cidade. O ministro do GSI lamentou um tiroteio "em um shopping de área nobre do Rio". Ontem foi assaltada uma loja no Barra Shopping, na Barra da Tijuca.
"A decisão do presidente é que isso [integração das forças] comece pelo Rio de Janeiro", disse Etchegoyen. O general ressaltou que as ações de integração das forças começaram na preparação dos Jogos Olímpicos, no ano passado, e terão continuidade. A estratégia será intensificar o uso da Força Nacional de Segurança e os mecanismos de integração das forças, destacou.
O ministro da Justiça, Osmar Serraglio, afirmou que tem participado das reuniões com Temer e que acompanhou os protestos com atos de violência na Esplanada, na última quarta-feira. "Não sou midiático, mas trabalho muito", disse.
Serraglio respondeu, contudo, que cabe à Polícia Militar do Distrito Federal identificar os grupos que depredaram os ministérios. Serraglio completou que o Ministério do Planejamento vai descontingenciar pelo menos R$ 3 bilhões para ações de segurança da pasta.
Participaram da reunião com Temer, além de Etchegoyen e Serraglio: Eliseu Padilha, da Casa Civil; Moreira Franco, da Secretaria Geral; Antonio Imbassahy, da Secretaria de Governo; Raul Jungmann, da Defesa; e representantes do Estado Maior das Forças Armadas, da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp/MJ), da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal.
Maria Silvia deixa presidência do BNDES por ´motivos pessoais´
Por Alessandra Saraiva
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) informou em comunicado a renúncia da presidente Maria Silvia Bastos Marques. De acordo com o comunicado do banco, Maria Silvia informou pessoalmente hoje, ao presidente Michel Temer, decisão de deixar a presidência do BNDES, “por razões pessoais”.
No mesmo curto comunicado, o banco informou que o diretor Ricardo Ramos, pertencente ao quadro de carreira do BNDES, responderá interinamente pela presidência da instituição.
Ramos respondia pelas áreas de Administração e Recursos Humanos (AARH), Área de Comércio Exterior e Fundos Garantidores (AEX) e de Operações Indiretas (AOI) do banco.
Maria Sílvia foi a primeira mulher a presidir o banco de fomento, a partir de 1º de junho de 2016. Antes, tinha sido diretora do BNDES, comandado a secretaria de Finanças da Prefeitura do Rio de Janeiro e presidido a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN).
Na passagem anterior pelo BNDES, foi assessora especial para assuntos de desestatização e diretora das áreas financeira e internacional e de planejamento. Ao deixar a instituição - de onde pediu demissão depois do impeachment de Collor -, Maria Silvia foi secretária de Fazenda do município do Rio de Janeiro no primeiro mandato de César Maia, entre 1993 e 1996. Na época, ganhou a alcunha de "Mulher de 1 bilhão de dólares" por ter deixado o caixa da prefeitura com esse volume de recursos ao fim de sua gestão. Foi durante a sua passagem pela Fazenda municipal que a Prefeitura do Rio teve o rating de "investment grade" concedido pelas agências de classificação de risco, depois do lançamento de bônus no exterior.
O passo seguinte na carreira fez Maria Silvia se transformar na "Mulher de Aço". Entrou em 1996 para a CSN, onde ficou por seis anos, sendo três na presidência. Foi essencial para reestruturar a siderúrgica, que havia recém-saído do processo de privatização. Esteve à frente da empresa quando a companhia comprou a distribuidora de energia Light e também passou pelo processo de descruzamento das participações entre CSN e Vale, quando a siderúrgica vendeu sua participação na mineradora para Previ e Bradesco.
Depois da CSN, Maria Silvia foi sócia da MS & CR2 Finanças Corporativas, foi presidente da Icatu Seguros, entre 2007 e 2011, e da Empresa Olímpica Municipal, entre 2011 e 2014. Ao longo desse tempo, também participou de diversos conselhos de administração. Entre as companhias que já a tiveram como conselheira estão Light, Arcelor Brasil, Embratel, Anglo American, Petrobras, BR Distribuidora e Estácio Participações.
Substituto
Ricardo Ramos, interino à frente do banco, é engenheiro mecânico com Mestrado em Administração no Instituto de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração da Universidade Federal do Rio de Janeiro – COPPEAD, e Mestrado Internacional em Gestão. O novo presidente é funcionário do BNDES desde 1993.
No banco, quando começou suas atividades profissionais, atuou nas áreas Industrial, de Exportação, Infraestrutura e de Planejamento, com cargo executivo.
Ramos foi superintendente da Área de Crédito entre 2006 e 2008; da Área de Infraestrutura Social entre 2008 e 2016; e da Auditoria em 2016. Em junho de 2016, foi nomeado diretor do BNDES.
Feira de profissões tem palestras e testes vocacionais em São Carlos, SP
´Super Teens Estudantes´ começa nesta sexta e segue até domingo no Centro Nacional de Convenções, das 10h às 20h.
Por G1 São Carlos E Araraquara
A feira de cursos e profissões ´Super Teens Estudantes´ é destaque em São Carlos (SP) até domingo (28) com palestras, simulados, testes vocacionais, dicas para o Enem e outras atrações. As atividades gratuitas acontecem das 10h às 20h, no Centro Nacional de Convenções (Cenacon), no Hotel Nacional INN, na Avenida Getúlio Vargas, 2230.
Graduação, pós, intercâmbio e aviação
Segundo a organização, a edição regional São Carlos é voltada para alunos do ensino médio que se preparam para a vida acadêmica nos mais variados cursos e profissões. Os expositores do evento mobilizaram corpos docentes e equipes para as palestras sobre todas as profissões dos cursos da grade curricular de cada instituição.
Os interessados em estudar no exterior em graduação ou pós-graduação através de programas de intercâmbio também poderão obter informações junto ao Campus France Brasil e ao Education USA .
Haverá também informações sobre a carreira de pilotos na aviação militar ou civil com os estandes da Academia da Força Aérea Brasileira (AFA) de Pirassununga e a EJ Escola de Aviação.
Também estará em exposição a instituição Trevisan Escola de Negócios, a Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), o Centro Acadêmico Armando de Salles Oliveira (Caaso), o Instituto Federal de São Paulo (IFSP), campus de São Carlos, e em seguida a Universidade Brasil, campus de Descalvado.
´Houve uso excessivo de força´, diz diretor da ONU sobre reação a protesto em Brasília
Ricardo Senra Da Bbc Brasil Em Washington
Diante da violência registrada nos protestos da última quarta-feira em Brasília seguida pela convocação do Exército pelo presidente Michel Temer, a ONU diz que é papel do governo garantir a integridade física e os direitos dos manifestantes e impedir medidas que possam gerar uma escalada na violência.
"Consideramos que nesse caso houve uso excessivo de força, e isso nos preocupa profundamente", disse à BBC Brasil o diretor do centro de informações das Nações Unidas para o Brasil, Maurizio Giuliano. "Direitos humanos de manifestantes devem ser garantidos mesmo que manifestantes cometam crimes."
Segundo o italiano, que trabalha no escritório da ONU no Rio de Janeiro, gera preocupação "o uso de armas de fogo, em uma situação em que manifestantes podem ser violentos, mas estão desarmados", em referência a policiais flagrados disparando com armas de fogo.
A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal disse que o procedimento não é adotado em protestos e que abriria um inquérito para investigar os fatos.
Em nota enviada após a entrevista à reportagem, na manhã desta sexta-feira, a ONU criticou ainda a violência policial em ações na área conhecida como cracolândia, em São Paulo, após ação determinada pelo prefeito João Dória (PSDB), e também contra trabalhadores rurais, em referência às dez pessoas que morreram durante um despejo realizado pela polícia civil em uma fazenda no Pará.
Ainda sobre os protestos em Brasília, Giuliano também afirmou à BBC Brasil que está "satisfeito que a tranquilidade tenha sido em grande parte restaurada" com a revogação do decreto assinado na última quarta-feira por Temer e que "confia que clareza e justiça serão feitas".
"Acreditamos que o governo brasileiro - assim como seus oponentes - vão encontrar formas de dialogar, enquanto garantem que protestos aconteçam de forma pacífica. Violência frequentemente gera mais violência, como foi o caso nessa situação", disse o diretor da ONU.
Diante da manifestação que reuniu dezenas de milhares de pessoas contra seu governo - e incluiu cenas de depredação e fogo em ao menos três ministérios -, Temer assinara decreto "autorizando o emprego das Forças Armadas para a garantia da lei e da ordem no Distrito Federal".
Previsto para vigorar até 31 de maio, o decreto foi revogado em menos de 24 horas, diante de manifestações de preocupação vindas até de um ministro do Supremo Tribunal Federal, Marco Aurélio Mello.
Em nota, a Presidência justificou a convocação das Forças Armadas.
"O presidente da República ressalta que não hesitará em exercer a autoridade que o cargo lhe confere sempre que for necessário", dizia o comunicado.
"As manifestações ocorridas em Brasília (...) produziram atos de violência e vandalismo que, lamentavelmente, colocaram em risco a vida e a incolumidade de servidores que trabalham na Esplanada dos Ministérios (...) Diante de tais circunstâncias, o presidente da República, após confirmada a insuficiência dos meios policiais solicitados pelo presidente da Câmara dos Deputados, decidiu empregar, com base no artigo 142 da Constituição Federal, efetivos das Forças Armadas com o objetivo de garantir a integridade física das pessoas, proporcionar evacuação segura dos prédios da esplanada e proteger o patrimônio público, tal como foi feito anteriormente em vários Estados brasileiros".
Uso de armas de fogo
Segundo as Nações Unidas, "reportou-se que ao menos sete pessoas foram detidas e 49 resultaram feridas, algumas delas gravemente e ao menos uma com arma de fogo".
Questionado sobre o uso de armas de fogo pela polícia, Giuliano afirmou que "não comentaria algo que ainda está em investigação".
"O que podemos dizer é que estamos preocupados", agregou o porta-voz da ONU. "Mesmo quando as manifestações se tornam violentas, garantir a integridade física das pessoas é a prioridade. Ressaltamos que as instituições estão lidando com isso de maneira muito séria, e acreditamos que a Justiça será feita".
Sobre a convocação do Exército no lugar da polícia, Guiuliano disse que "nessas situações, pedimos a todas as partes que não usem violência e se abstenham de tomar medidas que possam incitar a violência ou levar a uma escalada violenta".
A principal preocupação em órgãos internacionais, segundo a BBC Brasil apurou, é o risco de que a convocação do Exército, por meio de decreto presidencial, possa em resultar em mais violência - ao invés do contrário.
"A convocação de Forças Armadas por governos pelo mundo para conter protestos não é incomum. O problema é a forma como elas foram convocadas", analisou uma pessoa ligada à diplomacia internacional.
À reportagem, o porta-voz da ONU diz que não cabe a ele sugerir o que governos façam, mas disse que o diálogo deveria ser o caminho para reestabelecer a tranquilidade.
"Os dois lados devem encontrar formas de se comunicar e dialogar pacificamente - mesmo que não cheguem a um acordo. Nós não acreditamos que a violência - de quem quer que seja - seja um caminho justo ou eficiente para se chegar a objetivos".
Cracolândia e mortes no campo no Pará
Em nota divulgada nesta sexta-feira, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos e o Escritório sul-americano do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos (ACNUDH) condenaram "o uso excessivo da força por parte da Polícia Militar para reprimir protestos e manifestações no Brasil".
Segundo os órgãos, "armas de fogo devem estar excluídas dos dispositivos utilizados para o controle dos protestos sociais".
"O uso desse tipo de armas é uma medida extrema, e não deve utilizar-se exceto naquelas ocasiões em que as instituições policiais não possam reduzir ou deter com meios menos letais àqueles que ameaçam a vida e integridade de outras pessoas."
"Instamos ao Estado brasileiro a redobrar seus esforços para promover o diálogo e proteger o direito à manifestação pacífica", afirmou na nota Americo Incalcaterra, representante para América do Sul do ACNUDH. "A manifestação pacífica é uma forma de participação própria das sociedades democráticas, em que as pessoas podem exigir seus direitos humanos e exercer ativamente suas liberdades de opinião e de expressão".
As Nações Unidas também afirmaram que "condenam todo ato de violência e urgem aos manifestantes a exercer seus direitos à livre manifestação de forma pacífica, ao mesmo tempo em que reafirmam que a ação das forças de segurança deve respeitar em todo momento as normas internacionais de direitos humanos".
Citando operação determinada pelo prefeito de São Paulo, João Doria, na cracolândia, e a morte de dez pessoas "durante um despejo violento realizado pela polícia civil e militar em uma fazenda no Estado do Pará", a ONU solicitou que autoridades investiguem "esses fatos e outros atos de violência, a fim de identificar e punir os responsáveis e assim combater a impunidade e evitar a repetição de atos similares".
"Buscamos garantir os direitos humanos em uma situação bastante delicada no Brasil neste momento", afirmou o Relator da Comissão Interamericana de Direitos Humanos para o Brasil, James Cavallaro.
"Urgimos ao governo brasileiro a cumprir com suas obrigações internacionais em matéria de direitos humanos. Isso inclui garantir o direito à manifestação e adotar políticas públicas que tenham como prioridade o respeito e a garantia do direito à vida, à integridade pessoal e outros direitos fundamentais."
Plano de segurança no Rio terá apoio de empresários do turismo
Paulo Victor Chagas
Determinado no início deste mês pelo governo federal em meio à escalada da criminalidade no Rio de Janeiro, o novo plano de segurança para o estado terá apoio de empresários ligados ao turismo. A intenção é aproveitar os investimentos que já foram feitos nos últimos anos para que, por meio de ações coordenadas, haja desenvolvimento econômico e geração de empregos.
Para discutir o assunto, representantes de redes hoteleiras e promotoras de eventos participaram nesta quinta-feira (25) de um encontro com os ministros da Defesa, Raul Jungmann, e do Gabinete de Segurança Institucional, general Sérgio Etchegoyen. A reunião foi marcada depois que os empresários cariocas enviaram uma carta ao presidente Michel Temer pedindo ações emergenciais para a segurança na cidade, sob o risco de a imagem da cidade a nível internacional continuar se deteriorando.
De acordo com Etchegoyen, o objetivo é finalizar o plano "o mais breve possível", trabalhando em três vertentes: inteligência, segurança e ações sociais. Nesta sexta-feira (26), ele e Jungmann vão se reunir com Temer para apresentar as linhas gerais do plano, que posteriormente será discutido com o governo estadual. Para os ministros, a promoção de um plano tendo como foco a sustentabilidade vai possibilitar benefícios sociais, reduzindo, por exemplo, o desemprego.
Investimento
O presidente do Rock in Rio, Roberto Medina, que participou do encontro, disse que a prefeitura da cidade se comprometeu com a aplicação de R$ 200 milhões em uma série de eventos ao longo de um ano. Segundo ele, R$ 50 milhões seriam investidos na comunicação e R$ 150 milhões nos eventos. Cerca de 200 mil novos empregos seriam gerados, de acordo com o empresário.
"O primeiro passo a gente já deu; foi o convencimento da prefeitura de fazer pela primeira vez um investimento a sério em um calendário de eventos permanente, a partir deste ano até o outro ano. A gente pediu um estudo da Fundação Getúlio Vargas para saber o impacto que teria na economia do Rio de Janeiro. Se a gente incrementar apenas 20% sobre uma base que praticamente é zero, a gente tem um impacto econômico de R$ 6,5 bilhões no primeiro ano de trabalho. Então a gente não está precisando de ajuda, a gente está precisando de apoio efetivo para desenvolver um programa que realmente mude a realidade do Rio", disse.
Segundo Medina, o calendário envolve a ampliação de eventos que já fazem parte da programação turística da cidade, como o Réveillon, o Carnaval e a Maratona do Rio, com um dia a mais, por exemplo. Além disso, todo mês o município receberá um evento importante em áreas como gastronomia, arte de rua e música.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur), os grandes eventos dos últimos anos trouxeram investimentos de pelo menos R$ 30 bilhões à cidade, em recursos públicos e privados. Vinícius Lummertz, presidente da Embratur, defendeu que a sustentabilidade de um projeto de segurança da cidade passe também pelo econômico, social e, "evidentemente, pelo emprego".
Segundo Etchegoyen, o planejamento para a cidade no campo social terá como foco a parte da sociedade que está marginalizada. "As ações sociais [do plano de segurança] estão voltadas principalmente para a população que está permanentemente tiranizada pelo tráfico nas comunidades em que vivem e, eventualmente, trabalham", disse.
Governo trabalha para poder facilitar o uso de drones
A Anac e o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea) trabalham para reduzir ainda mais a burocracia do registro de aparelhos e de autorizações de voo
Por Estadão Conteúdo
A regulamentação de drones publicada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) no início de maio foi criada para agilizar o registro de drones no país – antes da norma, cada caso era analisado individualmente pela agência.
Agora, a Anac e o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea) trabalham para reduzir ainda mais a burocracia do registro de aparelhos e de autorizações de voo.
Uma das regras da agência é a obrigatoriedade de licença e de habilitação para os operadores de equipamentos com mais de 25 kg ou para aqueles que forem voar acima de 400 pés (cerca 120 metros).
Uma das regras da agência é a obrigatoriedade de licença e de habilitação para os operadores de equipamentos com mais de 25 kg ou para aqueles que forem voar acima de 400 pés (cerca 120 metros).
A Anac ainda não definiu, porém, quais habilidades serão exigidas para conferir o certificado de operações com drones.
De acordo com Leonardo Minucio, sócio da Futuriste Drones, a agência está se reunindo com um grupo de empresários do setor para elaborar os termos, que devem ser anunciados nos próximos meses.
Já o Decea agora tenta flexibilizar as normas de autorização para facilitar os voos.
Em julho, segundo o porta-voz do Decea, Jorge Vargas, a portaria 207, que atualmente regula a operação das atividades de aeromodelismo no Brasil, será revogada e substituída por novas regras em 3 de julho.
Quando aprovada, ela permitirá que as pessoas consigam pré-autorizações para voar com drones no espaço aéreo brasileiro.
Será preciso apenas informar ao Decea quando um drone estiver prestes a voar.
No entanto, o cadastro do drone e do operador já deve estar em acordo com as normas da Anac e da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
Defesa em perigo: Comandante da Marinha do Brasil alerta para as dificuldades financeiras
Depois das reclamações da Aeronáutica, foi a vez do comandante da Marinha do Brasil, almirante-de-esquadra Eduardo Bacellar Leal Ferreira, criticar na Comissão de Relações Exteriores de Defesa Nacional do Senado a falta de verbas para manter a defesa naval do país e seguir com os projetos estratégicos de segurança.
Brasil tem 4,5 milhões km² de mar, a chamada Amazônia Azul que é de responsabilidade da Marinha Brasileira. Durante a audiência, o Comandante Eduardo Bacellar Leal Ferreira falou sobre a necessidade de se manter a segurança dessa região marítima de onde é extraído, por exemplo, 95% do petróleo produzido no Brasil e 83% do gás natural.
Ao falar das atuais dificuldades orçamentárias, o almirante-de- esquadra disse que para a Marinha ter uma esquadra a altura da importância geopolítica do Brasil, é necessário um orçamento anual entre R$ 3,2 bilhões a R$ 3,4 bilhões, mas para 2017 a verba disponível será de R$ 2,34 bilhões, sem contar os contingenciamentos.
Sem os recursos, o comandante destacou o sucateamento e envelhecimento das fragatas brasileiras. “Nossas fragatas tem 40 anos de idade e nossas corvetas 28. São navios de guerra que foram feitos para durar 25 anos, e estamos com navios de 38 anos, 40 anos, essa é a média. Quando eu entrei na Marinha, tinha 18 navios escoltas, hoje nós estamos com 10 e 11, todos com essa idade. De alguma maneira nós precisaríamos desse dinheiro, porque senão nossa esquadra de superfície vai desaparecer em pouco tempo."
A falta de investimentos na Marinha pode comprometer ainda projetos estratégicos que estão andamento, como o programa de Submarinos. Segundo almirante-de-esquadra Eduardo Bacellar Leal Ferreira, estão em desenvolvimento quatro submarinos convencionais e o primeiro submarino nuclear no Brasil, que deve começar a ser construído em 2020. “Nós acabamos recentemente a fase básica do projeto do submarino nuclear, em janeiro, junto com os franceses. Estamos agora num momento de interfaces onde estamos nos preparando para a etapa seguinte, que é o detalhamento do projeto e o início da construção do submarino nuclear. Isso deve acontecer em 2020.”
Na reunião, o almirante-de-esquadra Eduardo Bacellar Leal Ferreira, ainda falou sobre a importância que tem a segurança de nossas águas territoriais para a internet, já que depende de cabos submarinos, e para as trocas comerciais, pois cerca de 10% do que se transporta por mar em todo o mundo passa por águas brasileiras.
JORNAL EM TEMPO (AM)
Polícia Militar planeja estratégia de segurança para eleição
Fabiane Morais
A menos de um mês para o início da campanha eleitoral do pleito suplementar, marcada para o dia 20 de junho, a Polícia Militar do Amazonas já está em processo de finalização do planejamento estratégico para apresentação em reunião que acontecerá com o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) na próxima semana. O relatório apresentará, por exemplo, o quantitativo de efetivos empregados na operação, distribuição por zonas eleitorais e direcionamento de policiais para municípios do interior.
Além da PM, a Polícia Civil, o Exército, Marinha e Aeronáutica também participarão do encontro para apresentar as primeiras estratégias para as eleições para governador, que acontecem no dia 6 de agosto.
Segundo o responsável pelo planejamento operacional da PM, coronel Franclides Ribeiro, a intenção será empregar metade da PM e metade das forças armadas em Manaus. “Temos que reforçar o policiamento do interior, mas sem que esse procedimento prejudique a operacionalização da segurança da eleição em Manaus”, explicou. O plano terá como base a estrutura montada no ano passado e irá conter os ajustes necessários para um pleito inédito.
Neste planejamento, haverá a descrição das localidades em que será necessário o deslocamento de tropas federais, como municípios que apresentam dificuldades logísticas. “Se, por exemplo, a cidade de Tabatinga precisar receber tropas federais, esse efetivo será deslocado de cidades próximas e não da capital, como na eleição anterior”, relembrou Franclides.
Para ele, o ideal é que sejam destinados para os 438 locais de votação na capital, 207 PMs e 321 militares do Exército. “Vamos também cobrir o policiamento nos 1.069 locais de votação, em todo o Amazonas. Estamos fazendo o mapeamento e definindo a questão logística”, disse. Com o relatório pronto, o plano será discutido com outros órgão de segurança, no encontro com o TRE.
A Polícia Civil está trabalhando no sentido de criar estratégias para reforçar os trabalhos voltados para a prevenção e repressão da criminalidade no período de eleição para o cargo de governador do Estado, com o aumento do efetivo nos Distritos Integrados de Polícia (DIPs) e Delegacias Especializadas.
DIÁRIO DA REGIÃO (SP)
Esquadrilha da Fumaça faz duas apresentações na região
Nany Fadil
A missão é de representar a Força Aérea Brasileira (FAB) e o País, mas o efeito é de encantamento em quem assiste. A Esquadrilha da Fumaça se apresenta neste fim de semana na região. No sábado, o espetáculo aéreo será em Fernandópolis e, no domingo, em Mirassol. Em cerca de 35 minutos, o público poderá ver 50 manobras realizadas por seis aeronaves que cortam o céu com as cores do Brasil.
Em julho de 2015, a Fumaça, como é chamada, retomou a agenda de demonstrações, após dois anos de implantação operacional e logística com aeronaves A-29 SuperTucano, a mesma que é adotada para defender as fronteiras do País. Contudo, quando o SuperTucano está em sua missão fim, o avião é dotado de armamento para ataque tático e a pintura é camuflada. "Quando a aeronave vem para nós, todo o armamento é retirado e passa por uma nova pintura", diz a assessora de imprensa da Esquadrilha da Fumaça, a tenente Flávia Cocate.
Entre as manobras que mais chamam a atenção do público estão a dorsão; com as seis aeronaves de ponta cabeça; espelho, em que três voam normalmente e outras três, acima, ficam de cabeça para baixo; e o coração, em que é desenhado um coração com fumaça branca. Duas manobras que não eram mais realizadas voltaram: a lancevaque e o chumbóide. Elas também estão entre as que mais agradam o público. "Com o SuperTucano, voltamos a apresentar, porque o avião é mais robusto e sua estrutura melhor preparada para essas manobras", diz a tenente.
Ambas consistem em uma combinação de comandos aplicados pelo piloto que provoca uma reação da aeronave que se assemelha a "cambalhotas no ar". No caso da lancevaque, os giros são mais verticalizados, já o chumbóide tem o perfil mais horizontal. A impressão que leva para o público é que o avião está descontrolado e que vai cair, mas o piloto tem total controle e pode retornar ao voo normal a qualquer momento.
Toda a apresentação conta com sete aeronaves, é que uma fica no chão e um dos pilotos faz a locução do espetáculo e explica cada manobra. Em Fernandópolis e Mirassol, será feita pelo tenente-coronel aviador Líbero Onoda Luiz Caldas. A equipe da Fumaça é formada por militares da FAB. Atualmente são 13 oficiais aviadores, um especialista em aviões, um médico, três oficiais de comunicação social e uma equipe de graduados especialistas, dividida na área administrativa e de manutenção das aeronaves.
A apresentação em Fernandópolis será neste sábado, dia 27, às 16h, na avenida Teotônio Vilela, atrás do Recinto de Exposições. Faz parte do encerramento de comemoração dos 78 anos do município. Segundo a Prefeitura, havia 14 anos que a Fumaça não se apresentava na cidade e a presença é a pedido da população. Em Mirassol, a exibição das manobras começa às 15h, no domingo, dia 28, no loteamento Jardim Laguna. A última vez que a Esquadrilha esteve na cidade foi em 2011. A entrada é gratuita.
Desenho no céu
O sistema de escrita com fumaça é um projeto criado por técnicos da Esquadrilha. Com base na ideia deles e com a colaboração dos técnicos, a Embraer produziu um novo sistema de programação de escrita com fumaça especialmente para a aeronave A-29 e um software foi instalado no sistema. A frase inserida nesse programa ainda em solo produz coordenadamente a escrita no céu.
Para formar as letras, as aeronaves voam em formatura "linha de frente", uma ao lado da outra, em velocidade constante. Cada piloto insere um cartão de memória na aeronave, que gerencia o acionamento da bomba que liga e desliga a fumaça e as letras podem ser vistas por espectadores a uma altura de aproximadamente 10 mil pés, ou três mil metros de altura. Assim, a Esquadrilha pode realizar homenagens em datas comemorativas, como no caso do aniversário de Fernandópolis.
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