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NOTIMP - Noticiário da Imprensa - 19/08/2016 / Com queda da Odebrecht, Elbit, fabricante israelense de drones, tenta decolar no Brasil

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Com queda da Odebrecht, Elbit, fabricante israelense de drones, tenta decolar no Brasil


Breno Costa ...

A crise financeira gerada pelas descobertas da Operação Lava Jato sobre os negócios do grupo Odebrecht acaba de provocar um efeito secundário preocupante: o crescimento expressivo, dentro do Brasil, da principal fabricante mundial de drones de uso bélico e alvo de fortes críticas de organizações de direitos humanos.

No último dia 5, o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) aprovou a venda dos negócios de comunicação militar da Mectron Engenharia, empresa da área de defesa do grupo Odebrecht, para a Elbit Systems. Essa companhia é responsável pela fabricação de quase todas as aeronaves não tripuladas usadas por Israel em bombardeios na Faixa de Gaza, além de ter papel preponderante na vigilância que envolve o muro erguido pelos israelenses para separar o país do território palestino. Na última ofensiva de Israel, em 2014, a organização Defense for Children International relatou que 164 crianças foram mortas em ataques executados por drones fabricados pela Elbit.

A Elbit é a maior companhia privada da área militar dentro de Israel. Somente com a produção de drones e a venda deles para o Exército de Israel e forças armadas de outros países em todo o mundo, a empresa faturou US$ 1,2 bilhão em 2015, conforme seu último balanço.

Devido a esse envolvimento direto da Elbit Systems nas ações militares de Israel, a corporação é alvo de boicotes internacionais entre defensores dos direitos humanos e da causa palestina, mas também por parte de governos estrangeiros, que acabaram vetando negócios com a empresa. Entre eles, estão Suécia, Noruega, Dinamarca (cujos fundos de pensão retiraram investimentos feitos na empresa) e, mais recentemente, a França, que, em fevereiro deste ano, anunciou que não compraria mais drones produzidos pela Elbit.

No Brasil, entretanto, a companhia israelense opera normalmente. E com força.

Desde 2008, quando a Elbit em Israel passou a ser vinculada com violações de direitos humanos depois que o Conselho de Direitos Humanos da ONU considerou que os ataques apoiados por drones na ofensiva de 2008-2009 contra a Palestina representaram graves violações de direitos humanos e possíveis “crimes de guerra e crimes contra a humanidade“, a principal subsidiária da empresa dentro do Brasil já recebeu mais de R$ 456 milhões das Forças Armadas Brasileiras, especialmente da Aeronáutica, de acordo com dados do Portal da Transparência do governo federal.

A empresa já tinha três subsidiárias dentro do Brasil. A principal delas, que atua na área de drones, é a AEL Sistemas Ltda, com sede em Porto Alegre.

O único sobressalto que os israelenses tiveram em suas operações no Brasil aconteceu no final de 2014, quando o então governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT) cancelou um acordo assinado no ano anterior com a AEL, que permitia financiamentos públicos à empresa, além de acesso a tecnologias produzidas por universidades gaúchas. O objetivo da parceria era a construção de um parque aeroespacial militar no Estado.

É essa empresa que irá herdar os negócios da Mectron na sensível área de comunicação militar – incluindo o desenvolvimento de computadores de missão para drones.

No pacote negociado, também estão sistemas de Rádio Definido por Software (RDS) e outros sistemas de comunicação, além, claro, de todos os contratos vigentes da Mectron com as Forças Armadas brasileiras. Nesse grupo está incluído, entre outros, um contrato de R$ 193 milhões com a Força Aérea Brasileira, assinado em 2012 e ainda vigente, para a produção de um moderno e inovador sistema de comunicação entre caças e torres de comando (projeto Link BR-2).

Os israelenses da Elbit agora terão controle sobre isso – desde que as nossas Forças Armadas autorizem que os contratos da Mectron sejam repassados para a Elbit. Consultada a respeito pelo The Intercept Brasil, a FAB respondeu apenas que “O assunto está sendo analisado pela Força Aérea Brasileira”.

Para Michel Temer, drones usados no Brasil têm “resultado extraordinário”
A chegada dos drones israelenses ao Brasil começou em 2010. Em dezembro daquele ano, a Comissão Coordenadora do Programa Aeronave de Combate, vinculada ao Comando da Aeronáutica, acertou com a Aeroeletrônica (antigo nome da AEL, mas já controlada pela Elbit), o fornecimento de dois drones Hermes 450, fabricados pela empresa israelense.

Esses drones foram contratados sem licitação. O argumento do governo era a notória especialização da fabricante. De fato, o drone já tinha sido testado em combate havia pouco tempo. Na ofensiva de 2008-2009 ao território palestino, Israel usou e abusou desses mesmos drones para lançar bombas contra, supostamente, alvos militares. Centenas de civis morreram.

Naquele mesmo ano, no Brasil, a Polícia Federal também contratou drones, mas da EAE Soluções Aeroespaciais Ltda, uma joint venture formada entre o grupo brasileiro Synergy, dos donos da Avianca, e a empresa estatal israelense IAI (Israel Aerospace Industries).

Em 2012, o então vice-presidente Michel Temer elogiou entusiasmadamente a eficiência dos drones israelenses da Elbit. Ao lado de um deles, em entrevista dada na ocasião, o então vice-presidente destacou que o avião não tripulado produz “um resultado extraordinário” e “uma eficiência extraordinária” no controle das fronteiras.

Os contratos de 2010 abriram as portas do Brasil para o mercado de drones. No ano seguinte, a Elbit anunciou uma união com a Embraer para criar uma empresa destinada a produzir aeronaves não tripuladas com design brasileiro, a Harpia Sistemas. Diante da crise econômica no país, a empresa acabou sendo fechada em janeiro deste ano. No entanto, em comunicado aos investidores, a Elbit deixou claro que as empresas “concordaram em trabalhar juntas no futuro”.

Os grandes eventos do país, mais especificamente a Copa do Mundo de 2014, serviram de impulso para as operações da Elbit no Brasil. Apenas em 2013, quando foi realizada a Copa das Confederações, a empresa recebeu R$ 102,6 milhões do governo, e os drones foram usados para monitorar inclusive as manifestações de rua daquele ano. Foi o maior valor registrado até aqui.

Em março de 2014, a Elbit anunciou o fornecimento de uma linha de Hermes 900 para a FAB. O Brasil foi o oitavo país do mundo a adquirir essa aeronave, o drone mais moderno e mais potente fabricado pela empresa israelense. O modelo tem autonomia de voo de 36 horas e alcança raio de 300 km em relação à sua base em solo. É o dobro da capacidade do Hermes 450.




Acompanhe aqui o Noticiário relativo ao Comando da Aeronáutica veiculado nos principais órgãos de comunicação do Brasil. O NOTIMP apresenta matérias de interesse do Comando da Aeronáutica, extraídas diretamente dos principais jornais e revistas publicados no país.




PORTAL GLOBO ESPORTE


Entenda por que os atletas brasileiros prestam continência no pódio olímpico

Arthur Zanetti, Arthur Nory, Rafael Baby e Felipe Wu fizeram o gesto militar no pódio. Oito das nove medalhas do Brasil foram conquistadas por atletas das Forças Armadas

ImagemO gesto passou a chamar a atenção nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, no ano passado, quando os atletas das Forças Armadas conquistaram 67 das 141 medalhas do Brasil. Mas voltou à tona agora na Olimpíada do Rio. A continência de alguns atletas brasileiros no pódio durante o hasteamento da bandeira gera debate. Trata-se de uma questão política para gerar propaganda para Exército, Marinha e Aeronáutica ou é apenas um sinal de respeito à bandeira nacional previsto no regulamento das Forças Armadas? Entenda por que isso acontece:
O que é a continência?
A continência é o cumprimento militar e uma forma de manifestar respeito aos seus superiores, pares, subordinados e símbolos (bandeira nacional). A reverência militar deve ser feita em pé, com a movimentação da mão direita até a cabeça, com a palma da mão para baixo.
Por que os atletas brasileiros estão fazendo o gesto na Olimpíada?
Dos 465 atletas que disputam a Olimpíada Rio 2016, 145 são militares como mostrou o DNA do Time Brasil feito pelo GloboEsporte.com. Ou seja, 31,2% da delegação. E a maioria desse percentual é formada por atletas de peso. Das dez medalhas conquistadas até agora pelo Brasil, oito foram por atletas que fazem parte do Programa Atletas de Alto Rendimento (Paar) do Ministério da Defesa. As judocas Rafaela Silva e Mayra Aguiar são da Marinha; o atirador Felipe Wu, a nadadora Poliana Okimoto e o judoca Rafael Silva são do Exército; os ginastas Arthur Zanetti e Arthur Nory e o saltador Thiago Braz são da Aeronáutica. Só o ginasta Diego Hypólito e o canoísta Isaquias Queiroz não fazem parte do projeto. Em Londres, cinco das 17 medalhas brasileiras foram conquistadas por "atletas militares". Como tudo isso começou?

O projeto Programa Atletas de Alto Rendimento (Paar) foi criado pelo Ministério da Defesa em parceria com o Ministério do Esporte em 2008 com o objetivo de reforçar a delegação brasileira nos Jogos Militares, que foram disputados em 2011 no Rio de Janeiro. E cresceu depois da Olimpíada de Londres, em 2012. Atualmente, 670 militares fazem parte do Programa, sendo que 76 são militares de carreira e outros 594 temporários. Deles, 145 disputam a Olimpíada no Rio.
ImagemQual é o valor gasto com o projeto?
Anualmente, o Ministério da Defesa investe aproximadamente R$ 15 milhões em salários para os atletas militares de alto rendimento. E outros R$ 3 milhões na compra de equipamentos, reformas de locais de treinos e na organização de competições esportivas. O Ministério garante que o programa não é temporário para explorar os holofotes da Olimpíada do Rio. E diz já ter pronto um planejamento pronto para o ciclo de 2020, pensando nos Jogos Mundiais Militares de 2019 e na Olimpíada de Tóquio.
Como os atletas tornam-se militares?
A convocação para integrar o Paar é feita mediante edital público, publicado em média duas vezes por ano, nas modalidades esportivas de interesse das Forças Armadas (Marinha, Exército e Aeronáutica). Posteriormente, a seleção é feita por prova de títulos (currículo esportivo / resultados / ranking nacional). Os atletas selecionados, inicialmente, frequentam um estágio básico e rápido. Em paralelo, podem continuar treinando e competindo conforme conveniência de suas modalidades.
O que os atletas ganham com isso?
Eles têm direito a soldos (renda mensal), 13º salário, locais para treinamento, recursos humanos nas comissões técnicas, participação nas competições do Conselho Internacional do Esporte Militar (CISM), além de apoio de saúde com atendimento médico, odontológico, fisioterápico, alimentação e alojamento. A renda fixa, que normalmente é o equivalente ao de 3º sargento temporário (R$ 3.200), se soma a outros possíveis planos do Governo como o Bolsa Atleta, o Bolsa Pódio e recursos de patrocinadores (muitos de empresas estatais). Isso ajuda a pagar os custos necessários de um atleta de alto nível. Além da ajuda financeira, os atletas podem utilizar a estrutura de treinamento das Forças Armadas, o que se torna importante para alguns atletas. Se para nomes como Arthur Zanetti isso faz pouca diferença, para outros como Íris Tang significa sair do quintal de casa e ter condições melhores para evoluir. No caso da Marinha é o Cefan; o Exército tem o Centro de Capacitação Física do Exército (CCFEx) e o Complexo Esportivo de Deodoro; E a Aeronáutica conta com a Universidade da Força Aérea. Essas são as principais, mas, ao todo, são sete bases de apoio de treinamento. A parceria, que culminou na criação desses locais, começou em 2011.
Os atletas são obrigados pelas Forças Armadas a prestar continência no pódio?
Não. No Pan de Toronto houve uma orientação para isso. E todos faziam o gesto. Diante da repercussão, para a Olimpíada do Rio não houve nenhuma recomendação. Os atletas são livres para prestar ou não continência. Dos oito medalhistas das Forças Armadas, quatro prestaram continência: o atirador Felipe Wu, medalha de prata, o judoca Rafael Silva, bronze, e os ginastas Arthur Zanetti e Arthur Nory. As judocas Rafaela Silva, campeã olímpica, e Mayra Aguiar, bronze, e a nadadora Poliana Okimoto, bronze, não fizeram o gesto. Já Thiago Braz só vai receber a medalha de ouro no salto com vara nesta terça-feira durante uma cerimônia às 21h entre as provas de atletismo, no Engenhão.
O que o COB acha disso? O Comitê Olímpico do Brasil vê com bons olhos o projeto do Ministério da Defesa já que é mais um apoio aos atletas brasileiros. O COB não considera um problema o fato dos atletas fazerem o gesto militar durante a cerimonia de premiação. E não deu qualquer orientação para inibir esse tipo de manifestação. No fundo é um acordo que agrada aos dois lados. As Forças Armadas ganham visibilidade. E o COB consegue que os atletas de ponta tenham mais recursos para se desenvolver.
Como o COI vê o gesto durante a cerimônia de pódio?
O Comitê Olímpico Internacional proíbe qualquer manifestação política ou militar durante as competições e cerimônias de pódio. Mas não considera a continência um problema, apesar de ser um conhecido gesto militar. Na dúvida, a judoca Rafaela Silva preferiu não fazer o gesto durante a cerimônia com medo de sofrer alguma punição e perder a medalha de ouro.
- É que tem regra que muda bastante. Antes no judô eu não podia nem fazer o sinal da cruz. Para não correr o risco de perder a minha medalha mantive a mão no lugar - disse a judoca em entrevista ao Estado de São Paulo no último dia 8.
Por meio do porta-voz Mark Adams, O COI se posicionou sobre os gestos dos brasileiros:
- Já aconteceu em Jogos anteriores, os gestos em si interpretamos como respeito à bandeira e ao hino, como pessoas que colocam a mão no coração - disse.
A lista de medalhistas das Forças Armadas pode aumentar?
Sim. Nossas três duplas do vôlei de praia que estão na semifinal e brigam por medalhas estão no programa: Talita e Larissa, Ágatha e Barbara Seixas e Alison e Bruno Schimidt. No mínimo há um bronze garantido no feminino. Além disso, outros nomes que têm chance de subir no pódio como o maratonista Marilson Gomes dos Santos; os velejadores Jorge Zarif, Kahena Kunze e Martine Grael; Iris Sing, do Taekwondo; Yane Marques, do Pentatlo Moderno; E Aline Silva, da luta olímpica, fazem parte do programa. Os esportes coletivos - como vôlei e futebol - não possuem atletas ligados às Forças Armadas.
Quais são as modalidades em que há atletas das Forças Armadas?
Das 42 modalidades olímpicas, as Forças Armadas estão presentes em 26: atletismo, basquete feminino, ginástica artística, hipismo adestramento, hóquei sobre a grama, natação, judô, levantamento de peso, tiro esportivo, tiro com arco, taekwondo, vôlei de praia, maratona aquática, lutas, ciclismo pista, ciclismo estrada, handebol, vela, esgrima, boxe, remo, saltos ornamentais, nado sincronizado, canoagem slalom, badminton, triatlo e pentatlo moderno.
Trata-se de uma invenção brasileira?
Não. A prática é antiga. E atualmente há programas parecidos em vários outros países como França, Itália, Rússia e China. Há atletas das mais diversas nacionalidades que também entram nas Forças Armadas para conseguir mais apoio.
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Darlan volta a bater recorde nacional e fecha em quinto no arremesso do peso

Catarinense ultrapassa pela primeira vez a barreira dos 21m e conquista resultado inédito para o Brasil. EUA fazem dobradinha, com recorde olímpico de Ryan Crouser

ImagemA melhor performance da sua vida. Foi isso que Darlan Romani planejou fazer na Olimpíada do Rio de Janeiro. E conseguiu. Não apenas uma vez. O catarinense de 1,88m e 145kg bateu o recorde nacional do arremesso do peso na classificatória da manhã e melhorou a marca na final da noite. Mandando a bola de 7,26kg de chumbo a 21,02m, ele conquistou a inédita quinta posição para o Brasil na prova. Ainda ficou longe dos americanos Ryan Crouser (22,52m) e Joe Kovacks (21,78m), que fizeram a dobradinha com direito a recorde olímpico de Ryan. O neozelandês Tom Walsh completou o pódio (21,36m).
- A gente esperava o nível alto, porque estão os melhores do mundo aqui. Sabíamos que seria um show. Rompi a marca dos 21m que vinha buscando. Pela manhã bati na trave, mas agora saiu aí o 21,02m que é muito gratificante. A gente sempre quer arremessar mais. Ainda mais em casa, seria uma grande história se eu conseguisse uma medalha, faltou um detalhe ou outro. Acabei errando a técnica nos outros arremessos. Está valendo. Ser finalista olímpico dentro de casa é um espetáculo - disse Darlan.
O Brasil não tem tradição no arremesso do peso e não classificava um representante para a Olimpíada há 80 anos - Antonio Pereira Lira disputou a prova nos Jogos de Berlim, em 1936. Darlan, que nem lembra quantas vezes quebrou o recorde nacional desde 2012, se tornou o primeiro brasileiro a chegar a uma final olímpica e ficou uma posição na frente do campeão dos Jogos de Londres, o polonês Tomasz Majewski (20,72m). Ele evoluiu muito neste ciclo olímpico, orientado pelo técnico cubano Justo Navarro.
Confiança não faltava para Darlan na decisão. Depois de bater o recorde brasileiro com apenas uma tentativa pela manhã e já se classificar para a final, o catarinense poupou energia e avisou que iria melhorar à noite. Cumpriu. Logo no primeiro arremesso, novo recorde nacional com 21,02m. Pela primeira vez um brasileiro superou a barreira dos 21m.
A marca praticamente já garantia o brasileiro no top 8 que ficariam até a sexta tentativa, mas o brasileiro queria mais, queria brigar por medalha. Alcançar os americanos seria quase impossível. Ryan Crouser por duas vezes fez a melhor marca do mundo na temporada e colocou a mão no ouro com 22,26m. O antigo líder do ranking, Joe Kovacks conseguiu 21,78m logo de cara. O bronze, porém, ainda era viável para quem se superou mais de uma vez no dia.
Darlan avançou aos três arremessos finais em quinto, não muito distante do congolês Franck Elemba e do neozelandês Tom Walsh, ambos com 21,20m. Só que o brasileiro não conseguiu melhorar o desempenho, mas manteve o quinto posto. Walsh venceu a briga pelo bronze, com um arremesso de 21,36m. Crouser reservou para a quinta tentativa o ápice da prova. Ele conseguiu 22,52m e quebrou o recorde olímpico (veja no vídeo abaixo).
Com apenas 25 anos, Darlan agora começa a trabalhar já para os Jogos de Tóquio. Se mantiver o crescimento, um pódio em 2020 vai ser a meta.
- Vou continuar trabalhando duro. Quem não conhecia arremesso de peso vai começar a torcer pela galera. Vamos continuar lutando para 2020. Mais quatro anos de trabalho pesado para conseguir uma medalha.
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PORTAL G-1


Vila de oficiais construída na 2ª guerra é destruída por vândalos no sul da BA

Moradores ficaram revoltados com depredação do espaço em Caravelas. Local é patrimônio histórico da cidade; polícia investiga autoria do crime.

Do G1 Ba, Com Informações Da Tv Santa Cruz

ImagemUm patrimônio histórico foi destruído por vândalos em Caravelas, no extremo sul da Bahia. A vila de oficiais, construída durante a 2ª guerra mundial, teve parte da estrutura das casas destruída e objetos roubados. Os moradores da cidade estão revoltados com a depredação da vila.
Cômodos com telhados destruídos, fiação elétrica arrancada, paredes no chão foi o que sobrou da vila dos oficiais, que fica bem perto do aeroporto de Caravelas.
Construído na década de 40 pelo governo americano por causa da localização estratégica, o aeroporto foi utilizado como base durante a 2ª guerra mundial e, logo depois, doado ao governo brasileiro.
A vila dos oficiais foi usada por décadas pela aeronáutica. Recentemente foi habitada por homens do Exército que trabalharam na obra de asfaltamento da BR-418. a estrutura militar ainda pode ser vista em arcos, na entrada das casas.
A polícia de Caravelas investiga o crime, mas até a publicação desta reportagem não existem suspeitos. A vila é um patrimônio histórico. A prefeitura da cidade tenta identificar a quem pertence, já que a responsabilidade do aeroporto foi transferida da Aeronáutica para o estado da Bahia, desde o inicio desse ano.

JORNAL O ESTADO DE SÃO PAULO


Trabalhadores da Embraer criam plano contra PDV

A companhia pretende economizar cerca de US$ 200 milhões com essa e outras medidas de redução de custos

Trabalhadores da Embraer reunidos em assembleia do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos aprovaram nesta quinta-feira um plano contra as demissões programadas pela empresa. A companhia anunciou na semana passada um plano de demissões voluntárias (PDV) para os empregados de todas as unidades no Brasil e ontem o detalhou, determinando o prazo entre a próxima terça-feira (23) e 14 de setembro para a adesão, com desligamento previsto para a primeira semana de outubro. A companhia pretende economizar cerca de US$ 200 milhões com essa e outras medidas de redução de custos.
A proposta aprovada pelo sindicato e pelos trabalhadores exige o cancelamento imediato do plano de demissões. Do contrário, a ordem será "demitiu, parou". Como alternativa aos cortes, o sindicato propôs que a Embraer "pare com o processo de transferência de parte da produção para o exterior e que os acionistas arquem com a multa de US$ 200 milhões referente ao caso de corrupção".
O sindicato vem se posicionando contrariamente ao PDV desde que ficou sabendo do plano e acusa a empresa de cobrar dos trabalhadores a conta do suposto esquema de corrupção pelo qual tem sido investigada. O valor de US$ 200 milhões também é o montante provisionado pela companhia no segundo trimestre deste ano relacionado a caso de "não conformidade" com o U.S. Foreign Corrupt Practices Act (FCPA). Desde 2010, a Securities and Exchange Commission (SEC) e o Departamento de Justiça dos EUA investigam a companhia por suspeitas de irregularidades na venda de aeronaves fora do Brasil.
"A Embraer quer que os trabalhadores paguem pelos erros e irresponsabilidades cometidos por ela própria. Não pagaremos esta conta", disse o vice-presidente licenciado do sindicato, Herbert Claros, por meio de nota.
A entidade também critica o processo de desnacionalização da produção da Embraer, como um dos fatores que podem levar ao fechamento de postos de trabalho no Brasil. O sindicato lembra que a fabricante de aeronaves já transferiu a produção dos jatos Phenom para os Estados Unidos e diz que a próxima linha será a do modelo Legacy. "O plano de demissões contradiz a declaração feita em junho pelo presidente e CEO da Embraer Executives Jets, Marco Tulio Pellegrini. Na época, ele afirmou para a imprensa que “cada emprego gerado nos Estados Unidos geraria outros cinco no Brasil”. O que se vê hoje é exatamente o contrário", disse, citando que a fábrica de Melbourne possui 600 trabalhadores e deve abrir mais 600 vagas ao longo de cinco anos.
A assembleia foi realizada entre as 5h45 e as 7h45 e, segundo o sindicato, reuniu cerca de 8.000 trabalhadores da produção e setor administrativo.

BLOG COLUNA DO ESTADÃO


Temer garante a militares recursos para programas estratégicos

O presidente em exercício Michel Temer garantiu aos comandantes militares que os programas estratégicos das Forças Armadas serão mantidos pelo governo mesmo com a crise econômica.
O pacote cobre lançadores de foguetes e mísseis, blindados, submarinos, caças, jatos cargueiros, radares, uma rede de vigilância de fronteira e satélite. O que Temer não disse, e ninguém perguntou, é de onde virá o dinheiro para pagar toda essa conta.

Ministro da Defesa diz que vai manter Força Nacional no Rio após Olimpíada

Raul Jungmann afirma que efetivo de 23 mil homens ficará na cidade até as eleições de outubro

O ministro da Defesa, Raul Jungmann, anunciou nesta quinta-feira que o efetivo de 23 mil homens das Forças Armadas, da Força Nacional de Segurança e das polícias que atua na Olimpíada deverá ser mantido no Rio de Janeiro, com pouca redução, até as eleições de outubro.
"Esses homens vão ficar nas ruas", afirmou à reportagem do Estado. "Vamos fazer pequenos ajustes. Talvez durante a Paralimpíada sejam retirados uns 500 agentes apenas."
A visita do presidente em exercício Michel Temer e ministros ao Parque Olímpico foi marcada por discursos para minimizar o número de medalhas inferior à meta estabelecida pelo governo federal e falhas na organização de alguns eventos.
Num esforço para desfazer impressões negativas de atletas, Temer insistiu que a segurança dos Jogos Olímpicos tem sido "absoluta". Ele relatou que, na reunião entre representantes de governos e dirigentes, na tarde desta quinta, foi comentado o número "imenso" de turistas que estão nas ruas do Rio.
Ele minimizou os resultados da delegação brasileira, abaixo da meta de medalhas esperadas. "Já são 14 medalhas, ainda temos vários jogos e seguramente outras tantas virão", disse Temer.
Também integraram a comitiva de Michel Temer ao Parque Olímpico os ministros José Serra (Relações Internacionais) e Elizeu Padilha (Casa Civil).

JORNAL TRIBUNA DO NORTE (RN)


Governo ainda não oficializou pedido de 1200 homens da Força Nacional


O Governo do Estado ainda não formalizou a solicitação de 1200 homens da Força Nacional , que deverão substituir os homens das Forças Armadas no Rio Grande do Norte. A informação foi confirmada pelo Executivo ontem (18), através de sua assessoria de comunicação. O pedido verbal foi feito pelo próprio governador Robinson Faria na segunda-feira (15) ao Ministro da Defesa, Raul Jungmann.
De acordo com o governo, ainda não há uma definição de quando o pedido devrá ser oficiado, contudo, isso deve ocorrer nos próximos dias. A solicitação visa garantir a continuidade do trabalho desenvolvido por Exército Marinha e Aeronáutica, que ficam no RN até a próxima terça-feira (23).
O pedido visa garantir reforço na segurança até que seja concluída a instalação de bloqueadores de celular na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, maior unidade prisional do RN e que fica no município de Nísia Floresta.

JORNAL VALOR ECONÔMICO


Mais concessões de aeroportos podem desequilibrar setor


Em vias de autorizar a concessão de mais quatro aeroportos à iniciativa privada, o governo acredita que o setor está chegando ao limite da sustentabilidade. Para o ministro dos Transportes, Mauricio Quintella, a eventual privatização dos aeroportos de Congonhas (SP) e Santos Dumont (RJ) poderia piorar esse quadro, ao concentrar todos os aeroportos rentáveis nas mãos do setor privado, restando apenas os "micos" para a Infraero.
Por essa razão, as transferências desses dois aeroportos foram reavaliadas pelo governo e, ao menos por enquanto, deixadas de lado. "Sabemos da necessidade do governo em arrecadar receitas com as outorgas, mas não podemos pensar com cabeça de contador, e sim com cabeça de empreendedor", disse o ministro.
Indicado ao cargo pelo Partido da República (PR), Quintella é deputado federal por Alagoas e está no quarto mandato. Recebeu a pasta turbinada pelas áreas de portos e aviação, o que tem lhe conferido uma agenda intensa. A antessala de seu gabinete está sempre lotada de políticos e empresários, que precisam aguardar algumas horas até serem atendidos. Nos fins de semana, Quintella tem participado ativamente da campanha para a Prefeitura de Maceió, pedindo votos para Rui Palmeira, do PSDB. A seguir, trechos da entrevista.
Valor: A primeira reunião do PPI foi marcada para o mesmo dia do início do julgamento do impeachment. Essa data será mantida?
Maurício Quintella: Isso ainda está sendo discutido. Talvez fosse o caso de deixar para a semana seguinte, por tratar-se de uma agenda positiva para o governo. Mas isso está sendo definido pelo secretário Moreira Franco.
Valor: Quais são os projetos que o Ministério dos Transportes vai apresentar nessa reunião?
Quintella: Os quatro aeroportos (Salvador, Fortaleza, Florianópolis e Porto Alegre), que já estão maduros e sob os quais não recai mais nenhuma dúvida, as ferrovias Norte-Sul e Ferrogrão, além da renovação do contrato da ALL Malha Paulista. Em rodovias, vão para a pauta a BR-364/365, além da relicitação da Concepa (BR-290/RS) e a prorrogação do contrato da NovaDutra. Nos portos, teremos o terminal de passageiros do Recife, o terminal de fertilizantes de Paranaguá, o Tecon Salvador, os terminais 4 e 5 de Santarém, para combustíveis e o terminal de trigo do Rio.
Valor: E as ferrovias?
Quintella: Licitação no segundo semestre do ano que vem. A renovação da Malha Paulista pode ocorrer ainda este ano.
Valor: A renovação do contrato da ALL Malha Paulista será feita mediante um investimento da concessionária. De quanto será?
Quintella: Está entre R$ 2 bilhões e R$ 3 bilhões ao longo do tempo. Há um conjunto de investimentos mais concentrados para recapacitar a linha e dar o fluxo necessário. A partir do momento em que a curva de demanda vai aumentando crescem também os investimentos para atender à necessidade de transporte que vai aparecer. Mas ainda estamos fechando essa conta. Tem uma parte que sobra e que ainda não sabemos se vai virar outorga ou novos investimentos.
Valor: Havia uma possibilidade de que a Norte-Sul fosse concedida de forma combinada com os portos da região Norte. Isso permanece?
Quintella: Talvez demorasse um pouco mais para construir o arcabouço jurídico para isso. Então, a gente vai com a ferrovia separada e depois vamos correr para que os portos, em sequência, possam ser lançados, integrando a concessão.
Valor: O grupo vencedor do leilão terá opção de construir os trechos remanescentes da Norte-Sul?
Quintella: Sim, ele fica com a opção de construir o tramo norte até Miritituba (PA) e o tramo sul até Três Lagoas (MS).
Valor: Para as rodovias, há um processo de flexibilização das exigências, com o objetivo de tornar as concessões mais viáveis economicamente. Havia um debate se a concessionária teria que entregar a estrada duplicada ao fim do contrato ou não. Como ficou?
Quintella: Só duplica se chegar ao gatilho [volume pré-estabelecido de tráfego que dispara a obrigação de duplicar]. A ideia agora é que não se invista nada além do necessário. O país não pode mais desperdiçar recursos. O investimento onde não é necessário repercute em tarifa.
Valor: Todos esses projetos têm que passar pelo crivo do conselho do PPI para seguir adiante?
Quintella: Vamos submeter ao conselho e a decisão final é do presidente da República. Na reunião vão ser avaliados outros pontos, como as licenças ambientais, por exemplo. O Ministério do Meio Ambiente está trabalhando ao lado da Casa Civil em uma medida provisória para facilitar os licenciamentos onde já há faixa de domínio, por exemplo. Por esse motivo é que o conselho funciona com todos esses atores, que definem as prioridades do governo como um todo.
Valor: Definiu-se, afinal, um modelo para financiamento?
Quintella: Isso ainda está sendo discutido entre a secretaria do PPI e o BNDES. O banco não participará mais com o volume que participou em outro momento. Ele está ajudando muito mais na estruturação dos projetos e o modelo de financiamento vai ser definido caso a caso.
Valor: E os investimentos públicos do setor de transportes, como ficam nesse cenário de aperto fiscal?
Quintella: Temos uma grande carteira do PAC [Programa de Aceleração do Crescimento], de projetos que estão iniciados, que tiveram estudos realizados, projeto básico, executivo etc. Do que já se iniciou, seriam necessários R$ 36,5 bilhões para se concluir somente as obras rodoviárias. E nós teremos no ano que vem um orçamento para execução dessas obras de no máximo R$ 2,6 bilhões. Ou seja, seria preciso quase 18 anos de orçamento, nas condições atuais, para você concluir o que está na rua, esse imenso esqueleto de obras que foram iniciadas sem a devida previsão orçamentária. Tudo bem que você tinha um histórico de R$ 14 bilhões de investimento por ano entre 2005 e 2014, mas com a crise foi reduzido drasticamente.
Valor: Isso sem falar na manutenção das rodovias.
Quintella: Este ano foi dada prioridade à parte de manutenção. Chegou-se a investir R$ 5,6 bilhões em 2011, mas o investimento sempre foi na faixa de R$ 4,5 bilhões. Isso elevou o nível da nossa malha, mas essa qualidade já começou a cair junto com o volume de investimento. Em 2015 e 2016, ficou em R$ 2,5 bilhões e para o ano que vem a gente recupera para R$ 4,6 bilhões. Com isso, a gente garante a manutenção do patrimônio rodoviário.
Valor: E como definir quais serão os projetos que receberão investimentos públicos?
Quintella: Tivemos que estabelecer prioridades e vamos ter que fazer o enfrentamento com as bancadas e os governadores e mostrar que cada Estado vai ter que entender que a prioridade é concluir o que foi iniciado. Então a gente separou obras que estão com mais de 80% de execução, olhamos os corredores de escoamento de produção que têm grande impacto econômico e algumas obras emblemáticas.
Valor: Por exemplo?
Quintella: A ponte do rio Guaíba (RS), o corredor da BR-101 no Nordeste, a duplicação do contorno de Fortaleza, a BR-135/MA, a BR-163/MT/PA, a BR-230/PA, a ponte que liga o Acre a Rondônia, a BR-242/TO e a BR-280/SC. Tem também a duplicação da BR-381, entre Belo Horizonte e Governador Valadares (MG) e o arco rodoviário do Rio de Janeiro. Nesse caso, a intenção é concluir a obra e depois fazer a concessão do arco com a Rio-Santos. O governo do Rio queria fazer só o arco, mas você perderia a oportunidade de conceder também a Rio-Santos. Então a gente quer fazer uma concessão casada. E tem ainda o Rodoanel de São Paulo, que vamos continuar tocando. O presidente Temer determinou e vamos liberar R$ 140 milhões até o fim desta semana.
Valor: E investimentos novos?
Quintella: Há um rol de obras que não discutimos ainda, que são as pontes binacionais. Apesar de serem obras novas, elas estão previstas em tratados internacionais e a gente vai precisar rediscutir com os países como isso vai ser tratado.
Valor: O sr. poderia dar um exemplo?
Quintella: A segunda ponte de Foz do Iguaçu (PR). O Paraguai se preparou, fez todo um investimento para ligar sua malha de escoamento de produção a essa ponte e a gente precisa ver como isso vai caminhar. Temos pontes ligando o Rio Grande do Sul à Argentina, nas quais estamos avaliando entre três possibilidades, se fazemos por concessão, se o Brasil constrói uma e a Argentina faz a outra. Então, essas obras podem acabar sendo iniciadas como investimentos novos.
Valor: Haverá investimento público nos aeroportos?
Quintella: Garantimos orçamento para os de Vitória, de Macapá, de Vitória da Conquista (BA) e de Rio Branco, além do programa de aviação regional.
Valor: O programa foi redimensionado.
Quintella: Foi reduzido para 53 aeroportos. A gente vai fazer a apresentação do programa todo na quinta-feira [hoje] à Casa Civil, mas ele está reestruturado e colocado como prioridade. Mas é claro que essa questão da aviação regional precisa de outras premissas para ser viabilizada. Você já tem vários aeroportos no país que estão aptos a funcionar, mas não têm linha. E não têm linha porque estamos em uma crise financeira grande. E entre as medidas que estão sendo tomadas para viabilizar a aviação regional está a abertura do capital.
"A gente quer a manter a Infraero forte. Não podemos pensar com a cabeça de contador, mas de empreendedor"
Valor: A liberação do capital estrangeiro nas companhias aéreas?
Quintella: Estamos discutindo com os senadores o reenvio da abertura de capital de 100%. A Anac [Agência Nacional de Aviação Civil] está revisando as condições gerais de transporte para discutir a segunda fase da liberação tarifária no país. E tem ainda a questão do querosene de aviação, que é muito importante.
Valor: O governo vai conseguir aprovar a liberação de 100% de capital estrangeiro?
Quintella: Estamos conversando com os senadores e a ideia é fazer uma audiência pública na Comissão de Infraestrutura do Senado para deixar tudo bem claro. Grande parte dos senadores com quem eu conversei se mostrou, depois da argumentação, favorável. O problema é que a medida provisória chegou lá na véspera do seu vencimento e não possibilitou um debate mais aprofundado. A gente acha que com mais tempo para debate e com os argumentos que o ministério vai apresentar, não teremos dificuldade para aprovar, afinal isso é bom para o setor.
Valor: Dá para resolver isso ainda este ano?
Quintella: Vamos fazer o mais rápido possível. A liberação vai possibilitar que as empresas que operam no Brasil tenham acesso a recursos externos, vai possibilitar que haja novas empresas se instalando no Brasil, elas estarão submetidas à legislação brasileira, vão pagar imposto no Brasil, vão gerar empregos no Brasil, por isso não tem sentido não abrir o capital. Se você for falar do ponto de vista estratégico e de soberania nacional, o setor mais estratégico do país é o de telecomunicações, que hoje é todo liberado para o capital estrangeiro. O capital é estrangeiro, mas a empresa é brasileira.
Valor: O presidente Temer chegou a anunciar a intenção do governo de privatizar os aeroportos de Congonhas e Santos Dumont. Como está esse processo?
Quintella: O presidente falou e isso é uma possibilidade, mas trata-se de um assunto muito sério. Claro que o governo passa por um momento em que precisa da receita das outorgas, mas a gente amadureceu essa discussão, inclusive com participação do presidente e do gabinete civil. Já concedemos seis aeroportos. Há outros quatro a serem concedidos em um modelo diferente, sem a participação da Infraero. Mas, com esses quatro que estão indo, nós estamos chegando ao limite da sustentabilidade do setor. Falo do que vai ser concedido e do que fica com a Infraero. Então, é preciso que neste momento a gente pense também na sustentabilidade da empresa Infraero e do setor como um todo.
Valor: Então as eventuais concessões desses terminais inviabilizariam a Infraero?
Quintella: Feito o PDV [programa de demissão voluntária] de 1,4 mil funcionários e com os ajustes, a Infraero volta a ser superavitária, do ponto de vista operacional, em cerca de R$ 100 milhões. Não dá para fazer grandes investimentos, mas já é uma mudança de paradigma para a empresa. Então, qualquer aeroporto que você tire, você vai desestabilizar a Infraero e esses dois [Congonhas e Santos Dumont] são as joias da coroa.
Valor: Nesse sentido, pode-se dizer que não haverá mais concessões de aeroportos?
Quintella: A gente tem alguns caminhos a percorrer. Se a ideia for continuar concedendo, a ideia é fazer em blocos, ou seja, você tem um aeroporto maior, superavitário, e agregado a ele vêm outros aeroportos menores, deficitários. Já temos estudo que esse modelo tem viabilidade econômica em várias regiões do país. Só que esse caminho também vai esvaziando aos poucos a Infraero, que é uma empresa estratégica para o país. Exatamente por isso, outro caminho seria a abertura de capital da empresa. A gente quer manter a Infraero forte e sustentável. Não podemos pensar com a cabeça de contador, mas de empreendedor. Então, essa questão da concessão de Congonhas e Santos Dumont, nesse momento, não há pretensão do governo de fazer. Pode até vir a fazer, mas não será sozinho.
Valor: Além de estradas e aeroportos, haverá orçamento para outros setores?
Quintella: Tem também as dragagens. Começamos no porto do Rio de Janeiro, no de Vitória, e estão garantidos os recursos para os portos de Santos, Paranaguá, Rio Grande e Itajaí. No caso de Santos, o problema é que a empresa vencedora ainda não depositou as garantias. Estamos aguardando o prazo limite para convocar a segunda colocada. Outra novidade é que já estamos trabalhando internamente em uma modelagem para criar as concessões de dragagem.
Valor: Esse era um projeto do governo Dilma.
Quintella: Sim, e nós retomamos a discussão no ministério.
Valor: O Ministério dos Transportes incorporou as áreas de portos e aviação, que perderam status ministerial. No entanto, a nova estrutura ainda não foi oficializada, com as respectivas secretarias setoriais. O que falta?
Quintella: Estamos dependendo de um decreto do Ministério do Planejamento, que vai oficializar o novo organograma. Prometeram na semana passada que no máximo em 20 dias isso estaria publicado. Mas os futuros secretários já estão nomeados na assessoria técnica e tocando seus respectivos setores.

JORNAL FOLHA DE SÃO PAULO


Corrupção no setor nuclear expõe o Brasil à comunidade internacional


Matias Spektor

ImagemO resto do mundo achou que o Brasil fosse construir uma bomba atômica durante quase 20 anos. Como consequência disso, o país sofreu pressão, boicote e sanção. Hoje ninguém vê aqui um risco de proliferação. O que preocupa, desta vez, é o risco de gestão opaca e fraudulenta do programa nuclear.
No início deste mês, o ex-presidente da Eletronuclear Othon Pinheiro foi condenado a 43 anos de prisão por crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, embaraço à investigação, evasão de divisas e organização criminosa. Seu substituto não durou dez meses no cargo, afastado por permitir que diretores da empresa retirassem documentos e objetos de salas já lacradas pelas autoridades investigativas.
De fato, o Ministério Público terminou fazendo uma devassa na Eletronuclear: foram denunciados executivos que comandavam as áreas técnica, de administração e finanças, de planejamento, de gerenciamento de empreendimentos e de construção.
A velha ideia de privatizar a Eletronuclear ganhou fôlego renovado naqueles dias. Mas quem conhece o setor sentiu o mau cheiro à distância. Afinal, a principal proposta de emenda à Constituição (PEC) para privatizar a área foi apresentada em 2007 à Câmara dos Deputados por Alfredo Kaefer (PSL/PR), acusado de gestão fraudulenta, crime contra a ordem tributária, crime contra o patrimônio público e formação de quadrilha. E o presidente da entidade de classe que mais advoga pela privatização foi convocado coercitivamente a prestar depoimento à Lava Jato por suspeita de repasse de propina de empreiteiras a funcionários da Eletronuclear.
A chegada da Lava Jato ao programa nuclear brasileiro pode abrir uma nova área de fragilidade internacional para o Brasil. A corrupção no setor atômico cria medo de sabotagem ou desvio de material físsil, além de enorme risco ao meio ambiente e à saúde globais. Para reverter a situação, nada é mais urgente agora que um choque de boa governança.
Não será fácil. O Brasil é o único país cujo programa nuclear civil é controlado por uma força militar — a Marinha. O sigilo praticado serve para proteger segredos tecnológicos tanto quanto para acobertar práticas ilícitas.
Além disso, nosso caso é raro: a mesma Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) que promove e fomenta a indústria é responsável por supervisioná-la e regulá-la. Trata-se de uma prática que contraria a Convenção sobre Segurança Nuclear, instrumento que o Brasil assinou há 20 anos.
A Lava Jato promete manter o tema em pauta, pois vem aí nova delação sobre os contratos do submarino nuclear, capítulo central dessa novela.
É hora de o governo agir, antes que seja tarde demais.

Patrocínio de farda


Bernardo Mello Franco

"É ouro, é recorde, é militar!" Parece aquele locutor famoso pelo ufanismo, mas é o site do Ministério da Defesa comemorando uma medalha na Rio-2016. Nos últimos dias, o portal trocou as imagens de tanques e aviões por fotos de atletas premiados na Olimpíada.
As notícias exaltam as vitórias brasileiras como se fossem feitos militares. "Forças Armadas conquistam quarta medalha para o Brasil", diz a manchete sobre o judoca Rafael Silva. "Sargento da Marinha vence final de boxe", informa o título sobre Robson Conceição.
Quem vê nossos campeões prestando continência no pódio pode pensar que os quartéis estão transformando o Brasil numa potência esportiva. Não é bem assim. Na verdade, as Forças Armadas apadrinharam civis que já se destacavam em suas modalidades. Os escolhidos viram militares temporários em troca de benefícios como salário de terceiro-sargento e assistência médica.
Um dos idealizadores do programa, lançado no governo Lula, conta que ele nasceu como um típico "jeitinho brasileiro". Os oficiais queriam evitar um fiasco esportivo em 2011, quando o Rio receberia os Jogos Mundiais Militares.
No torneio de 2007, o Brasil ficou em 33º lugar, com apenas três medalhas. Quatro anos depois, saltou para a liderança com 114, sendo 45 de ouro. Para os autores do truque, ninguém precisava saber que os nossos heróis eram civis que tinham acabado de aprender a marchar.
É positivo que as Forças Armadas ajudem a manter atletas de ponta, mesmo que o objetivo mais evidente seja fazer propaganda. O ministro Raul Jungmann, que não perde uma chance de aparecer, já convocou entrevista para faturar os resultados.
O ponto negativo da história é que nossos campeões precisem vestir fardas por um patrocínio tão modesto. O soldo dos sargentos olímpicos é de R$ 3.200 brutos. Os deputados recebem R$ 4.253 só em auxílio-moradia, sem descontos.

Após mais duas medalhas, atletas das Forças Armadas do Brasil superam meta


O programa de incentivo aos atletas das Forças Armadas do Brasil tinha uma meta para os Jogos Olímpicos do Rio: que os atletas militares conseguissem ao menos dez medalhas para o país.
A Olimpíada ainda tem mais três dias de competições, mas o número já foi superado após dois ouros conquistados nesta quinta-feira (18). O número de láureas proveniente de Atletas das Forças Armadas é de 80% do total de medalhas —12 das 15.
O objetivo foi superado depois de uma disputa emocionante na vela. Militares da Marinha, as velejadoras Martine Grael e Kahena Kunze conseguiram ultrapassar as adversárias da Nova Zelândia na reta final da prova e puderam ouvir o hino nacional no lugar mais alto do pódio à beira da Marina da Glória com o gesto da continência.
Na madrugada de quinta para sexta, a dupla do vôlei de praia Bruno e Alison não bateram continência durante o hino, mas ficaram em posição de sentido. Ao fim da execução, porém, fizeram reverência à bandeira do Brasil.
As duas demonstrações de respeito não foram exclusivas das duplas. O atirador Felipe Wu (prata), o judoca Rafael Silva (bronze), os ginasta Arthur Nory (bronze) e Arthur Zanetti (prata), Thiago Braz, do salto com vara (ouro), o boxeador Robson Conceição (ouro) e a dupla do vôlei de praia Ágatha e Bárbara (prata) prestaram continência no pódio. Já as judocas Rafaela Silva, campeã olímpica, e Mayra Aguiar, bronze, e a nadadora Poliana Okimoto (bronze), não.
No Pan de Toronto, todos os medalhistas realizaram o cumprimento militar, e a atitude gerou polêmica.
Programa de incentivo
Com 145 atletas, as Forças Armadas têm 30% dos esportistas brasileiros na Olimpíada. É um contingente maior do que o registrado em Londres-12, quando eles representavam 20% dos 259 atletas da delegação brasileira.
A maioria não é militar de carreira —tem apenas o apoio de Marinha, Exército ou Aeronáutica.
O apoio é fruto de um programa de alto rendimento iniciado em 2008. Para se tornar militar temporário, os atletas passam por um treinamento de 45 dias. Estudam a hierarquia militar, passam por teste físico, aprendem a marchar e a prestar continência.
Depois desse período, os atletas não vivem a rotina militar nem frequentam o quartel. São esporadicamente convocados para alguns eventos e obrigados a comparecer. A maioria nem frequenta as instalações militares.
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Anúncio de pacote de concessões e privatizações fica para setembro


Gustavo Uribe, Valdo Cruz

ImagemO primeiro pacote de concessões e privatizações do governo Michel Temer deverá ser anunciado em meados de setembro. O Palácio do Planalto decidiu aguardar a aprovação pelo Congresso da medida provisória que criou o Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), responsável pela gestão da iniciativa, para lançar as medidas.
Há receio de que a indefinição sobre a estrutura do PPI e o cargo do secretário-executivo do programa, Moreira Franco, crie insegurança jurídica, afastando investidores e prejudicando negócios.
A medida provisória foi editada em maio, e o seu prazo acaba em 8 de setembro. Para evitar que ela prescreva, o presidente interino mobilizou seus aliados no Congresso para votá-la na semana que vem na Câmara e no início de setembro no Senado.
O próprio Palácio do Planalto, contudo, reconhece dificuldades para obter número suficiente para votações no Congresso em meio às eleições municipais e na reta final do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, que começará a ser julgada na quinta-feira (25).
Nesta quarta-feira (17), o governo não conseguiu quórum para votar no Senado a prorrogação da DRU (Desvinculação de Receitas da União), mecanismo que dá liberdade para o governo usar parte dos recursos do Orçamento sem aplicá-los em áreas como saúde e educação.
O próprio presidente interino trabalhou pela aprovação da medida no Senado. Com a iniciativa, ele esperava tranquilizar o mercado financeiro às vésperas do julgamento de Dilma, uma vez que o setor empresarial tem demonstrado preocupação com concessões na área econômica e as dificuldades para aprovar medidas fiscais.
Caso não consiga aprovar a tempo a medida provisória do PPI, o Planalto cogita editar uma nova medida, que aumente as atribuições de Moreira Franco, dando a ele mais poderes, e impeça que o andamento do pacote de concessões seja prejudicado.
O plano do governo é transferir à iniciativa privada num primeiro momento quatro aeroportos, duas ferrovias e um terminal portuário. Existe ainda a expectativa de que o governo anuncie uma lista de empresas que poderão ser privatizadas.
A equipe econômica espera arrecadar no próximo ano algo entre R$ 20 bilhões e R$ 30 bilhões com os leilões em que esses projetos serão oferecidos ao setor privado. Os recursos são essenciais para o governo atingir sua meta de redução do deficit do orçamento para R$ 139 bilhões.
China
A ideia inicial do governo interino era que o pacote econômico fosse anunciado na próxima quinta. Além do risco de a medida provisória caducar, o Planalto resolveu adiá-lo para não dividir as atenções com o início da fase final do impeachment.
Com a decisão de deixá-lo para meados de setembro, o presidente interino resolveu transformar a iniciativa no primeiro grande anúncio econômico de seu governo após a decisão do Senado, onde a maioria se inclina pela condenação de Dilma e seu afastamento definitivo do cargo.
A intenção de Temer é lançar as medidas após retornar da reunião do G-20, grupo que reúne as maiores economias do mundo, marcada para os dias 4 e 5 de setembro na China. Temer pretende levar com ele na viagem uma comitiva de ministros para ajudá-lo a atrair o interesse de investidores estrangeiros pelo seu programa de privatizações.
O peemedebista também planeja fazer depois uma espécie de tour internacional, visitando países como Estados Unidos, Inglaterra, Índia, Argentina e México.

MINISTÉRIO DA DEFESA


Rio 2016: Defesa atinge meta de 10 medalhas nos Jogos


Com o intuito de contribuir com o resultado do Time Brasil, o Ministério da Defesa estabeleceu como meta conquistar 10 medalhas nos Jogos Olímpicos Rio 2016. Esse resultado foi alcançado antes mesmo do final do maior evento esportivo do planeta. Nas areias de Copacabana, as sargentos da Marinha Ágatha Bednarczuk e Bárbara Seixas ganharam a medalha de prata na final do vôlei de praia nesta quarta-feira (17).
“A nossa avaliação a respeito de nossos atletas militares é a melhor possível. Nossa meta era de conseguirmos dobrar nossa participação em relação aos Jogos Olímpicos de Londres, tanto no número de atletas militares participantes quanto em termos de medalhas conquistadas”, comemora o almirante Paulo Zuccaro, que também reforça o sucesso do Programa de Alto Rendimento do Ministério da Defesa.
A dupla de vôlei de praia, que faz parte do Programa Atletas de Alto Rendimento do Ministério da Defesa, parou na força das alemãs Laura Ludwig e Kira Walkenhorst, que venceram por 2 a 0, parciais de 21/18 e 21/14, assegurando o ouro e deixando o Brasil com o segundo lugar no pódio.
Sem conseguir segurar o choro, Bárbara disse que as novas campeãs olímpicas souberam lidar melhor com o vento. “Esse meu desabafo é porque a gente jogou menos hoje. Elas aproveitaram melhor o vento e elas mereceram a vitória. Por outro lado, estou muito feliz e orgulhosa por nossa trajetória e por tudo que a gente fez. Sensação de dever cumprido. Sou muito agradecida a tudo que a gente viveu e construiu”, comentou a sargento Bárbara.
Parceira de Bárbara desde 2011, Ágatha lamentou a derrota, mas fez questão de exaltar a sua primeira medalha olímpica. “Acho que eu e Bárbara ainda não percebemos todo esse feito. A gente vai perceber aos poucos. A nossa concentração, toda busca pelas nossas metas: primeiro conquistar a vaga, ter conseguido, todo planejamento até chegar aqui, aí dentro dos Jogos todo trabalho foi muito grande. A concentração foi muito grande mesmo. Acho que agora que acabou, conquistamos essa medalha de prata, vamos perceber que a gente realmente conquistou”, disse a militar.
Ranking
Com a 10ª medalha conquistada por militares, o Time Brasil soma 13 pódios: três de ouro, cinco de prata e cinco de bronze.
Os atletas das Forças Armadas que estão contribuindo com o resultado do Brasil são: sargentos do Exército Felipe Wu (prata no tiro esportivo), Poliana Okimoto (bronze na maratona aquática) e Rafael Silva (bronze no judô); sargentos da Marinha Rafaela Silva (ouro no judô), Mayra Aguiar (bronze no judô), Robson Conceição (ouro no boxe) e Ágatha e Bárbara (prata no vôlei de praia); e os sargentos da Força Aérea Arthur Nory (bronze na ginástica artística), Arthur Zanetti (prata na ginástica artística) e Thiago Braz (ouro no atletismo).

JORNAL O GLOBO


Militares olímpicos


Por Míriam Leitão

Os brasileiros já estão se acostumando a que o atleta no pódio, ao ver subir a bandeira, bata continência. “É natural que o militar ao ver o pavilhão nacional faça continência, não é obrigatório, claro, mas ele foi treinado assim”, diz o ministro Raul Jungmann. O gesto chamou a atenção para a presença das Forças Armadas na Olimpíada. Os militares são 33% dos atletas e 81% das medalhas.
Um dos segredos do sucesso do programa militar é que os atletas passam a ter um patrocínio por oito anos, diz o ministro da Defesa.
— Alguns dos nossos atletas não teriam como se dedicar ao esporte se não fosse o apoio das Forças Armadas porque aqui eles têm estabilidade e segurança. Daí deriva o sucesso. O patrocínio privado normalmente é do tipo “stop and go”.
Eles são convocados através de edital público, e escolhidos após análise do currículo. Se forem selecionados, fazem um curso compacto de entrada nas Forças Armadas e passam a ser terceiro-sargento com um salário de R$ 3.200 e apoio de treinador, psicólogo, serviço médico, odontológico e acompanhamento do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Fisiologia Desportiva. São reavaliados anualmente. Podem ficar oito anos, ou sair no momento que queiram. Se decidirem permanecer, fazem um concurso.
— Mas existe também um programa chamado Força no Esporte que atende a 21 mil crianças, que passam a ter acesso às unidades militares, alimentação, ensino de esportes. E agora estamos começando um projeto, que ainda está na fase piloto, de apoio ao esporte paralímpico.
O custo do programa de atletas de alto rendimento e mais o de apoio às crianças no esporte é de R$ 48 milhões por ano; baixo se for levado em conta o benefício.
Há lições a se tirar disso. Primeiro que o apoio ao esporte deve ter essa constância, dar ao atleta uma renda estável para que ele possa se dedicar aos treinamentos, segundo, que a vantagem de apoiar o esporte é muito maior do que o que é possível mensurar. É intangível o retorno para a imagem das Forças Armadas ter uma medalhista de ouro no judô que enfrentou todo o tipo de preconceito, como a sargento da Marinha Rafaela Silva. Ou ter o sargento da Aeronáutica Thiago Braz com a coragem de por o sarrafo a uma altura que nunca havia atingido antes e assim alcançar o ouro no salto com vara. Ou ter o sargento da Marinha, Robson Conceição, que ao ganhar o ouro diz que se não fosse o boxe ele poderia não estar vivo. E ainda a exposição favorável na mídia da nossa primeira medalha, que foi conquistada pelo sargento do Exército Felipe Wu, prata no tiro.
Para além da rentabilidade financeira ou de marketing, o que fica claro num evento como a Olimpíada é que o apoio do país ao esporte é pequeno demais para a dimensão do ganho que se pode ter com isso. Nosso desempenho depende várias vezes de histórias dramáticas de superação, luta e esperança dos atletas. Alguns poucos se destacam, mas há milhares de histórias de dedicação sendo vividas. Só nas Forças Armadas são 670 atletas treinando.
O Programa de Atletas de Alto Rendimento começou em 2008 com a meta de obter medalhas nas Olimpíadas Militares, que seriam realizadas no Brasil em 2011. O Brasil ficou em primeiro lugar em medalhas, e quatro anos depois ficou em segundo, perdendo apenas para a Rússia. Para a Olimpíada de Londres foram 51 atletas militares. Na do Rio, há quase três vezes mais competidores.
O Ministério da Defesa já tem programação para os Jogos Mundiais Militares de 2019 e para a Olimpíada de 2020, com o objetivo de apoiar mais atletas e trazer mais medalhas. O que outras instituições e empresas do país devem fazer é ter programas assim de longo prazo, com metas e a mesma constância no apoio aos atletas e às diversas modalidades de esporte.
Pode-se tentar calcular a vantagem do marketing esportivo, mas os ganhos do investimento em esporte são tão grandes que é fácil entender as Forças Armadas, difícil é entender como não existem outros programas como esses, inclusive financiados pelas empresas privadas. A inconstância do patrocínio, tanto no esporte quanto na cultura, faz com que bons programas sejam abandonados ou tenham que cumprir um calvário para obter anualmente a renovação do apoio.

PORTAL EXAME.COM


Os dados que explicam protagonismo de militares na Rio-2016


Valéria Bretas

ImagemSão Paulo — Das treze medalhas conquistadas até agora pelos brasileiros nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, nove são de atletas militares. Sim, é isso mesmo. 
O ginasta Arthur Zanetti, que garantiu prata nas argolas, por exemplo, é um dos 145 sargentos que integram a delegação brasileira na Rio-2016 – formada por 465 esportistas que representam o país nas competições.
A grande maioria desses atletas, no entanto, não é formada por militares de carreira. Eles recebem recursos do Ministério da Defesa após passarem por um rigoroso processo de seleção via edital público. Fato que explica o elevado desempenho nos Jogos: só os melhores podem fazer parte do Programa Atletas de Alto Rendimento.
Criado em 2008, pelo governo Lula, o programa é fruto de uma parceria entre o Ministério da Defesa e o Ministério do Esporte. Atualmente, 670 esportistas de 27 modalidades olímpicas recebem o apoio. Além da contribuição mensal de R$ 3,2 mil, os atletas ganham benefícios como plano de saúde e recursos para participar de competições. Com o título, eles podem ainda treinar nas estruturas do Exército, Marinha e Aeronáutica.
Mais: uma vez aprovados, todos podem ingressar como terceiro sargento das Forças Armadas. O apoio vale por oito anos, mas pode ser cortado a qualquer momento.
Até o início da tarde desta quarta-feira, nove atletas militares brasileiros já tinham subido ao pódio da Olimpíada do Rio. Veja quem são eles e, a seguir, os grandes números do Programa Atletas de Alto Rendimento.

Atleta Medalha
 
Rafaela Silva ouro no judô
 
 Thiago Braz   ouro no atletismo
 Robson Conceição  ouro no boxe
Arthur Zanetti  prata nas argolas
  Felipe Wu  prata no tiro esportivo
 Poliana Okimoto  bronze na maratona aquática
 Mayra Aguiar  bronze no judô
Rafael Silva bronze no judô  
 Arthur Nory
 bronze na ginástica artística
 Imagem

OUTRAS MÍDIAS


FOLHA DIRIGIDA


STF define regras para tatuagem nos concursos

Por Benito Alemparte
ImagemMudança importante nos concursos, principalmente nos da área militar, tradicionalmente mais rígida nesse aspecto: o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que os editais "não podem estabelecer restrição a pessoas com tatuagem, salvo em situações excepcionais, em razão de conteúdo que viole valores constitucionais". As exceções são obscenidades e desenhos ou mensagens ofensivas, que incitem violência, racismo, preconceito sexual. A tatuagem poderá ser de qualquer tamanho, visível ou não.
O entendimento diz respeito a um concurso da Polícia Militar de São Paulo, mas tem repercussão geral, ou seja, deve ser aplicado por todos os juízes do país, diante de casos semelhantes. Votaram a favor sete juízes - o único voto contrário foi do ministro Marco Aurélio Mello, por considerar a PM uma corporação específica, com regras diferentes do resto da administração pública e autonomia para critérios de seleção.
Já o relator, ministro Luiz Fux, apontou o veto às tatuagens como "flagrantemente discriminatório". Ele disse que "um policial não é melhor ou pior nos seus afazeres públicos por ser tatuado". O candidato que levou à decisão do STF foi barrado por ter uma tatuagem do tipo tribal na perna direita. No processo, o Estado de São Paulo sustentou que a proibição consta no edital, e que o Judiciário não poderia alterar as regras de um concurso de outro poder.
A União também se manifestou no processo, defendendo a proibição da tatuagem, desde que expressamente prevista em lei, tal como nas carreiras militares. Atualmente, estão com inscrições abertas, entre outras instituições, o Instituto Militar de Engenharia, o Instituto Tecnológico da Aeronáutica, ambos para vestibular, e a Marinha, para o Corpo Auxiliar de Praças, todos com restrições às tatuagens. A decisão do Supremo implicará no aumento da disputa nos próximos concursos, pois muitos candidatos não se inscreviam por conta das limitações.

INFOMONEY


Vale a pena pagar mais impostos para ganhar mais medalhas de ouro?

Ao sediar os Jogos Olímpicos o Brasil expôs a situação precária do esporte no país, onde os atletas não têm apoio. Mas qual a melhor forma de mudar isso?
O economista Irineu de Carvalho Filho, doutor em economia pelo MIT, ex-economista sênior do FMI e colaborador do site Economês em bom português, fez uma interessante provocação aos espectadores dos Jogos Olímpicos, sempre ávidos por melhores desempenhos (leia-se mais medalhas) dos atletas brasileiros. Você aceitaria pagar mais impostos para que o Brasil tivesse mais medalhas? Como a principal fonte de investimento em formação para esportes sem o apelo do futebol vem do estado, parece que seria essa a solução para que o Brasil subisse algumas posições no quadro de medalhas nos próximos anos.
O investimento em esporte em si já é algo extremamente caro como pudemos ver pelo orçamento da Olimpíada, que ficou em R$ 37,6 bilhões. Em alguns esportes específicos como a natação, nem vultosas somas foram o bastante para que o País saísse das raias com alguma medalha. Foram R$ 122 milhões, dos quais 10% vieram de repasses diretos do governo através da Lei Piva e o restante dos patrocinadores, sendo o maior deles uma empresa estatal, os Correios.
Segundo Carvalho Filho, por mais desanimador que isso soe, não devemos cair no discurso fácil de que o governo deve incentivar ainda mais esses esportes ou mesmo investir mais no futebol. "O que causa angústia, de verdade, é o esgoto na Baía da Guanabara, são as notas tão baixas dos nossos estudantes em testes internacionais", afirma em texto no seu site.
Para ele, a melhor forma de fazer o Brasil se tornar uma potência olímpica é deixar esse processo seguir naturalmente. Os investimentos do governo devem se concentrar em infraestrutura e educação, para ajudar no desenvolvimento do País no longo prazo. Com jovens mais preparados, com mais oportunidades e mais distantes da criminalidade ou outros problemas como até a falta de saneamento básico, os resultados devem vir.
Olhando para o quadro de medalhas dessas Olimpíadas, dominado por Estados Unidos, Grã Bretanha, China, Rússia e Alemanha, a teoria faz sentido. A comparação pode até parecer desleal, mas o maior exemplo quando se faz este debate são os americanos, conhecidos pelo incentivo ao esporte desde a infância, com escolas e faculdades que dão apoio e bolsas para seus estudantes.
A quantidade de dinheiro investido pode ser bastante desproporcional, mas exemplos europeus e mesmo os EUA mostram que um maior incentivo aos estudos (vale lembrar que as Bolsas em faculdades no exterior só valem para quem mantém as boas notas), ao mesmo tempo em que se ajuda o atleta é a melhor forma de evoluir. A questão aqui não é se tornar o melhor no quadro de medalhas, mas melhorar na tabela, e isto vai além do simples apoio ao esporte, segundo Carvalho Filho.
A questão dos militares
O que chama atenção dos brasileiros - e não é de hoje - é o tema dos atletas militares. Por conta, principalmente, de um programa que começou para incentivar os Jogos Militares de 2011, o Brasil passou a contar com uma grande quantidade de atletas apoiados pelas Forças Armadas. Para se ter uma ideia, nesta Olimpíada, um terço (ou 145 atletas) é militar.
Entre os nomes que já ganharam medalha estão os ginastas Arthur Zanetti (prata) e Arthur Nory (bronze), os judocas Rafael Baby Silva (bronze), Sarah Menezes e Rafaela Silva (ouro), a dupla de jogadoras de vôlei praia Talita e Larissa, o atirador Felipe Wu (prata), a esgrimista Amanda Simeão e a maratonista aquática Poliana Okimoto (bronze).
Todos eles passaram por um edital público e hoje contam com uma renda fixa que pode ainda ser somada a outros programas do governo, como o Bolsa Atleta, o Bolsa Pódio e também recursos vindos de patrocinadores. Por entrarem para o programa militar, estes atletas passam a receber o salário equivalente ao de terceiro sargento, o que equivale a R$ 3.200, além de seguro médico e direito de usar as instalações do Exército, da Aeronáutica ou da Marinha.
Praticamente todo este apoio acaba vindo dos impostos que você paga já que são de programas do governo ou das Forças Armadas. Mas esta se tornou a alternativa para eles, que não conseguiram encontrar na educação básica o apoio necessário para atingir seus objetivos de vida como atletas. Resta saber se aprenderemos esta lição com a Rio 2016.
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PORTAL THE INTERCEPT BRASIL


Com queda da Odebrecht, Elbit, fabricante israelense de drones, tenta decolar no Brasil

Breno Costa
ImagemA crise financeira gerada pelas descobertas da Operação Lava Jato sobre os negócios do grupo Odebrecht acaba de provocar um efeito secundário preocupante: o crescimento expressivo, dentro do Brasil, da principal fabricante mundial de drones de uso bélico e alvo de fortes críticas de organizações de direitos humanos.
No último dia 5, o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) aprovou a venda dos negócios de comunicação militar da Mectron Engenharia, empresa da área de defesa do grupo Odebrecht, para a Elbit Systems. Essa companhia é responsável pela fabricação de quase todas as aeronaves não tripuladas usadas por Israel em bombardeios na Faixa de Gaza, além de ter papel preponderante na vigilância que envolve o muro erguido pelos israelenses para separar o país do território palestino. Na última ofensiva de Israel, em 2014, a organização Defense for Children International relatou que 164 crianças foram mortas em ataques executados por drones fabricados pela Elbit.
A Elbit é a maior companhia privada da área militar dentro de Israel. Somente com a produção de drones e a venda deles para o Exército de Israel e forças armadas de outros países em todo o mundo, a empresa faturou US$ 1,2 bilhão em 2015, conforme seu último balanço.
Devido a esse envolvimento direto da Elbit Systems nas ações militares de Israel, a corporação é alvo de boicotes internacionais entre defensores dos direitos humanos e da causa palestina, mas também por parte de governos estrangeiros, que acabaram vetando negócios com a empresa. Entre eles, estão Suécia, Noruega, Dinamarca (cujos fundos de pensão retiraram investimentos feitos na empresa) e, mais recentemente, a França, que, em fevereiro deste ano, anunciou que não compraria mais drones produzidos pela Elbit.
No Brasil, entretanto, a companhia israelense opera normalmente. E com força. Desde 2008, quando a Elbit em Israel passou a ser vinculada com violações de direitos humanos depois que o Conselho de Direitos Humanos da ONU considerou que os ataques apoiados por drones na ofensiva de 2008-2009 contra a Palestina representaram graves violações de direitos humanos e possíveis “crimes de guerra e crimes contra a humanidade“, a principal subsidiária da empresa dentro do Brasil já recebeu mais de R$ 456 milhões das Forças Armadas Brasileiras, especialmente da Aeronáutica, de acordo com dados do Portal da Transparência do governo federal.
A empresa já tinha três subsidiárias dentro do Brasil. A principal delas, que atua na área de drones, é a AEL Sistemas Ltda, com sede em Porto Alegre.
O único sobressalto que os israelenses tiveram em suas operações no Brasil aconteceu no final de 2014, quando o então governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT) cancelou um acordo assinado no ano anterior com a AEL, que permitia financiamentos públicos à empresa, além de acesso a tecnologias produzidas por universidades gaúchas. O objetivo da parceria era a construção de um parque aeroespacial militar no Estado.
É essa empresa que irá herdar os negócios da Mectron na sensível área de comunicação militar – incluindo o desenvolvimento de computadores de missão para drones.
No pacote negociado, também estão sistemas de Rádio Definido por Software (RDS) e outros sistemas de comunicação, além, claro, de todos os contratos vigentes da Mectron com as Forças Armadas brasileiras. Nesse grupo está incluído, entre outros, um contrato de R$ 193 milhões com a Força Aérea Brasileira, assinado em 2012 e ainda vigente, para a produção de um moderno e inovador sistema de comunicação entre caças e torres de comando (projeto Link BR-2).
Os israelenses da Elbit agora terão controle sobre isso – desde que as nossas Forças Armadas autorizem que os contratos da Mectron sejam repassados para a Elbit. Consultada a respeito pelo The Intercept Brasil, a FAB respondeu apenas que “O assunto está sendo analisado pela Força Aérea Brasileira”.
Para Michel Temer, drones usados no Brasil têm “resultado extraordinário”
A chegada dos drones israelenses ao Brasil começou em 2010. Em dezembro daquele ano, a Comissão Coordenadora do Programa Aeronave de Combate, vinculada ao Comando da Aeronáutica, acertou com a Aeroeletrônica (antigo nome da AEL, mas já controlada pela Elbit), o fornecimento de dois drones Hermes 450, fabricados pela empresa israelense.
Esses drones foram contratados sem licitação. O argumento do governo era a notória especialização da fabricante. De fato, o drone já tinha sido testado em combate havia pouco tempo. Na ofensiva de 2008-2009 ao território palestino, Israel usou e abusou desses mesmos drones para lançar bombas contra, supostamente, alvos militares. Centenas de civis morreram.
Naquele mesmo ano, no Brasil, a Polícia Federal também contratou drones, mas da EAE Soluções Aeroespaciais Ltda, uma joint venture formada entre o grupo brasileiro Synergy, dos donos da Avianca, e a empresa estatal israelense IAI (Israel Aerospace Industries).
Em 2012, o então vice-presidente Michel Temer elogiou entusiasmadamente a eficiência dos drones israelenses da Elbit. Ao lado de um deles, em entrevista dada na ocasião, o então vice-presidente destacou que o avião não tripulado produz “um resultado extraordinário” e “uma eficiência extraordinária” no controle das fronteiras.
Os contratos de 2010 abriram as portas do Brasil para o mercado de drones. No ano seguinte, a Elbit anunciou uma união com a Embraer para criar uma empresa destinada a produzir aeronaves não tripuladas com design brasileiro, a Harpia Sistemas. Diante da crise econômica no país, a empresa acabou sendo fechada em janeiro deste ano. No entanto, em comunicado aos investidores, a Elbit deixou claro que as empresas “concordaram em trabalhar juntas no futuro”.
Os grandes eventos do país, mais especificamente a Copa do Mundo de 2014, serviram de impulso para as operações da Elbit no Brasil. Apenas em 2013, quando foi realizada a Copa das Confederações, a empresa recebeu R$ 102,6 milhões do governo, e os drones foram usados para monitorar inclusive as manifestações de rua daquele ano. Foi o maior valor registrado até aqui.
Em março de 2014, a Elbit anunciou o fornecimento de uma linha de Hermes 900 para a FAB. O Brasil foi o oitavo país do mundo a adquirir essa aeronave, o drone mais moderno e mais potente fabricado pela empresa israelense. O modelo tem autonomia de voo de 36 horas e alcança raio de 300 km em relação à sua base em solo. É o dobro da capacidade do Hermes 450.

PORTAL BHAZ (MG)


Belo-horizontinos podem capturar pokémons com a ajuda de drones; entenda

Guilherme Scarpellini
ImagemJogadores de “Pokémon GO” que enfrentam riscos de atropelamentos, assaltos e quedas durante a caça aos monstrinhos pelas cidades já podem contar com uma novidade para ter as ameaças reduzidas.
É o que promete a ideia inovadora lançada por empresários e entusiastas ligados aos drones — objetos voadores não tripulados —, os quais sugerem que os caçadores de pokémons acoplem os smartphones a esses equipamentos para que possam voar coletando monstrinhos sem correr riscos pelas ruas.
A proposta já foi lançada no Brasil, mais especificamente em Belo Horizonte, por uma empresa responsável por intermediar o contato entre pilotos de drones e clientes.
O Bhaz conversou com o fundador da “Trampos com Drone”, Raff Catalan, de 28 anos, que passou a oferecer recentemente o serviço específico para jogadores do “Pokémon Go” para BH e outras dezenas cidades brasileiras.
“Vários clientes passaram a procurar a minha empresa perguntando se era possível contratar o serviço para facilitar a caça aos pokémons”, conta.
A possibilidade de aliar o serviço à caça de pokémons surgiu com um vídeo publicado por um Youtuber norte-americano testando o recurso com o objetivo de alavancar a capacidade de coleta dos monstrinhos.
“Eu ainda nem tinha assistido ao vídeo quando os próprios clientes começaram a fazer demandas ao ‘Trampo com Drone’. Então assisti e vi que era possível, resolvemos lançar o serviço”, disse.
Segundo Raff, a contratação de um piloto de caça a pokémons pode variar entre R$ 300 e R$ 600. “Acredito que o investimento é viável uma vez que há competição entre os jogadores e, aqueles que optarem pelo serviço, certamente vão conseguir localizar os pokémons mais difíceis de coletar, saindo na frente dos outros jogadores”, avalia.
O empresário conta que atualmente há 280 pilotos de drones à disposição da empresa, embora ainda nenhum contrato relacionado ao game ainda tenha sido fechado.
“Grande parte de nossa demanda é relacionada ao mercado imobiliário e casamentos. Portanto, temos a perspectiva de estender para a área recreativa de baixa remuneração. A possibilidade está aí, temos centenas de pilotos em nossa base, quem for fã do jogo e tiver condição vai acionar um dos nossos pilotos”
Como funciona?
A ideia de coletar pokémons com a ajuda de um drone é simples. Conforme explicou Raff, a novidade consiste em encaixar o smartphone em um suporte do drone e alçar voo em busca dos monstrinhos.
Com a utilização de alguns aplicativos que permitem o acesso remoto aos smartphones — como o AirDroid e Mobogenie — o jogador pode controlar através de um computador tudo o que passa pela tela do smartphone enquanto sobrevoa a 400 pés de altura.
Nesse sentido, o empresário, que diz ser um grande fã do “Pokémon Go”, garante que a experiência com a realidade aumentada — principal diferencial do game — não será comprometida com a utilização dos drones. “Nenhum caçador de Pokémons viverá somente de drones. Eles deverão ser utilizados para alcançar os Pokemóns de difícil acesso”, explica.
Ele destaca ainda que, apesar de resolver as ameaças que implicam os ambientes de difícil acesso, a jogabilidade com drones também traz algumas recomendações. “Os jogadores não podem induzir o piloto a sobrevoar multidões, não deve ultrapassar os 120 pés e deve evitar as rodovias.
Raff ainda alerta: o jogador e o piloto devem ter o cuidado para não se entreter demais com os monstrinhos e esquecer de checar a bateria do aparelho. “É preciso observar não só se o drone tem bateria para alcançar longas distâncias, mas também se será suficiente para retornar. Caso contrário, ele simplesmente desce, independentemente do local, com o smartphone e tudo”.
Pokédrone
A empresa norte-americana TRNDlabs não perdeu tempo e já desenvolveu o que seria uma evolução da proposta inicial de acoplar smarthphones a drones em busca de Pokémos. Trata-se do Pokédrone, um gadget específico para o jogo, lançado em parceira com a produtora do “Pokemón Go”, a Niantic, que permite que o drone se transforme em uma extensão do smartphone, transferindo o GPS e a câmera do celular para o próprio drone.
Para Raff, contudo, a novidade norte-americana não é uma ameaça aos planos de expandir os negócios. “Ainda está em fase de teste e provavelmente vai demorar muito para chegar no Brasil. Estou aproveitando o momento de alta do jogo, pois, demandas já temos”.

PORTAL BOA INFORMAÇÃO (AL)


Marinha dispara no quadro das medalhas do Brasil

Dos 17 atletas que já asseguraram medalhas olímpicas nos Jogos do Rio de Janeiro, apenas dois – o ginasta Diego Hipolyto, prata na ginástica artística, e o canoísta Isaquias Queiroz, prata e bronze na canoagem – não estão vinculados às Forças Armadas. Na disputa entre os brasões, a liderança é da Marinha, com três ouros – Martine Grael e Kahena Kunze (vela), Rafaela Silva (judô) e Robson Conceição (boxe) – e um bronze, com Mayra Aguiar (judô). O número crescerá esta noite, quando a dupla Alisson e Bruno Schmidt, também da Marinha, disputará o ouro no vôlei de praia. Mesmo que percam, a prata está garantida.
A vice-liderança é da Aeronáutica, com o ouro de Thiago Braz (atletismo), duas pratas – com Ágata e Bárbara (vôlei de praia) e Arthur Zanetti (ginástica artística) – e um bronze com Arthur Nory (ginástica artística). Já o Exército é representado por Felipe Wu (tiro), o primeiro brasileiro a conquistar uma medalha (de prata) no Rio, e Poliana Okimoto (maratona aquática) e Rafael Silva (judô), que ficaram com o bronze.
Até o fim desta tarde, o Brasil contava com 14 medalhas: quatro de ouro, cinco de prata e cinco de bronze. A décima-quinta, dourada ou prateada, virá da disputa na areia. Na Marinha, Bruno e Alisson ocupam o posto de terceiro-sargento. Desde o início das competições, os brasileiros se acostumaram a ver atletas batendo continência no pódio durante a cerimônia de premiação. Nesta tarde foi a vez das jovens velejadoras Martine Grael e Kahena Kunze, vencedoras da Classe 49er FX, repetirem o gesto.
Os números alcançados pelos atletas militares este ano superam, com sobras, os obtidos na última Olimpíada, em Londres. Em 2012, apenas cinco dos medalhistas eram apoiados pelas Forças Armadas. A influência militar chamou a atenção no Pan-Americano de Toronto, em 2015, quando a maioria dos 67 brasileiros que subiram ao pódio prestou continência durante a cerimônia de premiação. Na época, o ato causou polêmica. Mesmo assim, o Comitê Olímpico Internacional (COI) decidiu não proibi-lo.
Defesa e Esporte
De todos os 462 brasileiros convocados para os Jogos Olímpicos no Rio, 145 (31%) são ligados às Forças Armadas. Quase todos ingressaram por meio do Programa Atletas de Alto Rendimento, uma parceria dos ministérios do Esporte e da Defesa. A seleção é feita com base no resultado dos atletas. Criado no governo Lula em 2008, o programa prevê investimento anual de R$ 18 milhões em salários, organização de competições e equipamentos. Além de apoiar o esporte nacional, o programa favorece o resultado dos brasileiros nos campeonatos militares internacionais.
Como terceiro sargento das Forças Armadas, cada atleta tem direito a um soldo de R$ 3,2 mil brutos, a seguro médico e a utilizar as instalações do Exército, da Aeronáutica ou da Marinha. Os competidores também podem acumular outras ajudas do governo, como o Bolsa Atleta e o Bolsa Pódio, além de patrocínios particulares. Algumas seleções são compostas apenas por militares. No judô, por exemplo, todos os homens são do Exército e todas as mulheres, da Marinha.
O apoio, porém, gera questionamentos de integrantes da delegação brasileira. Técnico do ginasta Arthur Zanetti, Marcos Goto criticou o apoio dado pelos militares. “Eles não treinam lá, são apenas contratados por eles. Quem dá treino para os atletas sou eu, não os militares”, disse o treinador logo após o atleta, ouro em Londres, conquistar a medalha de prata no Brasil. Goto cobrou que o apoio se desse na formação de crianças em atletas.
Após a declaração, o técnico foi procurado por militares e reviu sua crítica, segundo ele, após tomar conhecimento da existência de projetos voltados para a formação de atletas de base. “De jeito nenhum foi uma crítica ao que os militares fazem. Só dei minha opinião pessoal. Hoje fiquei sabendo que existem projetos que fomentam o esporte. Para mim é uma alegria saber. Tanto eu quanto a opinião pública não sabíamos disso. Então hoje o país está sabendo. Vamos olhar pelo lado bom: acabamos sabendo que existem projetos”, disse o treinador ao Globo.
Diretor do Departamento de Desporto Militar, o almirante Paulo Zuccaro comemorou os resultados obtidos pelos atletas militares. “A nossa avaliação a respeito de nossos atletas militares é a melhor possível. Nossa meta era de conseguirmos dobrar nossa participação em relação aos Jogos Olímpicos de Londres, tanto no número de atletas militares participantes quanto em termos de medalhas conquistadas”, afirmou.
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