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NOTIMP - Noticiário da Imprensa - 18/03/2015

FAB completa marca de 1.000 horas de voo com caças A-1M ...




Esquadrão Adelphi recebeu o primeiro A-1M, versão modernizada do Caça A-1 com radar multimodo, em setembro de 2013 ...



O Esquadrão Adelphi completou 1.000 horas de voo com suas aeronaves de caça A-1M. A unidade da Força Aérea Brasileira é a única que opera essas aeronaves. O marco foi alcançado com uma missão de apoio aéreo aproximado, realizada na última semana durante o Exercício Boca do Monte, na Base Aérea de Santa Maria (RS). Desenvolvido pelo Brasil em parceria com a Itália, o caça A-1 entrou em operação na FAB em 1989. Em setembro de 2013, o Esquadrão Adelphi recebeu o primeiro A-1M, versão modernizada com radar multimodo, novos sistemas de navegação e mira, equipamentos para enganar os sistemas de guiagem de mísseis inimigos e uma cabine mais moderna, entre outras modificações ...







Acompanhe aqui o Noticiário relativo ao Comando da Aeronáutica veiculado nos principais órgãos de comunicação do Brasil e até do mundo. O NOTIMP apresenta matérias de interesse do Comando da Aeronáutica, extraídas diretamente dos principais jornais e revistas publicados no país.




PORTAL G-1


Militar da AFA morre e outros 3 ficam feridos após colisão em Pirassununga

Veículo em que soldados estavam bateu contra caminhão na SP-201. Vítimas foram socorridas em estado grave para a Santa Casa da cidade.

Um soldado da Academia da Força Aérea (AFA) de Pirassununga (SP) morreu e outros três ficaram feridos após o carro em que estavam colidir contra um caminhão na Rodovia Prefeito Euberto Nemésio Pereira de Godoy (SP-201), na segunda-feira (16), próximo à ponte de acesso ao distrito de Cachoeira de Emas. A AFA informou nesta terça-feira (17) que lamenta o fato e que presta auxílio às vítimas e às famílias.
As vítimas foram socorridas em estado grave para a Santa Casa da cidade, onde permanecem internadas. Dois militares sofreram traumatismo craniano e estão em coma induzido, enquanto um terceiro teve inchaço cerebral e permanece em observação para a realização de exames, informou o hospital nesta terça-feira.
Segundo a Polícia Civil, o carro em que os militares estavam, um Gol preto, seguia para Santa Cruz das Palmeiras, cidade onde todos moravam. Por motivos ainda desconhecidos, o o motorista do veículo teria perdido o controle da direção, o que fez o carro invadir a pista contrária e bater contra o caminhão que trafegava no sentido oposto.
Socorro
O soldado Caio Augusto da Silva, de 19 anos, que estava sentado no banco de passageiro ao lado do condutor morreu no local. Os militares Luiz Fernandes Ramalho Lorentz, Luan Henrique Germano Costa e Erenilson de Lima Ricarte foram socorridos por equipes do Corpo de Bombeiros e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Pirassununga e levados para o Pronto-Socorro da Santa Casa.
Segundo informações do boletim de ocorrência, o motorista do caminhão foi submetido ao teste do bafômetro, mas o resultado deu negativo. O caminhoneiro relatou à Polícia Militar que chegou a sinalizar com o farol, contudo, o motorista do carro não conseguiu desviar.
O caminhoneiro disse ainda que no momento do acidente, não chovia, mas a pista estava molhada devido a uma pancada de chuva momentos antes da colisão.
Funeral
O corpo do militar foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) de Limeira. O velório e o enterro devem ocorrer nesta terça-feira em Santa Cruz das Palmeiras.
A AFA informou que o soldado morto estava na Força Aérea Brasileira desde março de 2014. A academia disse ainda que presta serviço funeral e de assistência social à família da vítima e que auxiliou no socorro e presta auxílio médico aos três soldados que estão internados.

Drone que anda sobre a água faz filmagens ao vivo e transporta objetos


Juliana Pixinine

O Splash Drone é um quadricóptero totalmente à prova dágua com características úteis e que permitem que ele pouse e flutue na água. O modelo foi feito pensando nos usuários da GoPro que praticam esportes na água ou atividades ao ar livre. Além de carregar objetos, o drone também conta com um sistema de alargamento que pode ser usado em situações de emergência. O projeto está fazendo sucesso no site de financiamento coletivo Kickstarter.
O dispositivo, feito com fibra de carbono e desenvolvido pelo americano Alex Rodriguez, pode ser controlado de duas formas diferentes, por controle remoto ou aplicativo para smartphone. O controle remoto permite que você voe em um GPS assistido, modo de atitude ou paire sobre uma posição para capturar sua ação, além de poder retornar ao local de lançamento e automaticamente aterrissar ao toque de um botão.
Já com o aplicativo, disponível somente para o sistema operacional Android, você pode voar em uma missão conjunta, basta ativar o modo com o recurso “Siga-me”. O gadget conta com um dispositivo de liberação de carga útil. Ou seja, ele carrega objetos, podendo soltar balões de água ou garrafas, por exemplo. Ele tem autonomia de voo de 17 minutos e transmite vídeos via wireless.
O Splash Drone já ultrapassou a meta de U$ 17.500 (cerca de R$ 56.451,50), arrecadando, até agora, mais de sete vezes o valor da meta inicial, com U$ 126.613 (cerca de R$ 408.428,22). Ele pode ser enviado para o Brasil e os preços variam dependendo do kit, sendo o DIY (“Do It Yourself”, ou seja, um “Faça você mesmo” para montar em casa) o mais barato, por U$ 389 (cerca de R$ 1.254,84). Já o modelo pronto mais barato caro custa U$ 799 (cerca de R$ 2.577,41) e vem junto com o suporte para a GoPro.

MIT, nos EUA, aprova número recorde de estudantes brasileiros este ano

Quatro jovens foram aprovados e mais quatro estão na lista de espera. Alunos agora aguardam resultado do pedido de bolsa de estudos.

Paulo Guilherme

O número de estudantes brasileiros aceitos pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos, uma das instituições de ensino superior mais prestigiadas do mundo, foi recorde este ano, segundo os representantes do instituto no Brasil. Ao todo, quatro alunos tiveram seus pedidos de aplicação aprovados e quatro ficaram na lista de espera do MIT. O melhor desempenho até então foi em 2013, com quatro aprovados e três na lista de espera. O resultado foi divulgado diretamente para os alunos no sábado (14).
"Dos mais de 600 inicialmente interessados no curso de graduação do MIT, tivemos um recorde de 115 candidatos que completaram o processo de aplicação. Destes, 17 excelentes candidatos brasileiros foram filtrados para a fase final da seleção", destaca a doutora Elaine Lizeo, do MIT Educational Council, coordenadora do time de entrevistadores no Brasil, ex-alunos do MIT, atualmente empresários, altos executivos e consultores.
O G1 destacou na terça-feira (16) a história de um desses aprovados, o estudante Gustavo Torres da Silva, de São Paulo, morador do bairro do Capão Redondo e bolsista no Colégio Santo Américo. Os outros alunos aceitos foram Allan dos Santos Costa, do Colégio COC de Bauru (SP); Felipe Alex Hoffman, de Erechim (RS), que atualmente está no Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), em São José dos Campos (SP); e Mateus Bezrutchka, de Taboão da Serra (SP), aluno do Colégio Etapa.
Eles esperam agora a resposta ao pedido de bolsas de estudo (parcial ou integral) do MIT. O curso de graduação custa em média US$ 65 mil por ano.
Outros quatro alunos brasileiros estão na fila de espera aguardando alguma desistência: Matheus Carius Castro, do Colégio Farias Brito, de Fortaleza; Felipe Pires, do Cefet-RJ; Samuel D. Gollob, da Escola Americana de Belo Horizonte; e Chungmin Lee, da Escola Graduada de São Paulo.
Do ITA para o MIT
Felipe Alex Hofmann, de 18 anos, foi aprovado em dezembro para o curso de engenharia aeroespacial do ITA. Ele disse ter ficado muito surpreso com a notícia da aprovação no MIT. "Fiz o application para algumas universidades americanas, como Harvard, Yale e Stanford. Mas jamais imaginei que passaria no MIT", comemorou Felipe, que ainda espera a resposta das outras universidades, mas está decidido a ir mesmo para o instituto de tecnologia.
Filho de um tenente-coronel da Polícia Militar e uma enferemeira em Erechim, o estudante participou de várias olimpíadas científicas no ensino médio. "Foi muito bom para mim. No interior do Rio Grande do Sul a gente não fica sabendo muito dessas olimpíadas. Então decidi correr atrás e participei de olimpíadas de vários temas, como robótica, linguística e biologia", diz Felipe. O jovem até criou site virandoolimpico.com com exercícios e aulas para quem quer participar destas competições.
Ansioso para esta nova fase de sua vida, Felipe colocou como foto do seu perfil no Facebook a frase "Partiu mudar o mundo". Allan e mais cinco estudantes representaram o Brasil nas Olimpidas de astrofísica na Grécia
De Bauru para Boston
Allan dos Santos Costa, de 17 anos, já foi notícia no G1 quando ganhou medalhas em olimpíadas científicas, entre elas um bronze na Olimpíada de Astrofísica na Grécia. "Essas olimpíadas atuam não só na parte do domínio do conhecimento, mas nos abre uma visão de mundo incomparável", destaca o jovem. "Temos contato com tecnologia de faculdade, algo que não encontramos no ensino médio, e fazemos um grande networking com gente de várias partes do mundo."
No MIT, Allan pensa em explorar áreas além das exatas. "Meu plano agora é fazer biotecnolgia e engenharia biológica. Seria meu curso principal. Quero fazer como curso secundários em humanas como relações internacionais e história ou em química."
O jovem pratica capoeira há dois anos e meio, e diz que o esporte foi fundamental no seu sucesso. "A filosofia da capoeira ensina a não querer lutar contra a vida, mas a dançar com ela. Temos de olhar os obstáculos não de forma agressiva, mas levar com fluidez e saber dançar como que a vida nos oferece."
De Taboão da Serra para os EUA
Mateus Bezrutchka, de 18 anos, começou a se destacar em olimpíadas de matemática no final do ensino fundamental. Ganhou uma bolsa de estudos do Colégio Etapa onde cursou todo o ensino médio. Este ano, passou no vestibular da Fuvest para o curso de ciências da computação da USP.
"Fiquei muito surpreso com minha aprovação no MIT. Tinha muita gente qualificada concorrendo", afirma Mateus. Filho de um dono de uma banca de livros e uma dona de casa, Mateus espera conseguir a bolsa integral para poder estudar no MIT. "Apliquei para outras universidades, mas o MIT é uma das minhas primeiras opções. Vai depender de conseguir a bolsa", afirma.
Desde pequeno Mateus gosta de mexer com computação. Ele se destacou em competições internacionais de informática e, no ano passado, ganhou a medalha de prata na Olimpíada Internacional de Informática realizada em Taiwan.
"O principal para conseguir um bom resultado na vida escolar é você descobrir o que realmente gosta de fazer", ensina Mateus. "As universidades americanas, pelo processo ser bem complexo, procura nãoapenas bons estudantes, mas alguém que tenha a paixão por alguma coisa. A minha paixão pela computação foi demonstrada."

Do Capão Redondo para o mundo
O estudante Gustavo Torres da Silva, de 17 anos, já havia sido selecionado em dezembro em uma das mais renomadas universidades do mundo, a Universidade Stanford, nos Estados Unidos, para cursar engenharia física, e agora passou no MIT. Gustavo ainda não decidiu em qual universidade norte-americana vai estudar. Ele pretende fazer engenharia elétrica e computação.
Sobre suas conquistas, o jovem do Capão Redondo, na Zona Sul de São Paulo, que ganhou uma bolsa de estudos para fazer o ensino médio no Colégio Santo Américao, no Morumbi, diz que todo sonho é possível. "Sou um cara normal vindo da periferia. Consegui chegar em uma coisa grande. É uma sensação boa saber que não é uma conquista só para mim, muita gente está se inspirando nisso", explica Gustavo.
COMO SE CANDIDATAR A UMA VAGA NO MIT
Para entrar no MIT, o aluno precisa passar por um processo de aplicação onde constam:
- ensaios escritos pelos jovens com temas definidos pelo Instituto
- dois exames específicos (matemática, física, química e biologia) chamados de SATII
- duas cartas de avaliação (uma de um professor da área de exatas e outra de um professor da área de humanas)
- entrevista
- histórico escolar do ensino médio
- preenchimento de dados biográficos e menção a trabalhos desenvolvidos na comunidade, nas áreas humana e científica
- prêmios obtidos, medalhas conquistadas em competições nacionais e internacionais, entre outras conquistas do candidato

'Desespero. Sono está incontrolável', relata piloto de avião perto de pouso

Jornadas de trabalho dos pilotos e copilotos têm produzido queixas. Esse perigo escondido nas cabines é considerado fator de risco para acidentes.

No Brasil, as jornadas de trabalho dos pilotos e copilotos têm produzido queixas. E eles próprios decidiram registrar o motivo.
A conversa entre piloto e copiloto mostra que essa é uma hora difícil.
Piloto: Agora são 6h01 da manhã. Já estamos acordados aí há mais de 5 horas. O dia amanhecendo fica cada vez mais difícil se manter acordado.
Para mostrar uma rotina que classificam como cada fez mais cansativa piloto e copiloto registraram alguns de seus piores momentos.
Piloto: 1h10 da manhã agora. Segunda noite sem um sono decente.
A sequência de dias voando de madrugada é a principal queixa. “2h55 da manhã. Após menos de duas horas de sono, estou esperando o ônibus para prosseguir para Guarulhos”, informa um piloto.
Sono, fadiga e a imensa responsabilidade de transportar dezenas, centenas de vidas.
Piloto: Nesse momento estamos em descida e aproximação pro nosso destino. Bate um certo desespero porque o sono está incontrolável.
Esse perigo escondido nas cabines é considerado fator de risco para acidentes. Desde 2011 os órgãos máximos da aviação mundial recomendam que as empresas aéreas façam o chamado gerenciamento de risco e fadiga, mas no Brasil ainda não há norma, nem lei para isso.
A lei aqui é de 1984, época em que quase não se voava de madrugada. Mas só nos últimos 12 anos o número de passageiros saltou de 36 milhões para 105 milhões. Pousos e decolagens acontecem nas 24 horas do dia. Enquanto grandes empresas do mundo respeitam a limitação de duas madrugadas de voo para uma de sono, aqui tivemos acesso a escalas de três, quatro, até cinco noites sem dormir.
“Quanto maior o número de noites trabalhadas, principalmente de noites consecutivas trabalhadas, maior o risco de a pessoa adormecer durante o trabalho”, aponta Frida Marina Fischer, prof. Fac. Saúde Pública – USP.
Por isso o Sindicato dos Aeronautas reivindica mudanças. Quer a aprovação de lei que está no Congresso pedindo limitação de duas madrugadas seguidas e um número maior de folgas.
“Eu diria que hoje o risco é controlado, mas de curto a médio espaço de tempo, se nada for feito, em relação as nossas escalas, a aviação pode estar em risco, a segurança pode ser afetada e os passageiros também”, avalia Adriano Castanho, pres. Sind. dos Aeronautas.
O representante das empresas diz que um acordo sobre a jornada de trabalho deve ser firmado no Tribunal Superior do Trabalho até meados do ano, mas nega que a aviação brasileira esteja em risco.
“Esse debate, que está aberto agora, está muito mais vinculado à qualidade de vida da nossa tripulação, que é uma demanda correta. A aviação brasileira é segura. Extremamente segura”, garante Eduardo Sanovicz, pres. Ass. Bras. Empresas Aéreas.

PORTAL R7


Haiti expressa preocupação com segurança nas eleições após retirada da ONU

ONU planeja retirada progressiva de seus soldados do Haiti. Autoridades locais discordam.

O governo e as autoridades eleitorais do Haiti expressaram nesta segunda-feira (16), menos de 24 horas depois da convocação oficial para as eleições gerais deste ano, sua preocupação em torno da segurança do pleito perante uma eventual retirada de tropas da ONU de algumas regiões do país.
O ministro haitiano a cargo dos assuntos eleitorais dentro do governo, Fritz Jean-Louis, disse que a ausência das tropas da ONU em seis das 10 regiões em que se divide o país representa um perigo para o êxito das eleições presidenciais, legislativas e municipais.
"A retirada das tropas da ONU nestas regiões durante as eleições é uma grande preocupação, não só para o governo, mas também para vários países e outros parceiros que apoiam o processo eleitoral", disse Jean-Louis à Agência Efe nesta segunda-feira.
De acordo com o ministro, a Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah) executa um plano de retirada progressiva de seus soldados e policiais, que finalizaria em dois anos.
"É verdade que queremos nacionalizar o processo eleitoral para que o país e sua gente possam assumir plenamente a responsabilidade de fazer frente a todos os aspectos da organização das eleições", explicou Jean-Louis, "mas isto deve ser feito de uma maneira que nos permita, primeiro, superar nossas deficiências", acrescentou.
Durante uma visita ao Haiti de uma delegação do Conselho de Segurança da ONU no início deste ano, o ministro de Justiça e Segurança Pública haitiano, Pierre Richard Casimir, solicitou aos membros da comissão que o número de boinas azuis no Haiti permaneça intacto e que se congele a rotação de tropas até depois da realização das eleições.
As autoridades eleitorais locais também estão muito preocupadas pela notícia da retirada das tropas da ONU das regiões Nordeste, Noroeste, Central, Grand Anse, Nippes e Sudeste. Durante as eleições, as tropas da ONU só estariam presentes nas regiões Norte, Artibonite, Sul e Oeste.
"Esta é uma notícia muito ruim para o processo eleitoral, porque a ONU foi fundamental para a segurança das eleições e no dispositivo logístico no Haiti nos últimos anos", afirmou à Efe o membro do Conselho Eleitoral Provisório (CEP), Néhémie Joseph.
Joseph explicou que todas as cédulas e outros materiais eleitorais sensíveis são normalmente assegurados e transportados de todo o país até os centros de votações. "Esta é uma grande operação e a missão da ONU utiliza seu próprio pessoal com a experiência necessária e seu próprio orçamento para fazer tudo isso", detalhou Joseph.
Nesse sentido, Joseph considerou que a polícia nacional não tem o pessoal adequado, os veículos e a experiência para ter êxito em uma operação deste tipo. O presidente do Haiti, Michel Martelly, emitiu ontem um decreto convocando a população a participar das eleições, cuja primeira data será 9 de agosto de 2015, quando se realizará o primeiro turno do pleito para escolher os parlamentares, enquanto em 25 de outubro começa a primeira fase da eleição presidencial.
As eleições locais e o segundo turno das eleições parlamentares estão programadas para 27 de dezembro, assim como o segundo turno da eleição presidencial, caso seja necessário.
Por outra parte, a rádio haitiana informou nesta segunda-feira que pelo menos cinco pessoas ficaram feridas durante o fim de semana na cidade sulina de Petit-Goave, em consequência de enfrentamentos entre partidários de dois candidatos a cargos locais.

JORNAL TRIBUNA DO NORTE (RN)


Após motins, Força Nacional chega a Natal


Em estado de calamidade pública no Sistema Penitenciário, Natal começa a receber reforços da Força Nacional de Segurança. Um avião C130 da Força Aérea Brasileira, com capacidade de 90 passageiros e 10 toneladas, aterrissou na Base Aérea de Natal, na manhã desta terça-feira (17). Ao todo, 79 homens da Força Nacional desembarcaram.
Os homens desembarcaram junto com equipamentos que deverão ser utilizados nas operações para conter a onda de violência nas unidades prisionais do Estado. Os militares estão sendo transportados em quatro ônibus do Governo até o Centro de Atenção Integrada à Criança (CAIC), no bairro de Lagoa Nova, Zona Sul de Natal, e, em seguida, serão redirecionados para os presídios que tiveram motins durante ontem e hoje.
Ao todo, serão 200 policiais militares da Força Nacional de Segurança atuando no Rio Grande do Norte.
CAOS NA CAPITAL - Ao longo da segunda-feira (16), cinco ônibus e uma viatura da Polícia Militar foram incendiados na Grande Natal, no Rio Grande do Norte. Os veículos ficaram parcial ou totalmente destruídos. O primeiro atentado ocorreu no fim da tarde de ontem, quando um ônibus da Linha 72, da empresa Guanabara, foi parcialmente incendiado na Zona Norte de Natal. Quatro homens renderam o motorista e cobrador, enquanto ordenavam que os passageiros descessem. Em seguida, espalharam gasolina e atearam fogo e fugiram sem identificação. As labaredas foram controladas.
PRESÍDIOS - Série de rebeliões que ocorrem desde a semana passada nos presídios do Rio Grande do Norte levou o governo do Estado a decretar situação de calamidade do sistema prisional. A medida será publicada no Diário Oficial desta terça. Os tumultos atingiram seis unidades prisionais do estado e levaram à exoneração do secretário Estadual de Justiça e Cidadania do Rio Grande do Norte Zaidem Heronildes da Silva Filho. Na noite desta segunda-feira, quatro ônibus foram incendiados e as empresas dos coletivos recolheram os veículos, temendo mais ataques. A Secretaria Estadual de Segurança Pública e Defesa Social (Sesed) apura se os ataques têm relação com as rebeliões.
O governo solicitou auxílio da Força Nacional e do Departamento Penitencário Nacional. Medidas de emergência serão adotadas como forma de restabelecer a normalidade do sistema prisional. Uma força-tarefa foi criada para adotar e executar medidas urgentes, como construção, restauração das unidades parcialmente destruídas, reformas, adequações e ampliações com objetivo de criação de novas vagas.

PORTAL BRASIL


Inpe sedia reunião sobre radiocomunicações

Comissão Brasileira de Comunicação da Anatel tratou de temas relacionados à distribuição de frequências de interesse científico

Membros do Grupo Relator de Radiocomunicações (GRR4) da Comissão Brasileira de Comunicação da Anatel (CBC2) reuniram-se no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em São José dos Campos (SP). Atualmente, o grupo é liderado pelo Instituto.
Entre os temas tratados, foi analisado o compartilhamento de faixas de frequências entre diversas atividades científicas, como a radioastronomia, a observação da Terra, a meteorologia e outros serviços em telecomunicações (telefonia móvel, radiodifusão e radionavegação), para a proteção de trabalhos do Inpe e de outras instituições, como o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), o Inmet, o Cemaden e o Observatório Nacional (ON).
“As discussões deram ênfase ao posicionamento do GRR4 em diversos itens de agenda relativos a serviços científicos que serão tratados na Conferência Mundial de Radiocomunicações, que ocorre neste ano na União Internacional de Telecomunicações (UIT), órgão da ONU. No evento será redigido o novo Regulamento de Rádio que rege o uso do espectro eletromagnético nas diversas regiões do planeta”, explica o engenheiro do Inpe, explica Carlos Gonçalves, que coordena o GRR4.
“Também abordamos temas importantes para o Brasil que estão na pauta de discussões nos órgãos internacionais, com o objetivo principal de defender os interesses dos serviços científicos quanto ao uso do espectro eletromagnético e assessorar a Anatel nas questões internas relacionadas com o compartilhamento e distribuição de frequências no País”, completou Gonçalves.
Participaram da reunião na última semana o vice-coordenador da CBC2 da Anatel e líder da preparação para a Conferência Mundial de Radiocomunicações, Tarcísio Bakaus. Além dos integrantes do Grupo de Gerenciamento de Espectro do Instituto, participaram especialistas do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTec), do IAE, do IFI e da Intel.

Brasileiros ganham destaque internacional com artigo sobre fibra óptica

Grupo de pesquisadores desenvolveu sensor de fibra óptica que permite monitorar a pressão em dois diferentes pontos de um material

Um dos 20 artigos científicos sobre fibra óptica mais baixados da internet em 2014 em todo o mundo foi elaborado pela equipe do Instituto de Estudos Avançados (IEAv), órgão ligado ao Comando da Aeronáutica. A constatação foi da Optical Society of America (OSA), uma das sociedades internacionais mais respeitadas na área de fotônica. Entre os 20 estudos referentes a pesquisas científicas que foram destacados pela OSA, apenas esse foi desenvolvido em instituições sul-americanas.
O grupo de pesquisadores, ligado ao Laboratório de Eletromagnetismo Computacional (LEC), desenvolveu, em parceria com cientistas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), um sensor de fibra óptica que permite monitorar, de forma independente, a pressão em dois diferentes pontos da fibra. O artigo demonstra a técnica baseada no uso de fibras ópticas micro-estruturadas birrefringentes, especialmente fabricadas pela equipe de pesquisa, para ter alta sensibilidade à pressão.
O tipo de sensor desenvolvido e sua técnica de monitoração têm potencial para várias aplicações nas áreas militar e civil. O sensor possibilita monitorar a pressão em sistemas aeronáuticos, tais como pressurização de cabine, sistema de lubrificação e injeção de combustível. Além disso, pode ser empregado no setor espacial, em aeronaves e em trajes espaciais.
As aplicações civis são muitas, pois sensores de pressão são empregados no monitoramento de processos em indústrias químicas, de alimentos, no setor farmacêutico e no setor de petróleo. O monitoramento óptico de pressão de dois pontos da fibra, de forma independentemente e com baixo custo, é um grande diferencial do IEAv, já que a monitoração distribuída de pressão com fibras ópticas ainda é um desafio técnico a ser superado.
Segundo um dos autores do artigo, o pesquisador Marcos Antônio Ruggieri Franco, o próximo passo do projeto é o desenvolvimento de uma fibra óptica que permita o sensoriamento em diversos pontos, a chamada multiplexação. “O mundo todo, hoje, busca por uma solução para medições de pressão através de sensores ópticos, pois eles são úteis em inúmeras situações. No caso de perfuração de um poço de petróleo do pré-sal, por exemplo, o uso de uma fibra que percorresse todo o poço e fornecesse à equipe monitoramento de pressão em vários pontos, aumentaria a eficiência do processo e diminuiria o risco de acidentes”, ressalta.

FAB completa marca de 1.000 horas de voo com caças A-1M

Esquadrão Adelphi recebeu o primeiro A-1M, versão modernizada do Caça A-1 com radar multimodo, em setembro de 2013

O Esquadrão Adelphi completou 1.000 horas de voo com suas aeronaves de caça A-1M. A unidade da Força Aérea Brasileira é a única que opera essas aeronaves. O marco foi alcançado com uma missão de apoio aéreo aproximado, realizada na última semana durante o Exercício Boca do Monte, na Base Aérea de Santa Maria (RS).
Desenvolvido pelo Brasil em parceria com a Itália, o caça A-1 entrou em operação na FAB em 1989. Em setembro de 2013, o Esquadrão Adelphi recebeu o primeiro A-1M, versão modernizada com radar multimodo, novos sistemas de navegação e mira, equipamentos para enganar os sistemas de guiagem de mísseis inimigos e uma cabine mais moderna, entre outras modificações.
A modernização é realizada na fábrica da Embraer em Gavião Peixoto (SP). Até agora, o Esquadrão Adelphi, sediado na Base Aérea de Santa Cruz, no Rio de Janeiro, recebeu três A-1M. Os Esquadrões Poker e Centauro, ambos da Base Aérea de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, operam as versões A-1A e A-1B.

Militares concluem exercício no Centro de Lançamento de Alcântara

Objetivo foi desenvolver e aprimorar habilidades que capacitem os militares a se conduzirem como combatentes

Militares do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão, concluíram o exercício de campanha do Estágio de Adaptação e Serviço (EAS) e do Estágio de Adaptação Técnico (EAT).
Durante três dias, eles enfrentaram situações em que o indivíduo precisa sobreviver com poucos recursos em ambiente de selva, a exemplo de acidentes aéreos, combate ao inimigo e realização de resgate. O objetivo é desenvolver e aprimorar habilidades que capacitem os militares a se conduzirem como combatentes.
No conteúdo programático do exercício, os 12 estagiários das especialidades de medicina, odontologia, enfermagem e farmácia enfrentaram diversas adversidades.
Eles passaram por instruções de orientação no terreno; sobrevivência na selva, com a construção de abrigos e armadilhas, obtenção de água e fogo, além de preparo de alimentos de origem animal e vegetal; transporte de feridos; transposição de obstáculos; técnicas de camuflagem; prática de marcha a pé; confecção de nós e amarrações; táticas de segurança e defesa em campanha; e acuidade auditiva, visual, olfativa e tátil.
As atividades foram encerradas em cerimônia militar presidida pelo Vice-Diretor do CLA. Na solenidade, os futuros oficiais da Força Aérea Brasileira receberam os distintivos e insígnias do uniforme camuflado.
O término da primeira fase do EAS e EAT no CLA está marcado para a próxima sexta-feira (20), quando os estagiários serão declarados Aspirantes-a-Oficiais do Quadro de Oficiais Convocados (QOCon). Após seis meses, os aspirantes serão promovidos a Segundo Tenente, podendo permanecer na FAB por até oito anos, prorrogável por mais um ano.

JORNAL ESTADO DE MINAS


Morte e vida Rayline: Estado de Minas conta história de tragédia que comoveu o país

O Estado de Minas conta a história por trás de duas mensagens que comoveram o Brasil, em março de 2014. A tragédia, o luto e o nascimento de uma nova brasileira chamada Rayline

Daniel Camargos

Santarém e Fordlândia (PA) - Rayline marcou três gols pelo time Jardim Santarém na vitória por 5 a 0 ante o Atlético Mararu na Copa Norte de futebol amador, realizada em um campo de terra, com muita areia, no bairro do Santíssimo, em Santarém. Os gols levaram a equipe para a final do torneio, mas ela não pôde disputar o jogo decisivo e suas companheiras foram derrotadas. Após a partida, Rayline foi para a casa da tia Marilena, que pintou as unhas da sobrinha com esmalte e ajudou a preparar o “rancho”, como é nomeada a caixa com mantimentos que ela levava para passar vinte dias na aldeia indígena munduruku Sai Cinza, em Jacareacanga.
Rayline Sabrina Brito Campos, 26 anos, era técnica em enfermagem e prestava serviço para a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), órgão vinculado ao Ministério da Saúde. Permanecia 20 dias por mês na aldeia, atendendo aos índios. Os outros 10 dias dividia entre Santarém (cidade-polo do Oeste do Pará, com quase 300 mil habitantes), onde vivia parte da família; e Fordlândia, terra natal dela, pequena vila de Aveiros, com menos de 1 mil moradores às margens do Rio Tapajós e distante cinco horas, navegando em lancha, de Santarém.
Os verbos estão no passado porque Rayline está morta. Foi uma das cinco vítimas de acidente aéreo no dia 18 de março de 2014. Apesar do ano que se passou, o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), órgão vinculado à Força Aérea Brasileira (FAB), ainda não concluiu o laudo com as investigações. Não se sabem, portanto, as causas da tragédia e não há prazo para a entrega do relatório. Sem os documentos, é impossível indenizar as famílias vitimadas pela tragédia.
Além de Rayline, outras duas técnicas de enfermagem (Luciney Aguiar de Sousa e Raimunda Lúcia da Silva Costa), um motorista (Ari Lima) e o piloto do avião bimotor (Luiz Feltrin) perderam a vida. Minutos antes de o avião cair, Rayline conseguiu enviar duas mensagens de celular para o tio, Rubélio Pereira dos Santos. Na primeira mensagem pedia ajuda e avisava que um dos motores do avião bimotor havia parado: “Tio to em temporal e um motr parou avisa a mae q amo muit tods ...”. Na segunda mensagem, pedia socorro.

O acidente aconteceu 10 dias depois do sumiço do avião que fazia o voo 370 da Malaysia Airlines, que sobrevoava o Mar da China, no golfo da Tailândia, com 239 pessoas, e que segue desaparecido. A coincidência ampliou a agonia dos familiares. O desaparecimento do bimotor Beechraf 58 Baron de cinco lugares em um local de floresta então incerto, entre Itaituba e Jacareacanga, tornou as buscas um desafio e envolveu equipes do Exército brasileiro, voluntários, familiares e colegas de trabalho, sob coordenação da FAB.

Não fossem as desesperadas mensagens que comoveram o país, Rayline seria mais uma entre tantas brasileiras e brasileiros invisíveis que enfrentam o desafio de povoar a imensidão territorial da Região Norte. Sua vida  - e a sua morte - seguiriam escondidas como os destroços do avião na densa mata da floresta amazônica.

Para milhares de trabalhadores da Região Norte, voar representa mais do que  luxo, ascensão social ou mero capricho. É fundamental para quem leva o mínimo de dignidade a aldeias índigenas e populações ribeirinhas. A necessidade implica em grandes riscos: somente no ano passado foram 10 acidentes aéreos no Pará, 21 nos estados da região, de acordo com o Cenipa.
Se o Pará fosse um país, seria a vigésima-segunda maior nação do planeta. A área de 1.247.954,666km² equivale a quase duas vezes a do território da França, o maior país da Europa Ocidental. As estradas do estado são péssimas e, além disso, o território é cortado por imensos e grandes rios, como Amazonas, Tapajós, Xingu, Trombetas e Araguaia, o que dificulta ainda mais os deslocamentos.
Dezesseis dias depois do sumiço do bimotor, a FAB decidiu interromper as buscas. Os familiares das vítimas foram a Brasília. Recebidos em audiência no Ministério da Defesa, pressionaram para que o poder público não desistisse de encontrar os destroços do avião. Foram atendidos, mas também organizaram uma vaquinha e arrecadaram R$ 19 mil para recompensar quem encontrasse o bimotor. O dinheiro gerou uma corrida. Uma espécie de garimpo.
Vale lembrar que a região de Itaituba, de onde o avião partiu, se destacou no mapa brasileiro pela exploração de ouro na década de 1980 até o início dos anos 1990. Em 1986, o tráfego aéreo do aeroporto da cidade foi o mais intenso entre todas as pistas da América Latina, o terceiro mais frenético do mundo. Até hoje circula na região uma história tão curiosa quanto emblemática, ocorrida em 1983: um avião Cessna 2006 pousou em cima de um Cessna 210 que aguardava para decolar. As fotos do acidente pipocam em páginas e fóruns de aviação na internet.
Em 24 de abril, 36 dias após a queda do bimotor, um garimpeiro encontrou os destroços. O enterro do corpo de Rayline aconteceu em 28 de abril, 40 dias após o acidente. Nesse ínterim, a final da Copa Norte foi realizada. “Essa situação toda abalou a gente. A Rayline era a melhor do time, se ela tivesse jogado a final poderíamos ter vencido”, entende Eleonai da Silva Filgueira, amiga de Rayline e responsável pelo convite para que a técnica em enfermagem reforçasse o ataque do Jardim Santarém.

REVISTA EXAME


Ucraniana Antonov Company quer instalar fábrica de aviões no Brasil


Leonel Rocha

A estatal ucraniana Antonov Company quer trazer para o Brasil a sua fábrica de aviões do modelo AN 38-100, de 27 lugares. O investimento de US$ 1 bilhão deve ser feito em Ilhéus, na Bahia. A empresa está de olho na promessa do governo de comprar 80 aviões turboélice para substituir os Bandeirantes, usados na fiscalização de fronteiras. Para fechar o negócio, os ucranianos procuram sócios no Brasil e sonham com um financiamento do BNDES.

OUTRAS MÍDIAS


REVISTA EXAME INFORMÁTICA (Portugal)


Pentágono quer drones que não possam ser pirateados

Os ataques informáticos podem trazer consequências desastrosas para a vida real. O Pentágono quer evitar que os helicópteros não tripulados caiam nas mãos inimigas ou que sejam vítimas de hackers.

O Pentágono está preocupado que armas e drones como o MH-6 Little Bird possam cair nas mãos dos inimigos. O drone referido, por exemplo, está equipado com misseís Hellfire e rockets Hydra, o que traz mais valor a qualquer arsenal. A preocupação principal é a possibilidade que este e outros veículos possam ser alvo de um ataque informático que consiga aterrar o drone em solo inimigo e que os militares norte-americanos possam perder o controlo.
A DARPA está a trabalhar nas defesas eletrónicas dos drones e a criar protocolos de comunicações encriptados que os tornem imunes a estes ataques. O objetivo é que só o Departamento de Justiça ou os militares autorizados possam aceder ao controlo do veículo, às comunicações e ao material de vigilância, noticia o NextGov.
A equipa do HACMS, de High-Assurance Cyber Military Systems explica que os computadores estão ligados a uma rede e em comunicações frequentes que podem ser pirateadas. O programa do HACMS identifica e elimina ameaças de segurança a um nível sistémico usando linguagem de programação proprietária, e não C++ como é habitual.
O objetivo é transitar tudo o que está programado em C++ para Ivory, esta nova linguagem, e passar a informação para a Boeing para que esta empresa possa também reprogramar o seu portefólio. A Boeing estima que consiga reprogramar 70% do seu código, cerca de 100 mil linhas, para esta nova linguagem de programação.

EL PAIS (BR)


“Os pressupostos do impeachment de Dilma não estão presentes”

GIL ALESSI
Carlos Ayres Britto sabe o que é julgar políticos corruptos. Ele foi presidente do Supremo Tribunal Federal em 2012, ano em que a Corte começou a julgar a ação penal 470, conhecida como o processo do mensalão. O resultado foi a condenação de 24 pessoas, entre políticos proeminentes – como o ex-chefe da Casa Civil José Dirceu e o tesoureiro Delúbio Soares – e empresários.
Indicado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a mais alta corte do país em 2003, Britto se aposentou compulsoriamente no final de 2012, ao completar 70 anos de idade. Considerado um juiz liberal, no Supremo o magistrado votou favoravelmente à interrupção da gravidez de fetos anencéfalos e à união homoafetiva. Em conversa por telefone com o EL PAÍS, Britto falou sobre os protestos deste domingo, sobre a operação Lava Jato, que colocou o Congresso na berlinda, e sobre o Governo de Dilma Rousseff.
Pergunta. Que leitura o senhor faz dos protestos contra o Governo no domingo?
Resposta. A ida de tanta gente às ruas é expressão de cidadania. O cidadão chega à conclusão de que tem o direito e o dever de alertar o país para os riscos da política. Eu encaro com naturalidade isso: é salutar a ocupação das ruas, ainda mais em estado de ordem, sem violação da lei. O protesto vem em uma espécie de crista de onda da insatisfação com a nossa tradição política de corrupção. É fruto do descompasso entre as expectativas sociais de representação política autêntica e a efetividade desta representação. Estamos em um momento de maturidade política após 30 anos de democracia, e o que ocorreu foi a própria cidadania sem mediação de partidos ou políticos vocalizando uma agenda para o país.
P. A resposta do Governo foi, por meio do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e do ministro da Secretária Geral da Presidência, Miguel Rossetto, anunciar novamente medidas que já haviam sido ventiladas no passado. É suficiente para acalmar o manifestante que foi às ruas?
R. Em um segundo momento [após o protesto] as instituições entram em cena. Os partidos, os órgãos do Congresso Nacional, do Executivo, enfim, as instituições públicas, precisam se posicionar. Fora das instituições não há salvação. Quem tem uma resposta no sentido de valorizar efetivamente o movimento de rua, quem teve uma resposta mais sensível, mais compatível com esse diálogo entre Governo e sociedade civil, foi o Cardozo. Ele se pronunciou bem, valorizou o movimento, no plano conceitual. Agora é partir do conceitual para o plano real, na deflagração de políticas públicas e atitudes governamentais.
P. Apesar de não terem sido a maioria, muitos manifestantes pediam a intervenção militar...
R. É uma contradição pedir a intervenção militar. As Forças Armadas foram regradas pela Constituição em um artigo que se chama ‘Da defesa do Estado e das instituições democráticas’. Nossa democracia vem funcionando a plenos pulmões, tanto é que o povo está se manifestando na rua democraticamente. O Estado de Direito está sendo observado. Nossos militares, após 30 anos de democracia ininterrupta, já internalizaram que o papel das Forças Armadas é proteger a democracia, e não golpeá-la.
P. Ganha força em alguns setores da sociedade um discurso pelo impeachment da presidenta. Qual a sua leitura disso?
R. Neste momento os pressupostos do impeachment não estão presentes. Eles se dão por crime de responsabilidade. E a presidente, no atual mandato, até onde se sabe, não cometeu delito algum.
P. O ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco disse que repassou 300.000 dólares para a campanha dela em 2010...
R. O primeiro mandato dela é página virada para fins de impeachment. E no atual mandato ela não incorreu em nenhum dos crimes de responsabilidade a que a Constituição se refere. As denúncias do Barusco referentes a 2010 não se aplicam.
P. Quais os próximos passos na Lava Jato?
R. Prevalece o dispositivo da Constituição que diz que ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal. A fase atual é de investigação criminal, nesse momento não existem culpados. Ainda não há processo propriamente dito. Pode ser que pessoas que não estavam na lista [do procurador-geral da República, Rodrigo Janot] entrem no processo, e outras que foram citadas saiam. Se essas investigações do Ministério Público resultarem na coleta de dados que apontem indícios de delitos e da autoria destes crimes, ele formulará denúncia perante o STF. Se a denúncia vier a ser aceita pelo Supremo, quem era investigado se torna réu. E a investigação muda de nome, passa a ser processo penal. Aí o MP vai aprofundar as investigações e fazer diligências no sentido de melhor desvendar a trama criminosa, identificar réus e co-réus. E são essas provas que irão pautar um futuro julgamento do caso.
P. A Lava Jato reforça a necessidade de um novo modelo de financiamento de campanha?
R. Isso [as denúncias de corrupção] comprova mais uma vez que precisamos mudar radicalmente nosso modelo de financiamento de campanhas eleitorais. Precisamos eliminar a possibilidade de empresas financiarem campanhas de partidos e candidatos. Isso é uma porta aberta para a corrupção: elas financiam para levar a parte delas. Dão uma parte para os políticos, [mas arrecadam dinheiro] graças à cobrança de sobrepreços nos contratos com a administração pública. Além disso, este modelo facilita muito a formação de consórcios e acordos espúrios, com loteamento de licitações e ajuste de preços entre as empresas. O financiamento privado abre as portas para a pior das alianças do ponto de vista ético e democrático: entre o poder político e o econômico.
P. O STF examina desde 2011 uma ação da Ordem dos Advogados do Brasil contra o financiamento privado de campanhas. O ministro Gilmar Mendes pediu para examinar o texto e desde então o processo não andou...
R. O ministro pediu vista [exame da matéria julgada] porque logicamente não se sentiu habilitado a votar e quis examinar a matéria em seu gabinete. Prefiro não dar opinião sobre a suposta morosidade dele.
P. O senhor é ex-filiado do PT. Como o enxerga o atual momento do Governo de Dilma Rousseff?
R. Saí do Supremo com uma cabeça de juiz: quando me pedem para fazer análises políticas e ideológicas de um determinado governo eu não me sinto à vontade. O ideal seria que o PT e todos os partidos encarnassem a sua ideologia estatutária. Partido é uma parcela da opinião pública, e cada partido é estruturado sobre valores. E quando eles se desviam dessas finalidades, a população fica sem base ideológica.
P. O desfecho da Lava Jato deve demorar mais do que o do mensalão?
O ideal seria que o PT e todos os partidos encarnassem a sua ideologia estatutária
R. O mensalão já era uma denúncia penal [quando foi levado ao STF]. O MP já ofereceu diretamente a denúncia contra 40 pessoas, que foi aceita pelo Supremo. Em teoria [a conclusão da Lava Jato] demorará mais. Mas por outro lado, sabemos que o MP já está trabalhando há meses com uma força tarefa neste caso, não é possível precisar quão avançadas estão as investigações.
P. Quais as semelhanças entre a Lava Jato e o mensalão?
R. Ao que parece há crimes comuns: corrupção ativa, passiva, lavagem de dinheiro, peculato e evasão de divisas. Os crimes são muitos e entrelaçados. Além disso, tudo indica que a base de inspiração [dos delitos da Lava Jato] também foi política: o dinheiro era arrecadado para repasse não apenas no plano individual, mas para os partidos políticos. Se isso ficar provado vai haver uma identidade.
P. Os partidos vão alegar que era dinheiro para campanhas...
R. Claro que os partidos e políticos vão dizer que a ideia não era comprar ninguém, e sim para ajudar na campanha, para formar caixa nas estruturas. No mensalão ninguém negou que recebeu dinheiro. Agora a desculpa – e não digo isso no sentido pejorativo - era de caixa 2. O Brasil teima demasiadamente em insistir nessas práticas. À época do mensalão se dizia apenas que era dinheiro “não contabilizado”.
P. Se não fosse pelo caso do mensalão, teria havido a Lava Jato?
R. O julgamento da ação penal 470, popularmente chamada de mensalão, foi divisor de águas para mostrar que o Supremo pode levar um processo de grande envergadura, com muitos crimes e réus que estão no topo da pirâmide econômica e política, até o fim. O STF se mostrou capaz de contar uma história processual com começo meio e fim, e se posicionar com objetividade e tecnicidade. Mandou um recado para a nação de que o princípio republicano de que ninguém está acima da lei é para valer. Foi uma contratura na impunidade. Isso claro que anima a sociedade a acreditar nas suas instâncias judiciárias e na eficácia do direito penal. O que se dizia [no mensalão] é que o processo jamais seria julgado. Quando começou o julgamento, se dizia que ele não teria fim. Quando teve fim, dizia-se que ninguém seria condenado. E o resultado todos conhecem.
P. Uma onda antipetista ganhou força este ano. Isso pode pressionar o Supremo durante o processo?
R. Eu entendo que não. O STF já deu demonstrações de ser uma instituição madura. Tão sensata quanto serena. E não só o Supremo: outras instâncias têm mostrado que o Brasil já dispõe de instituições sólidas. Como a PF, o MP, o Judiciário como um todo e o Supremo em especial. Outra instância que deu mostras de amadurecimento e responsabilidade é a imprensa, que vem funcionando no Brasil como uma instituição dotada de liberdade. Não há democracia plena sem liberdade de imprensa plena.
P. É difícil condenar políticos corruptos?
R. Já não é tão difícil. Finalmente estamos coletivamente entendendo que fora das instituições não há salvação. E isso nos alenta muito. Fora da democracia só existem lideranças populistas, carismáticas, fisiológicas e o “compadrio” impera. As instituições formam o caráter coletivo. Se o assalto ao erário nos desalenta, nos anima saber que as instituições estão reagindo com técnica e coragem. A Constituição é o nosso mais valioso patrimônio coletivo, que completa agora 27 anos. Graças a ela temos uma democracia.


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