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NOTIMP - Noticiário da Imprensa - 10/11/2014

Dólar em alta favorece títulos de dívida da Embraer ...




Os bônus da empresa com vencimento em 2023 deram retorno de 2,2% desde 24 de outubro ...



Os bônus da Embraer estão gerando um retorno sete vezes maior do que o de suas rivais devido à especulação de que o segundo mandato de Dilma resultará em um real mais fraco, o que aumentaria a receita da empresa, que realiza 90% de suas vendas em dólares. Ao mesmo tempo, o programa de aviação regional de Dilma para ampliar o tráfego em aeroportos menores ajudará a impulsionar a demanda por jatos regionais e a aumentar a carteira recorde de encomendas da Embraer, de US$ 22,1 bilhões, disse Fábio Oliveira, que supervisiona R$ 17 bilhões na GPS Investimentos Financeiros em São Paulo ...







Acompanhe aqui o Noticiário relativo ao Comando da Aeronáutica veiculado nos principais órgãos de comunicação do Brasil e até do mundo. O NOTIMP apresenta matérias de interesse do Comando da Aeronáutica, extraídas diretamente dos principais jornais e revistas publicados no país.




JORNAL TRIBUNA DA BAHIA


Aeronáutica abre portões e 30 mil visitam a Base Aérea em Salvador


Rayllanna Lima

ImagemO tradicional “Portões Abertos” da Força Aérea Brasileira levou, ontem (9), cerca de 30 mil pessoas à Base Aérea de Salvador (BASV). Além das exposições de aeronaves, acompanhamento de decolagens e sobrevoos, atrações culturais e musicais, o soteropolitano pode ainda presenciar algumas passagens baixas de um P-3AM – aeronave de patrulhamento marítimo, conhecida como guardião do pré-sal.
O “Portões Abertos” acontece anualmente, marcando uma série de comemorações que são fundamentadas no Dia do Aviador (23 de outubro) e, este ano, também comemora os 72 anos da BASV de Salvador. O evento é uma forma de estreitar relacionamento entre as Forças Armadas e a população.
“A nossa intenção é justamente transformar essa parede que talvez exista em relação às Forças Armadas em si. Esse evento é justamente pra gente fornecer ao público baiano essa oportunidade de conhecer mais sobre a nossa Base. A gente abre realmente os portões para a visitação pública, com atrações para todas as idades”, explicou o Oficial de Comunicação Social da Base Aérea de Salvador, capitão Celino.
O cap. Celino acha prazeroso ver a felicidade no rosto das pessoas ao conhecer mais sobre a Base. “As pessoas têm essa curiosidade. Todo mundo que chega aqui se encanta. Saber que vai chegar perto de uma aeronave, que vai visualizar uma aeronave acionando o motor, fazendo uma passagem, isso que dá esse gosto. É esse interesse que eleva esse evento, dando um destaque ainda melhor. Os portões foram abertos às 9h da manhã, e muitas pessoas passaram por aqui. É bonito ver a aceitação do público”, disse.
Além do P-3AM, outra grande atração foi a aeronave A-29 SuperTucano da Esquadrilha de Fumaça. Além destas exposições, miniaturas de aeronaves também foram expostas pela Associação de Aeromodelistas da Bahia (AEROBA). Stands das Forças Armadas, SENAI e DETRAN também foram montados para esclarecimentos ao público, além de mensagens de conscientização.
Dúvidas sobre como ingressar na Força Aérea, Marinha, Exército e Polícia Militar também foram sanadas. Uniformes e objetos técnicos puderam ser admirados pela população. O evento contou ainda com uma unidade móvel da Clínica Delfin, que realizou exames de Mamografia durante todo o dia. Para a criançada teve até Parque Infantil.
Muitos baianos levaram seus filhos para desfrutar de um domingo especial. “É difícil encontrar uma opção de lazer diferente aqui em Salvador, para sair da mesmice. Aqui, além de aproveitar pra passear com os filhotes, o momento também é pra conversar com o pequeno, e explicar na linguagem deles sobre as operações das Forças Armadas”, contou o pizzaiolo André Brenha que foi ao evento com a esposa, Suinã Gonzalez, e os pequenos Bernardo e Luana.
O advogado Sergio Góes, 44, também aproveitou o “Portas Abertas” para passear com a família. “É importante para conhecer o papel das Forças Armadas, especialmente da Força Aérea. Além de ser um domingo diferente”, disse. Afirmando que eventos assim despertam a curiosidade da criançada para a profissão, Góes admite que ficaria feliz se seu filho seguisse esse caminho. “Acho um trabalho muito bonito”, revelou.
A adolescente Ana Luíza Carvalho, 17, também admiradora da Força Aérea, quer que o evento se estenda pra duas vezes ao ano. “É bem bacana, bem interessante. Deveríamos ter acesso à Base Aérea pelo menos duas vezes ao ano. Alguns amigos não puderam vir nesse domingo, e perderam uma apresentação incrível”, contou.

PORTAL G-1


Avô e neto morrem abraçados em queda de ultraleve em Teresina

Aeronave decolou na tarde de sábado (8) do Clube de Ultraleve do Piauí. Polícia só conseguiu localizar vítimas na manhã deste domingo (9).

Duas pessoas morreram após a queda de um ultraleve em Teresina. De acordo com a Polícia Militar, as vítimas são avô e neto e os corpos foram localizados na manhã deste domingo (9), a cerca de 300 metros da pista do Aeroporto Nossa Senhora de Fátima onde funciona o Clube de Ultraleve do Piauí. As vítimas foram identificadas como Carlos Alves Brandão, de aproximadamente 60 anos e Lucas, de 5 anos.
Ainda segundo a Polícia Militar, a aeronave decolou por volta das 17h20 do sábado (8) e deveria ter pousado antes do anoitecer. Um piloto que estava no clube estranhou o atraso e resolveu sobrevoar a região, procurando o ultraleve, sem sucesso. Novas buscas foram retomadas neste domingo e a aeronave foi encontrada às 6h em uma área de mata e difícil acesso. Conforme o tenente Adolfo Veloso, do Grupo Tático Aéreo Policial, o resgate foi acionado na tentantiva de encontrar sobreviventes. “Quando fomos informados acionamos o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência porque acreditamos na possibilidade de haver sobreviventes. Localizamos o ultraleve, mas os ocupantes estavam mortos”, informou.
Egito Fagundes, piloto do Grupo Tático Aéreo Policial, participou das buscas e disse que as vítimas estavam com cinto de segurança e acredita que ao perceber que não conseguiria pousar o avô abraçou o neto para protegê-lo.“Pelo local onde a aeronave, caiu acreditamos que ele tenha percebido o problema e tentou voltar para o clube para tentar o pouso, mas não conseguiu. Eles estavam abraçados e ele pode ter feito isso na tentativa de proteger o neto”, contou Fagundes.
De acordo com o piloto do Clube de Ultraleve do Piauí, que sobreevou a região para as buscas, o avô chegou a fazer contato com ele para saber se o rádio estava funcionando. “Falei com ele e disse que o rádio estava funcionando. Temos a orientação de não voar à noite e antes do pôr do sol a gente tem que pousar. Como ele é bastante rigoroso com as normas estranhei que não tivesse pousado e já imaginei que poderia ter acontecido alguma coisa. Ainda peguei o avião e sobrevoei para tentar localizar, mas não encontrei”, disse o piloto, que não quis se identificar.
Segundo informações de testemunhas, o avião não explodiu, mas com o impacto da queda ficou partido ao meio. Eles também relataram que viram o avô e neto ainda abraçados. Também foram enviadas para o local do acidente equipes do Corpo de Bombeiros.
Ainda de acordo com o tenente Adolfo Veloso, o ultraleve teria caído de ponta e não houve explosão. O Instituto de Criminalística também esteve no local para apurar as circunstâncias do acidente. A Infraero informou que o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) será o responsável pela investigação do caso.

JORNAL O POVO (CE)


Dá para levar o militarismo a sério?

Manifestações pedindo o impeachment de dilma e uma intervenção militar no governo voltaram a aparecer

Miguel Schincariol

O grito – ainda meio rouco – de grupos favoráveis à intervenção militar contra o governo e ao impeachment da presidente reeleita Dilma Rousseff (PT) voltou a ecoar no pós-eleições. “SOS Forças Armadas” e “o Brasil não é a Venezuela” era o que clamavam alguns dos cartazes da passeata anti-Dilma que reuniu cerca de 2,5 mil pessoas em São Paulo, no último dia 1º. Líderes da oposição – e até o mais controverso artista da atualidade, o cantor Lobão – trataram logo de esclarecer: “Ninguém é a favor de golpe”. Mas por dentro do movimento, o discurso é ambíguo e, por vezes, ao mesmo tempo em que enaltece valores da ditadura, defende o militarismo de forma explícita.

O POVO perguntou a cientistas políticos e historiadores se o “levante” possui elementos suficientes para ser levado a sério. A resposta foi quase unânime: será preciso observar com cautela em que direção ele se movimentará daqui para frente.

Professor do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal do Ceará, Uribam Xavier aponta: “O movimento fascista está crescendo, ganhando força, indo às ruas, mas muita gente se junta a esses protestos por fazer oposição a Dilma, sem distinguir muito bem. Por enquanto, vai ser preciso ver se e como isso será canalizado pelos partidos. No PSDB, Xico Graziano, Geraldo Alckmin, já disseram que não têm nada a ver com aquele discurso. Esse grupo (pró-militarista) ainda não se agrupa em torno de instituições e partidos, a não ser os nanicos, de menor expressão”, ponderou.
Embora diga crer que o movimento que mistura antipetismo e militarismo não tem força suficiente para provocar desdobramentos, o coronel aviador reformado e pesquisador do Observatório das Nacionalidades Sued Lima pondera que o movimento não pode ser menosprezado. “O simples fato de esses grupos estarem agindo com essa desenvoltura chama a atenção. É tudo uma incógnita. E não deveria ser assim, não deveria haver qualquer sombra de dúvida em relação a um possível retorno do militarismo”, diz.

Também pesquisadora do Observatório Mônica Martins complementa: “A sociedade brasileira vem amadurecendo desde o fim da ditadura e não será fácil para a direita civil ou militar acabar com direitos conquistados a duras penas”. (Hébely Rebouças)
Números
15 de novembro, no feriado da Proclamação da República, estão marcadas novas manifestações no Rio, em Brasília e, novamente, na capital paulista.

JORNAL VALOR ECONÔMICO


Dólar em alta favorece títulos de dívida da Embraer

Os bônus da empresa com vencimento em 2023 deram retorno de 2,2% desde 24 de outubro

Os bônus da Embraer estão gerando um retorno sete vezes maior do que o de suas rivais devido à especulação de que o segundo mandato de Dilma resultará em um real mais fraco, o que aumentaria a receita da empresa, que realiza 90% de suas vendas em dólares. Ao mesmo tempo, o programa de aviação regional de Dilma para ampliar o tráfego em aeroportos menores ajudará a impulsionar a demanda por jatos regionais e a aumentar a carteira recorde de encomendas da Embraer, de US$ 22,1 bilhões, disse Fábio Oliveira, que supervisiona R$ 17 bilhões na GPS Investimentos Financeiros em São Paulo.
“O impacto do câmbio sobre as receitas da Embraer é sentido imediatamente”, disse Oliveira, que prevê que o real cairá até 14% no próximo ano após registrar o maior declínio da America Latina nos últimos seis meses. “O programa de Dilma também deve ajudar”. Os US$ 540,5 milhões em bônus da Embraer com vencimento em 2023 deram um retorno de 2,2% desde 24 de outubro, último dia de negociação antes do segundo turno da eleição mais apertada da história do país desde pelo menos 1945. O retorno contrasta com um ganho de 0,3% dos títulos de maturidade semelhante da canadense Bombardier, com um avanço de 0,4% registrado por títulos de empresas industriais de países em desenvolvimento. A assessoria de imprensa da Embraer disse que a “os bônus da Embraer tem níveis estáveis de comercialização, resultado da solidez demonstrada pela empresa em seus resultados e operação, que não passam por grandes flutuações”.
A Embraer têm o grau de investimento mais baixo da Moody’s Investors Service. A assessora de imprensa da Bombardier preferiu não comentar o desempenho dos bônus da empresa. Embora a Embraer, que tem sede em São José dos Campos, São Paulo, obtenha 10% de sua receita em reais, a maior parte dela com contratos de defesa, cerca de 25% dos custos são em reais, disse o diretor financeiro da empresa, José Filippo. “Nesse balanço nós temos uma vantagem de uma exposição maior em reais nos custos do que nas receitas”, disse Filippo. “Isso faz que com uma desvalorização do real, ela acaba afetando positivamente na diluição de parte desses custos”. Bloomberg

OUTRAS MÍDIAS


PORTAL NOTÍCIAS DO DIA (SC)


Base Aérea de Florianópolis abre as portas para cerca de 30 mil pessoas em evento comemorativo

Milhares de pessoas puderam conhecer de perto dezenas de aeronaves da FAB, ver ações de paraquedismo e aproveitar diversas atividades para crianças
Letícia Mathias
Florianópolis

Diferente do último ano em que a Base Aérea de Florianópolis realizou o evento Portas Abertas no sul da ilha, o acesso para quem foi conhecer as aeronaves da força aérea e participar do evento que contou com diversas atrações foi fácil e tranquilo, sem registros de congestionamento. Jucele Marques, 33, mora no Ribeirão da ilha e sempre quis ir ao evento, mas por causa do antigo emprego que a obrigava a trabalhar aos fins de semana nunca conseguiu. No domingo ela foi com o marido e dois sobrinhos, planejava ficar de duas a três horas, mas chegou às dez da manhã e só saiu no fim da tarde.
O sobrinho Vinicius, 11, girava a hélice do pequeno avião de isopor 70 vezes antes de lançar ao ar. “Ele só voa se girar assim”, contou, enquanto se divertia no campo. “Eu tenho de correr atrás sem saber pra onde vai, é divertido”, disse. O menino ficou surpreso com os tamanho da Base e com os aviões “Eu pensava que era menor e que tinha pouca coisa aqui, mas é muito legal.”
O esperado e conhecido show da esquadrilha da fumaça não aconteceu porque as aeronaves estão sendo trocadas e como a mudança ainda não foi homologada o show não pôde ser realizado. Mas o público pode apreciar apresentações de paraquedismo, desfile de viaturas, e aqueles que doaram alimentos e foram sorteados puderam fazer um voo panorâmico de 50 minutos sobre a cidade em um avião da FAB.
O tenente Antonio Damasceno Neto, chefe de comunicação social da base aérea na Capital diz que o público compareceu de acordo com o esperado, cerca de 30 mil pessoas passaram pelos portões da base aérea. Foram arrecadadas mais de duas toneladas de alimento que serão doados à instituições sociais. “É uma oportunidade ímpar para o público conhecer nossa missão, trabalho e valores. É um evento especial que nos aproxima da comunidade”, disse.
O evento também reúne dezenas de entusiastas da aviação. Arion Marcelo dos Santos, 42, veio de Porto União para expor um simulador. Apaixonado pelas atividades com aviões, ele criou um simulador para ele e para o filho, Guilherme, 13 anos, que sonha em ser piloto da FAB. O equipamento criado há um ano não tinha movimentação, funcionava com se fosse um vídeo game apenas com a visualização na tela. Procurado por estudantes de engenharia da Uniguaçu, fizeram uma parceria e o equipamento passou a simular os movimentos do avião, dando a sensação de que a pessoa está mesmo no ar.
Santos é administrador e professor e não seguiu carreira militar, mas o amor à aviação o fez continuar pesquisas de maneira amadora. A parte estrutural do simulador foi ele quem criou, o filho ajudou na programação e sistema e os estudantes de engenharia da universidade trabalharam na parte mecênica e instalação de motores.“Não tive condições de ser aviador, tinha que trabalhar e não consegui conciliar isso. Mas estou muito feliz aqui hoje, em poder mostrar nosso trabalho em conjunto com a universidade”, contou.

PORTAL DE FATO ONLINE


O céu é o limite

Astronauta, engenheiro, militar na reserva, escritor, palestrante, empresário e embaixador da ONU. Primeiro brasileiro a sair da órbita terrestre. Marcos Pontes é a prova de que a persistência faz chegar longe 
Rodrigo Andrade
Essa data ficará na história do país e especialmente marcada para o astronauta Marcos César Pontes, 51 anos, o primeiro brasileiro a ganhar o espaço. Ele estava a bordo da nave russa Soyuz TMA-8 e participou da “Missão Centenário”, em referência à comemoração dos cem anos do voo do 14 Bis de Santos Dumont. O pioneirismo, no entanto, foi precedido de muitas dificuldades e decisões difíceis de serem tomadas. Foi preciso persistência.

Marcos Pontes é de família humilde de Bauru, interior de São Paulo. Estudou em escola pública, fez curso técnico de eletricista e com dedicação conseguiu entrar para a Academia da Força Aérea (AFA), onde recebeu bacharelado em tecnologia aeronáutica. Lá dentro, percebeu que poderia subir mais degraus se estudasse mais. Formou-se em Engenharia Aeronáutica pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e depois adquiriu mestrado em Engenharia de Sistemas pela Naval Postgraduate School, da Califórnia.

Marcos Pontes acumulou patentes na Aeronáutica Brasileira e se tornou piloto de testes de caças. Foi quando surgiu a oportunidade de prestar concurso público para ser astronauta. Tentou a sorte e se deu bem. Mas veio a decisão mais difícil. Para ingressar no projeto espacial, teria que abrir mão da bem sucedida carreira militar. No fim, pesou o sonho de criança de ver as estrelas de perto.

O astronauta esteve em Itabira no dia 15 de outubro para a palestra de abertura da I Congresso de Iniciação Científica e Tecnológica de Itabira, realizado pela Unifei. Antes do evento, conversou com DeFato sobre a carreira, importância da educação e de investimentos públicos em áreas fundamentais para o desenvolvimento do país. O resultado está na entrevista a seguir.

Como um técnico eletricista foi parar no espaço?

Com educação. O pessoal que me conhece fala que eu sou obcecado por educação e não é atoa. É que eu acho que a melhor ferramenta para reduzir a diferença social que existe é a educação, porque ela permite que as pessoas através do próprio esforço consigam realizar seus sonhos. Eu comecei como toda criança, sonhando. Acreditei neste sonho e tive o incentivo necessário, isso é importante. Contei com a família e com os amigos. Estudei, fui para a Força Aérea e lá resolvi não continuar na carreira normal, vamos dizer assim. Resolvi aproveitar as possibilidades que a Força Aérea dá de você estudar mais. Fui piloto de caça e depois fiz o ITA e me tornei engenheiro. Aí eu somei as duas coisas para ser piloto de testes, resolvi fazer mestrados e doutorado e continuar sempre a estudar. Isso me permitiu formar um currículo que era muito semelhante – e logicamente fiz isso de propósito, porque já sonhava com isso – aos dos astronautas americanos. Então, quando a Nasa abriu uma turma nova de astronautas em 1998 e exigiu do Brasil um recurso humano, eu estava exatamente qualificado para aquilo. Eu participei do concurso público, fui selecionado e a partir de então entrei nessa carreira de astronauta. Foram dois anos de curso para me formar astronauta profissional e depois vários anos de espera até ser escalado. Muita água rolou por debaixo da ponte até lá. Finalmente fiz a missão em 2006, voltei para Huston e continuo à disposição do Brasil para outras missões, embora isso seja um tanto improvável no presente momento.

Para ser o primeiro astronauta brasileiro, você precisou tomar uma decisão difícil. Como foi abandonar a carreira militar para se dedicar ao sonho de ir ao espaço?

A vida da gente é feita de decisões, né. E em alguns momentos você tem que tomar uma decisão radical. E não é fácil. Eu uso sempre alguns princípios, algumas diretrizes, para tomar decisões. Eu sou colch também, trabalho com isso, então você acaba passando isso para outras pessoas. Mas, basicamente, você primeiro sempre tem que usar o seu time principal. E quando eu falo time principal é a família. Usar a família para te ajudar a tomar decisões. Segundo, sempre tomar decisões em acordo com seus valores. E no meu caso, como piloto de combate da Força Aérea, os valores são coragem, lealdade, honra, dever e pátria. Realizar essa missão, entrar para um programa espacial como astronauta estava de acordo com esses valores. Eu sabia que aquilo iria praticamente encerrar minha carreira militar, que era uma carreira que eu sonhei muito, e que eu estava colocando meu pé em um barco que eu não sabia exatamente para onde iria. Mas eu tinha a chance de remar. Foi pensando nisso que eu aceitei. Não foi uma decisão fácil.

29 de março de 2006. O que esse dia significa para você?

Parece o dia do casamento. Não sei se você é casado, mas é igualzinho. Você tem uma série de expectativas e uma série de ideias. E você passou por uma série de dificuldades até chegar naquele ponto. E de repente, quando você está sentado ali, parece que passa um filme em câmera lenta e você vai lembrando cada detalhezinho. Foi um dia muito marcante na minha vida. Lembro que eu olhava a cada dois minutos para a bandeira do Brasil e pensava assim: “não estou indo sozinho, está todo mundo indo comigo”. Aquela era uma sensação muito boa, de cumprir uma missão para o país. A minha vida toda eu tenho cumprido missões para o país. E ali poderia dar certo, eu cumprir a missão e voltar realizado, como aconteceu, ou poderia parar tudo no início. Eu estava sentado em duzentas toneladas de combustível. Mas, de qualquer forma, de uma maneira ou de outra, ficaria sempre a marca de que eu estive lá, eu não tive medo. Ou melhor, eu tive medo, mas tive coragem de encarar o desafio e fazer o que precisava ser feito.

Em muitos posicionamentos, você aborda as críticas que foram direcionadas aos investimentos feitos pelo Brasil na sua viagem ao espaço. Empreitadas como essas são pouco valorizadas no país?

Infelizmente ainda são. A marca de um país desenvolvido é o valor que ele dá a três coisas: educação, ciência e tecnologia. Pode prestar atenção em todos os países desenvolvidos e observe como que essas três coisas são extremamente valorizadas. A Nasa tem uma conta muito simples. Ela afirma que para cada dólar investido no programa espacial, você tem cinco dólares de retorno social. É dito que os Estados Unidos é o país mais capitalista do planeta e se você for usar simplesmente a lógica, significa que um país capitalista vai investir sempre pensando em retorno do investimento. Nenhum capitalista vai investir às cegas ou a fundo perdido. Se os Estados Unidos investem mais de 20 bilhões de dólares em um programa espacial por ano, não deve ser atoa. O que eu vejo no Brasil é que a gente ainda está muito aquém daquilo que a gente poderia estar em termos de prioridade para a parte de ciência e tecnologia, especialmente em como transmitir educação e conhecimento científico para produtos. A gente tem muitos pontos quebrados e precisamos resolvê-los se a gente tem – e eu espero que tenha – objetivo de se tornar um país desenvolvido.

O senhor falou das cifras bilionárias que os projetos espaciais exigem. O que o espaço pode proporcionar à humanidade e que justifique tantos aportes?

O que existe na verdade é um desconhecimento de muita gente a respeito do que o espaço já tem trazido para a humanidade. A gente está falando aqui com equipamentos que certamente são derivados de pesquisas espaciais. Pouca gente sabe disso, o que é um problema sério. Vamos pensar em Brasil. A gente tem um país muito grande, que precisa ter proteção de fronteiras. Isso pode ser feito por satélite. A gente precisa desenvolver remédios e novos produtos, e isso é feito comumente no espaço. O Brasil precisa ter uma agricultura forte, sem invadir áreas de preservação, o que pesquisas no espaço permitem fazer. Eu sou embaixador da ONU e lá a gente trabalha em torno de temas que sempre têm a ver em como utilizar a ciência e a tecnologia para desenvolver o país. O programa espacial é chave para um país do nosso tamanho. Se você falar de um país pequeno, como Uruguai, Paraguai, Equador, é diferente a situação. É necessário o programa espacial e ao longo da história a gente tem usado esses conhecimentos. Só que as pessoas não notam muito isso e, infelizmente, o Brasil está perdendo o seu programa espacial.

Como está hoje o Programa Espacial Brasileiro? Há chances de você voar novamente, ou de termos outro astronauta?

Eu não vou falar que a chance é zero porque é muito categórico. Mas eu diria muito próximo de zero. O programa está encolhendo. A gente tem algumas parcerias internacionais, mas mesmo essas são difíceis de manter em termos de recursos e outras coisas. Chance de voar, eu diria que quase nada. Outro astronauta, então, é quase nada ao quadrado. Mas hoje em dia, nos outros países que já estão chegando um pouco mais a frente existe um movimento muito grande em torno do desenvolvimento do setor privado e isso vai abrir perspectivas para astronautas profissionais em muitas empresas. Com isso, eu tenho essa possibilidade em outros países, mas eu não queria fazer isso, preferiria voar pelo Brasil.

No Brasil a gente ainda se espanta quando surge a notícia de um brasileiro fazendo algo extraordinário. Por que é assim?

É uma questão de atitude. A gente precisa ter uma atitude de mais confiança com relação ao país e com as coisas que a gente tem. A gente não fica para trás de outros países em muitas coisas. Claro que temos problemas a ser resolvidos, mas isso não quer dizer que a gente não possa ter pessoas no Brasil capazes de fazer e bem melhor do que pessoas de fora. Então, é uma questão de atitude e acho que isso precisa começar a ser desenvolvido nas crianças. O fato é que a gente consegue, sim, fazer muitas coisas boas aqui e fora do Brasil. Nós temos pessoas excelentes, e olha que eu passo muito tempo lá fora. Eu conheço vários brasileiros que dão show lá fora. Infelizmente, dentro do Brasil os caras são menos conhecidos. Um desses caras é o Miguel Nicolelis (cientista brasileiro desenvolvedor do exoesqueleto). Lá fora ele é muito conhecido e respeitado. Todos viram o que ele fez na abertura da Copa. Em minha opinião, aquilo era até mais importante que os jogos, vai mudar a vida de muita gente.

Em Itabira você participa do I Congresso de Iniciação Científica e Tecnológica da Unifei, que é uma instituição federal. Como você avalia o investimento brasileiro nessa área?

Assim como o programa espacial, toda área de ciência e tecnologia está de certa forma esquecida ou prejudicada. Isso causa, infelizmente, certa disputa por orçamentos. Ao invés das instituições cooperarem, o que seria muito mais interessante, existe uma disputa por orçamento. E isso acontece pela própria estrutura que existe dos financiamentos de projetos. Ainda existe uma dificuldade de direcionar os orçamentos de acordo com as tecnologias críticas para o país. Existe uma distância muito grande entre a academia, os centros de pesquisas e as indústrias. Tem um buraco e o resultado disso é a diferença que existe entre o número de papers escritos nas universidades e o número de inovações que resultam desses papers. Ou seja, a gente está produzindo muita coisa que não vai se tornar nada. E a gente precisa mudar esse número. Precisamos da pesquisa pura, sem dúvida nenhuma, mas precisamos também da pesquisa aplicada. Pesquisas que se transformem em inovações, que vão se transformar em produtos, que vão se transformar em empresas, que vão se transformar em empregos. E também precisa haver ferramentas que permitam às universidades públicas receberem dinheiro de empresas e pessoas físicas, como existe nos Estados Unidos e em outros lugares. No Brasil é uma dificuldade enorme.

E tem solução?

A gente precisa de uma aproximação um pouco maior da academia com a vida real, com as coisas que estão acontecendo. São duas razões. Uma delas é a aproximação maior em termos de projetos e recursos; e a outra é que melhora a formação dos profissionais. A universidade tem como função básica formar profissionais para o mercado de trabalho. Claro, você forma acadêmicos também, mas é um percentual muito pequeno. E só existe uma maneira de formar o profissional adequado para o mercado de trabalho hoje: a aproximação da academia com o mercado. Só assim veríamos se o material que está sendo produzido é o que deveria ser produzido e conseguiríamos reduzir essa diferença.

A sua palestra é sobre gestão de carreiras. Como está a sua hoje? Dedica-se somente a palestras?

Eu tenho muitas atividades, aliás, mais do que eu gostaria. Estou tentando cortar algumas. Na função de astronauta, eu tenho alguma atividade em Huston, de vez em quando, alguma escala em Kennedy que a gente precisa cumprir e contatos que faço como representante técnico. Relativamente é simples de cumprir, mas se eu for escalado, tudo muda. Além disso, tem a parte da ONU. Eu sou embaixador e isso demanda um tempo grande, porque fico em Viena de vez em quando e dali vou para outros países para propor projetos. Aliás, é uma coisa interessante, eu tenho muito mais influência fora do Brasil, como embaixador da ONU, do que aqui dentro. Tenho uma fundação em São Paulo que também exige certo tempo para cuidar. Eu tenho empresas, inclusive uma de turismo de aventuras que faz voos suborbitais, voos na estratosfera e mais um monte de coisa. Faço palestras, dentro e fora do Brasil, escrevo livros e dou aulas na USP, em São Carlos, na Escola de Engenharia. Estou muito amarrado em vários afazeres e ultimamente isso está meio complexo. Estou pensando em onde posso dar uma limada para reduzir.

Alguma outra consideração?

Eu só queria acrescentar o seguinte: é importante esse tipo de evento para trazer certos assuntos à tona, relativos a carreira dos jovens. E uma coisa que é importante também – e eu notei isso nessa minha experiência em ser candidato a deputado – é que existe uma alienação muito grande no meio universitário com relação à política. Isso me espantou. Me deu medo, para falar a verdade. Se existe essa alienação no meio que é considerado intelectual, a gente está em uma proa muito ruim. A gente precisa discutir mais esses assuntos. E o que eu sinto é que, de certa forma, as organizações têm um medo enorme até de falar a palavra política no meio dos jovens. E é necessário falar de política. A gente vive em um meio político e é preciso debater. Não estou falando de ideologia, porque sou completamente contra colocação de qualquer tipo de ideologia, seja de esquerda ou direita. Mas é importante que eles saibam o que existe, que eles saibam o que acontece e que eles participem. A gente precisa formar pessoas que se interessem pela política e que adotem a política não como uma carreira, mas como uma missão honrosa.

JORNAL DIÁRIO DO GRANDE ABC (SP)


SBTA quer faturar US$ 40 mi

Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
Parceria entre a sueca Saab, fabricante dos aviões caça Gripen NG, e o Grupo InbraFiltro, de Mauá, que produz estruturas metálicas para o setor de defesa e Segurança, a exemplo de portas blindadas para aeronaves da Embraer, a SBTA (São Bernardo Tecnologias Aeronáuticas) deverá faturar entre US$ 40 milhões (R$ 102,8 milhões, com o dólar a R$ 2,57) e US$ 60 milhões (R$ 154,2 milhões) de cinco a sete anos. A estimativa é do vice-presidente de parcerias industriais da Saab Aeronáutica, Jan Germundsson.
A SBTA, que começa a ser construída no ano que vem, vai gerenciar a cadeia de suprimentos e produzir partes estruturais do Gripen NG a partir de 2017. As 36 aeronaves (28 monopostos e oito de dois lugares – os quais o País terá importante papel na confecção) adquiridas pelo governo brasileiro para substituir a atual frota da FAB (Força Aérea Brasileira) começarão a ser entregues em 2019, processo que será finalizado até 2024.
A produção será feita em parceria com a Saab, que receberá da União US$ 5,4 bilhões (R$ 13,8 bilhões) para transferir a tecnologia do caça e entregar as aeronaves. Está previsto, por enquanto, que a SBTA fabrique as asas do avião supersônico e as partes traseira e dianteira da fuselagem. Para dar o pontapé inicial no processo, a fabricante sueca vai injetar US$ 150 milhões (R$ 385 milhões) na companhia, recursos que deverão ser utilizados para criá-la e adquirir maquinário de ponta.
MUNDO
“A ideia é fazer da SBTA uma produtora global (ou seja, capaz de fornecer para qualquer empresa do segmento de defesa e civil)”, afirma Germundsson. “Ela tem que ser competitiva. Vamos dar um suporte maior nos primeiros anos, mas o objetivo é que ela caminhe com as próprias pernas e amplie sua capacidade de produção.”
A companhia são-bernardense, que pode chegar a contratar 1.000 profissionais, e possui 40% de participação da Saab e 60% da Inbra, será uma tier one, que quer dizer administradora de cadeia de suprimentos de primeira linha que pode buscar fornecer, inclusive, para concorrentes internacionais da fabricante sueca, como a norte-americana Boeing e a europeia Airbus.
“É fundamental que ela encontre outros clientes, já que será fabricante de nível internacional. Além disso, 36 caças (que têm durabilidade média de 30 anos) não vão sustentar a fábrica ad eternum (infinitamente). É necessário que ela se torne sustentável”, complementa Bengt Janér, diretor da Saab no Brasil.
Cidade foi escolhida por coincidência, diz executivo
Com 20 mil m² (metros quadrados) projetados, a SBTA será erguida em terreno de 40 mil m² em frente à Rodovia dos Imigrantes, sentido São Paulo, próximo à entrada do Rodoanel. Em relação à escolha da Inbra para a parceria e localização em São Bernardo, Germundsson alega ter sido coincidência, pois ao mesmo tempo em que a empresa mauaense demonstrou interesse em fazer parte do processo e já tinha experiência no setor ao fornecer à Embraer (principal parceira da Saab na produção do Gripen NG, o qual caberá a ela a montagem final), o prefeito são-bernardense Luiz Marinho começou a se aproximar da fabricante sueca e incentivar investimentos na cidade ao demonstrar interesse em diversificar a vocação local para a indústria da defesa – além de fazer lobby junto ao governo federal para que ela fosse a preferida em relação às outras duas concorrentes, a Boeing e a francesa Rafale.
No início do processo, em 2008, quando foi realizado pedido de oferta da Aeronáutica para a renovação de sua frota, a Saab cogitava apenas a cidade de São José dos Campos, no interior de São Paulo, para promover negócios, pois era famosa por sediar a Embraer e ter muitas empresas atuantes no segmento da defesa. À época, no entanto, a fabricante de Mauá os procurou e demonstrou interesse em fazer parte da fabricação do Gripen NG, caso a aeronave fosse eleita, conta Germundssson. “Desde 2009 nós temos conversas com a Inbra, que foi escolhida pela qualidade da produção e vontade de dar salto tecnológico. Além disso, ela já se relacionava com a Akaer (de São José dos Campos, que será a responsável pelos projetos de engenharia das unidades estruturais do Gripen NG).”
Germundsson afirma, ainda, que o fato de a fabricante de caminhões e ônibus sueca Scania estar sediada (há 52 anos) em São Bernardo (embora hoje pertença à Volkswagen, a montadora já integrou a Investor, braço financeiro do grupo Wallenberg, controlador da Saab, Ericsson, Electrolux e AstraZeneca, entre outras) influenciou na opção.
As demais montadoras instaladas no município também atraíram, como potencial para desenvolver cadeia de suprimentos. “A Saab visitou cerca de dez empresas brasileiras que podem se tornar fornecedoras”, conta, garantindo que há firmas são-bernardenses neste grupo.
Conhecimento em segmento de veículos facilita entrada da região
O know-how no segmento automobilístico facilita para que a indústria da região também comece a atuar no setor de defesa, já que maquinários da indústria metalúrgica e mão de obra especializada podem ser aproveitados. Na avaliação de Lars Ydreskog, vice-presidente de operações de aeronáutica da Saab, é perfeitamente possível esse ajuste, embora saliente que os interessados precisam se qualificar, já que o processo de confecção dos aviões caça é mais complexo. “Na linha de montagem de veículos, em 30 segundos você coloca um para-brisa, por exemplo. Aqui, uma etapa leva 120 horas. A diferença está nesse tempo e na complexidade da fabricação. Mas existe a possibilidade de adaptação. Um engenheiro, ou mesmo um mecânico, pode aprender a fazer o processo, já que ele possui uma base de formação e a filosofia da produção enxuta é a mesma.”
lhões Ydreskog conta que um caça leva cerca de dois anos para ser produzido, e a capacidade de produção da fábrica de aeronaves em Linköping, sede da companhia, é de 30 por ano – embora hoje apenas oito estejam sendo confeccionados anualmente. Um carro, por sua vez, é fabricado atualmente em 20 horas, e uma grande montadora tem a capacidade de produzir 80 mil carros ao ano, cita Francisco Satkunas, diretor da SAE, Sociedade de Engenheiros da Mobilidade. A diferença nos valores de venda também é exorbitante. Uma aeronave desse tipo custa US$ 100 milhões (R$ 251 milhões), enquanto veículos podem ser vendidos a partir de R$ 30 mil até cerca de R$ 3,5 milhões (os de luxo superesportivos).

DIÁRIO DA MANHÃ (GO)


Governador, me convida para tomar um café?

Bom-dia, governador. A gente já se viu várias vezes em tantos eventos culturais, e eu lhe sou grata pelo carinho com que sempre atende os escritores. A gente já tirou foto de braços dados numa grande corrente e sorrimos, todos nós, para o fotógrafo Nelson Santos. Mas, é claro, a gente só se reconhece de nome e de contexto.
Antes desta que assina em baixo há, primeiro, a mãe do Arthur Miranda, um jovem de vinte anos que, após dois surtos psicóticos concomitantes pelo uso de maconha, optou pela automorte. Ele era estudante de Arquitetura na UEG, era concurseiro de uma vaga na Base Aérea de Anápolis – Ele sonhava em ser arquiteto da Aeronáutica. E seria, se não fosse o trágico fim. Deixou a sua história escrita com suas mãos trêmulas por causa dos fortes antipsicóticos. “No jardim de ervas daninhas, pague para entrar e reze para sair” – Agora é um livro que estou, conforme era a vontade dele, usando numa campanha contra o uso de drogas na adolescência.
Antes de ser escritora, tenho formação em psicopedagogia e estou desde dezembro de 2012, data do primeiro surto do Arthur, trabalhando na especialização: A drogadição na adolescência numa perspectiva preventiva aos transtornos mentais e ao suicídio. A jornada é longa e eu ainda estou colocando conteúdos em minha bagagem para enfim ter mais do que a emoção à transmitir, mas também, saberes racionais.
Dia 4 de novembro, um ano e dois meses após a morte do meu filho, fui, a convite da professora Quitéria França, ao Colégio Estadual Murilo Braga, na Vila Nova, em Goiânia, palestrar sobre a experiência vivenciada com as drogas, a loucura e o suicídio. Eu fui. Mas não estava sozinha, pois o psiquiatra que cuidou do meu filho, doutor Danilo Melo; o professor Celso Moraes, especialista em trabalhar drogadição nas escolas e o ator Luciano Caldas, que faz o monólogo Voltando pra Casa – texto de Arthur Miranda, estavam comigo e juntos falamos para mais ou menos 800 alunos.
Passamos o dia todo na escola e o senhor precisa ver para crer no quanto os nossos meninos, que aqui chamo-os de meninos azuis, estavam sedentos: sedentos corpos, sedentos corações, sedentos espíritos... Sedentos, sedentos. De um saber real, palpável, provável... De uma dialética simples e comum. De uma verdade que dói, sim, deveras, mas que ofereça a benevolência da pedagogia do amor, do resgate, da compreensão sem julgamentos... Sedentos por serem ouvidos e naquele dia, nós os ouvimos e eles nos ouviram, e a gente falou sobre drogas, sem tabus, sem discriminação, sem julgamentos... A gente se expôs, abrimos nossas feridas: eles, eu... Nós. Todos nós. Porque o problema do uso de substâncias psicoativas na infância e adolescência é nossa. É antropológico: está nos lares, nas ruas, nas escolas, nas igrejas... Está aqui, ali, acolá... Por todas as partes. Eu sou apenas mais uma, dentre tantas mães, que perderam o seu filho para o pior dos males: as drogas.
Saí do Colégio Murilo Braga, feliz e triste. Feliz por ter conseguido vencer a minha própria dor com o intuito de amenizar a dor de alguém; e triste por ver nossos meninos e meninas compartilhando consequências do uso de drogas entre alguém de suas famílias.
Acredite, desde então, o meu notificador de mensagens do Facebook não passa mais de uma hora sem avisar-me que há um menino azul deixando-me um recado, uma pergunta, um desabafo, um consolo, um conselho... O que aconteceu naquela escola, creia, foi tão intenso que essa luz azul brilhante irradiou dentro de mim em forma de uma ideia.
Uma ideia para trabalharmos a prevenção ao uso de drogas desde a alfabetização até o ensino médio. E eu só preciso, governador, que o senhor me dê quinze minutos de seu tempo para que eu possa lhe apresentar o nosso projeto, porque a esperança é azul gritante. Então, me convida para tomar um café?

AGÊNCIA PARÁ (PA)


Mega operação interestadual vai intensificar o combate à criminalidade nas divisas e fronteiras

Gestores do Sistema de Segurança Pública e Defesa Social do Pará reúnem a imprensa, nesta segunda-feira, às 10h, no auditório do Centro de Instrução Almirante Braz de Aguiar (Ciaba), na rodovia Arthur Bernardes, nº 245, bairro da Pratinha, em Belém, para detalhar a mega operação interestadual denominada “Segurança sem Limites”, que será desencadeada na região de fronteira e divisas do Pará e Amapá. A operação será realizada em conjunto com diversas instituições das esferas estadual e federal, dos dois estados.
Considerada a maior operação realizada nos últimos anos nos territórios paraense e amapaense, a ação visa o combate intensivo a crimes como o tráfico de drogas, de pessoas, de armas de fogo, de munições e explosivos, contrabando, pirataria, descaminho, evasão de divisas, comércio ilegal de veículos, crimes ambientais e desmatamento ilegal, além de assistir socialmente a população local mais necessitada. Também será intensificado o combate aos crimes de furto e roubo de gado, prostituição infantil, receptação de veículos roubados, captura de foragidos, entre outros delitos.
A entrevista coletiva terá a presença de representantes de todas as instituições que participam da operação “Segurança Sem Limites”: Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup), Secretaria Adjunta de Inteligência e Análise Criminal da Segup, Grupo Especial de Diagnóstico e Monitoramento da Segup, Polícia Militar, Polícia Civil, Departamento de Trânsito do Pará (Detran), Centro de Perícias Científicas “Renato Chaves”, Corpo de Bombeiros Militar do Pará, Grupamento Aéreo de Segurança Pública, Grupamento Fluvial de Segurança Pública, Secretaria de Estado da Fazenda (Sefa), Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), Secretaria de Estado de Assistência e Desenvolvimento Social (Seas), Programa Pro Paz e Agência de Defesa Agropecuária do Pará (Adepará) e Defensoria Pública do Pará.
Na esfera federal, a operação será realizada de forma integrada com a Marinha do Brasil (4º Distrito Naval), Polícia Federal (PF), Polícia Rodoviária Federal (PRF), Centro Gestor do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Receita Federal, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Defensoria Pública da União (DPU), Exército Brasileiro e Ministério do Trabalho (MT).
Operação Upiara
Durante a entrevista coletiva, no auditório do Ciaba, o comando do 4º Distrito Naval também vai divulgar a Operação ”Upiara”, da Marinha do Brasil. O objetivo é intensificar as ações de Patrulha e Inspeção Naval, além do combate aos ilícitos penais nas Águas Jurisdicionais Brasileiras (AJB).
Ainda durante a operação, a Marinha realizará Ações Cívico-Sociais (Aciso) e de cobertura de eixo (para evitar acidentes por escalpelamento), além de dar apoio logístico a diversos órgãos federais e estaduais, os quais estarão atuando no combate à ilícitos penais, além de ações de cidadania em diversas localidades.
 Data da Pauta: 10/11/2014 10:00:00
Expira em: 10/11/2014 11:00:00
Local: Auditório do Centro de Instrução Almirante Braz de Aguiar (Ciaba)
Endereço: Rodovia Arthur Bernardes, nº 245 - Pratinha
Contatos: Lene Alves (91) 988835810



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