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NOTIMP - Noticiário da Imprensa - 05/01/2014

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Acompanhe aqui o Noticiário relativo ao Comando da Aeronáutica veiculado nos principais órgãos de comunicação do Brasil e até do mundo. O NOTIMP apresenta matérias de interesse do Comando da Aeronáutica, extraídas diretamente dos principais jornais e revistas publicados no país.




AGÊNCIA BRASIL


Funai ajudará índios Tenharim com comida e remédios



Sem acesso a alimentos e remédios, após conflitos entre a comunidade indígena Tenharim e moradores no sul do Amazonas, os índios deverão receber ajuda da Fundação Nacional do Índio (Funai). A ajuda é necessária porque o deslocamento deles às cidades mais próximas, Humaitá e Manicoré, foi interrompido por razões de segurança.
O prefeito de Humaitá (AM), José Cidenei Lobo do Nascimento, solicitou ao General Ubiratan Poty, da 17ª Brigada de Infantaria de Selva, auxílio no fornecimento dos medicamentos e itens da alimentação. O prefeito vai se reunir nos próximos dias com servidores da Funai e a equipe de segurança enviada ao local, composta pelas Polícias Federal, Rodoviária Federal, pela Força Nacional e pelo Exército.
“Preciso saber deles que providências estão sendo tomadas nesse sentido [de garantir alimentação]. A prefeitura está aqui para ajudar em todos os sentidos”, disse Nascimento em entrevista à Agência Brasil. Segundo o prefeito, não há recursos próprios do município para o abastecimento da comunidade indígena.
O clima na cidade é tenso desde o último dia 16, quando três homens brancos desapareceram, após serem vistos trafegando de carro pela Rodovia Transamazônica. Moradores acusam os índios de terem sequestrado os homens em represália à morte do cacique Ivan Tenharim. Após o desaparecimento, manifestantes incendiaram o prédio da Funai. Os servidores foram para Porto Velho, capital de Rondônia, que fica a cerca de 200 quilômetros de Humaitá.
“O pessoal da Funai está receoso por conta do problema que houve”, disse o prefeito. “Toda relação comercial deles [índios] é feita aqui em Humaitá e em Manicoré. É uma dificuldade realmente nesse sentido [de acesso aos alimentos]”, afirmou.

O ESTADO DE SÃO PAULO


Aviação comercial completa cem anos


Setor aéreo hoje transporta 3,1 bilhões de passageiros por ano e espera adicionar mais 1 bilhão de clientes nos próximos cinco anos

No dia 1º de janeiro de 1914, um voo de 23 minutos que levava a bordo apenas um passageiro marcaria o início de uma revolução no mundo: a criação da avião comercial. Cem anos depois, o setor se transformou em um dos pilares da globalização, com mais de 8 milhões de passageiros por dia. Para o futuro, as empresas aéreas não escondem sua meta ambiciosa: atrair a nova classe média de mercados emergentes para continuar a expandir o setor.

Nos próximos anos, 1 bilhão de novos passageiros devem se somar ao número de viajantes. Quase todos eles virão de países em desenvolvimento, principalmente da China. O primeiro piloto e o primeiro passageiro de um voo comercial dificilmente poderiam imaginar o que eles estariam inaugurando.
Hoje, o setor emprega 57 milhões de pessoas, de forma direta e indireta, e movimenta US$ 2,2 trilhões na economia mundial. As 280 maiores empresas do segmento são responsáveis ainda por US$ 540 bilhões. Se o setor fosse um país, teria o 19º maior PIB do mundo.
Em 1º de janeiro de 2014, o avião que deixou a cidade de St. Petersburg, na Flórida, em direção a Tampa, não sabia ao certo o destino daquela aventura. No comando da aeronave de madeira estava um jovem de 25 anos, Tony Jannus, que poucos anos mais tarde morreria treinando outros pilotos durante a Primeira Guerra Mundial.
Ao seu lado estava o único passageiro - Abram Phell, que até um dia antes era o prefeito de St. Petersburg. Ele pagou US$ 400 pelo voo, o equivalente hoje a quase US$ 10 mil. Isso tudo para ganhar tempo - o mesmo percurso de trem duraria 11 horas. Antes de decolar, o dono da companhia área St. Petersburg-Tampa Airboat Line, Percival Fansler, discursou diante de cerca de 3 mil pessoas. "O que parecia impossível ontem é uma realidade hoje", disse.
A travessia não ocorreu sem sustos. A correia do motor acabou caindo e o avião teve de pousar por alguns instantes na água. O piloto e o passageiro tiveram de arrumar o motor e ambos chegariam ao destino final com as mãos sujas de graxa.
Nos quatro meses seguintes, a empresa aérea levaria 1,2 mil pessoas pelo trajeto proposto. Mas bastou as autoridades retirarem os subsídios da empresa e a aventura entrou em falência.
Apesar disso, a visão de um empresário abriu caminho para outros empreendedores, que investiram em linhas locais. Nos meses seguintes, um serviço entre a ilha de Catalina e Los Angeles foi inaugurado. Em 1919, a primeira rota ligando Nova York a Atlantic City, em New Jersey, seria aberta com aviões da Primeira Guerra Mundial. No mesmo ano, uma nova rota entre a Flórida e o Caribe também foi inaugurada.
Recorde

Dados da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata, na sigla em inglês) revelam a dimensão da primeira aventura. Em 2013, 3,1 bilhões de passageiros foram transportados e, pela primeira vez na história, a marca dos 3 bilhões foi superada.
Nos próximos anos, o crescimento virá de mercados emergentes. "Vamos em busca desses novos passageiros", disse Tony Tyler, CEO da Iata. "Há enorme potencial nessas regiões." Para 2017, a previsão é de que o número global de passageiros suba 31%, superando 3,9 bilhões.
O Brasil será o terceiro maior mercado aéreo do mundo, atrás dos EUA e China, com uma expansão de 35,5% no número de passageiros domésticos. O mercado nacional somará 122,4 milhões de passageiros em 2017, 32 milhões a mais que em 2012. No centro da expansão mundial estará a China, que somará 487 milhões de clientes. Rotas internacionais entre cidades chinesas serão responsáveis por 30% da expansão. A Ásia vai conquistar 300 milhões de novos passageiros até 2017.
Apesar da explosão na China, o mercado americano ainda continuará a ser o maior do mundo em 2017, com 677 milhões de passageiros domésticos. "Não é surpresa que regiões como Ásia ou Oriente Médio estejam gerando as maiores taxas de expansão", disse Tyler.
Entre as empresas, não serão poucas as que passaram a ampliar seus voos e linhas para a Ásia, inclusive com novos centros e hubs, uma realidade que se limitava por décadas apenas a Londres, Frankfurt e Nova York. "Os emergentes se transformarão em mercados consolidados e Abu Dabi será um dos hubs globais", afirmou James Hogan, CEO da Etihad Airways.
Não é apenas o transporte de passageiros que interessa às empresas em sua busca pelos mercados emergentes. A China já se transformou no maior exportador mundial e o mercado de cargas também transfere seu foco do Atlântico para o Pacífico. Por ano, 50 milhões de toneladas de carga é levada em aviões, com um valor de até US$ 6,4 trilhões. Hoje, um a cada três dólares no comércio exterior viaja em aviões, não em barcos.
Tecnologia

Além do interesse pela Ásia, outro foco do setor é a tecnologia. São pelo menos três os objetivos: reduzir o impacto ambiental dos aviões, garantir a segurança e promover viagens mais rápidas.
Por enquanto, o maior avião comercial da era moderna é o Airbus A380, com capacidade para 800 passageiros. Os mais ambiciosos acreditam que, nos próximos 50 anos, a aviação vai mudar de forma radical. "Não tenho dúvida de que, no espaço de uma geração, poderemos voar de Londres para Sydney em duas horas", disse Richard Branson, o polêmico presidente da Virgin Atlantic Airways.
Já Ben Baldanza, CEO da Spirit Airlines, aponta que, em 100 anos, será a própria aviação que será obsoleta. "Tecnologias como uma espécie de ‘Google, me coloque ali’ serão implementadas nos mapas, tornando as viagens aéreas como nós as conhecemos como um produto do passado remoto."

EUA lançam navio de guerra mais caro do mundo



O navio de guerra mais poderoso do mundo é, também, o mais caro: o novo destróier americano Zumwalt, o DDG 1000, custou US$ 7 bilhões - preço do desenvolvimento do projeto, mais a construção da primeira unidade de uma série de três. Descontado o investimento, só o navio saiu por US$ 1,4 bilhão.

"É um "drakar" da idade da tecnologia", afirma Júlio Penteado, engenheiro naval com especialização militar, comparando o destróier às embarcações dos guerreiros vikings - os mais temidos da Europa há 1.200 anos. Para o engenheiro, o desenho revolucionário do Zumwalt e as inovações que incorpora, "estabelecem referências que não poderão ser ignoradas no planejamento das frotas modernas".
Nada é convencional no novo navio. O uso dos materiais compostos no casco e de nódulos de titânio (apenas na torre de comando) tornam o destróier quase invisível ao radar e a sensores eletrônicos. A representação nas telas de busca equivale à de um barco de pesca de pequeno porte. Nas máquinas, um sistema de troca de calor reduz a temperatura e evita a localização pela emissão de ondas térmicas.
O DDG-1000 é definido pela Marinha dos EUA como um navio para múltiplas missões, lançador de mísseis, "dedicado a ataques contra alvos em terra". É mais que isso. O lote pretendido inicialmente, de 32 unidades, deve chegar a 24 contratadas até 2030, com expectativa de vida útil além de 2060. "Ele será o suporte da política de Defesa dos EUA na região da Ásia e do Pacífico", avalia o analista Jay Korman, lembrando que "o preço proibitivo dessas primeiras embarcações será inevitavelmente reduzido na sequência do contrato".
O processo de barateamento já começou. O segundo navio da classe, o Lyndon B. Johnson, terá a ilha de comando executada apenas em aço com revestimento especial para driblar o radar de um eventual inimigo. Jay acredita que a medida implicará "redução nos custos na faixa dos US$ 220 milhões". Com 180 metros de comprimento - o tamanho de um campo e meio de futebol - o impressionante Zumwalt é o maior destróier americano.
Escassamente tripulado, com 140 militares, tem grande poder de fogo. Ao menos 80 mísseis de cruzeiro Tomahawk - com alcance entre 800 e 1.300 quilômetros e ogiva de 450 quilos - de alta precisão, combinados com os Sparrow, antiaéreos, foguetes e torpedos, compõem o arsenal regular. A artilharia fixa usa granadas propelidas capazes de cobrir até 100 quilômetros. Dissuasão. O novo destróier é o sucessor de uma classe extremamente bem-sucedida, a Arleigh Burke, iniciada em 1991, e da qual foram entregues 62 navios. "Esperamos do DDG-1000 que seja invisível ao inimigo, que possa ver tudo com seu inacreditável sistema sonar-radar e, combinando tudo isso com a maciça capacidade de ataque, signifique um decisivo elemento dissuasivo - é o nosso futuro", disse o então secretário de Defesa, Leon Panetta, no Congresso, em 2012.
Diferente de qualquer outro, o destróier (no Brasil, seria um contratorpedeiro) praticamente não tem estruturas externas. A tripulação raramente será vista. Para compensar esse regime, os estaleiros Huntington Ingalls e seu associado Bath Iron, garantem ter criado "espaços com a dimensão do conforto humano", explicitado nos alojamentos, áreas de lazer e refeitórios. A façanha parece difícil em um casco estreito (máximo de 24 metros) e por isso sujeito a oscilações que exigem controle eletrônico em condições adversas de clima.

JORNAL DE BRASÍLIA


Militar é baleado em assalto na 112 Sul



Uma suposta tentativa de assalto culminou na morte encefálica do brigadeiro da Aeronáutica João Carlos de Souza, de 66 anos. O militar da reserva foi alvejado por disparo na cabeça e chegou a passar por uma cirurgia durante a madrugada, no Hospital de Base.

Por volta das 11h, amigos e familiares obtiveram informações de que a equipe médica já havia constatado morte encefálica e aguardava apenas o prazo legal para declarar a morte do paciente. A Secretaria de Saúde, no entanto, não confirmou a informação até o fechamento desta edição, afirmando apenas que o estado do paciente é grave.

O crime ocorreu no Bloco J da 112 Sul, por volta das 22h30 de sexta-feira. Segundo a polícia, o brigadeiro chegava à garagem do prédio onde morava quando foi abordado por dois homens, que queriam levar o veículo da vítima. A Polícia Civil investiga a participação de um terceiro bandido que teria ficado em um veículo Gol de cor vermelha. Toda a ação foi filmada pelo sistema de segurança do prédio ao lado.

ABORDAGEM

Testemunhas afirmam que a vítima começou a ser seguida na entrada da superquadra, quando, ao abrir o portão que dá acesso à garagem do prédio, foi abordada pelos bandidos. Eles teriam percebido a tentativa de fuga do militar e dispararam. O carro de João Carlos bateu em outro carro que estava no interior da garagem. Os bandidos fugiram sem levar nada.

Um funcionário do edifício reclamou da falta de segurança na região e no próprio prédio, que não possui câmeras capazes de filmar a ação de bandidos. “O sistema de segurança aqui é muito fraco, tanto que o que captou as imagens do assalto foram as câmeras do prédio ao lado”, afirmou o funcionário.

Uma amiga da família, que não quis se identificar, também reclamou da segurança da quadra. “Foi algo gravíssimo. A segurança em Brasília está cada vez mais deficiente”, declarou ela, que considera que apesar da falta de policiamento, a quadra é bem iluminada.

INVESTIGAÇÃO

A Polícia Civil não se pronunciou oficialmente sobre o assalto ao militar da reserva, mas fontes afirmam que a corporação trabalha também com a hipótese de crime encomendado. O comandante da Aeronáutica do Brasil, tenente-brigadeiro Juniti Saito, esteve no Hospital de Base para ver o colega de profissão e conversar com a família. Ele não quis se pronunciar quanto ao brigadeiro João Carlos, mas afirmou que a Inteligência da Aeronáutica não participará das investigações do caso, que ficará a cargo apenas da Polícia Civil.

JORNAL DO COMMERCIO


EUA e a democracia do caos


ENTREVISTA - LUIZ ALBERTO MONIZ BANDEIRA

Uma das maiores autoridades em relações internacionais e política externa do País, o cientista político e historiador Luiz Alberto de Vianna Moniz Bandeira dissecou a participação dos Estados Unidos nos conflitos dos últimos 30 anos para justificar que a Guerra Fria não acabou, só mudou de atores. Em A Segunda Guerra Fria (Ed. Civilização Brasileira, 714 páginas, R$ 80), Moniz Bandeira defende que os EUA estiveram por trás de acontecimentos como os conflitos no norte da África e no Oriente Médio, bem como a chamada a Primavera Árabe e, mais recentemente, da guerra civil na Síria, para manter sua hegemonia global. O plano americano é continuar a implementação da estratégia do "full spectrum dominance" (dominação de espectro total) contra a presença da Rússia e da China naquelas regiões. "O objetivo dos EUA sempre foi a derrubada do regime de Bashar al-Assad, de modo a eliminar a presença da Rússia no Mediterrâneo, fechando suas bases navais instaladas na Síria, bem como conter o avanço da China no Oriente Médio e no Magreb, isolar o Irã e cortar seus vínculos com o Hezbollah, no Líbano, de acordo com os interesses de Israel", afirma Moniz Bandeira no livro. Com base em farta documentação e informações de fontes seletas, o historiador ainda analisa a posição do Brasil nessa nova conjuntura. Em entrevista por e-mail (Moniz Bandeira vive na Alemanha), o autor explicou o processo de pesquisa do livro e analisou os planos americanos à luz de acontecimentos recentes.
JORNAL DO COMMERCIO - O livro é uma continuação do Formação do Império Americano? Devem ser lidos juntos?

LUIZ ALBERTO DE VIANNA MONIZ BANDEIRA - A Segunda Guerra Fria pode ser lida separadamente. São obras distintas, embora se complementem. São indispensáveis na compreensão do mundo de hoje. As diversas obras que escrevi sobre a política internacional e as relações dos EUA com o Brasil e demais países da América Latina constituem um conjunto, embora independentes.
JC - De onde surgiu a ideia do livro? Como foi a pesquisa?
MONIZ BANDEIRA - Escrever A Segunda Guerra Fria constituiu uma necessidade, a fim de expandir e atualizar o estudo sobre o Império Americano e demonstrar o alcance geopolítico e sua dimensão estratégica, em face das rebeliões no Oriente Médio e África do Norte, a partir de 2010. Conforme Antônio Gramsci ensinou, "se escrever história significa fazer a história do presente, um grande livro de história é aquele que no presente ajuda as forças em desenvolvimento a converterem-se em mais ativas e factíveis". O objetivo de A Segunda Guerra Fria é mostrar o que está por trás desses acontecimentos, em que as guerras já não são entre Estados, mas contra entidades não estatais, forças não convencionais, que não constituem massa orgânica, como um Exército, mas grupos autônomos, que se articulam, sobretudo, através da internet e mídias sociais.
JC - Nesse cenário, quem tem mais poder: nações ou grandes corporações?
MONIZ BANDEIRA - As grandes corporações e o sistema financeiro internacional, que é dominante, necessitam dos Estados, conquanto não dispõem de legitimidade, de meios para articular os interesses, organizar e comandar as sociedades que de um modo ou de outro representam. A "full spectrum dominance" (dominação de espectro total), que os EUA almejam implantar, significa a ampliação e consolidação de sua hegemonia planetária, arrogando-se à condição de única potência verdadeiramente soberana sobre a Terra, ao mesmo tempo em que tratava de derrogar, unilateralmente ou por meio da ONU, com o apoio das potências da União Europeia, o princípio democrático da igualdade de todas as nações, e encoraja a desarticulação dos Estados nacionais. Assim os EUA fazem avançar seus interesses políticos e geopolíticos, por intervenções militares, sob o rótulo de "humanitárias" e proteção de civis, que tendiam a modificar o conceito de soberania nacional, relativizá-la e desligá-la do Estado-nação. Isso ressuscita, sob outra capa e em outras circunstâncias, a doutrina das "fronteiras ideológicas" dos anos 60, não mais reconhecendo o direito de todas as nações à autodeterminação e independência política. O tipo de Estado nacional, como se formou nos séculos 16 e 17, gradativamente começou a desaparecer, com a globalização. E o objetivo dos EUA e seus sócios da Europa é converter o mundo todo em sua zona de investimentos, sob a segurança e proteção, com a Otan, como gendarme do sistema financeiro e das corporações e internacionais.
JC - A Primavera Árabe saiu como os EUA planejavam? Qual o saldo para a região atualmente?
MONIZ BANDEIRA - O saldo é a catastrófica fragmentação dos Estados criados pelos acordos entre França e Grã-Bretanha após a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), complementando as desastrosas experiências de mudança de regime que os EUA promoveram no Afeganistão, Iraque, Líbia etc. O que se instalou nos países da África do Norte, Oriente Médio e Afeganistão foi a democracia do caos e do terror. A guerra civil entre sunitas e xiitas cada vez mais se intensifica no Iraque. Na Líbia e na Somália não há Estado, os governos virtualmente inexistem, as milícias não renunciam às armas, constituem o poder real. Ao mesmo tempo, comandos do Navy Seal dos EUA, assistidos pelo FBI e pela CIA, continuam a intervir nesses países, realizando intervenções e matando verdadeiros e/ou supostos terroristas. E para a Síria, os mercenários e terroristas, grande parte oriunda de outros países, promovem a Jihad contra o regime de Bashar al-Assad, com armas enviadas pela a Arábia Saudita, Catar e Emirados Árabes Unidos, bem como importadas da Líbia, fornecidas pela Otan ou capturadas nos arsenais de Muamar Kadafi.
JC - Como o Brasil se encaixa na estratégia de dominação americana nessa Segunda Guerra Fria?
MONIZ BANDEIRA - Em 1971, o embaixador João Augusto de Araújo Castro, falando aos estagiários da Escola Superior de Guerra, disse que "o Brasil está condenado à grandeza", por sua extensão territorial, massa demográfica, composição multiétnica, de origem europeia e africana, pelo seu ordenamento socioeconômico e, sobretudo, sua incontida vontade de desenvolvimento e progresso. O Brasil apresenta semelhanças com os EUA - países com enorme extensão territorial. Possui os mais diversos recursos minerais, uma agricultura altamente produtiva e uma indústria sofisticada, apesar da assimetria. Suas relações, entretanto, nunca foram tão suaves como se supõe. No século 19, o governo brasileiro suspendeu três vezes (1827, 1847 e 1869) as relações diplomáticas com os EUA. O Brasil, apesar dos esforços dos EUA para mantê-lo como importador de manufaturas, tornou-se a maior potência industrial do Hemisfério Sul, o que se lhes configurou como um desafio à sua hegemonia nas Américas. E a rivalidade, tanto comercial quanto política, acendeu-se e recrudesceu a partir dos anos 1950. Os EUA jamais admitiram que o Brasil desenvolvesse uma política externa independente das diretrizes do Departamento de Estado. A hegemonia dos EUA, posta em cheque pela crise financeira, econômica e social deflagrada em entre 2007 e 2008, ainda mais se debilitou, na medida em que sua poderosa engrenagem militar não conseguiu triunfar no Afeganistão nem estabelecer a paz no Iraque. Porém, o perigo que representa uma grande potência, tecnologicamente superior, mas com enormes carências, sobretudo de energia, pode ser muito maior quando ela perde a preeminência, e quer estabelecer a "full spectrum dominance", do que quando expandia seu império. O Brasil, entretanto, continua vulnerável política e militarmente e daí que deve preparar-se para enfrentar, no mar e em terra, os imensos desafios que se configuram no século 21.
JC - A espionagem entre países não é novidade, principalmente partindo dos EUA. Mas o que muda com a divulgação massiva dessa espionagem pelo mundo?
MONIZ BANDEIRA - A espionagem continuará. Com fundamento em diversas fontes e nas revelações do professor visitante da Universidade de Berkeley (Califórnia) James Bamford, mostrei no livro que o sistema de espionagem estabelecido pela Agência de Segurança Nacional (NSA) começou a funcionar há mais de meio século e que as informações captadas pelo Echelon (projeto secreto de coleta de dados através de interceptação de sinais de comunicação), que tem a NSA e o Quartel-General de Comunicações do Governo (GCHQ) da Grã-Bretanha, eram sempre atualizadas e orientavam as mais diversas iniciativas. A NSA, em 1994, não só interceptou faxes e chamadas telefônicas entre o consórcio europeu Airbus e o governo da Arábia Saudita, permitindo ao governo americano intervir em favor da Boeing, como teve decisivo papel na concorrência para a montagem do Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam), pelo Brasil, e assegurou a vitória da Raytheon, companhia encarregada da manutenção e serviços de engenharia da estação de interceptação de satélites do sistema Echelon. Informado de que a empresa francesa venceria a licitação, o então presidente Bill Clinton falou com o presidente Fernando Henrique Cardoso e mudou o resultado. Os serviços de inteligência dos EUA tentaram várias vezes negar que colaboraram com as corporações industriais. Esse sistema de espionagem teve como objetivo inicial captar mensagens e comunicações diplomáticas entre governos estrangeiros e suas embaixadas. Com o desenvolvimento da tecnologia, ampliou-se sua utilização. Os EUA passaram a utilizá-lo para interceptar comunicações internacionais via satélite, como telefonemas, faxes, mensagens de internet, por meio de equipamentos instalados em Elmendorf (Alasca), Yakima (Estado de Washington), Sugar Grove (Virgínia Ocidental), Porto Rico e Guam (Oceano Pacífico), bem como nas embaixadas e bases aéreas militares.
JC - Desde quando o Brasil se tornou alvo de interesse das grandes potências?
MONIZ BANDEIRA - Desde sempre. Porém, a única potência capaz de configurar qualquer ameaça, ainda que remota, para o Brasil são os EUA, dado que não mais obedece às diretrizes emanadas do Pentágono e do Departamento de Estado. O jornalista Glenn Greenwald, que divulgou os documentos da NSA, declarou em entrevista, a respeito do Brasil, que o governo americano sempre olha como ameaça países que nem sempre lhe obedecem. Quanto mais desobedecer, mais será visto como ameaça. O Brasil tornou-se, portanto, alvo estratégico para a espionagem dos EUA. Em 2010 e 2011, na condição de membro temporário do Conselho de Segurança da ONU, não se alinhou aos EUA em seu objetivo de impor sanções e isolar internacionalmente Irã, Líbia e Síria. A percepção em Washington é de que a crescente preeminência global do Brasil e seu envolvimento em várias questões internacionais levarão inevitavelmente a disputas com os EUA nos níveis comercial e político.
JC - Até quando o Império Americano poderá se manter? Quem são os favoritos a saírem vitoriosos da Segunda Guerra Fria?
MONIZ BANDEIRA - Os EUA não serão destruídos militarmente por nenhuma outra potência. Hoje ainda detêm o monopólio da moeda de reserva internacional, o dólar, que só Washington pode determinar a emissão e com a emissão de papéis podres e postos em circulação, sem lastro, financiar seus déficits orçamentários e a dívida pública. Contudo, o Império Americano desmoronará sob o peso de suas próprias contradições econômicas, de suas dívidas. Não poderá indefinidamente emitir dólares sem lastros para comprar petróleo e todas as mercadorias das quais depende, e depender do financiamento de outros países, que compram os bônus do tesouro americano, para financiar o consumo doméstico, que excede a produção nacional, e financiar as guerras de que necessita para subsidiar a indústria bélica e sua cadeia produtiva, que em larga escala sustenta sua economia. E essa é a maior ameaça que enfrenta e que, certamente, produzirá o colapso americano. E não há de demorar séculos como aconteceu com o Império Romano. A queda do Império Americano provavelmente ocorrerá ao longo do século 21.

PORTAL G-1


Morre militar baleado em tentativa de assalto na 112 Sul, em Brasília


Informação foi confirmada pela FAB; brigadeiro estava chegando em casa. Ele foi atingido na cabeça e estava internado no Hospital de Base.

O brigadeiro reformado que foi baleado na noite desta sexta-feira (3) quando chegava à garagem do prédio onde morava, na 112 Sul, em Brasília, morreu na tarde deste sábado (4), segundo a Força Aérea Brasileira (FAB). O militar, que estava no Hospital de Base, teve morte cerebral confirmada pela Secretaria de Saúde.
A vítima, de 66 anos, recebeu um tiro durante uma tentativa de assalto, segundo a polícia. O brigadeiro estava entrando com o veículo na garagem do prédio quando três suspeitos chegaram em outro automóvel. Dois deles desceram e foram na direção da vítima.
Em questão de segundos os criminosos retornaram ao veículo após dispararem contra o carro da vítima. A polícia informou que o brigadeiro da FAB se assustou quando foi abordado pelos suspeitos, perdeu o controle da direção, acelerou e acabou atingindo um dos criminosos, que atirou na cabeça dele.
A câmera de segurança de um prédio vizinho registrou o momento em que chegam ao local a vítima e em seguida os suspeitos, que estavam em um carro vermelho. Segundo a polícia, até o fim da tarde deste sábado ninguém havia sido preso.
Segundo a FAB, o velório do brigadeiro reformado deve acontecer na Base Aérea de Brasília neste domingo (5).
FOLHA DE SÃO PAULO


Aéreas estrangeiras poderão operar na Copa se houver abuso


Ministra da casa civil afirma que governo quer preços justos de hotéis e passagens e que abertura para empresas de fora pode ser saída

A ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil) diz que o governo pode autorizar as empresas aéreas estrangeiras a operar voos internos no país, em reação a eventuais aumentos abusivos de preços das passagens na Copa do Mundo.
 "Nós não deixaremos de avaliar todas as possibilidades, inclusive abrir o mercado", disse, acrescentando que a ideia em estudo é "autorizar que elas [estrangeiras] operem dentro do Brasil".
A proposta pode ser implementada por medida provisória que permita a operação de empresas estrangeiras em voos domésticos no Brasil.
A expectativa do governo é que a Copa atraia 600 mil estrangeiros e 3 milhões de brasileiros, o que afeta o preço de passagens e hotéis.
As empresas aéreas já solicitaram à Anac (agência reguladora) aumento no número de voos para as cidades-sede. A decisão sai neste mês.
No caso dos hotéis, Gleisi afirma que o governo "não vai tabelar preços, mas vamos usar o que estiver a nosso alcance para que esses preços não sejam abusivos".
Diante das críticas à redução na economia feita pelo governo, Gleisi --que deixará a Casa Civil na reforma ministerial para disputar o governo do Paraná pelo PT-- se coloca contra um aumento além do necessário do superavit primário e diz que "não haverá pressão que nos faça reduzir despesas dos programas sociais".
Ao ser questionada se o governo perdeu a batalha dos juros baixos, disse: "Queremos juros baixos, mas jamais vamos permitir que a inflação se sobreponha a isso".
Folha - Como o governo está se preparando para enfrentar problemas como alta de preços de hotéis durante a Copa?
Gleisi Hoffmann - Não vamos tabelar preços, mas vamos usar o que estiver a nosso alcance para que não sejam abusivos.Sabemos que, em momentos de maior movimentação, há uma tendência de crescer preço pela escassez de oferta. Mas hoje temos avaliadas todas as disponibilidades da rede hoteleira onde haverá jogos da Copa. Na maioria, temos uma oferta maior do que a demanda. Em alguns centros, temos problemas com demanda, e tanto o Ministério do Turismo como o dos Esportes estão tomando providências para que tenhamos a oferta melhorada.
O que pode ser feito para coibir exageros de preços?
O Cade [Conselho Administrativo de Defesa Econômica] vai acompanhar isso de perto, assim como as organizações estaduais de defesa do consumidor.Já tivemos reunião com o sistema hoteleiro e com as empresas aéreas. Queremos que os preços deem retorno para os empresários, mas que sejam preços justos na época dos grandes eventos.Esperamos que isso aconteça por meio do diálogo. Se não for possível, usaremos os instrumentos que temos ao nosso alcance para que os preços voltem a um patamar de razoabilidade.
No setor aéreo, os preços das passagens estão subindo e podem subir mais na Copa do Mundo. O governo pode intervir no setor?
Não há uma decisão ainda, mas, obviamente, se houver abuso, poderemos pensar numa medida como essa. Não deixaremos de avaliar todas as possibilidades, inclusive abrir o mercado.
Permitir que estrangeiros aumentem participação nas companhias brasileiras ou autorizar que eles operem dentro do Brasil?
Para você equilibrar realmente o mercado, teria de ser autorizar que eles operem no Brasil.
Dá para fazer rapidamente para a Copa?
Sim, pode ser rápido, é viável, pode ser feito por meio de medida provisória.
E o que será feito na área da segurança e da mobilidade, para evitar distúrbios como os ocorridos durante a Copa das Confederações?
Em primeiro lugar, o governo não é executor de segurança pública, cabe às polícias militares dos Estados a responsabilidade por ela. Mas o governo é também apoiador e colaborador nesta área. Então, sempre que for necessário, as Forças Armadas e a Polícia Federal vão estar à disposição dos governos estaduais para fazer a intervenção e colaborar. Além disso, o governo assumiu um compromisso com os Estados que vão receber os jogos da Copa a ajudá-los a estruturar a segurança. Já executamos mais de R$ 1,5 bilhão para equipamentos de segurança para a Copa do Mundo. Grande parte já está à disposição dos Estados. Nenhuma pendência impedirá a realização da Copa do Mundo. Os estádios serão entregues, acredito que o Brasil realizará uma boa Copa.
O mercado estima que o crescimento de 2014 será menor do que o de 2013, que deve ter fechado em 2,3% do PIB.
Eu não vou debater com o mercado, mas tenho certeza de que 2014 será melhor. Todo cenário indica isso. Há uma melhora na economia global, o Brasil começa a colocar em prática investimentos resultados de suas concessões. Vamos continuar com nossos programas sociais e de inclusão, que têm forte impacto na renda.
O mercado tem criticado a política fiscal. Ela é o calcanhar de aquiles do governo?
O governo vai fazer o superavit primário necessário para manter o equilíbrio da dívida/PIB. Não haverá pressão que nos faça reduzir despesas que são voltadas para programas sociais, como Bolsa Família, Minha Casa, Minha Vida, Brasil sem Miséria, Mais Médicos. Isso é compromisso de governo.
A proposta de Orçamento deste ano fixa uma meta de superavit para o governo central de 1,1% do PIB, abaixo da registrada em 2013, de 1,5% do PIB. Ou seja, o governo vai gastar mais neste ano de eleição?
Vou repetir, o primário tem de ser o necessário para manter a estabilidade dívida/PIB, esse é o compromisso do governo e estamos entregando isso. Para você ter uma ideia, a despesa no governo Dilma de 2011 a 2013 cresceu em média 9,3% ao ano, ante média de 14,8% de 2006 a 2010.Nós temos muita preocupação com o equilíbrio das despesas e receitas no âmbito federal. Estamos fazendo a execução orçamentária no maior rigor.
Qual o principal desafio para o governo em 2014?
Dar continuidade ao processo de concessões, com ferrovias e portos. E continuar com a política social de inclusão e a proteção do emprego.
E a inflação? Há um risco de alta próximo da eleição.
O governo tem um grande compromisso em não deixar a inflação sair da meta. E vai utilizar todos os instrumentos necessários para isso.
A presidente lançou como meta derrubar a taxa de juros, que chegou a bater em 7,25%. Agora, voltou aos dois dígitos. O governo perdeu a batalha dos juros baixos?
Nós queremos juros baixos, mas jamais vamos permitir que a inflação se sobreponha. Se precisar, o BC vai usar todos os instrumentos.
Qual deve ser o principal lema da presidente Dilma na campanha da reeleição? As pesquisas mostram que a população quer mudança.
A presidente tem grande compromisso com a qualidade dos serviços públicos. Desde o início. Penso que a população quer exatamente isso, qualidade dos serviços.

Empresas citam serviços e nova malha aérea



As companhias aéreas apontam os serviços oferecidos e o fato de que ainda não foi definida a malha aérea do período da Copa como fatores que provocam a variação.
A Azul, por exemplo, cita a TV ao vivo nos aviões, que suas concorrentes não têm.
A TAM disse que, "para o período e os destinos da competição", pratica tarifas de períodos "de alta demanda, como fim de ano, Carnaval e férias". A Gol afirmou que os preços devem mudar quando a Anac divulgar a nova malha e que as tarifas variam de acordo com a proximidade da data do voo e a taxa de ocupação do avião.
A Avianca não respondeu até a conclusão desta edição.

Preços de voos na Copa variam até 176%


Folha pesquisou voos em horários semelhantes e mesmo trajeto, nas 4 principais empresas, em 2 e 3 de janeiro Malha aérea para o período do Mundial, no entanto, ainda será alterada, e itinerários e preços podem mudar

O preço das passagens aéreas para os principais jogos da Copa do Mundo pode variar até 176% de uma companhia para outra.
Ver o jogo entre Brasil e Camarões, em Brasília, no dia 23 de junho, pode custar R$ 2.434,90 pela Azul ou R$ 879,10 pela TAM. Os dois voos partem do aeroporto de Guarulhos (SP).
A variação foi encontrada pela Folha em consulta feita nos dias 2 e 3 de janeiro nos sites de quatro empresas (TAM, Gol, Azul e Avianca).
Foram procurados voos de ida um dia antes dos jogos e os de volta, um dia depois. Todos são em horários semelhantes e saem dos mesmos aeroportos.
A diferença de valores aparece também nas decolagens a partir de Congonhas (SP). Para ver a seleção brasileira em Brasília, viajando pela Gol, o torcedor pagaria R$ 1.223,92, enquanto que pela TAM, a passagem sairia por R$ 661,12. No fim, a variação é de 85%.
Diferenças acima de 60% aparecem em voos para Porto Alegre (Austrália e Holanda em 18 de junho), Belo Horizonte (semifinal, em 8 de julho) e Natal (Itália e Uruguai em 24 de junho), levando em conta apenas as partidas mais concorridas.
A maior diferença, de 458%, foi encontrada para voos com horários semelhantes, mas com trajetos diferentes. Ambos começam no aeroporto de Congonhas.
Com a Gol, o torcedor embarca direto para o aeroporto de Confins, em Belo Horizonte, uma dia antes da semifinal da Copa, que acontece em 8 de julho.
Já com a Azul, ele pega um ônibus da empresa de Congonhas até Viracopos, em Campinas, de onde parte para BH.
Na primeira situação, a passagem custa R$ 1.920,94. Na segunda, o preço é R$ 343,92.
MALHA AÉREA
Os voos pesquisados integram a malha aérea atual, que deve ser modificada em 15 de janeiro, quando a Anac divulgar se aprova ou não as propostas enviadas pelas companhias.
A Anac pretende atender todos os pedidos, mas condiciona isso à capacidade dos aeroportos em atender a demanda.
O impacto que as mudanças terão nos preços das passagens compradas até meados do mês será determinado por cada empresa.
A Gol disse que os ingressos adquiridos hoje devem continuar nos mesmos horários e com os mesmos valores.
Já a Azul e a TAM afirmam que pode haver alteração de horários. A Avianca não respondeu até o fechamento desta edição.

ELIO GASPARI



O PENTE DE RENAN

O senador Renan Calheiros pagou R$ 27,4 mil à FAB pelo uso indevido do jatinho que o levou de Brasília ao Recife para um implante de 10.118 fios de cabelo. Isso dá R$ 2,70 por fio, deixando-se de lado os serviços médicos do procedimento.
Toda vez que o doutor ajeitar a cabeleira, deverá contar os tufos que saírem no pente. A cada 268 fios que caírem, terá perdido o equivalente a um salário mínimo.

INFRAERO INVICTA

A Infraero é invencível. Em dezembro de 2012, quando os aeroportos do Rio viraram umas saunas, ela dizia que o sistema de ar-refrigerado seria consertado no dia seguinte.
Agora que o Galeão passou pelo mesmo problema, ela informou que o ar-refrigerado funcionava normalmente, salvo nas áreas onde há obras, pois lá ele está desligado.
Tem solução. Basta desligar a refrigeração do presidente da Infraero quando há passageiros que pagam suas taxas no calor.
ESTADO DE MINAS


Escravidão nas barbas do Planalto


Cento e quarenta trabalhadores em condições semelhantes às do trabalho forçado foram resgatados em 2013 em obras ligadas ao governo federal. Região Sudeste lidera ranking

De cada 10 trabalhadores resgatados em situação análoga à escravidão no Brasil em 2013, um foi encontrado pela fiscalização em obras ligadas ao governo federal. O total de vítimas da exploração criminosa de mão de obra no país ao longo do ano passado chegou a 1.442, das quais 140 atuavam em empreendimentos com selo oficial. O mapa do trabalho escravo, traçado pela reportagem com dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), mostra que a Região Sudeste lidera o ranking do problema, com 43% dos resgates.
Pelo menos três projetos ligados ao setor público foram alvo de fiscalização do MTE. Um dos flagrantes ocorreu em Feira de Santana, a 117km de Salvador, em março do ano passado, no canteiro de obras de 540 unidades habitacionais do programa Minha casa, minha vida. Na auditoria, os agentes retiraram 24 operários que estavam alojados de forma degradante. Eles dormiam sem proteção de animais peçonhentos, não havia banheiro ou água potável disponível. A alimentação oferecida ficava exposta e muitos dos produtos já se encontravam em estado de putrefação.
Diante do que considerou "completa supressão da dignidade dos trabalhadores que lá se encontravam", o Ministério Público do Trabalho (MPT) entrou com uma ação civil pública contra as empresas CSO Engenharia e Construtora Lima, contratantes diretos dos empregados, e a União, indiretamente, por ter financiado a obra. Inédita, a ação pede R$ 3,4 milhões dos três réus por danos morais coletivos.
Procurador do Trabalho em Salvador e um dos responsáveis pela ação, Rafael Garcia defende a responsabilização ampla. "No mínimo, a União escolheu mal quem financiar. Então, assumiu o risco em responder conjuntamente por práticas criminosas. Essa é a nossa tese. A indenização pedida é para motivar que a situação não se repita."
Para Garcia, os flagrantes de trabalho escravo em obras ligadas ao governo deixam uma incerteza no ar. "Fica claro que temos uma estrutura estatal de combate ao problema no mínimo titubeante. Ao mesmo tempo em que reconhecemos as ações do Ministério do Trabalho e da Secretaria de Direitos Humanos contra essa grave violação, o próprio governo tem trabalho escravo nas obras que contrata", critica o procurador. Ele prevê que uma decisão da Justiça saia ainda neste semestre.
Outro caso de trabalho escravo com a marca do governo federal se deu na ampliação do aeroporto de Guarulhos (SP), em setembro. Das obras, capitaneadas pela Construtora OAS, participante do consórcio que venceu a licitação para administrar o terminal aéreo, foram resgatados 111 trabalhadores. Eles haviam sido recrutados no Maranhão, Sergipe, Bahia e Pernambuco. Parte dos pedreiros e serventes não tinha sequer alojamentos para ficar. Muitos chegaram a passar fome. Acordos foram feitos para regularizar a situação.
Em Ilhéus (BA), os fiscais do MTE encontraram operários em condições análogas à escravidão em alojamentos dentro do canteiro de obras do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (Ifba), ligado ao Ministério da Educação. Cinco operários foram resgatados em abril. No barraco em que estavam, não havia portas, camas ou água. Além das condições degradantes, auditores verificaram o descumprimento de uma série de medidas de segurança obrigatórias no ramo da construção civil.
LISTA SUJA O Ministério das Cidades respondeu, por meio de nota, que não contrata construtoras. Sobre o caso de Feira de Santana, afirmou que "as operações da CSO Engenharia foram contratadas pelo Fundo de Arrendamento Residencial (FAR)". "No que concerne às denúncias de problemas trabalhistas nas obras do programa Minha casa, minha vida ou de exploração de trabalho em condições similares à escravidão, a fiscalização é da competência do Ministério do Trabalho." Responsável por financiar obras do Minha casa, minha vida, o Banco do Brasil destacou que "qualquer construtora que for incluída no cadastro do Ministério do Trabalho ficará impedida de fazer novas operações".
A OAS afirmou, via assessoria de imprensa, que não comentaria o assunto. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) destacou que atua na fiscalização do processo de concessão, não em questões trabalhistas. O Ministério da Educação, responsável pelas obras do Ifba, não retornou o contato da reportagem sobre o caso.
A NTR Engenharia, contratada para as obras do instituto de educação, não foi localizada. Nenhum telefone informado por cadastros oficiais é da empresa. A Construtora Lima e a CSO Engenharia também não retornaram. A CSO está em férias coletivas.
MUDANÇA DE FOCO Para o frade Xavier Plassat, coordenador da Campanha Nacional da Comissão Pastoral da Terra (CPT) de Prevenção e Combate ao Trabalho Escravo, ter o Sudeste com praticamente 50% dos trabalhadores resgatados em 2013 merece um estudo mais aprofundado. "É um fato muito novo. Pode ter a ver com as opções de fiscalização e com transformações que vêm ocorrendo nos setores", afirma Plassat. Segundo o frade, enquanto a construção civil desponta, com 43% dos libertados em 2013, de acordo com relatórios da CPT, avanços no Pará, estado historicamente com alta ocorrência de flagrantes, diminuem o problema.
"Algumas hipóteses explicam o cenário do Norte, sobretudo no Pará. A produção de carvão enfrenta uma crise. Na pecuária, a mão de obra tem sido trocada por maquinário. Há também pressões do Ministério Público Federal, do Ministério do Trabalho e do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) sobre o desmatamento ilegal e a extração de madeira ilegal. Todos esses eram componentes essenciais do trabalho escravo na região. Agora os operários têm migrado para trabalhar nas grandes obras de barragens e da Copa", explica frei Plassat.
A dificuldade de fiscalização nas regiões mais distantes é outra variável que influencia o balanço do trabalho escravo no país, segundo a liderança da CPT. Segundo o frade, de 45 casos de violações identificados pela comissão na Região Norte, apenas 29 foram fiscalizados. No Nordeste, 22 tiveram a atenção de auditores entre os 41 denunciados. Pelas contas da CPT, o ano de 2013 deve fechar com cerca de 2 mil casos. "O nosso relatório já conta com 1.895. Acredito que o ministério vá atualizar. Deveremos chegar a 2 mil casos. É menos que os cerca de 2,6 mil do ano passado, mas precisamos analisar com cuidado."
Lobby da servidão
Empregadores enquadrados na lista suja do trabalho escravo do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) financiaram, com pelo menos R$ 2,4 milhões, candidatos nas eleições de 2010 e 2012. Entre eles, estão deputados eleitos, que discutem agora a proposta de emenda à Constituição (PEC) que torna mais rígida a punição aos flagrados pela fiscalização submetendo funcionários a condições análogas à escravidão. Com a resistência da bancada ruralista no Congresso, o texto tramita há mais de 14 anos e, embora conste como prioridade em discursos na tribuna, ainda não há consenso para votação no Senado.
A lista do MTE fechou 2013 com 579 empregadores flagrados ao cometer o crime – 54 fizeram questão de ajudar na campanha de candidatos, que, eleitos, podem tomar decisões que atingem diretamente seus interesses. Isso porque a PEC do Trabalho Escravo prevê confisco de terras pelo governo, sem indenização, a quem for flagrado explorando trabalhadores. O destino das propriedades é a reforma agrária e os programas de habitação popular. Hoje, a punição prevista na legislação brasileira – multa, indenização e nome no cadastro do MTE – é considerada branda pela Organização Internacional do Trabalho (OIT).
No cadastro do ministério, há também um deputado. Urzeni Rocha (PSD-RR) é acusado de manter 26 funcionários em regime análogo à escravidão, entre 2009 e 2010, em uma fazenda, em Cantá (RR). De acordo com fiscais do Ministério Público do Trabalho, as vítimas trabalhavam com pecuária e construções de cercas e currais, sob condições degradantes, e tinham dificuldade de sair do local — isolado e de difícil acesso. Os servidores relatam que alimento, instrumentos de trabalho e equipamentos de proteção pessoal fornecidos por Urzeni eram descontados posteriormente dos salários das vítimas. Não havia banheiro próximo à área em que atuavam e eles eram obrigados a fazer as necessidades fisiológicas no mato. Urzeni é réu em uma ação, ainda sem decisão, que tramita na 2ª Vara Federal da Seção Judiciária de Boa Vista.

CORREIO BRAZILIENSE


Militar é baleado na cabeça após tentativa de assalto, na 112 Sul


Três bandidos perseguiram a vítima que foi atingida quando tentou fugir

Imagem
Imagem mostra o momento da perícia e a marca do tiro no veículo do militar
Um militar da reserva, de 66 anos, levou um tiro na cabeça no momento em que entrava na garagem do prédio onde mora, na 112 Sul. O crime ocorreu por volta das 22h30 dessa sexta-feira (03/1). Três bandidos, que estavam em um Gol vermelho, seguiram a vítima desde quando ela entrou na superquadra. Dois desceram do veículo e anunciaram o assalto assim que o militar acionou o controle para abrir o portão da garagem.
A vítima dirigia um carro modelo i30 e, ao ser atingida, perdeu o controle do automóvel que desceu pela rampa da garagem e atingiu a traseira de uma Sandero. Segundo a polícia, os criminosos queriam roubar o veículo, mas o militar tentou fugir e acelerou. Ele foi levado pelo Corpo de Bombeiros em estado grave ao Hospital de Base. De madrugada, o militar passou por uma cirurgia e os médicos tentavam estabilizá-lo.
O caso é investigado pela 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul). Moradores reclamaram da falta de policiamento ostensivo na região.

A política externa em 2014



A política externa é o elo clássico do Estado com a sociedade internacional de nações e países. Mas não é vetor exclusivo das relações internacionais entre sociedades e Estados. Crescem as demandas do ambiente externo sobre o interno. Exigem-se, a cada dia, novas formas de inserção dos países, em frentes múltiplas, como aquelas que mobilizam a sociedade diante dos novos temas globais.
O Brasil tem histórico de cálculo de oportunidade nessa área. Reconhece a literatura o traço positivo da continuidade em política externa. Ela resistiu, em parte, a pressões irracionais de governos tendentes a utilizá-la em manobras espetaculares. Na passagem da faixa presidencial, e mesmo em mudanças de regimes políticos internos, nota-se a ambição de manter a linha externa menos contaminada pelo fugaz e passageiro da política interna.
Alguns estudiosos chegaram a enaltecer essa parte madura de um país jovem. O histórico do desenho diplomático contribuiu, aqui e acolá, no aperfeiçoamento das linhas de ação, embora não tenham alterado substancialmente o conjunto de princípios e cálculos testados no tempo dos dois séculos de formação do país independente. O conjunto de princípios e preceitos constitucionais é suficiente e adequado ao escopo da ação externa do Brasil.
O mundo vem mudando rápido, embora mantenha um sistema de governança que ainda deriva dos arranjos do fim da Segunda Guerra Mundial. O Brasil teve seu lugar naquela quadra histórica. Soube avançar gradualmente na sua base de capacidades, fez-se país industrial e moderno, moveu-se de ditaduras para o esforço de democratização, fez-se reconhecido como país responsável e previsível nas ações no sistema internacional. Apresentou-se bem o Brasil como um país em desenvolvimento com valores pacíficos, amigo das negociações e defensor da reforma do sistema de governança mundial. Associou-se, mais recentemente, a Estados baleias.
Um ano novo bate à porta. Na condição de potência média, país pivô em seu meio geográfico, portador de legítima ambição de participar das decisões mundiais, o Brasil terá várias vitrines para mostrar sua responsabilidade global. Para melhor explicar ao mundo o pleito ao assento permanente no Conselho de Segurança da ONU, o Brasil encontrará oportunidades de mostrar a maturação do seu bicentenário que se aproxima.
A Copa do Mundo de Futebol será o palco da maior projeção externa do país nas últimas décadas. Mostrar ao mundo, e comportar-se, de fato, como uma sociedade moderna, previsível, segura, educada, justa, amiga do meio ambiente e feliz com seus representantes nos parlamentos e governos será o maior desafio. Os olhos do mundo estarão no Brasil e sua inserção internacional dependerá, em parte, da percepção dos que nos observarão mais de perto.
O ano também é de eleições nacionais, o que exigirá comportamento ético dos contendores e o respeito ao país, não apenas aos arranjos de suas legendas e prebendas. O país está cansado do Fla-Flu político e da galhofa. Queremos ver jogo limpo. Lembrem-se das reações ao sistema político nacional e seus atores principais. Será muito relevante, para a inserção externa, que a nova geração de administradores e parlamentares que tomarão posse em janeiro de 2015 possam melhor representar um país que clama por uma política apenas normal.
No campo diplomático e na defesa nacional, espera-se que se mantenha o padrão histórico. Deseja-se que trapalhadas como a ocorrida no caso do asilado na Embaixada do Brasil na Bolívia não prosperem. Ao mesmo tempo, deseja-se toda sorte às tratativas de Bali (coordenada por um brasileiro) e ao desembaraço prático da velha novela dos novos aviões de defesa da Força Aérea Brasileira (FAB).
As relações internacionais são cada vez mais calcadas na Força das sociedades e não apenas nas armas estocadas e no tamanho do PIB dos grandes Estados. Essa é a sorte do Brasil. Temos chance de sermos percebidos como nação em transformação social e cultural positiva. O mundo monitorará esse novo país que emergiu e que se mostrará como de fato ele é e age. Tudo isso vai ocorrer on-line.
A inserção da sociedade brasileira no mundo é fator decisivo. A capilaridade internacional do Brasil dependerá, de forma crescente, dessas novas Forças profundas, como mencionava o professor francês Pierre Renouvin, ao avaliar o peso das grandes causalidades históricas da elevação ou declínio das nações e dos Estados. Oxalá nosso caminho pelo ano que nasce seja seguro na compreensão generosa que o mundo já tem de nós. Essa será a melhor notícia da política externa do Brasil.

Projetos na geladeira



Com a inflação distante do centro da meta, o crescimento morno e a taxa básica de juros (Selic) de volta aos dois dígitos, o governo deve evitar mais dores de cabeça e manter na geladeira alguns projetos de lei que, em 2013, causaram polêmica no Legislativo. Para não criar atritos com a classe média e com os sindicatos, às vésperas do período eleitoral, propostas como a regulamentação da Lei das Domésticas e a da terceirização (PL 4.330/2004) devem ficar para 2015.
A previsão era de que ambos os projetos tivessem saído ainda em 2013, bem como a lei de concursos e a norma que trata da regulamentação das greves no serviço público. Todos, porém, foram empurrados para o ano eleitoral, que, além das limitações de cunho exclusivamente político, ainda apresenta um calendário apertado. Como muitos parlamentares se candidatam a cargos nos estados de origem, acabam por esvaziar o Legislativo nos meses que precedem a eleição. Além disso, a Copa do Mundo deve colaborar para a falta de quórum e dificultar as votações em 2014.
A proposta que trata das domésticas começou bem e virou lei ainda no ano passado. Muitos pontos, contudo, como os que garantem o FGTS e o seguro-desemprego, ainda precisam ser regulamentados pelo Congresso, passando por várias comissões. A exemplo do PL da terceirização, que tramita há quase uma década, o processo pode ser demorado . "Existe entre os parlamentares a prática nefasta de estender demasiadamente a apreciação de certos projetos de lei. Muitas vezes, não há consenso entre as lideranças partidárias", afirma o especialista em direito administrativo da Universidade de Brasília (UnB) Mamed Said Maia Filho.
Além disso, acrescenta ele, muitos assuntos não são colocados em pauta porque contrariam interesses do Poder Executivo. "Por conta disso, vários projetos de lei vão para a geladeira", esclarece Mamed. O PL 4.330, por exemplo, contraria diretamente os sindicatos, uma briga que o governo não quer comprar. O texto pretende tornar a terceirização possível nas empresas, não só para as atividades-meio, como é hoje, mas também para as atividades-fim.
"Sem acordo, é muito difícil votar um tema polêmico na Câmara. Contra a terceirização, há um lobby muito forte dos sindicatos. Eles se opõem ao projeto porque acreditam que podem perder dinheiro com a aprovação", pontua o relator do projeto na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, deputado Arthur Maia (PMDB-BA). A votação foi adiada duas vezes para que fossem realizadas mesas redondas entre sindicalistas, empresários e representantes do governo. Diante do imbróglio, o presidente da comissão enviou o projeto diretamente para apreciação do plenário, onde Maia também é relator.
Para o professor Júlio Edstron, especialista em direito constitucional da Universidade Católica de Brasília (UCB), temas como esse expõem os parlamentares à opinião popular. "São assuntos que atingem uma parcela grande da população e tendem a não ser votados em um período delicado como o eleitoral. O novo Código de Processo Civil também entra nessa lista de propostas polêmicas, apesar de gerar bem menos alvoroço do que o das domésticas, por exemplo", explica.
Outra proposição que deve atingir os sindicatos é a lei de greve no setor público, estudada atualmente pelo senador Romero Jucá (PMDB-RR). O projeto estabelece que áreas estratégicas, como segurança pública, sejam obrigadas a manter 80% do efetivo em serviço durante as paralisações. Além disso, proíbe as Forças Armadas, a Polícia Militar e os bombeiros de suspenderem as atividades.
Concursos

Menos polêmica, mas igualmente aguardada, a proposta que regulamenta os concursos públicos deve ter a votação novamente adiada. Aprovado pelos senadores depois de uma espera de três anos, o projeto será analisado, agora, pelas comissões da Câmara. Apesar de manter a expectativa de que o processo seja apreciado ainda no primeiro semestre, o relator na CCJ do Senado, Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), não acredita que a proposta tenha prioridade em 2014.
"A agilidade dos projetos depende muito do governo, que tem maioria no Congresso e, por isso, capacidade de aprová-los. Sou relator de uma outra iniciativa, que regulamenta a relação do Executivo com as organizações não governamentais (ONGs), e acredito que, esta sim, tem o interesse do Planalto. Não sei se há a mesma disposição para aprovar a lei dos concursos agora", pondera.

Militar é baleado na cabeça na 112 sul



Reféns da criminalidade e expostos à violência. A sensação dos moradores do Plano Piloto é de completa insegurança. Na noite de ontem, um pai de família levou um tiro na cabeça ao sofrer uma tentativa de assalto na 112 Sul. O brigadeiro da reserva da Aeronáutica João Carlos Franco de Souza, 66 anos, foi seguido por três assaltantes e rendido no momento em que entrava na garagem do Bloco J, onde mora. Acelerou e recebeu o disparo. A suspeita é de que os bandidos queriam levar o carro dele. Uma médica ligada à família visitou o paciente na unidade de tratamento intensivo (UTI) do Hospital de Base do DF e teria confirmado aos parentes a morte cerebral de João Carlos. Até o fechamento desta edição, o quadro clínico dele não havia sido confirmado oficialmente pela Secretaria de Saúde.

A tentativa de latrocínio aconteceu por volta das 22h30 de sexta-feira. Toda a ação durou cerca de 20 segundos. Imagens das câmeras de segurança dos prédios mostram João Carlos sendo seguido por um Gol vermelho com três pessoas. No momento em que ele aciona o controle para a abertura do portão eletrônico, dois bandidos descem do veículo e anunciam o assalto. Em uma provável reação ou por não ter percebido a presença dos ladrões, o oficial acelera o veículo e, em seguida, um dos criminosos atira. A bala atinge a cabeça do militar. O carro, então, desce a rampa e acerta a traseira de outro que estava estacionado, um Sandero prata.

Durante a madrugada, agentes da 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul) fizeram diligências no sentido de identificar e prender os autores do crime. Peritos também examinaram o i30 e o local dos disparos para elaborar um laudo com as circunstâncias do crime. A desconfiança é de que o trio queria levar o veículo para um estado vizinho, provavelmente encomendado por quadrilhas especializadas.

A síndica do prédio, Vanessa Duarte, reclamou do policiamento ostensivo da região. “Sinto-me desprotegida diante dessa violência. A gente quase não vê viaturas da polícia passando”, reclamou. Outra moradora e amiga da família da vítima contou que teve o estepe furtado no ano passado. “Se tem ronda, eu nunca vi”, criticou.

A delegada adjunta da 1ª DP, Renata Malafaia, trata o caso como tentativa de latrocínio. “Normalmente, são carros encomendados. Está tendo um alto índice de roubos de i30 na Asa Sul. São carros visados”, explicou. As câmeras de segurança não conseguiram captar imagens de qualidade e, por causa disso, os investigadores não conseguiram identificar os suspeitos. Uma testemunha presenciou a fuga dos bandidos, mas não conseguiu anotar a placa do Gol usado pelos bandidos. Foi ela quem chamou o socorro.
Filha casaria na Catedral

O militar João Carlos Franco de Souza havia saído de casa para buscar um sobrinho e uma irmã no Aeroporto Juscelino Kubitschek, recém-chegados do Rio Grande do Sul. Os dois e mais um grupo de familiares teriam viajado para Brasília, a fim de participar do casamento da filha de João Carlos, de 39 anos, marcada para ontem à tarde, na Catedral Metropolitana da Brasília. “Ele estava feliz. Os parentes estavam vindo do Rio Grande do Sul para o casamento. A minha irmã já mora (com o noivo) a algum tempo e tem uma filha de 3 anos. Era só oficializar. Ainda não caiu a ficha”, contou ao Correio a filha casula de três irmãs, Clarisse Franco de Souza, 34. Com a tragédia, o casamento foi cancelado.

Na madrugada da última sexta-feira, Clarisse, a mãe dela, Maria Inês Franco de Souza, 65 anos, e parentes tentavam entender o que aconteceu. “O meu pai não reagiria a um assalto. Acredito que ele nem percebeu que tinha alguém ao lado dele”, lamentou a filha. Na tarde de ontem, a família chegou a receber a informação de que o militar havia morrido. “O meu pai faleceu agora à tarde. Não tenho condições de dar declarações”, disse, por telefone. Também havia um pedido de necropsia encaminhado pela 1ª DP ao Instituto de Medicina Legal (IML), mas, por meio de nota, a Secretaria de Saúde disse que o paciente continuava internado em estado gravíssimo até o início da noite.



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