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NOTIMP - Noticiário da Imprensa - 09/12/2013



Acompanhe aqui o Noticiário relativo ao Comando da Aeronáutica veiculado nos principais órgãos de comunicação do Brasil e até do mundo. O NOTIMP apresenta matérias de interesse do Comando da Aeronáutica, extraídas diretamente dos principais jornais e revistas publicados no país.




Aviação civil - Anac divulga regras de slots para a Copa

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) colocou em seu site os procedimentos para definição da malha aérea durante a Copa do Mundo em 2014. As companhias aéreas terão até o próximo dia 20 para apresentar à Anac a solicitação para alteração ou inclusão de seus horários de partidas (slots) para voos regulares, tendo como base a malha vigente de 13 de junho a 13 dejulho deste ano.

Triunfo deve antecipar nova pista em Viracopos (SP)

Ela avalia participar de disputa por aeroporto de Manaus, por conta de cargas da Zona Franca

A Triunfo quer antecipar a conclusão da segunda pista do aeroporto de Viracopos, afirmou o presidente do Aeroporto Brasil Viracopos, Luiz Alberto Kuster, em encontro com investidores na última sexta-feira.
"Precisaremos da segunda pista em 2018 ou 2019, mas estamos estudando seriamente antecipar por uma questão estratégica", disse ele, acrescentando que a empresa avalia desenvolver o conceito de "aero-trópolis" em Viracopos, podendo chegar a quatro pistas.
"Temos 1.000 alqueires de terra para chegarmos a 4 pistas e tudo o que envolva o conceito como hotéis", disse.
Segundo o executivo, o objetivo da companhia é tornar o aeroporto no interior de São Paulo um dos 10 melhores da América Latina entre 2015 e 2016. Para isso, está ampliando espaços para manobras de aeronaves, passando de 30 para 70 posições em 2014.
A companhia está construindo um novo terminal no aeroporto e avalia transformar o terminal antigo em hangar para aviação geral internacional, pela demanda de voos charter, enquanto espera se beneficiar do plano do governo federal para impulsionar a aviação regional no país, o que pode posicionar o aeroporto em hub para voos internacionais.
Caso o governo venha a fazer novas concessões de aeroportos, a Triunfo focará atenção sobre Manaus, o que daria à empresa acesso às cargas da Zona Franca, disse o presidente-executivo da companhia, Carlo Alberto Bottarelli. Ele acrescentou que um hub internacional no Nordeste também interessa à empresa.
Sobre as perspectivas para a economia brasileira, ele afirmou que espera um 2015 "muito ruim" diante da provável necessidade de ajuste nas contas públicas após as eleições de 2014. Porém, ele avaliou que a maioria dos negócios da Triunfo estão protegidos contra uma desaceleração econômica. "Estamos protegidos contra inflação e tráfego vai continuar existindo." Reuters

Multas à Gol somam R$ 300 mil até agora, diz Anac

Mariana Branco

As infrações da empresa aérea Gol analisadas, até o momento, pelos fiscais da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) já somam R$ 300 mil em multas. A informação está em nota divulgada pela agência reguladora no início da noite de hoje (8). O comunicado explica que cada falha constatada pode gerar penalidade de R$ 4 mil a R$ 10 mil. "O valor total [das multas], entretanto, só será conhecido após conclusão da análise de todos os autos", diz o texto.
A Anac informou que se reunirá com as companhias aéreas amanhã (9), no Rio de Janeiro, para conhecer o plano de contingência de cada uma para o final do ano, que engloba o período de alta temporada, de 13 de dezembro a 13 de janeiro. No encontro, também serão abordados os atrasos nos voos registrados desde quinta-feira (5). As fortes chuvas na Região Sudeste causaram a suspensão de pousos e decolagens e afetaram os serviços em diversos aeroportos do país.
Em nota divulgada mais cedo, a Gol, que tem registrado a maior quantidade de voos atrasados, disse que responderá à autuação aplicada pela Anac. A agência reguladora também notificará a TAM, que terá dez dias para se defender e comprovar que prestou assistência aos passageiros com voos em atraso. Caso não o faça de maneira satisfatória, também pode ser autuada. De acordo com boletim divulgado pela Infraero às 18h, dos 1.556 voos previstos para hoje, 185 (11,9%) atrasaram. Desses, 149 eram da Gol, 13 da TAM, 15 da Avianca e quatro da Azul.
No comunicado, a Anac esclarece que a falha na prestação de informações e a não disponibilização de um guichê exclusivo para registro de reclamações também podem gerar penalidades para as empresas. As companhias aéreas têm ainda o dever de informar aos passageiros o motivo dos atrasos e cancelamentos. Além disso, devem oferecer facilidade de comunicação (telefone, internet) para atrasos superiores a uma hora; alimentação para atrasos superiores a duas horas e acomodação, traslado e serviço de hospedagem para atrasos superiores a quatro horas. As regras estão na Resolução 141/2010.
De acordo com a Gol, os atrasos são reflexo dos temporais da noite de quinta-feira (5) que afetaram diversas partes do país, principalmente os estados do Rio de Janeiro e de São Paulo. A suspensão dos pousos e decolagens nos aeroportos da região provocou um efeito dominó que afetou diversos terminais pelo país.

Curtas

Caminhada reúne três mil pessoas contra a violência doméstica

Cerca de três mil pessoas participaram ontem, em Belém, da Caminhada do Laço Branco, campanha de combate à violência contra a mulher. O grupo saiu da Praça Santuário e andou até a Praça da República, no centro da capital paraense. O evento faz parte de uma campanha mundial com o tema "Violência não! Mulher merece atenção". Representantes de escoteiros, da Marinha, do Exército, da Aeronáutica, do Corpo de Bombeiros e da Cruz Vermelha participaram do ato.

Descaso com a vida dos outros

Enquanto temporais fazem as primeiras vítimas do verão, período de maior risco de desastres, governo federal só aplicou 51% do orçamento de 2013 para ações de prevenção

Leandro Kleber e Renata Mariz
Brasília

As fortes chuvas de verão que ocorrem todos os anos nos meses de dezembro e janeiro já começaram a causar mortes e destruição em várias partes do país. Na madrugada de ontem, oito pessoasmorreram em Lajedinho (BA) em razão de um forte temporal. Na semana passada, foram quatro mortos no Rio de Janeiro. Apesar das tempestades serem previsíveis pelos meteorologistas para este período, as autoridades públicas continuam patinando com as políticas de prevenção a enchentes e deslizamentos. O principal programa federal que trata do tema, chamado de gestão de riscos e resposta aos desastres, ficou longe da prioridade governamental.
Os seis ministérios que têm verba do programa – Integração Nacional, Cidades, Defesa, Ciência e Tecnologia, Minas e Energia e Meio Ambiente – tiveram R$ 5,2 bilhões este ano para desembolsar em ações de defesa civil, contenção de encostas, sistemas de drenagem urbana e manejo de águas pluviais e desassoreamento e recuperação de bacias. Porém, passados mais de 11 meses, as pastas, juntas, desembolsaram somente 51% do total do montante, o que equivale a R$ 2,7 bilhões.
Vários projetos previstos no orçamento deste ano nem sequer saíram do papel. É o caso da rubrica de "apoio ao planejamento e execução de obras de contenção de encostas em áreas urbanas (prevenção de riscos)", com previsão de R$ 401,4 milhões. Nenhum centavo foi liberado até agora. Outra rubrica, a de "obras de macrodrenagem e controle de erosão marinha e fluvial", também ficou sem ver a cor do dinheiro. Estavam estimados gastos de R$ 169,7 milhões entre janeiro e dezembro.
Em agosto de 2012, o governo federal lançou o Plano Nacional de Gestão de Riscos e Alertas de Desastres Naturais, que previa, entre outras metas, a instalação de nove radares meteorológicos do Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden). O primeiro deles, porém, foi inaugurado somente no início deste mês, na Base aérea de Natal. Os demais, já adquiridos pelo governo, devem ser instalados no próximo ano. Nos últimos cinco anos, 2.063 pessoas morreram no país vítima de enchentes e desmoronamentos. A maior parte delas, 1.023, na Região Serrana do Rio, palco da maior tragédia do tipo em 2011.
Governo O Ministério da Integração Nacional, pasta que tem a maior parte da verba do programa de gestão de riscos e resposta a desastres, nega que tenha desembolsado menos da metade dos recursos previstos para este ano. De acordo com a assessoria de comunicação do órgão, de janeiro até agora foram aplicados 65% do total estimado. A pasta ressalta que os responsáveis pelas execuções são os estados e municípios. "Para eles (entes federativos), o ministério presta assistência para que o acesso ao recurso ocorra o mais rápido e da forma mais transparente possível", explica a assessoria.
A Integração afirma ainda que, desde o ano passado, com a união de dois programas que antes eram separados, o de prevenção a desastres e o de resposta às catástrofes, têm sido mais ágeis as providências tomadas frente a situações de emergência provocadas por chuvas e temporais. "O Brasil começou a vencer o desafio de se organizar para enfrentar os desastres naturais e consolidar um sistema nacional de gestão de riscos e respostas", diz a assessoria.

Ferramenta inspirada no sismógrafo avalia grau de estresse no mercado de ações

Anderson Figo

O empresário Eduardo Cavendish, 29, investe em Bolsa há seis anos e está sempre em busca de novos modelos de análises de ações para evitar ao máximo perder dinheiro. Em 2012, descobriu pela internet um que avalia o grau de estresse na Bolsa nos períodos que antecedem crises, mas com um detalhe: baseado na análise de terremotos.
"A princípio, estranhei, pois não conseguia enxergar ligação entre uma coisa e outra. Mas depois obtive bons resultados e passei a usar o sistema constantemente." Desenvolvido pelo matemático Marco Antonio Caetano, do Insper, em parceria com Takashi Yoneyama, do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), esse sistema é conhecido como IMA (Índice de Mudanças Abruptas).
Ele se baseia nas frequências percebidas no mercado e que nem sempre aparecem nas análises dos especialistas de corretoras.São dois tipos de frequências: as baixas, que são tendências de longo prazo, e as altas, que são as negociações diárias -se o tempo estiver sendo medido em dias.
"Sempre há um estresse típico que antecede movimentos bruscos para baixo ou para cima", diz Caetano."O mercado fica nervoso e frenético, fazendo com que as frequências das negociações oscilem muito rapidamente próximo de um patamar, que é o preço que os investidores acham adequado."
A ferramenta identifica essas frequências e, quando há alteração, aponta. É o mesmo mecanismo dos sismógrafos -aparelhos utilizados para identificar as movimentações das placas tectônicas, que dão origem aos terremotos.O IMA é composto por um índice que vai de 0 a 1: quanto mais perto de 0, melhor é o momento para comprar ações; quanto mais perto de 1, maiores são as chances de que a ação não suba mais, com probabilidade de "crash" (queda).
Embora seja apontado como útil, usuários do IMA ressaltam que a ferramenta tem pontos a serem melhorados."Um deles é o alerta de venda. Ele indica o ponto que está esgotando a alta do papel, mas não mostra quando é a hora de vendê-lo", afirma Cavendish.
Outra ressalva é que a ferramenta hoje acompanha apenas o Ibovespa, principal índice da Bolsa, e mais nove ações: as preferenciais (mais negociadas e sem direito a voto) de Petrobras, Vale, Usiminas, Gerdau e Itaú Unibanco e as ordinárias (menos negociadas e com direito a voto) de BM&FBovespa, Banco do Brasil, Cielo e PDG.
De acordo com os desenvolvedores do IMA, a ferramenta tem 89,3% de acertos desde a sua criação, em 2004.O sistema é disponibilizado na web: www.mudancasabruptas.com.br, com custo de R$ 110 por mês.
CUIDADOS
O educador financeiro Mauro Calil, da Academia do Dinheiro, afirma que, independentemente do modelo de análise das ações utilizado, o investidor deve ter em mente que as aplicações em Bolsa envolvem risco.
"O ideal é que o pequeno investidor não faça suas aplicações com base em um único instrumento de análise."

Drone brasileiro, Arara II, realiza voo nos EUA

Pela primeira vez um drone ou Veículo Aéreo Não Tripulado (Vant) brasileiro realizou um voo no espaço aéreo dos Estados Unidos. O drone faz parte do projeto de pesquisa entre a USP São Carlos, o Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), a Universidade de Purdue (USA) e a empresa AGX Tecnologia. O voo foi realizado no último dia 14 de novembro em West Lafayette (Indiana). O drone ARARA é uma aeronave precursora no Brasil no voo autônomo de Vants de asa fixa em 2005.
O Vant ou drone utilizado, a segunda versão do ARARA (Aeronave de Reconhecimento Assistidas por Rádio e Autônoma), foi originalmente desenvolvida em conjunto pelo Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP São Carlos, pela Embrapa – unidade do Centro Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento em Instrumentação Agropecuária (Cnpdia) e a AGX, dentro do projeto coordenado pelo pesquisador Onofre Trindade Jr (ICMC-USP).
O coronel aviador André Pierre Mattei, professor do ITA e pesquisador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Sistemas Embarcados Críticos (INCT-SEC), participou do experimento no papel de principal articulador da parceria entre os centros de pesquisa envolvidos do Brasil e EUA e a AGX.
“Este voo do ARARA II é histórico para a indústria nacional de drones”, ressalta Mattei. Também participaram dos trabalhos em Indiana o diretor de Pesquisa & Desenvolvimento da AGX Tecnologia, Luciano de Oliveira Neris e Alexandre Di Giovani, o piloto mais experiente em operação de Vants civis da América Latina.
O voo pioneiro de um drone brasileiro nos EUA foi realizado na Fazenda Experimental da Universidade de Purdue, que possui o Certificate of Authorization or Waiver (CAW), uma permissão vigente nos EUA para esse tipo de voo. O feito foi realizado em condições atmosféricas adversas com a proximidade do inverno no hemisfério norte, estação que traz ventos fortes especialmente na região do meio-oeste americano, além de temperaturas muito baixas.
“O drone ARARA já havia mostrado no Brasil que pode cumprir missões em temperaturas escaldantes. Agora foi o batismo dele abaixo de zero, com um clima congelante”, comemora o presidente da AGX, o empresário Adriano Kancelkis.

Brasil "espalha" adidos militares para ampliar influência e fazer negócios

Defesa. Representantes das Forças Armadas estão instalados em embaixadas brasileiras em 34 países, a maioria com baixo poderio bélico e com investimentos reduzidos no setor; para especialista, atuação do País é importante para assegurar alianças estratégicas

Wilson Tosta

Mais da metade dos adidos militares do Brasil está em países com pouca ou nenhuma relevância bélica, mostra levantamento do Estado. Dos 63 oficiais nesses cargos em 34 nações, 33 ficam em países que gastam por ano menos de US$ 5 bilhões no setor. Os vencimentos (salários e verbas indenizatórias), com o dólar a R$ 2,32, chegaram em agosto a R$ 41 mil médios, muito além do teto salarial do funcionalismo, que é de pouco mais de R$ 28 mil.
A maioria é coronel do Exército, da Aeronáutica ou capitão de mar e guerra - há ainda oficiais generais (nos EUA) e um tenente-coronel. Os dados são do Ministério da Defesa, obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação, do Portal da Transparência nos Recursos Públicos Federais e da base de dados do Stockholm International Peace Research Institute (Sipri).
"Não é a eventual relevância militar de um país que define a presença ou não de adidos militares brasileiros, mas a importância estratégica que esse país tem para o Brasil, levando-se em conta seu potencial de cooperação na área de defesa", diz o Ministério da Defesa. "Países sul-americanos estão situados no chamado entorno estratégico brasileiro, região para a qual o Brasil tem incentivado mecanismos de fortalecimento de parcerias estratégicas."
Em 2009, o procurador no Tribunal da Contas de União (TCU) Marinus Marsico pediu investigação sobre despesas com adidos militares. Após examinar o caso, o TCU o arquivou, em junho do ano passado, por não ver irregularidades.
"Não acho que ter adidos seja bobagem, é política de Estado", diz o professor do Instituto de Relações Internacionais da PUC-RJ Márcio Scalércio. "Atende a determinadas posições diplomáticas. O Brasil tenta ter influência em alguns países. Para isso, é preciso ter bom relacionamento com os militares locais." Ele ainda vê motivação comercial da indústria bélica na ação desses profissionais.
Teoricamente, os adidos militares promovem intercâmbio com Forças Armadas de nações amigas, segundo o Ministério da Defesa, trabalhando para "orientar relações de cooperação regionais e colaborando na troca de conhecimentos sobre produtos de defesa". O Brasil, porém, mantém esses dispendiosos postos em países com baixíssimos peso e despesas no setor. São nove adidos, três para cada país, por exemplo, no Paraguai, no Uruguai e na Bolívia - com despesas militares, em 2012, respectivamente, de US$ 421 milhões, US$ 971 milhões e US$ 396 milhões.
A Marinha mantém adidos navais no Paraguai e Bolívia, apesar de serem países sem saída para o mar. A Fuerza Naval Boliviana é dotada de cerca de 20 barcos pequenos, a maioria de patrulha. Na Armada Paraguaya, são cerca de 50 embarcações, em sua maioria pequenas lanchas de patrulha. As Forças Aéreas dos dois países também são modestas: a Bolívia tem menos de dez caças, e o Paraguai tem o máximo de seu poder aéreo em alguns EMB-312 (Tucanos).
Interesses. "Agora que tem algumas empresas privadas atuando na área de produção de equipamento (militar), isso (ter adidos) tem consonância com esse tipo de interesse. A gente não vai vender para os EUA, mas para a Bolívia, países africanos, tem chance", diz Scalércio.
Um exemplo que Scalércio cita é o da Namíbia, onde o Brasil tem um capitão de mar e guerra. O País, conta ele, participa de uma corrida pela influência diplomática na África, o que ajudaria a explicar a existência de adidos no continente. Além da Namíbia, o Brasil tem oficiais na área diplomática em Angola, Egito, Moçambique e Nigéria. O representante na Angola recebeu, em março, a maior remuneração, perto de R$ 70 mil.
Na outra ponta, o País mantém adidos em países que estão na elite dos gastos no setor militar. Na França, 5.º maior orçamento bélico do mundo (US$ 60 bilhões), o Brasil tem adidos para as três Forças. O País mantém intenso relacionamento com os franceses no setor: comprou quatro submarinos Scorpène e também o casco do futuro submarino a propulsão nuclear e 50 helicópteros. A França disputa, com os aparelhos Rafale, da Dassault, a escolha para venda de caças ao Brasil.
No país com 2.º maior orçamento militar, a China (US$ 142 bilhões anuais em 2011), o Brasil tem três adidos, enquanto na Rússia, o 3.º colocado (US$ 72 bilhões), apenas um.

No Haiti, gastos passam de R$ 2 bi

ONU reembolsou um terço das despesas e zerou o que devia ao País

Os gastos do Brasil com a Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti (Minustah), iniciada em 2004, ultrapassavam, em setembro, R$ 1,9 bilhão em números históricos, segundo resposta do Ministério da Defesa a requerimento apresentado pelo Estado sob a Lei de Acesso à Informação.
Corrigido pelo IPCA, o valor ultrapassa R$ 2,3 bilhões, dos quais pouco mais de um terço (US$ 325.672.182,55, o equivalente a R$ 800,7 milhões em reais deflacionados pelo mesmo índice) foi reembolsado pela ONU.
A entidade, segundo o Ministério da Defesa, pagou tudo o que devia ao País pelas operações no país caribenho até o fim do terceiro trimestre de 2013, Eventuais atrasos, diz o documento, devem-se a processos bancários, mas "não comprometem" o recebimento dos reembolsos.
De acordo com o levantamento fornecido pela Defesa, o ápice dos gastos da missão ocorreu em 2010. Naquele ano, o valor histórico (sem correção) dos desembolsos foi de R$ 673.855.411,25 -ou R$ 793.334.221,00 no valor corrigido pela inflação (até setembro de 2013).
O aumento nas despesas, de mais de 400% em relação a 2009, deveu-se à ajuda humanitária por causa do terremoto que atingiu o Haiti em 12 de janeiro de 2010 e à instalação do 2o Batalhão de Infantaria (Brabat 2). O Brasil tem o comando das tropas da Minustah, instituída pela Resolução 1542 do Conselho de Segurança da ONU, de 30 de abril de 2004. Seu objetivo é restaurar a ordem após um período de insurgência e tumulto que se seguiu à queda do presidente Jean-Bertrand Aristide. Para cumpri-lo, as tropas enfrentaram grupos armados.
O governo brasileiro avalia que, sob o ponto de vista da garantia da segurança, a Minustah tem sido bem sucedida, com o desmantelamento de gangues que antes agiam livremente na capital, Porto Príncipe. Em sua ação para retomada das áreas dominadas por esses grupos, os militares acumularam know how depois utilizado em favelas do Rio de Janeiro. Há ainda ações de pequeno porte, mas de grande repercussão local, como obras e organização de serviços públicos. E iniciativas do governo local, como a criação de subsídios para que as crianças pobres possam ir às escolas (que no Haiti são privadas), cujos resultados só aparecerão em anos.
O histórico de missões da ONU no Haiti não dá muita esperança de encerramento próximo para a Minustah. Desde 1993, já houve outras quatro, sem sucesso. Para a pesquisadora Renata Giannini, doutora em Estudos Internacionais pela Old Dominium University (EUA), uma hipótese para explicar esses problemas é a conturbada história do país, o segundo das Américas a obter a sua independência (o primeiro foi os EUA), mas que teve vários ditadores que se declararam líderes vitalícios e presidentes assassinados. Há ainda a crônica pobreza da população. Ela lembra que o terremoto no Chile foi pior do que o do Haiti, mas o número de mortes entre os haitianos foi muito maior, pela carência local.
"Uma das coisas que o Brasil procura fazer para aumentar seu papel internacional é participar mais das ações da ONU, porque pleiteia um lugar permanente no Conselho de Segurança", explica a pesquisadora. Ela lembra que a atuação brasileira não é só com tropas. "Há militares fazendo assistência humanitária e trabalhos de engenharia, nos chamados projetos de rápido impacto."
Uma fonte do governo brasileiro disse ao Estado que o Brasil já está reduzindo seu contingente no Haiti, mas o ritmo e a magnitude da retirada obedecem a determinações e calendário ditados pelo Conselho de Segurança da ONU. No país caribenho, não há mais exército, e a Polícia Nacional Haitiana ainda está sendo constituída.

Campanha sensibiliza para fim da violência contra mulher, em Belém

Cerca de três mil pessoas participaram da "Caminhada do Laço Branco". Evento ocorreu neste domingo (8), pelas ruas do centro da capital.

Cerca de trê mil pessoas participaram neste domingo (8), em Belém, da Caminhada do Laço Branco, campanha que visa sensibilizar e combater a violência contra a mulher. O evento teve início na Praça Santurário e percorreu as ruas da capital até a Praça da República, no centro da capital.
A campanha, que ocorre no mundo inteiro com o tem “Violência Não! Mulher merece atenção”, reuniu integrantes de movimentos socias, como o Movimento pela Vida (Movida), além de representantes de escoteiros, Marinha, Exército, Aeronáutica, Bombeiros e Cruz Vermelha.
O secretário adjunto de Gestão Operacional da Polícia Militar do Pará, Coronel Mário Solano, enfatizando que o homem é importante para a campanha. “A origem da violência familiar está ligada ao homem. Por isso, é necessário que se busque a causa e não os efeitos desse problema. Uma manifestação pacífica como esta desperta na sociedade maior consciência sobre o assunto”, disse.
Para sensibilizar crianças e adolescentes, escoteiros de sete a 15 anos também participaram do evento. “É a primeira vez que participamos de uma campanha com este enfoque, que também tem caráter educativo, de orientação. E isso também faz parte da metodologia dos escoteiros, de formar crianças com a consciência de respeitar e não agredir as mulheres”, disse Carlos Alberto, diretor técnico regional dos escoteiros no Pará.
Violência
A programação encerrou com apresentações culturais, numa parceria com a Fundação Cultural do Município de Belém (Fumbel), com o projeto Tem Arte na Praça com atrações em vários pontos da Praça da República.
Indígenas isolados avisam militares sobre guerrilheiros e crimes na selva

Alerta sobre o Sendero Luminoso provocou mobilização de tropas em 2012. Exército estimula entrada de indígenas nas tropas que protegem fronteiras.

 Em dezembro de 2012, informes enviados por tribos indígenas na região de Santa Rosa do Purus, na divisa do Acre com o Peru, alarmaram a cúpula do Exército brasileiro em Manaus. As mensagens, segundo o general Guilherme Theópilo, responsável pela logística militar na Amazônia, diziam que caminhonetes com suspeitos de integrar o Sendero Luminoso haviam entrado no Brasil.
"Havia informações da presença de pessoas uniformizadas e fardadas entrando e circulando na região, com suspeita de serem do Sendero Luminoso. Montamos uma grande operação, com deslocamento de tropas para lá, mas nada foi confirmado oficialmente", disse o general Eduardo Villas Boas, comandante militar na Amazônia.
Considerada uma das organizações terroristas de maior atuação na América Latina até 1990, quando seus principais líderes foram presos ou mortos, a guerrilha do Sendero Luminoso ressurgiu no Peru em 2012, envolvida com a produção de cocaína. Em agosto, o Exército do Peru matou dois chefes militares do grupo armado.

Em outro episódio, ocorrido há três anos, uma aldeia indígena na Cabeça do Cachorro, área próxima a São Gabriel da Cachoeira, na tríplice fronteira de Amazonas com a Colômbia e a Venezuela, enviou um alerta a militares com a suspeita de que 500 integrantes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farcs) estavam no Brasil. Segundo o general Sergio Luiz Goulart Duarte, comandante de seis pelotões especiais de fronteira (PEF) no estado, foram enviados às pressas para a região carros blindados, aeronaves de combate e dezenas de soldados.
"Fizemos uma verdadeira operação de guerra para levar o efetivo para lá, mas nada foi encontrado. Eram apenas suspeitas. Nunca desperdiçamos a informação de um indígena, eles confiam na gente, são nossos olhos onde não estamos. Sempre que nos derem uma informação, iremos lá conferir. Eles precisam saber que sempre estaremos presentes quando precisarem, que podem contar conosco", disse Duarte.
Aldeias informantes
Aldeias da região amazônica possuem rádios e enviam alertas e informes para a Fundação Nacional do Índio (Funai) e para os militares. Agentes da Funai fazem contatos direitos com os oficiais, repassando dados relevantes. Alguns dos 24 pelotões de fronteira estão em área indígena, como é o caso de Surucucu, localizado em terras da etnia yanomami na divisa de Roraima com a Venezuela, onde há, inclusive, indígenas incorporados como soldados.

Em março, a Hutukara Associação Yanomami na Amazônia, que reúne mais de 20 mil índios, anunciou a expansão do sistema de radiofonia nas aldeias para acelerar a comunicação em terras homologadas. "Recebemos muitas denúncias de garimpeiros que circulam ilegalmente em nossas terras", afirmou na ocasião o diretor da associação, Dário Vitório Kopenawa Yanomami, para quem o rádio possibilita o envio de dados aos órgãos públicos e também o pedido de ajuda em casos de problemas de saúde.
"Eu gosto do quartel e estou morando aqui onde é minha casa. Como yanomami, é bom saber atirar. Nós somos amigos, temos que defender nossa terra. Yanomami não deixa minerador e nem madeireiro em nossa terra", diz o cabo Xaporita Yanomami, que incorporou no Exército em 2009 e serve como tradutor e guia na selva em Surucucu.
A tribo ainda usa poucas roupas – algumas mulheres e crianças ainda andam peladas ou com pequenos adereços – e não permitem que os brancos tirem fotos, por acreditar que os roubará a alma.
Toda vez que chega um avião da FAB ao local, eles se reúnem ao redor dos visitantes, tentando trocar flechas e cocares por sabonetes e arroz. A pista de Surucucu é uma das mais difíceis, dentre os 24 pelotões de fronteira, para os militares pousarem: fica em uma subida e possui um declive acentuado.
"A terra é dos índios yanomâmis. Militares só ajudam a gente a defender", afirma Xaporita, que diz que aprendeu a atirar e a fazer guerra durante o treinamento militar.
Em março e setembro, as Forças armadas fizeram operações, com apoio da Funai e da Polícia Federal, para prender mineradores e madeireiros que atuavam irregulares e também para destruir pistas de pouso ilegais usadas por garimpeiros na calha do rio Unaricoera, no município de Amajarí. Uma delas era usada desde 2003 e só foi descoberta com apoio de indígenas.
"A grande maioria do nosso soldado tem origem indígena e isso é diretriz do comando da Amazônia: ter parte do povo local trabalhando conosco. Eles recebem conceitos, são treinados e ficam até sete anos conosco, em condições de voltarem para as comunidades depois e trabalharem como multiplicadores de valores", diz o coronel Marco Machado, comandante do 8º Batalhão de Infantaria da Selva, responsável pela região de Tabatinga.
Pedido de "progresso"
Na comunidade indígena de Querari, que tem cerca de 400 moradores e fica localizada a 15 minutos de voo de São Gabriel da Cachoeira, na divisa com a Colômbia, o professor Maurici Thales de Luna, de 42 anos, diz que o povo da etnia Kubeu aceita bem a presença militar na área, mas pede maior "progresso".
 "Temos luz apenas algumas horas por dia, pegamos do gerador do quartel. A internet também usamos dos militares, e no fim de semana não dá, porque é proibido entrar lá. A escola está abandonada, porque falta apoio para recuperar. Precisamos de muita coisa aqui", afirma.
"Não queremos que os militares vão embora, não. Eles defendem nossas fronteiras e não temos mais notícias de guerrilheiros na região. Mas falta progresso para nós", completa o professor.
Já em Yauretê, tríplice fronteira do Brasil com Colômbia e Venezuela, a reclamação da população indígena de cerca de 7 mil pessoas é um hospital "fantasma". O prédio foi construído em 2002 e equipado, mas nunca recebeu médico, segundo Rosetti Borges Brandão, que administra a unidade.
"Temos macas, cadeiras para dentista, material cirúrgico, mas nada podemos fazer aqui. Nunca tivemos médicos nem enfermeiros. Tudo tem que ser levado para os militares ou organizações missionárias que apoiam a região", diz ela.
Os moradores pegam dias de viagem pelos rios até São Gabriel da Cachoeira, para serem atendidos no único hospital público da região, que é administrado pelo Exército desde 2013, segundo o coronel Roberto Albuquerque.
"Tivemos que assumir a unidade devido ao clamor popular. 75% dos atendimentos que fazemos aqui de emergência, como partos e cirurgias, é da população indígena. Tem grávida que vem de Yauretê de barco e chega aqui depois de três para morrer na nossa porta, enquanto já poderiam ter recebido um atendimento lá na região", afirma.
Problemas de relação
Mas nem sempre a convivência entre índios e soldados é pacífica. Neste ano, representantes da aldeia yanomami em Santa Isabel do Rio Negro, próximo a São Gabriel da Cachoeira, na tríplice fronteira com Colômbia e Venezuela, chegaram a ameaçar a tropa do pelotão de Maturacá, responsável pela área, caso não recebessem energia elétrica.
A base militar conta com uma pequena usina, que não está operando devido ao alto custo de manutenção, segundo o general Guilherme Theophilo, responsável pela logística das unidades de fronteira na Amazônia.
"Os índios derrubaram postes de iluminação que colocamos ao longo da região reivindicando para eles também. Ainda bem que nosso capitão que conversou com eles era alto", brinca o general, mostrando um vídeo em que os indígenas dizem que, se não tiverem luz, ninguém mais terá. "Quem tem que se preocupar com isso é o Estado, não sou eu. Índio também quer progresso", aponta o general.
O G1 questionou o governo do Estado do Amazonas, a Secretaria de Saúde do Estado e também a empresa Eletrobras Amazonas Energia sobre os problemas mas, até a publicação desta reportagem, não recebeu retorno.
Soldados que defendem fronteiras da Amazônia vivem na 'idade da pedra'

G1 visitou seis das 24 bases do Exército na divisa da selva com 5 países. Vigilância militar é diária para reprimir crimes e tráfico de armas e drogas.

Tahiane Stochero

Vinte minutos para abrir uma página na internet. Racionamento de energia elétrica, provida por até 16 horas diárias por um gerador. Sinal de celular, nem pensar. Telefonia fixa? Apenas um orelhão. Água da chuva para beber e água do rio para tomar banho, lavar roupa e louça. Abastecimento de comida e remédio a cada 30 ou 45 dias, dependendo da disponibilidade de um avião.

Esta é a realidade dos militares que vivem em bases isoladas nas fronteiras para defender a Amazônia. São 24 pelotões especiais de fronteira (PEF), com efetivo entre 20 e 80 soldados cada um. Eles começaram a ser criados em 1921 nas divisas do Brasil com Bolívia, Peru, Colômbia, Venezuela e Guiana para reprimir narcotráfico, contrabando de armas, biopirataria, exploração ilegal de madeira e minérios, além de impedir invasões estrangeiras.
"Grande parte da Amazônia ainda vive como se estivesse na idade da pedra, pois o poder público não está presente. Quem visita estas unidades volta com um sentimento de indignação", diz o general Guilherme Theophilo de Oliveira, responsável pela logística nos estados de Rondônia, Acre, Amazonas e Roraima. "Eu não admito hoje, no século XXI, que um pelotão sobreviva da caça e da pesca, como os índios viviam", afirma.
O G1 visitou seis pelotões, alguns localizados nas tríplices fronteiras, onde os militares vivem em condições piores do que as enfrentadas pelos colegas que vão para a missão de paz no Haiti. Em 2012, em uma série de reportagens sobre a situação de sucateamento do Exército, o G1 mostrou que o país possui munição para se defender por apenas uma hora de guerra e que a Amazônia é preocupação número 1 dos militares.
"Na Amazônia, a logística é uma dificuldade natural, pois os meios de transporte são precários. Não há rodovias e o sistema hidroviário não é equipado para usarmos. Além disso, em grande parte do ano, os rios não são navegáveis. Mas essas dificuldades não nos atrapalham na defesa das fronteiras", garante o comandante da Amazônia, General Eduardo Villas Boas.
Em 16 de novembro, os geradores de dois pelotões pararam ao mesmo tempo, devido ao uso de combustível adulterado. O general Theophilo teve que pedir ajuda à FAB que, apesar das restrições de horas de voo, ajudou, em caráter de urgência, a repô-los. A tropa ficou mais de 24 horas sem energia e a carne congelada foi mantida sob gelo. Outros dois pelotões estão com pistas de pouso ruins e curtas demais, sem condições para grandes aeronaves. Por isso, ao invés de 60 homens, apenas 17 são mantidos no local. Familiares que viviam com eles foram retirados.
Nos últimos 10 anos, a percentagem do Produto Interno Bruto (PIB) investido em defesa gira em torno de 1,5%, segundo números do Ministério da Defesa. Em 2013, o orçamento aprovado foi de R$ 64,9 bilhões - sendo R$ 46.332 bilhões para pessoal e encargos sociais e outros R$ 18.635 bilhões para custeio e investimento. Contudo, houve contingenciamento de recursos. Desde 2010, este bloqueio vem atingindo altos patares, chegando a até 22% do total.
Para 2014, o Projeto de Lei Orçamentária prevê a destinação de R$ 72,8 bilhões, sendo 68,6% para despesas com pessoal e R$ 16,2 bilhões para custeio e investimento. Os comandantes das Forças Armadas reclamam, porém, que a verba é insuficiente e seria necessário quase o dobro – R$ 29,8 bilhões para atender às ideias da Estratégia Nacional de Defesa, assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 1998 e ajustada ano a ano.
A Estratégia Nacional de Defesa, que ainda caminha devagar e pouco saiu do papel, prevê o Brasil com capacidade para controlar todo o espaço aéreo, marítimo e os 17 mil kms de divisas terrestres com 10 países até 2030, em busca de um assento no Conselho de Segurança da ONU. Um dos projetos do documento é o "Sistema de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron)", que pretende vigiar com radares e sensores os 17 mil quilômetros de divisas com 10 países ao custo de R$ 12 bilhões até 2030. A iniciativa começou a ser implantada no Centro-Oeste em 2013 e chegará em 2014 ao Acre e a Rondônia.
Dinheiro, pra quê?
Devido a restrições orçamentárias, a Aeronáutica faz só uma viagem por mês a cada unidade. Quem precisa sair de férias ou precisa de algo da cidade, como medicamento, tem que esperar o próximo avião chegar. Por estarem na fronteira, os soldados recebem um adicional de 20% no salário, que é guardado ou serve para ajudar a família. De 24 pelotões, apenas 13 possuem terminais do Banco do Brasil, mas em só 1 ele está ativo. O dinheiro fica na carteira. Até porque não há nenhum bar, farmácia ou loja por perto na selva.
Em Boa Vista, o avião que apoia 6 pelotões de Roraima teve um problema e permaneceu parado para manutenção por mais de uma semana. "Reduzi o efetivo e tirei os familiares de pelotões onde a pista está com problema, pois não temos condições de mandar comida para todos. Ao invés de pousar um avião capaz de levar 6 ou 7 toneladas, a FAB só pode operar com aeronaves menores, que levam até 600 quilos", avalia o general Theopilo.
 Só neste ano o Exército conseguiu fazer um levantamento da infraestrutura disponível em cada um dos 24 pelotões da Amazônia: no total, há 38 geradores, mas menos da metade (16) está disponível para uso. Eles são de 13 marcas diferentes, o que dificulta a manutenção.
Uma empresa colocou sistemas de internet em 23 deles – mas em apenas 7 está operando. Há 20 anos, 6 pequenas centrais hidrelétricas foram instaladas em 6 pelotões, mas, distantes das bases, foram inutilizados devido às dificuldades de apoio e o alto custo de manutenção. A ideia do general Theophilo é repassá-las agora para concessionárias estaduais.
Os investimentos nos pelotões são feitos pelo programa Calha Norte do governo federal, que busca habitar áreas remotas do Norte do país para garantir soberania. Em 2012, o programa recebeu R$ 72 milhões para pequenos investimentos e resolver problemas pontuais, como goteiras e remendos. Contudo, até dezembro, apenas 80% dos recursos havia sido liberado. E a estimativa é que seria necessário ao menos R$ 150 milhões anuais só para manter o que existe.
Atualmente, o Exército possui 12 helicópteros em Manaus, como o Black Hawk e o Cougar, mas eles são usados apenas em operações e não para logística (como distribuição de comida), devido ao alto custo da hora de voo, que chega a US$ 4.500 (R$ 10.620). Segundo o general Villas Boas, a partir de 2014 chegarão a Amazonas 8 novos helicópteros franceses de maior capacidade e também balsas, que serão usadas para apoiar as tropas isoladas. Em 2013, duas lanchas blindadas foram compradas da Colômbia, mas nem começaram a ser usadas nas fronteiras.
Histórico de confrontos
Apesar das dificuldades, as histórias de confrontos com guerrilheiros, traficantes ou criminosos na Amazônia rodam de boca em boca entre os soldados. O temor de reações às tropas, que param todas as embarcações que passam pelos rios nas divisas, é real.
O maior confrono ocorreu em 1991, quando integrantes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) atacaram o pelotão Traíra, matando três militares brasileiros, ferindo outros 29 e roubando armas e munições. Na ocasião, o então presidente Fernando Collor autorizou uma retaliação, e os militares fizeram uma operação na Colômbia para tentar recuperar o material levado.
Depois disso, outros dois incidentes ocorreram, ambos em pelotões visitados pelo G1: em 2002, o Exército matou guerrilheiros que navegavam pelo Rio Japurá, perto do pelotão de Vila Bittencourt, onde 49 soldados guardam a divisa com a Colômbia.
Com cerca de 200 moradores e localizada a cerca de 1.498 km de Manaus, o único acesso à comunidade é por avião: leva-se uma hora de voo a partir de Tabatinga, cidade amazonense que faz fronteira com a colombiana Letícia. Lá, o único orelhão não funciona e a população usa a internet da base militar com banda de 64 Kbps (kilobits por segundo). Para se ter uma ideia, é considerada banda larga web com velocidade de transmissão de dados ao menos quatro vezes superior, de 256 Kbps.
"Temos só dois caixas eletrônicos aqui, do Banco do Brasil, que foram instalados em 2009. Nenhum deles têm dinheiro para sacar. Só é possível fazer transferência em um deles, porque o tenente deu um jeito nisso", afirma a professora Maria do Socorro, de 50 anos. Os caixas ficam dentro da academia dos soldados.
 O tenente Éricson Maciel, comandante do pelotão do Exército, é a única autoridade no local. "A maior dificuldade aqui é logística. Estamos distantes de tudo, a 50 minutos de voo de Tabatinga ou 8 horas de rio da primeira cidade. O rio é cheio de pedras, com cachoeiras, é complicado navegar. Só recebemos comida para a tropa, mas por vezes precisamos apoiar a população. Água para a comunidade somos nós que fornecemos, porque tiramos do rio e não existe tratamento. Para beber, é da chuva (tratada com hipoclorito de sódio). A própria natureza já toma conta disso", afirma o tenente.
Outro confronto lembrado pelas tropas brasileiras na Amazônia ocorreu em 2006, segundo o tenente David Dias, que comanda o pelotão de Cucuí, à beira do Rio Negro, e na tríplice fronteira do Brasil com a Venezuela e Colômbia. Na época, o oficial que comandava a base militar no local teve a iniciativa de atacar uma embarcação com criminosos que estavam trazendo droga para o Brasil, matando alguns suspeitos.
O pelotão de Cucuí é o mais vigiado de todas as visitadas pela reportagem: canhões de luz ficam postados nas margens e seis soldados e um sargento ficam de prontidão 24 horas fortemente armados. Um deles leva uma submetralhadora.
"Aqui, nossa missão é difícil, combatemos transporte de ilícitos, como contrabando de animais silvestres, armas e drogas. Toda embarcação é obrigada a parar para ser revistada. Quem descumprir a ordem, vamos atrás ou avisamos as tropas localizadas em bases mais à frente para tentar para-los", explica o tenente Dias.
O isolamento em Cucuí é enorme e é preciso uma verdadeira maratona para chegar na base militar: de São Gabriel da Cachoeira, cidade de 36 mil habitantes localizada na tríplice fronteira, são mais 30 minutos de voo. Avista-se, aberta em uma clareira no meio da selva, uma pista de asfalto ruim, esburacada, não sinalizada e curta - cerca de 800 metros - onde só aviões da Aeronáutica conseguem pousar. De lá, mais um quilômetro de caminhada na mata fechada para, enfim, chegar à beira do rio e embarcar em uma voadeira - um pequeno barco de madeira movido a motor a diesel.
 São mais 30 minutos de voadeira até chegar ao monte Cucuí, que abriga o pelotão. Do outro lado do Negro, a Venezuela. À frente, a Colômbia.
Uma antiga ponte, que ligava uma estrada de chão à comunidade, foi incendiada pelos índios em 2010, após a morte de um deles acidente ao cair da ponte. Desde então, a área, que chegou a ter até 5 mil moradores, viu a população diminuindo aos poucos: hoje menos de 800 pessoas. A única rodovia que permitiria o acesso a Cucuí, a BR-307, foi planejada durante o regime militar e ficou pela metade, por incluir áreas indígenas e de conservação ambiental.
Em julho, um homem foi preso e outro morto após troca de tiros com agentes da Polícia Federal no rio Solimões. Com eles, havia drogas, armas e munição. A mesma lancha havia escapado de uma abordagem em maio, após tiroteio. Histórias semelhantes são ouvidas nos quartéis, mas ninguém confirma datas ou suspeitos mortos.
Em Vila Bittencourt, o soldado Valdecir Curico de Souza, de 26 anos, tem a missão de "dar o primeiro tiro" caso alguma embarcação suspeita não pare ao ser abordada na entrada do Brasil. Ele diz, porém, que o maior perigo não é o criminoso, mas os insetos.
"Aqui neste pelotão é tranquilo o trabalho. Em algumas outras bases, os insetos atacam o dia inteiro", diz. "O que precisa melhorar aqui? Muita coisa... o colchão que eu durmo veio há mais de 20 anos e está um buraco só. E a farda já está amarelada, como a senhor pode ver".
Exército teme que plantação de coca do Peru 'transborde' para o Brasil

Vale do Javari fica no Amazonas, na tríplice fronteira com Peru e Colômbia. Dois pelotões do Exército tentam evitar o plantio de coca no lado brasileiro.

Tahiane Stochero

O longínquo e inóspito Vale do Javari, na tríplice fronteira do Brasil com Peru e Colômbia, é a região que, atualmente, mais preocupa os militares brasileiros responsáveis pela defesa das divisas amazônicas. A área indígena localizada no extremo oeste do Amazonas foi apelidada de "novo eldorado do narcotráfico", onde uma variedade da planta de coca, modificada para resistir ao clima úmido, está sendo cultivada ao longo da faixa fronteiriça.

 A repressão à atuação das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farcs) fez a área de coca plantada no país vizinho cair mais de 25% em 2012. Com isso, o foco dos militares brasileiros voltou-se para o lado peruano do Vale do Javari. O Exército teme que a plantação transborde para o território brasileiro.
"Estamos fazendo de tudo para impedir que a plantação de cocaína no Peru, na divisa com o Brasil, transborde para nossa área. Estamos tomando todas as medidas possíveis neste sentido", disse o general Eduardo Villas Boas, comandante militar da Amazônia. "Claro que o risco de confronto [entre soldados brasileiros e narcotraficantes] é real".
Segundo o coronel Marco Machado, comandante do 8º Batalhão de Infantaria da Selva, que cuida da área, não há plantações de coca conhecidas do lado brasileiro até agora. "Hoje, eu te digo, com quase toda certeza, que não existe plantação de coca nesta área do lado brasileiro. Toda suspeita, vamos lá e conferimos. Até agora, nada foi confirmado", afirmou.
Em um estudo publicado pela revista “Science” em novembro, cientistas apontaram a área do Vale do Javari como uma das dez regiões protegidas mais "insubstituíveis" do mundo, devido à biodiversidade que possui.
"Consequências graves"
De acordo com o general Villas Boas, há "uma preocupação muito grande" para evitar que o Brasil passe a ter plantações. "Queremos evitar que haja a vinda de plantações para o lado brasileiro. Se isso acontecer, o Brasil deixará de ser apenas consumidor para ser produtor de coca. E isso pode nos trazer consequências graves e pressão no âmbito internacional", disse.

Villas Boas afirma que a coca, no Peru, faz parte da cultura da população. Pela localização e fácil escoamento pelo rio, a droga produzida na fronteira acaba introduzida quase totalmente em território brasileiro, em direção ao Nordeste do país. "O narcotráfico é intenso nesta faixa de fronteira", disse o general.
"As organizações ainda são incipientes, mas estão caminhando para uma organização. A facção criminosa que age dentro e fora dos presídios em São Paulo já possui um braço armado aqui no Amazonas. É evidente que, em um momento ou outro, pode haver este conflito", acrescentou.
Problemas nas bases
O Exército conta com duas pequenas bases avançadas na região, chamados de pelotões de fronteira, em Estirão do Equador e em Palmeiras do Javari. O primeiro tem dificuldades para dar apoio à tropa: a única pista de pouso existente está em condições precárias e fica a 7 km da sede militar, isolada por um rio, já que a única estrada de terra de acesso está ruim e não pode ser usada.
"A mata pegou de volta", disse o coronel Marco Machado. As obras para melhoria da pista e da rodovia devem começar em 2013 e levar até dois anos para serem concluídas, segundo o coronel.
Uma ponte, que ligaria a estrada ao pelotão do Exército, também caiu devido às chuvas. O acesso agora é só por barco – são mais de 8 horas para transpor cachoeiras, pedras e águas caudalosas, impedindo a chegada de equipamentos pesados a partir da pista de pouso localizada nas proximidades.
Pela água, a partir de Tabatinga, cidade irmã com a vizinha Letícia, na Colômbia, são sete dias de viagem de voadeira – espécie de embarcação de madeira movido a motor a diesel – ou uma hora de avião, dependendo da disponibilidade da Aeronáutica.
"Esta área é considerada o novo eldorado da cocaína, é a mesopotâmia da droga do século XXI. Aqui você tem insumo para fazer fabricação, como gasolina e cimento baratos. Você tem facilidade de escoamento – bateu na calha do Rio Solimões, chega a Manaus – e há muita mão de obra disponível e barata. As pessoas da região não têm do que sobreviver", afirmou machado. Ao longo do Rio Javari há oito comunidades brasileiras e 87 peruanas.
Em 2012, as apreensões da Polícia Federal (PF) e do Exército de pasta base de cocaína em Tabatinga (AM) somaram 248.619 quilos. Só nos primeiros 10 meses de 2013, o número quase duplicou: foram 557.740 quilos.
Segundo os militares, os traficantes pararam de atuar em grandes laboratórios, o que passou a dificultar a apreensão em larga escala. "Não tem nenhuma tropa militar de Forças Armadas do Peru nesta área. Eles estão voltados para o sul do país, combatendo o ressurgimento do Sendero Luminoso [grupo terrorista peruano] em uma área de plantação de coca no vale de Quatro Rios", afirmou Machado.
"Então tudo isso cria condições para que, no futuro, o Vale do Rio Javari se torne um grande problema para nós. É uma área estratégica que temos que nos preocupar", acredita ele.
O G1 questionou o Ministério da Defesa e as Forças Armadas do Peru sobre a situação na região. O Exército peruano disse que iria se manifestar sobre o tema, mas, até a publicação desta reportagem, não se pronunciou.
Pelotão isolado
Ao longo da fronteira amazônica com cinco países, o Brasil possui 24 pelotões especiais de fronteira (PEF), sendo que a base de Estirão de Equador, responsável por cuidar do Vale do Javari, é a que está em piores condições. Com 65 soldados, é o posto mais isolado
Além do narcotráfico, outra questão que preocupa é a exploração de petróleo e gás, que é autorizada pelo Peru, mas não é aceita pelos indígenas, que ameaçaram começar uma guerra. Na região, militares reprimem também o corte ilegal de madeira e a exploração de minério. Toda embarcação que passa pelo rio tem que ser parada e revistada. Porém, há um problema legal: como uma faixa do rio fica do lado peruano, algumas embarcações alegam que não estão no lado brasileiro e se negam a cumprir as regras.
Segundo coronel Machado, várias reclamações e abaixo assinados foram feitos contra os militares por peruanos querendo derrubar a determinação. "Os mesmos que reclamam de nossa atuação, procuram nossa ajuda nas horas de crise", disse o oficial. Isso porque os peruanos que se deslocam para a região para trabalhar para garimpeiros e madeireiros procuram a tropa brasileira pedindo ajuda devido a problemas de saúde.
As bases do Brasil em Estirão do Equador e em Palmeiras do Javari são os únicos locais onde os moradores encontram um médico. Só em 2013, o Exército brasileiro já teve que evacuar de avião cinco peruanos em situações graves de emergência após a população atravessar o rio procurando apoio do lado brasileiro.
"O que o pelotão faz o dia inteiro, 360 dias por ano 24 horas por dia, é o controle da calha do Rio Javari. Todas embarcações são paradas e revistadas. Temos poder de polícia, mas nós não somos polícia de fronteira. Não estamos aqui para substituir os outros órgãos do Estado brasileiro que deveriam estar presentes na fronteira e não estão", afirmou o coronel Machado.
Questionado sobre a necessidade de manter agentes da Polícia Federal na área, o delegado da PF em Tabatinga, Gustavo Pivoto, que responde pelo Vale do Javari, diz que "o Exército já trabalha de forma ostensiva na área e possui boa rede de informações, garantindo a soberania e defesa do país na região".
Segundo Pivoto, a distância impede a PF de manter efetivo no local. “Não estamos falando de uma rua, mas de uma área sem estrutura no meio do nada. A presença do Estado brasileiro se faz por meio do Exército", disse.

Museu tem aviões de guerra, 14 Bis, dirigível e uniformes de aeromoças

Aiana Freitas

Aviões de guerra, como as duas mundiais, da Coreia, do Vietnã e da Revolução Constitucionalista de 1932; réplicas de um dirigível e do 14 Bis, de Santos Dumont; um hidroavião (que pousa na água); o primeiro caça da Força Aérea Brasileira (FAB) a romper a barreira do som no Brasil; uniformes de comissárias de várias partes do mundo
Esses são alguns dos destaques do Museu TAM, que fica em São Carlos, no interior de São Paulo.
O espaço, inaugurado em 2006, tem ainda o avião Constellation, que cruzava o Atlântico nos anos 1950 com o logotipo da Panair; o Fokker 100, modelo holandês que ficou conhecido por ser usado no Brasil pela TAM; e uma miniatura do Enola Gay, que lançou uma bomba atômica sobre o Japão.
"Desde a concepção do museu, há 17 anos, sabíamos que havia muita coisa que era inusitada e interessante para a história da aviação brasileira e do mundo. Conseguimos encontrar muitos fragmentos dessa história, mas muita coisa também se perdeu, porque não existia no Brasil a preocupação de se preservar fatos e feitos dos homens que construíram a aviação no país", diz o comandante João Amaro, presidente do museu.
O espaço abriga 88 aeronaves (48 delas em condições de voo) e foi criado por ele e seu irmão, o fundador da TAM Rolim Amaro.
Restaurações demoram de seis meses a dois anos

Antes de serem expostos, os aviões são restaurados de acordo com as técnicas usadas na época de sua fabricação. Atualmente, 37 aviões estão na fila para conserto.
"Muitos foram dilacerados pelo tempo e encontrados em péssimo estado. Os pequenos aviões usados no passado eram todos construídos em madeira, com algumas peças de aço, e revestidos com tela e tecido. A arte da carpintaria aeronáutica estava desaparecendo no Brasil. Estamos preservando essa profissão, formando pessoas que têm habilidade para trabalhar com esse tipo de coisa", diz Amaro.
Ele diz que os restauradores do museu são profissionais que misturam qualidades de ferreiro, encanador, eletricista, marceneiro e carpinteiro, além de terem a aviação "no sangue". Segundo ele, a restauração de um avião demora cerca de seis meses, mas pode chegar a dois anos, caso a ideia seja deixa-lo apto a voar.
Além de ter acervo próprio, museu conta com doações

Uma parte do acervo foi comprada pelo próprio Amaro e por seu irmão, que não chegou a ver o museu aberto (o comandante Rolim Amaro morreu em 2001 em um acidente de helicóptero).
Algumas aeronaves foram doadas pela Força Aérea Brasileira e outras por parceiros da TAM. O trabalho é mantido com a ajuda de recursos da Lei Rouanet e conta com a ajuda de informações de clubes de aviação de todo o país.
"Quando um aviador ou um mecânico morre, é muito comum que a família guarde as coisas deles. Quando netos tomam conhecimento do que têm em mãos, muitos doam para o museu", diz o presidente do espaço.
O museu também desperta muito saudosismo entre os visitantes. Amaro diz que é comum antigos passageiros chorarem em frente ao Constelattion com o logotipo da Panair, empresa que viveu seu auge nos anos 1950. Uma vez, diz ele, um casal chegou a dançar tango no meio do corredor, na tentativa de reviver um tempo em que a aviação brasileira era marcada pelo glamour.
Museu TAM
■Endereço: Rodovia SP 318, km 249,5, São Carlos (SP)
■Horários: de quarta a domingo, das 10h às 16h (entrada até às 15h)
■Ingresso: R$ 25 e R$ 12,50 (professores, estudantes, crianças de 7 a 12 anos e idosos de 60 a 65 anos). Crianças até 6 anos e idosos com mais de 65 não pagam. Os ingressos podem ser comprados pela internet.

A mira afiada de Hollande

O presidente francês visita o Brasil em busca de contratos militares

Três dias antes de sortear os grupos da Copa do Mundo na sexta-feira 6, a Fifa anunciou uma mudança de regras desenhada sob medida para a França. Dona da pior posição no ranking europeu, o país tinha 25% de chances de encarar o Brasil logo na primeira fase, em um supergrupo da morte, mas a alteração dos critérios dificultou o cruzamento. Embora os Azuis tenham saborosas lembranças de partidas contra a Seleção Canarinho em mundiais, é sempre bom fugir de um anfitrião, ou da maioria deles. E, como são nossos carrascos, os brasileiros não tinham do que reclamar da inesperada decisão da Fifa.

Se no futebol Brasil e França torcem para caminhar separados, na política e na diplomacia a história é outra. Os presidentes Dilma Rousseff e François Hollande têm cultivado uma relação próxima e querem os países unidos. Um ano atrás, a petista fez uma visita oficial a Paris, quando o socialista completava apenas sete meses no cargo. Agora chegou a hora da retribuição. Hollande está prestes a desembarcar no Brasil. Ele terá reuniões com a presidenta em Brasília na quinta-feira 12 e no dia seguinte encontrará empresários na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, onde Dilma também é aguardada.

A visita tinha sido programada inicialmente para junho, mas, ao se concretizar agora, reveste-se de uma nova importância para os dois lados, o encontro, diz um diplomata brasileiro, procura compensar em parte o cancelamento da viagem de Dilma a Washington em novembro. Provocada pela descoberta da espionagem americana contra o Brasil, a suspensão da reunião com Barack Obama alimentou a crítica de que o Palácio do Planalto insiste em uma política externa "terceiromundista", sem interesse em aliados desenvolvidos ou em facilitar os negócios de brasileiros no exterior e de estrangeiros aqui.

E uma versão incômoda para um governo às voltas com a necessidade de aquecer a economia e com a delegação de bens e obras públicas ao capital privado. Mas que talvez seja neutralizada pelos laços com o sexto maior Produto Interno Bruto do mundo e quarto maior investidor no Brasil. É grande o apetite da França, como revelara exemplos recentes, A francesa Total integra o consórcio que na segunda-feira 2 assinou o primeiro contrato de exploração de petróleo do pré-sal, negócio de 400 bilhões de reais em investimentos. A conterrânea Areva selou, em novembro, com a Eletrobras um acordo de quase 5 bilhões de reais para o término da construção de um terceiro reator da usina nuclear de Angra 3.

Hollande, por sua vez, atravessa o pior momento desde sua posse, em maio de 2012, e espera que a viagem colabore para alguma recuperação. Ele assistiu, em outubro e novembro, a uma onda de protestos contra o governo. Seu ibope despencou, a exemplo do que ocorrera com Dilma depois das manifestações de junho. Com 24% de aprovação, conquistou o título de presidente mais impopular da história da V República, iniciada em 1958. Uma aproximação com o Brasil poderia ajudá-lo, principalmente se resultar em bons negócios.

E não só com o Brasil, mas com a América Latina, tradicionalmente vista com simpatia pelos franceses. Em 17 meses, Hollande teve mais contato com líderes da região do que o antecessor, o conservador Nicolas Sarkozy, em cinco anos de mandato. Abriu o Falais de L"Elysée a oito chefes de Estado latino-americanos, fará agora sua terceira visita à região e já marcou a próxima: vai ao México em abril de 2014. Todos as estrelas da política progressista na América Latina estiveram em Paris: além de Dilma Rousseff, Nicolás Maduro (Venezuela), Evo Mo rales (Bolívia) e Rafael Correa (Equador).

Para além do valor diplomático e da política interna de cada nação, o encontro entre os dois servirá para discutir temas na ordem do dia de ambos os países. E o caso da espionagem dos Estados Unidos, das negociações de um acordo comercial entre o Mercosul e a União Européia, do programa Ciência sem Fronteiras, que tem na França o terceiro principal destino de estudantes bolsistas, de acordos de cooperação tecnológica e da bilionária compra de caças novos para a Força Aérea Brasileira.

Hollande vai a Brasil disposto a tocar no assunto "caças", pois a francesa Dassault integra a lista final de fornecedores selecionados pela FAB, ao lado da americana Boeing e da sueca Saab. A França reconhece, porém, ser esta uma decisão delicada a ser tomada pela presidenta. A atual restrição orçamentária e a contestação popular contra as obras da Copa dificultam as justificativas para um gasto de 7 bilhões de dólares visto como secundário pela sociedade. E a mesma posição de diplomatas brasileiros. Não há, dizem, condições políticas para anunciar uma decisão antes da eleição de 2014.

De qualquer forma, ao abordar o tema, Hollande equilibrará um pouco a balança nessa disputa, que desde o início da gestão Dilma pendia para a Boeing, graças aos esforços do presidente Barack Obama. A negociação com os EUA foi congelada no mesmo instante do cancelamento da ida da presidenta a Washington após as revelações sobre a bisbilhotagem. A afronta à soberania nacional não impediu o prosseguimento do lobby americano, como deixou claro a presidente da Boeing no Brasil, Donna Hrinak, em uma recente e discreta passagem por Brasília.

Pesam a favor da França a maior disposição para transferir tecnologia e o fato de ter um PIB semelhante ao brasileiro, o que reduz espaços para imposições. O país é hoje o principal sócio do Brasil em assuntos de defesa nacional, graças a uma parceria estratégica firmada em 2008. Estão em curso acordos de pesquisa, desenvolvimento e fabricação de cinco submarinos, inclusive um movido a energia nuclear, e 50 helicópteros. Tudo com transferência de tecnologia. Ou seja, os franceses contam seus segredos. "O que é especial nessa parceria é que são países iguais e que se permitem a transferência de tecnologia", reforça o embaixador francês, Denis Pietton.

A parceria tem tudo para ser ampliada durante a visita de Hollande. As vésperas do encontro, autoridades e técnicos dos países tentavam viabilizar a assinatura de dois acordos. sobre a compra pelo Brasil de um "supercomputador" fabricado pela francesa Bull, orçado em 116 milhões de reais. É um tipo de máquina capaz de realizar bilhões de cálculos complexos em segundos" útil por exemplo na Petrobras e nas Forças Armadas.

O outro refere-se à aquisição de um satélite de telecomunicações. O governo anunciou em agosto a disposição de adquiri-lo da Thales Alenia Space. E um contrato de 1,3 bilhão de reais, a incluir ainda o lançamento a partir da Guiana Francesa, em 2016, por outra companhia francesa, a Arianespace. Desde a privatização da Telebrás, nos anos 1990, a comunicação das Forças Armadas depende de satélites alugados por empresas privadas, inclusive estrangeiras, o que expõe o Brasil a ataques cibernéticos.

A espionagem dos EUA vai merecer um capítulo à parte nas conversas entre Dilma e Hollande. A exemplo do Brasil, a França também foi alvo do Tio Sam. Por isso, não hesitou em apoiar um projeto apresentado em conjunto pela presidenta brasileira e pela premier alemã, Angela Merkel, às Nações Unidas em defesa da privacidade dos cidadãos e contra a arapongagem no ciberespaço. O texto não tem o poder de obrigar os países a tomar qualquer medida, mas, se aprovado pela Assembleia-Geral causará constrangimento internacional a quem o desrespeitar.

Hollande pretende declarar ainda apoio à realização no Brasil, em 2014, de uma conferência global para discutira regulação da internet, hoje totalmente em mãos americanas. A conferência é uma iniciativa brasileira e está marcada para abril, em São Paulo. Terá representantes de governos, de entidades da sociedade civil e da indústria de telecomunicações. Nutridos por uma simpatia mútua, Dilma e Hollande devem reforçar a parceria estratégica.

Tecnologia Espacial

Nada de extra

Ronald Herdy

A China é nossa parceira no Cbers3, com lançamento previsto para a segunda-feira 9. É o quarto satélite produzido bilateralmente, ao custo de US$ 125 milhões para cada lado. É puro negócio, nada de amizade. O planalto queria transmitir ao vivo a subida do equipamento da base de Sanxi, à 1h30 da madrugada aqui. “ Tudo bem”, disse o governo chinês, cobrando US$ 300 mil por segundo de imagens. Com sensatez, o Brasil encerrou a conversa.
Viagem ao F-18

Paulo ferreira Leite

A Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional aprovou requerimento do deputado Nelson Pellegrino solicitando a realização de missão oficial para visitar a empresa americana Boeing, em St. Louis, Missouri. A empresa fabrica o F-18, que era forte concorrente no programa F-X2 até o escândalo de espionagem dos EUA contra a presidente Dilma Rousseff.
"Transporte de órgãos em primeiro lugar"

O governo federal assinou um acordo com as principais companhias aéreas brasileiras para agilizar o transporte de órgãos que serão utilizados em transplantes. Agora os assentos desocupados nos voos comerciais serão destinados prioritariamente a essa função. Caso o avião esteja lotado, os passageiros serão consultados se cedem o seu lugar e aguardam o próximo voo. A expectativa do Ministério da Saúde é aumentar em 10% o número de órgãos transportados – sobretudo rins, fígado e coração.


Brasil e China lançam satélite para melhorar vigilância da Amazônia

Após atraso de 3 anos no programa sino-brasileiro, CBERS 3 será enviado ao espaço na madrugada desta segunda-feira em foguete disparado da Ásia

O CBERS-3, o satélite que Brasil e China lançarão ao espaço na madrugada desta segunda-feira, após mais de três anos de atraso do programa, conta com novas câmeras de vigilância remota capazes de melhorar de forma significativa a observação do desmatamento da Amazônia.
Entre os equipamentos lançados pelos dois países como parte do Programa de Satélite Chinês-Brasileiro de Vigilância Remota (CBERS) estão quatro câmeras de última geração, sendo duas desenvolvidas no Brasil e outras duas na China, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (Inpe), responsável pelo projeto no Brasil.
O novo satélite será transportado pelo foguete chinês Longa Marcha 4B, cujo lançamento está previsto para 1h26 de segunda-feira (horário de Brasília) na base espacial chinesa de Taiyuan, na província de Shanxi.
Após uma viagem de 12 minutos até 780 quilômetros de altitude, o CBERS-3 iniciará uma etapa de estabilização e de entrada em órbita, depois da qual acionará seus equipamentos internos e começará os testes para graduar a qualidade das imagens que o Brasil vai disponibilizar gratuitamente na internet a partir de março.
Por meio do CBERS, um projeto de cooperação com duas décadas de história, Brasil e China desenvolveram e lançaram três satélites (CBERS-1, CBERS-2 e CBERS-2B). O CBERS-3 substituirá o CBERS-2, colocado em órbita em outubro de 2003 e que deixou de funcionar em 2010. Os dois países já iniciaram a construção do CBERS-4 e planejam lançá-lo em dois anos.

O CBERS-3 é equipado com as câmeras brasileiras multi-espectrais (MUX) e de imagens de amplo campo de visão (WFI). Leva também câmeras chinesas de imagens de média resolução (IRS) e de alta resolução (PANMux). Esses equipamentos permitirão ao satélite fotografar, rastrear e registrar atividades agrícolas, desmatamento das florestas, mudanças na vegetação, recursos hídricos e expansão urbana com uma resolução muito superior à dos anteriores aparelhos. As imagens também podem ser usadas para monitorar incêndios e apoiar a busca de recursos minerais.
"O melhor do CBERS-3 é que conta com um conjunto de câmeras bastante versátil. As câmeras foram totalmente remodeladas para oferecer imagens mais detalhadas. Será possível, por exemplo, notar a composição colorida dos objetos", explica o coordenador do segmento de aplicações do programa CBERS, José Carlos Epiphanio.
A MUX FM2 (multi-espectral, flight model 2), primeira câmera de alta resolução para satélites desenvolvida no Brasil, conta com uma resolução de 20 metros (pode focar até uma locomotiva a partir do espaço) e tecnologia multi-espectral para registrar imagens em azul, verde, vermelho e infravermelho.
"Se a legislação ambiental determinar que uma plantação tem que estar a 50 metros de um rio, por exemplo, com esta nova câmera é possível identificar essas irregularidades", ressalta Epiphanio.
Ao contrário dos satélites anteriores, nos quais a China foi responsável por 70% dos componentes, o novo aparelho foi dividido em partes iguais pelos dois países, o que exigiu do Brasil investimentos de 300 milhões de reais.
As imagens são transmitidas à base receptora brasileira, em Cuiabá, e a três bases na China. "Entre o momento em que o satélite passa pelo local e em que a imagem chega às nossas mãos, a demora não excede dois dias. Eventualmente, pode ser no mesmo dia", afirma o coordenador.

Defesa Aberta

A seis meses do início da Copa, a lentidão dos investimentos em segurança e o risco de ataques cibernéticos preocupam mais que os estádios e aeroportos.

Fernando Mello

A tabela da Copa do Mundo já está definida. Os estádios, se não ocorrerem outros acidentes como o de Itaquerão, deverão ser entregues a tempo. Até a seleção brasileira, que já causou tanta desconfiança, ganhou a Copa das Confederações e é uma das favoritas, jogando em casa. Mas há ainda um motivo de preocupação para os organizadores: a segurança para os organizadores: a segurança.
 Em um relatório da Controladoria-Geral da União (CGU), obtido com exclusividade por VEJA, o governo admite a precariedade de seu sistema de proteção da informação. Mais grave: afirma que o risco de ataques cibernéticos na Copa e nas Olimpíadas é real. Não é só a defesa digital que preocupa. Os investimentos em segurança pública também patinam.
Menos de um quarto de verba prevista no orçamento do evento foi utilizado até agora. Ainda é preciso comprar equipamentos e reinar tropas das polícias e das Forças Armadas para utilizá-los.
No Mês passado, o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, teve reuniões com a equipe responsável pela segurança da Copa para discutir a auditoria 201305660/033, concluída pela CGU em 24 de outubro. No documento de 105 páginas, os auditores apontam a inexistência de planejamento, a falta de avaliação de risco e o fato de a gestão da área de tecnologia do ministério ser feita por funcionários terceirizados. Para os auditores, há o perigo real de surgir um Edward Snowden brasileiro, numa referência ao funcionário da agencia de segurança dos Estados Unidos que repassou dados confidenciais a outros países. O problema se agrava porque passam pelos computadores do Minstério do Esporte informações sigilosas e estratégicas de outros órgãos do governo, todas elas um pouco protegidas e vulneráveis a invasores. Um ataque virtual a esses servidores não comprometeria apenas as informações da Copa. Poderia afetar programas fundamentais de outros órgãos, como a lista de pacientes do SUS e de beneficiários do Bolsa Família, ou os bancos de dados da Receita Federal, por exemplo. Daí a preocupação extrema dos auditores.
Os riscos envolvendo programas eletrônicos em eventos como uma Copa são tratados como prioridade internacional. Sistemas de segurança são considerados alvos ciberterroristas. De acordo com o britânico Andrew Amery, chefe da segurança da Olimpíada de Londres, no ano passado, os riscos de terrorismo eletrônico só são evitados com prevenção e antecipação de ataques, ações que o Brasil não tem feito a contento. O relatório da CGU ainda tem críticas sobre desperdícios de verbas e suspeitas de fraudes. Em um caso, a controladoria revela que o ministério assinou um contrato para o pagamento de 355 000 reais para organizar um seminário sobre oportunidades econômicas ligadas às competições. Ocorre que o evento está previsto para 16 de julho de 2014, três dias depois da final da Copa.
Nas reuniões da semana passada na Costa do Sauípe, a Fifa explicitou a preocupação com a segurança, ainda mais com a possibilidade da volta das grandes manifestações durante a Copa. Com razão. Além dos problemas com a proteção cibernética, os investimentos na segurança pública patinam. De acordo, com o Portal Transparência da Copa, a previsão de gastos é de 1,9 bilhões de reais. Mas apenas 422 milhões de reais foram contratados, o que representa 23% do orçamento. O valor pago até agora totaliza apenas 263 milhões de reais, 14% do previsto. Só houve investimento no governo federal. Cada uma das doze sedes deveria instalar centrais de comando e câmeras de monitoramento em áreas próximas aos estádios. Mas nada saiu do papel. Neymar e companhia podem dar conta do ataque da seleção. Mas a defesa brasileira, fora de campo ainda é uma peneira.

Aeroportos: O que fazer se os atrasos continuarem

Gol prevê normalizar serviço hoje. Saiba como reclamar se problemas do fim de semana voltarem Gol promete normalizar voos na manhã de hoje Embora em menor escala, Salgado Filho também registrou transtornos

Depois dos transtornos causados a passageiros desde a noite de quinta-feira, com atrasos e cancelamentos de voos pelo país, a Gol promete normalizar as operações a partir de hoje. Ontem à noite, contudo, a companhia aérea operava com alta taxa de atraso na comparação com as demais.
De acordo com a Gol, a chuva no Rio de Janeiro e em São Paulo antes do fim de semana causou transtornos na malha aérea, sobrecarregando a jornada de trabalho de tripulantes. Os reflexos do problema chegaram ao aeroporto Salgado Filho já na sexta-feira.
No domingo à tarde, enquanto a Infraero voltava a registrar problemas – 11,9% dos voos domésticos atrasados e 4,7% cancelados pelo Brasil –, a Gol lançou nota se explicando. Admitiu que ainda estava com 17% de retardamentos, percentual que poderia oscilar a 25%. Mas prometeu: "As operações devem atingir índices adequados à rotina das operações aéreas até a manhã desta segunda-feira".
A chuvarada prejudicou outras companhias, mas não tanto quanto a Gol. O professor de Engenharia Aeronáutica da Universidade de São Paulo (USP) em São Carlos, James Rojas Waterhouse, esclarece que a empresa tenta a utilização máxima dos equipamentos e da tripulação, mantendo uma estrutura enxuta.
– Quando tudo funciona bem, a eficiência é ímpar. Se acontece algum imprevisto externo, os problemas também ocorrem porque a margem de solução é pequena – observa.
Waterhouse avalia que a Gol talvez não dispusesse de aviões e tripulantes de prontidão em quantidade suficiente. Lembra que pilotos têm jornadas regulamentadas, não podem trabalhar com excesso de jornada.
Ontem, o aeroporto de Brasília era o mais tumultuado do país com 31,9% de retardamentos às 21h. Os os terminais de São Paulo e do Rio de Janeiro recuavam a índices que variavam de 8,6% (Congonhas) a 12,1% (Galeão). Entre companhias, a Gol registrava atrasos em 24,7% dos voos, enquanto a TAM e a Azul tinham 2,9%.
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) autuou a Gol por falhas na assistência aos passageiros. Cada infração pode gerar multa de R$ 4 mil a R$ 10 mil. Numa análise prévia, o total chegaria a R$ 300 mil.
Hoje, representantes de empresas aéreas apresentarão à Anac os planos da Operação Fim de Ano, com o objetivo de evitar contratempos no período de maior movimento.


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