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NOTIMP - Noticiário da Imprensa - 29/07/2013




Acompanhe aqui o Noticiário relativo ao Comando da Aeronáutica veiculado nos principais órgãos de comunicação do Brasil e até do mundo. O NOTIMP apresenta matérias de interesse do Comando da Aeronáutica, extraídas diretamente dos principais jornais e revistas publicados no país.


 

Um voo que vale por dois

Dinheiro gasto pelo poder público para custear passagens aéreas de servidores seria suficiente para adquirir o dobro de bilhetes em programa de milhagens

Isabella Souto, Alice Maciel e Juliana Cipriani

Sem o direito de reverter para si as milhas referentes a passagens aéreas pagas para servidores em viagem a trabalho, o poder público perde a oportunidade de economizar um bom dinheiro a cada ano. Entre janeiro de 2012 e junho deste ano, Minas Gerais – incluindo os três poderes, além do Ministério Público, Defensoria Pública e Tribunal de Contas – gastou R$ 41.648.258,23 com a emissão de mais de 75 mil bilhetes aéreos, segundo planilha obtida pelo Estado de Minas. Com o dinheiro consumido com as passagens, o estado compraria, no mercado de milhagens, mais que o dobro de voos.
Os benefícios variam de acordo com a companhia, o preço pago pela passagem e o trecho voado. Dessa forma, a reportagem fez uma simulação partindo dos valores cobrados no mercado negro de venda de milhagens. Dentro dessa lógica, o dinheiro gasto pelo estado nos últimos 18 meses seria suficiente para obter, por exemplo, 180 mil passagens de Belo Horizonte para São Paulo, compradas com uma semana de antecedência. Na cotação de sexta-feira, 10 mil milhas da TAM – suficientes para um trecho no Brasil – valiam no mercado negro R$ 230. Se fossem da Gol, cujas milhagens eram cotadas a R$ 200, a verba gasta por Minas compraria 207 mil passagens para a capital paulista. Como não há lei que converta as milhas para pessoa jurídica – seja o poder público ou empresas privadas –, o benefício é revertido para o funcionário que fez a viagem.
Em nota, o governo de Minas informou que acompanha as discussões em Brasília e em outros estados sobre a possibilidade de retorno para a administração pública das milhas adquiridas em viagens de trabalho. "O assunto será regulamentado em âmbito estadual, assim que a legislação federal for votada e sancionada, definindo inclusive como será a relação dos governos com as companhias aéreas que destinam seus programas de milhas para pessoas físicas e não jurídicas", registrou.
Chegou a tramitar na Assembleia Legislativa de Minas, em 2007, um projeto de lei revertendo as milhas para o órgão que pagou a passagem. Mas a matéria foi arquivada na troca de legislatura, e de lá não saiu. De autoria do então deputado Délio Malheiros (PV) – hoje vice-prefeito de Belo Horizonte –, o texto trazia a justificativa de que se a passagem foi comprada com dinheiro público, o benefício tem que ser revertido também ao erário. No entanto, o projeto nunca mais saiu da gaveta por uma questão operacional das companhias aéreas.
"As operadores alegaram na ocasião que não tinham como transferir as milhas para a administração pública porque nem sequer há um mecanismo para colocá-las para pessoa jurídica", explicou o advogado Fernando Fornale, ex-assessor jurídico de Délio Malheiros na Assembleia. De acordo com ele, a lei até poderia ser aprovada, mas não há como forçar as empresas a criarem um sistema nesse sentido. "Só a União pode legislar em caso de aviação civil", completou.
Ideal Nesse caso, a tarefa caberia à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), responsável por regular o setor, e que chegou a ser procurada pela assessoria de Délio Malheiros durante a tramitação do projeto de lei. Procurada pela reportagem, a Anac contestou a informação. Segundo a assessoria de imprensa do órgão, os programas de milhagem não estão entre as atividades a serem reguladas, pois tratam-se de serviços opcionais oferecidos pelas empresas, não fazendo parte, portanto, da regulação da aviação civil.
Membro da Comissão de Defesa do Consumidor da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Marlos Riani acredita que a não destinação de programas de benefícios, como a milhagem, para pessoa jurídica, fere o princípio da isonomia, definido na Constituição federal. "Sempre foi o servidor que recebeu a milhagem, mas se o comprador é pessoa jurídica, ele teria que ter o mesmo benefício. O ideal é que esse dinheiro fosse utilizado novamente para que o próprio estado comprasse outra passagem", defende o advogado. Na avaliação de Riani, não seria necessário nem a aprovação de uma lei, bastaria que as companhias quisessem oferecer o benefício ao poder público.


Custo de R$ 50 milhões na segurança

Ministro defende integração, e prefeito, agora, dá nota dez à JMJ

Antônio Werneck, Claudia Amorim e Henrique Gomes B

O aparato de segurança para proteger o Pontífice durante a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) pode ter consumido cerca de R$ 50 milhões, informaram os ministérios da Defesa e da Justiça. Os recursos extras foram usados principalmente no transporte dos dois papamóveis de Roma para o Rio, com comida para alimentar a tropa mobilizada por mais de uma semana e com os helicópteros que transportaram o Papa e sua comitiva na cidade e em Aparecida.
O esquema de segurança da JMJ foi dividido em três níveis: defesa, segurança e inteligência, esta última controlada pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
Desde 2011, o governo federal transferiu aos ministérios da Defesa e da Justiça R$ 1,8 bilhão para os gastos com a segurança dos grandes eventos. Além da JMJ, entraram no pacote a Copa das Confederações (que aconteceu este ano), a Copa do Mundo (ano que vem) e as Olimpíadas do Rio em 2016.
Ontem, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, atribuiu o sucesso na segurança da Jornada à integração entre Forças municipais, estaduais e federais.
- Segurança pública se faz com muita integração. Ou seja, quando a Polícia Federal, as polícias estaduais, as guardas municipais e as Forças Armadas sentam, planejam, decidem e executam juntas, a coisa é bem-sucedida - disse Cardozo.
No sábado, Paes defendeu que a prefeitura centralize as decisões sobre a organização da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016. E, ontem, ele disse que a prefeitura estava mais perto da nota 10 do que de zero, em uma alusão a declarações anteriores sobre os erros cometidos.
- A Jornada foi um sucesso absoluto - acredita o prefeito.
Cardozo admitiu que houve falha na chegada do Pontífice à cidade, quando sua comitiva ficou presa em um engarrafamento. Segundo o ministro, o legado que fica para os próximos eventos, como Copa e Olimpíadas, é que a polícia deve atuar de forma integrada:
- Tirando aquela situação do primeiro dia, de descompasso de informações entre o comando da segurança e a prefeitura, o resto foi perfeito. O Papa andou sem carro blindado, sem papamóvel blindado, parou nos locais que quis e não ocorreu absolutamente nada, tanto na segurança dele como na do evento como um todo.

Governo recua no leilão de Galeão e Confins

Fundos de pensão de estatais poderão participar com teto de 15%, sozinhos ou em grupo

Geralda Doca

Vista aérea. Terceira pista do Galeão continua sendo uma exigência, mas não tem data marcada para ser construída pelo concessionário
mudanças nos aeroportos
O governo recuou e permitirá que os fundos de pensão das estatais participem do leilão de concessão dos aeroportos do Galeão e de Confins (Belo Horizonte), no limite de até 15%, em grupo (via Invepar, formada por Previ, Funcef, Petros e OAS) ou isoladamente. Outra mudança é que o novo concessionário do Galeão não terá mais que cumprir prazo para construir a terceira pista de pouso, que deveria entrar em operação em 2021. A obra, considerada uma das mais importantes do aeroporto, por envolver a desapropriação da comunidade de Tubiacanga e de moradores da Vila Royal, dependerá do aumento das operações. As regras do edital estão sendo finalizadas e serão entregues ao Tribunal de Contas da União (TCU) na quinta-feira.
O edital original proibia os vencedores do leilão anterior (Guarulhos, Brasília e Viracopos), "acionistas diretos e indiretos", de disputarem a segunda rodada, como seria o caso da Invepar, que ganhou Guarulhos. O governo cedeu, diante de pressões dos fundos de pensão, que alegavam "inconstitucionalidade" e prejuízo à garantia de concorrer. A Advocacia-Geral da União (AGU) redigirá o texto, com limite de participação inferior a 15%, dentro da Lei das S/A, disse ao GLOBO o ministro da Secretaria de Aviação Civil (SAC), Moreira Franco.
Segundo ele, ao fixar um percentual máximo de participação, o governo assegura o princípio da concorrência. Os 15% estarão dentro dos 51% do sócio privado no consórcio, pois a Infraero permanecerá com 49%. No caso de Guarulhos, por exemplo, a Invepar entrou com 39% do capital e o restante ficou com a africana Acsa. Como nesta segunda rodada o governo determinou que o operador tenha 25%, vão sobrar 26%.
- O esforço que se faz hoje é para acabar com o monopólio. Não teria sentido transferir o monopólio público para o setor privado. O monopólio é sempre danoso ao cliente - disse.
Moreira destacou que a terceira pista do Galeão continua sendo uma exigência, mas sem data marcada, de acordo com o crescimento do aeroporto. Segundo os estudos que basearam o edital, a obra é necessária a partir de 262.900 movimentos por ano. Com a mudança, o concessionário terá fôlego em relação aos investimentos e prazo para estudar as desapropriações.
- Quando atingir um determinado número de movimentos, as providências serão tomadas para acomodar os moradores - explicou o ministro, acrescentando que, diante do crescimento das operações e do uso de grandes aviões, os operadores terão de tomar medidas para garantir a segurança dos moradores, expostos a ruídos.
Na fase de audiência, a proposta do governo recebeu críticas em relação ao valor estimado nos estudos sobre as desapropriações para a construção da terceira pista do Galeão. Foi projetado custo de R$ 75 milhões para remover 800 famílias de Tubiacanga e de R$ 234 milhões para as 2,3 mil famílias da Vila Royal. O setor privado ponderou que as projeções estavam subestimadas e defendeu um teto, de forma que despesas adicionais pudessem ser divididas entre União e concessionário. Sem exigência de prazo para a obra, isso não faz mais sentido, diz o ministro.
Moreira disse que o governo mantém 2020 como data para a entrada em operação da segunda pista de Confins. O problema lá, destacou, é de engenharia.
Os interessados na disputa também pressionaram o governo a reduzir a experiência mínima na gestão de 35 milhões de passageiros por ano. Mas, a exigência foi mantida, segundo o ministro, porque, desta vez, há um propósito claro de entregar os aeroportos a um grande operador estrangeiro e o melhor critério objetivo no processo de seleção, neste caso, é o número de usuários.
alterações já discutidas com tcu
Outro item mantido pelo governo foi a taxa de retorno, estimada em 6% para os dois aeroportos. Os empresários interessados queriam elevá-la para 9%, a exemplo do que foi feito com rodovias e ferrovias. A alegação é que aeroporto é investimento de baixo risco. Os termos dos editais foram fechados na Casa Civil na sexta-feira.
O ministro disse que as alterações foram discutidas previamente com os técnicos do TCU. Segundo ele, em um mês, o tribunal tem condições de analisar os termos do edital e dos contratos e fazer sugestões, de forma que a licitação seja publicada em setembro e o leilão, realizado em outubro.
O Galeão será concedido por 25 anos, com lance mínimo de R$ 4,645 bilhões e investimentos de R$ 5,2 bilhões. Sua capacidade deverá subir dos atuais 17,5 milhões de passageiros para 60,4 milhões em 2038. O concessionário terá que construir 26 pontes de embarque, além de terminal de cargas e pátio de aeronaves até 2016.
Em Confins, o prazo da concessão será de 30 anos, com lance mínimo de R$ 1,561 bilhão e investimentos de R$ 3,5 bilhões. A capacidade subirá para 43,3 milhões de passageiros em 2043. Atualmente, movimenta 10,4 milhões. Entre os investimentos mínimos estão a construção de terminal de passageiros, pátio de aeronaves (2016) e segunda pista (2020).


Papa decepciona público que esperava em Base Aérea

Nataly Costa
Agência Estado

O clima é de decepção total na entrada da Base Aérea do Galeão, na zona norte do Rio de Janeiro. No fim da tarde, senhoras que esperam desde as 15h no local comemoraram a passagem da escolta, na esperança de que o papa viesse no carro logo atrás. Mas ele não veio. O papa Francisco pousou de helicóptero direto na base aérea e foi direto para a cerimônia oficial que acontece no interior da base aérea. Na sequência ele pegará o avião rumo a Roma. 

"Chiquinha, a gente vai ter de pesquisar passagem para ir à Polônia. Vamos comprar agora e pagar logo, para não viajar com dívida", dizia a aposentada Ângela Pereira, de 65 anos, para a amiga Francisca Medeiros, da mesma idade.

Exército alertou prefeitura sobre risco em Campus Fidei há 3 meses

Roberto Godoy

Há três meses o Exército levantou a possibilidade de haver dificuldades no terreno de Guaratiba em caso de chuva intensa. Segundo um oficial ligado à operação de segurança do papa Francisco, o assunto foi tratado, informalmente, em reuniões com o pessoal da prefeitura do Rio e de outras áreas - da arquidiocese inclusive.
O argumento mais forte destacava que a Força conhecia todo o terreno, onde há enormes bolsões de argila porosa, a mesma que serve à produção de produtos cerâmicos e facilita a concentração de água.
Mais que isso, o local, uma gleba de 1,1 milhão de metros quadrados, é chamado pelos moradores do entorno de "brejão". E a propria denominação da área, Guaratiba, é sugestiva: "Guará" é uma ave de plumagem vermelha, pernalta, típica dos manguezais, cuja colônia - "tiba" - ocupava o Campo da Fé na primeira metade do século 20.
Os técnicos do município destacaram que a preparação contemplava um sistema de drenagem. Disseram ainda que durante julho, mês de inverno, as chuvas são escassas e fracas no Rio.
Os representantes da Igreja a rigor não se opuseram à escolha do local ~ a única exigência feita foi de que o local estivesse próximo de comunidades pobres, carentes de serviços públicos.
Choveu durante quatro dias e o local dos principais eventos, a vigília e a Missa do Envio, sábado e domingo, acabou transferido para Copacabana. Mais de 3 milhões de fiéis compareceram a ambas as celebrações.
Alívio.
A decisão provocou certo alívio entre a equipe de segurança. Oficiais da Aeronáutica destacaram que a vigilância foi facilitada pela existência de infraestrutura urbana, por exemplo, o Hospital Copa D"or fica perto, na Rua Figueiredo Magalhães. Os dois drones que cuidariam da vigilância eletrônica do espaço aéreo só tiveram de alterar o plano devoo. Tropas, agentes civis e equipes especiais, como os times antiterrorismo, estavam a distância, em alerta para o caso de serem acionadas. A Força Aérea atuou com um Centro de Controle dedicado à cobertura do evento. Com a transferência de Guaratiba para Copacabana, as atribuições da Marinha cresceram. Foram mobilizadas 22 diferentes embarcações, 2 blindados anfíbios, 157 veículos e urna equipe de intervenção rápida do Grupo de Mergulhadores de Combate.
As tropas do Exército somaram 7.738 militares. No total o contingente chegou a 14.306. O líder da Guarda Suiça destacada para a viagem do papa afirmou aos colegas brasileiros que so teve um momento de preocupação, no primeiro deslocamento de Francisco, quando o comboio foi retido na Avenida Presidente Vargas pela multidão e pelo engarrafamento dos ônibus.
W. é um dos 110 homens que, ao entrarem no serviço do Vaticano, juram "defender com a vida a grata existência do Vigário de Cristo, o sucessor de Pedro". Fazem isso desde 1506. São suíços natos, admitidos com idade entre 18 e 30 anos. Todos solteiros, permanecem na ativa até os 55 anos. Treinados pela Organização do Tratado do Atlântico Norte, são peritos, em artes marciais e tiro de precisão, com pistola Glock de desenho especial, para uso em locais abertos.

Brasil volta a negociar uso da base de Alcântara com os EUA

O governo brasileiro retomou as negociações com os Estados Unidos para permitir o uso da base de Alcântara (MA) pelo serviço espacial americano. As conversas, sepultadas no inicio do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, foram reiniciadas em termos diferentes e o Itamaraty espera ter um acordo pronto para ser assinado na visita da presidente Dilma Rousseff a Washington, em outubro.
A intenção é abrir a base para que os americanos usem o local para lançamentos, mas sem limitar o acesso dos próprios brasileiros nem impedir que acordos com outros países sejam feitos. O governo vê a localização privilegiada de Alcântara - que, segundo especialistas, reduz em até 30% o custo de um lançamento - como um ativo que deve ser explorado, inclusive para financiar o próprio programa espacial brasileiro.
Depois de negociar com os americanos, o projeto é abrir as mesmas conversas com europeus e japoneses, entre outros. Calcula-se que um lançamento pode custar entre US$ 25 milhões e US$ 30 milhões.
A retomada das negociações com os americanos prevê uma espécie de aluguel do local para que os Estados Unidos possam lançar dali seus satélites. As discussões giram em tomo das condições para esse uso, as chamadas salvaguardas tecnológicas esperadas pelo governo de Barack Obama. Reticentes a dar a outros países conhecimento de tecnologias consideradas sensíveis, os americanos querem usar a base, mas fazem exigências para impedir o acesso a informações, especialmente a dados militares.

As discussões vão estabelecer alguns limites, mas o assunto ainda é classificado como “secreto” pelo governo. No entanto, a hipótese de reservar áreas da base para uso exclusivo americano, como chegou a ser estabelecido no Tratado de Salvaguardas (TSA) assinado pelo governo Fernando Henrique Cardoso, em abril de 2000, nem sequer será considerada.
O excesso de restrições daquele tratado levou o documento a jamais ser ratificado pelo Congresso, e o acordo naufragou. Entre as exigências estava a de que determinadas áreas da base de Alcântara seriam de acesso exclusivo dos americanos, não sendo permitida a entrada de brasileiros sem autorização dos EUA.
Inspeções americanas à base também seriam permitidas sem aviso prévio ao Brasil , e a entrada de componentes americanos em contêineres selados poderia ser liberada apenas com uma descrição do conteúdo. Além disso, o governo brasileiro não poderia usar o dinheiro recebido para desenvolver tecnologia de lançamento de satélites, mas apenas para obras de infraestrutura.
A reação foi tão ruim que o Congresso enterrou o acordo em 2002. Ao assumir o governo, em 2003, o então presidente Lula foi procurado pelos americanos, mas não quis retomar o assunto.
Com localização ideal para lançamentos, a base é considerada estratégica para o programa espacial brasíleiro, mas até hoje é subutilizada. Nenhum satélite ou foguete jamais foi lançado de Alcântara, seja porque o Brasil ainda não conseguiu desenvolver a tecnologia para usá-la, seja porque os acordos internacionais para utilização da base até agora não deram frutos. Um teste feito há dez anos terminou em tragédia, com a explosão do foguete e 21 pessoas mortas.
Ainda em 2003, Lula fechou um acordo coma Ucrânia para desenvolvimento de foguete, o Cyclone-4. Uma empresa binacional, a Alcântara Cyclone Space (ACS), foi fundada, mas até hoje não teve grandes resultados. O Brasil investiu 43% dos recursos previstos, mas até este ano a Ucrânia pôs apenas 19%. Na visita do presidente ucraniano Viktor Yanu-kovych ao Brasil, em 2011, houve a promessa de que o processo seria acelerado, o que não ocorreu. Este ano, o chanceler Antonio Patriota foi ao país e, mais uma vez, voltou com a promessa de que o foguete estaria pronto em 2014. Seria a estreia da base, se os americanos não a usarem antes.

Jovem morre depois de trocar tiros com homens da Rotam, diz PMDF

Vítima e comparsa fugiram de abordagem dos policiais no Paranoá. PM chegou a prestar socorro; outro envolvido conseguiu escapar.

G1 DF

Um jovem de 18 anos foi morto na noite deste sábado (27), no Paranoá, depois de trocar tiros com homens da Rondas Ostensivas Tático Móvel (Rotam), da Polícia Militar. A vítima foi socorrida pelos próprios policiais e levada ao Hospital Regional do Paranoá, mas chegou ao local já sem vida.
Segundo o tenente-coronel Leonardo Sant’Anna, comandante da Rotam, homens da corporação faziam o patrulhamento na região de comércio do Paranoá quando avistaram dois homens em uma moto em atitude suspeita. Os policiais pediram para que eles parassem, mas o piloto acelerou e fugiu pela DF-250.
Os suspeitos se dirigiram a uma área com vegetação conhecida como “Pinheiral”, entre o Paranoá e o Itapoã, e atiraram contra a viatura da PM. Segundo Sant’Anna, quando perceberam que não conseguiriam fugir, eles desceram do veículo, entraram por entre os pinheiros e executaram disparos. A Rotam reagiu e um dos tiros atingiu um dos suspeitos. A outra pessoa que estava na moto conseguiu fugir.
“Quando foi atingido, ele mesmo [suspeito] percebeu a gravidade, pelo sangramento, e começou a gritar por socorro e pediu para ser auxiliado. Como demorou para chegar o socorro do Samu ou dos bombeiros, nós o levamos para o Hospital Regional do Paranoá”, afirma o comandante da Rotam.
A vítima chegou morta ao centro médico. Cães farejadores da PM foram até o Pinheiral e encontraram a arma dos suspeitos, uma pistola calibre 38, com numeração raspada e seis munições, sendo quatro intactas.
A vítima foi identificada. Rafael Diniz Martins faria 19 anos na próxima terça-feira (30). Segundo a PM, ele era morador do Paranoá e tinha diversas passagens por roubo, tráfico de drogas e uso de entorpecentes.
A moto utilizada pelos suspeitos está no nome de um sargento da Aeronáutica. Segundo Sant’Anna, o veículo havia sido vendido a uma pessoa que não quitou a dívida nem fez a transferência para o seu nome e fez o repasse a terceiros.
O comandante da Rotam disse que as armas utilizadas pela corporação já foram entregues para a Polícia Civil para serem periciadas e para identificar quem foi o autor do disparo que matou o jovem.

E viva o Carnaval em Cuba!

O Ministro do Esporte, Aldo Rebelo, trabalha até em feriado. No Carnaval deste ano, enquanto colegas relaxavam ao som de uma marchinha, Aldo ia para Cuba - em missão oficial, como atesta sua agenda.
A distância do Brasil, em data tão especial para o país, não foi problema, já que ele não estava sozinho. Seu filho e sua mulher foram com ele, no avião da FAB.
Em resposta à Folha de São Paulo, que revelou a viagem, Rebelo reafirmou ter viajado para Cuba em missão oficial. Ele não explicou, no entanto, por que levou mulher e filho. O ministério disse que ambos cumpriram agenda do governo cubano, que os convidou a visitar a ilha.
E você, fará o que no Carnaval de 2014? Dizem que Cuba é imperdível.


Qual é a sua, Snowden?

O governo brasileiro estuda a hipótese de que Edward Snowden seja um espião que trocou Washington por Pequim

Paulo Moreira Leite

O governo brasileiro estuda a hipótese de que Edward Snowden seja um espião que trocou Washington por Pequim. A questão é que, depois de ter trabalhado para a CIA e para a NSA, Snowden divulgou, em Hong Kong, um arsenal que atingiu Barack Obama num momento delicadíssimo, quando o presidente dos Estados Unidos mobilizava sua própria máquina de espionagem para denunciar infiltrações do serviço secreto chinês. Ao contrário de Julian Assange, fundador do WikiLeaks com um histórico de anarquismo, Snowden fez carreira como profissional de espionagem para o governo dos EUA, o que tem inspirado uma pergunta: para quem ele trabalha? A proteção do governo russo, outro adversário ativo de Washington e aliado de Pequim em grandes conflitos internacionais, reforça a suspeita.
Ver com os próprios olhos
Washington planejava enviar uma missão ao Brasil para dar mais explicações sobre as revelações de Edward Snowden. O Itamaraty respondeu que era pouco. Conseguiu que uma comitiva dos serviços de inteligência do País fosse convidada a ir à capital americana para olhar, com a maior proximidade possível, o destino da “bisbilhotice”, nas ­palavras de Dilma.

O mais caro porta-aviões

Antonio Carlos Prado e Elaine Ortiz

O mais caro navio na história da construção naval militar está sendo construído nos EUA no estaleiro de Newport News Shipbuilding: é o novo porta-aviões da marinha americana, orçado em R$ 31,5 bilhões. Terá 330 metros de comprimento, 76 metros de largura e pesará 100,6 mil toneladas. Ostentará 25 andares e será responsável por 220 decolagens e pousos diários.


Brasília, um bom coração

O Distrito Federal lidera os transplantes cardíacos do país neste ano e torna-se referência nacional no tema

Lilian Tahan
Veja Brasília

Uma vez por mês, quem passou pela experiência de ter o coração transplantado em Brasília se encontra numa sala do Instituto de Cardiologia do Distrito Federal (ICDF) para trocar ideias. Na última reunião, no dia 12, faltou cadeira para tanta gente. Entre ex-pacientes e acompanhantes, estavam lá 78 pessoas. Não foi sempre assim. Quando o grupo foi formado, há quase quatro anos, eram apenas quatro participantes, e todos aguardavam na fila um coração. Supervisionados por uma equipe de psicólogo, assistente social e enfermeira, eles falavam da ansiedade, do medo de morrer, dividindo histórias de dor. Esse enredo mudou. Na ocasião em que a reportagem de VEJA BRASÍLIA acompanhou o encontro de pacientes do ICDF, o único hospital habilitado pelo Ministério da Saúde a fazer transplantes de coração na capital da República, os relatos foram de esperança. Os autores dos depoimentos de superação carregam duas datas de nascimento. Mas, quando se apresentam, preferem informar a segunda. “Eu me chamo Carlos, tenho 3 anos e 8 meses.” “Sou Ângelo, 4 anos, 11 meses, 6 dias.” “Meu nome é Roberto, 45 anos, mas coração de 21.” E riem.
Cardiopatias graves não têm distinção de idade. Elas são mais frequentes entre os adultos, mas podem surgir na primeira infância, asfixiar a adolescência, tirar o fôlego da juventude. Em casos extremos, a solução possível é o transplante, o último recurso para doenças cardíacas irreversíveis. Trata-se de um procedimento-limite, que, por alguns minutos, mantém o paciente sem o órgão mais associado à noção de sobrevivência. Apesar de toda a complexidade, esse tipo de cirurgia tem se mostrado cada vez mais bem-sucedido, especialmente no DF. Desde 2012, Brasília aparece em primeiro lugar no país em números proporcionais de transplantes de coração. No ano passado, foram 7,2 procedimentos por milhão de habitantes e, no primeiro trimestre de 2013, 7,8 cirurgias por milhão. Mais que o dobro das operações realizadas em Mato Grosso do Sul (3,3) e no Ceará (2,8). E praticamente quatro vezes as que ocorreram em São Paulo (2,3), no Paraná (1,9) e no Rio Grande do Sul (1,5).
Mas a grande surpresa é que, pela primeira vez, um hospital do DF lidera o ranking nacional de transplantes de coração em números absolutos. No dia 18, Denílson Aparecido dos Santos foi operado no ICDF. Era o sexagésimo paciente a ganhar um novo coração pelas mãos da equipe médica do instituto, o 18º apenas em 2013.
VEJA BRASÍLIA acompanhou o transplante de Santos, que foi organizado em um dia, executado em cinco horas, envolveu trinta profissionais e devolveu expectativa de vida a um homem de 38 anos. Foi a primeira vez que uma equipe jornalística presenciou essa cirurgia no DF.
O mais recente transplantado no ICDF, entidade filantrópica que tem 80% dos seus recursos repassados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), ampliou a diferença no número de cirurgias neste ano no instituto em relação a outros grandes hospitais do país. Até junho, o Instituto do Coração (Incor) de São Paulo realizou treze operações semelhantes, o Messejana do Ceará, doze, e o Hospital da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), outras onze, segundo dados preliminares da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos, que devem ser divulgados oficialmente nos próximos dias. “É o resultado do esforço pessoal e profissional de cada um dos envolvidos no processo”, considera o superintendente do ICDF, João Gabbardo dos Reis.
Até janeiro de 2009, o hospital ainda era administrado pelo Incor, gerido pela Fundação Zerbini, de São Paulo. Naquela época, a média de transplantes era de quatro por ano. Mergulhada em problemas financeiros, a unidade do Incor foi fechada. Em seguida, assumiu o grupo do Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul, com a missão de recuperar o hospital. Em menos de cinco anos, ele virou uma referência no Brasil. Hoje, além de assistir os moradores da capital, atende pacientes de vários estados. De cada dez internados no ICDF cinco vêm de fora. Nesse período, a fila de espera por um transplante de coração nunca excedeu cinco pessoas. No ano passado, o ICDF foi habilitado para realizar transplantes de fígado e de pulmão. Em fevereiro, de rim.
Segundo o coordenador do Sistema Nacional de Transplantes (SNT) do Ministério da Saúde, Heder Murari, desde 2011 o governo federal tomou medidas para aumentar o número de transplantes de coração no país. Ele afirma que o reembolso do SUS foi corrigido em até 60% para hospitais de ponta. “Em 2012, foram aplicados 7,5 milhões de reais para viabilizar essa cirurgia no Brasil, dos quais 480 800 reais só no DF”, informa o gestor. O secretário de Saúde do DF, Rafael Barbosa, diz que a Pasta contribuiu para ampliar a equipe diretamente ligada a transplantes. O núcleo, que antes contava somente com dois profissionais, agora tem quinze.
O aumento no número de cirurgias é resultado de uma conjunção de fatores que vão do comprometimento de autoridades ao esforço pessoal de médicos, enfermeiros e auxiliares. “Envolve grande disposição individual”, ressalta Noedir Stolf, professor emérito da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), ex-diretor-geral do Incor, com mais de 400 transplantes no currículo. “O procedimento não tem hora para acontecer, pode ser de madrugada, no fim de semana, não importa. Na hora em que tiver a oferta, a equipe deve estar pronta.”
Embora a prioridade da lista de doadores sejam os pacientes geograficamente mais próximos do receptor, existem casos em que não há compatibilidade, e o órgão precisa viajar. É nesse ponto que a gestão pública se alia à técnica e à boa vontade de profissionais que trabalham com transplante. A partir de um acerto entre o Ministério da Saúde e o ICDF, a FAB passou a disponibilizar aeronaves para o transporte dos órgãos quando necessário -- o que, convenhamos, é muito mais relevante do que levar em seus jatinhos autoridades, à custa dos contribuintes, para casamentos, jogos de futebol ou visitas à cidade natal. Fora do corpo, um coração não dura mais do que quatro horas. Em caso de longas distâncias, a logística do traslado soma-se à tensão da cirurgia de risco. “É uma corrida contra o relógio”, diz Daniela Salomão, chefe da Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos da Secretaria de Saúde do DF. As vezes em que precisou buscar um coração, Daniela teve de controlar o desconforto de voar na tentativa de salvar um paciente. “Certa vez o piloto avisou que passaríamos por uma forte turbulência se quiséssemos chegar mais rápido. Fizemos a opção pelo caminho mais curto. Um sufoco, mas era uma vida que dependia desse esforço”, lembra a médica.
Diretora do ICDF, Núbia Vieira coleciona histórias de transplantes que contaram com ações além da técnica médica. Ela lembra do caso de Maria Dalva Vila Nova, que foi operada em 28 de janeiro de 2012. Paciente com mal de Chagas, a mulher esperava pela cirurgia desde junho de 2009. No dia em que apareceu um doador compatível, Maria havia ido pescar com a família em Cristalina (GO) e não atendeu aos chamados do hospital. A médica Núbia não se conformou. Acionou a Polícia Civil, que foi atrás de Maria Dalva e a trouxe da pescaria direto para a mesa de cirurgia. É Núbia também quem recorda com pesar do dia em que recebeu a notícia de que o primeiro paciente submetido ao transplante cardíaco no DF havia morrido, vítima de um tiro, durante um assalto à padaria na qual trabalhava, no Paranoá. “Ele estava cheio de saúde”, lamenta.
Entre a fase de constatação de morte encefálica do doador, avaliação do receptor, investigação de compatibilidade e transplante do órgão passam-se cerca de 24 horas -- esforço que mobiliza, pelo menos, trinta profissionais. Enquanto isso, no mesmo espaço de tempo, em média, morrem três pessoas assassinadas ou em acidentes de trânsito no DF. São corações perdidos para a violência.


Papa Francisco deixa o Brasil e diz que "já sente saudades"

"Começo a sentir saudades". Dessa forma, papa Francisco, que deixou o Brasil às 19h35 deste domingo, em um avião da Alitália, se despediu durante seu último compromisso público no Brasil, na Base Aérea do Galeão, no Rio de Janeiro, onde foi saudado pelo vice-presidente, Michel Temer (PMDB), e pelo ministro Antonio Patriota (Relações Exteriores).

Papa Francisco chegou ao Brasil na segunda-feira para uma série de compromissos, sendo o principal deles a Jornada Mundial da Juventude, que atraiu uma multidão de fiéis em vários eventos realizados na Praia de Copacabana.
Em um rápido discurso no aeroporto, papa mencionou os lugares que visitou e disse que já sente saudades de cada um deles. "Obrigado pelo calor do acolhimento e da amizade que me foram demonstrados. Disso também já sinto saudades".

O pontífice afirmou que sua última expressão de saudade se refere à Nossa Senhora Aparecida. Ele lembrou sua visita ao Santuário e contou que pediu pela humanidade inteira.
Papa agradeceu à presidente Dilma Rousseff e aos religiosos que o acompanharam durante sua estada no Brasil. "O papa vai embora e lhes diz, até breve. Um até breve com saudades. E lhes pede que não se esqueçam de rezar por ele", diz o papa no encerramento de seu pronunciamento.
Ao término da cerimônia, papa cumprimentou e abençoou diversas autoridades. Em seguida, seguiu de carro para o avião que o levará de volta a Roma, na Itália.

Muitas crianças foram convidadas para a cerimônia de despedida do pontífice, em uma sala da Aeronáutica no Galeão. Um palco foi montado em um hangar para seu último pronunciamento antes de deixar o Brasil. 
O vice-presidente elogiou a gentileza, simplicidade, delicadeza e suavidade do papa Francisco. Declarou ainda que o pontífice trouxe paz e harmonia com suas palavras e que espera que estas fiquem nas almas dos brasileiros.
"Boa viagem, papa Francisco. Volte logo", diz Michel Temer ao encerrar seu discurso.

Revolucionários
À tarde, em seu último dia no Brasil, depois de quase uma semana de vários compromissos concentrados principalmente no Rio de Janeiro, onde ocorre a Jornada Mundial da Juventude, o papa Francisco se despediu com novos discursos voltados para os jovens. Em encontro com os voluntários da Jornada, no Riocentro, ele falou por pouco mais de 10 minutos e agradeceu o trabalho de todos. Em sua mensagem, pediu que os voluntários sejam revolucionários.
"Peço que vocês sejam revolucionários, peço para vocês irem contra a corrente, peço que se rebelem contra essa cultura do provisório. Tenho confiança em vocês em irem contra a corrente. Também tenham a coragem de ser felizes", disse Francisco.
No início da cerimônia, um jovem brasileiro e uma polonesa agradeceram a presença do papa e a escolha de seus países para sediar a jornada. A Polônia irá sediar o próximo evento em 2016.
"Não podia regressar a Roma sem antes agradecer de modo pessoal e afetuoso cada um de vocês pelo trabalho com que ajudaram os milhares de peregrinos e os detalhes que ajudaram a fazer dessa Jornada Mundial da Juventude um espetáculo belíssimo", disse. O papa chegou de helicóptero e entrou no pavilhão de papamóvel, sendo aplaudido pelos voluntários.
"Vocês provaram que a maior alegria é dar do que receber", acrescentou. E lembrou que os jovens devem seguir seu caminho, de ter uma família ou o sacerdócio. "Cada um tem seu caminho. Alguns são chamados a ter família, com o sacramento do matrimônio. Há quem diga que hoje o casamento está fora de moda. Está fora de moda?", perguntou o papa. E o público respondeu: não.
Ao final da cerimônia, o pontífice disse que todos podem contar com as orações dele, "pois sei que posso sempre contar com as orações de vocês". Ele orou e abençoou os voluntários.

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