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Aviação: Passageiros maltratados



Mau serviço das aéreas soma-se ao desconforto do aeroporto .

Qualquer um entre os milhares de brasileiros forçados pelas exigências do trabalho a se deslocar de avião com frequência percebe o explosivo crescimento do movimento de passageiros em praticamente todos os terminais aéreos do país. Agora se sabe por meio da Associação Internacional do Transporte Aéreo (Iata) que, este ano, o ritmo dessa expansão é o mais rápido do mundo.

Segundo a Iata, o mercado doméstico brasileiro de transporte de passageiros, que tinha registrado excepcional crescimento de 25,2% em maio, voltou a se expandir em junho, em 15,1%, enquanto a China – segundo maior mercado do mundo – cresceu 14% e os Estados Unidos (que representam metade do movimento mundial), apenas 1,3%. Mas o que mais incomoda os milhares de usuários do transporte aéreo no Brasil não consta do relatório da Iata.

É que a baixa qualidade do serviço prestado pelas operadoras só tem concorrente no desconforto e na precariedade dos aeroportos do país. A espetacular expansão do mercado não tem sido acompanhada pelo aumento da oferta de assentos e muito menos pela melhora da qualidade do serviço e do respeito ao consumidor por parte das companhias aéreas. O setor continua sob o domínio de um duopólio, que se sente à vontade para cancelar voos sem aviso prévio, exagerar no overbooking e a levar pouco a sério os horários de embarque.

O governo parece, pelo menos, disposto a impedir que essa pressão de demanda sem resposta resulte em aumento de preços, que, aliás, poderiam ser muito mais baixos se a concorrência fosse mais intensa. Uma das soluções está misteriosamente parada no Congresso, à espera de um empurrão do Planalto: o projeto que eleva de 20% para 49% a participação de capital estrangeiro em companhias aéreas brasileiras. Dará fim a uma anacrônica restrição, que só beneficia quem folga com a falta de concorrência em prejuízo do consumidor.

Quanto aos aeroportos, faz tempo que o país dos que voam semanalmente deixou de se limitar a São Paulo, Brasília e Rio. No entanto, os anúncios de melhores dias feitos pelo ministro da Secretaria Especial de Aviação Civil, Wagner Bittencourt, inclusive os que se referem a concessões à iniciativa privada, fazem contatos apenas cosméticos com a torre de Confins. No entanto, há menos de dois meses (7 de junho), quando problemas meteorológicos em São Paulo desviaram pousos em Congonhas, Guarulhos e Campinas para o Aeroporto Internacional Tancredo Neves, houve um congestionamento em Confins. Foram apenas 11 voos, mas muitos tiveram de sobrevoar a região por uma hora à espera de vaga.

Se não for pelos números da Iata, que seja em razão da Copa do Mundo, da qual BH será uma das sedes: não dá mais para viver de remendos, puxadinhos e de soluções pela metade. O incontestável é que Confins precisa ser captado pelo radar das autoridades federais, as únicas responsáveis pelo desconforto que diariamente enfrentam seus milhares de usuários.

Fonte: / NOTIMP

Foto: Andomenda









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