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Argentino paga caro por aeroporto no RN

Em uma disputa acirrada, sociedade com brasileiro vence leilão de São Gonçalo do Amarante, na grande Natal .

Proposta vencedora sai com ágio de 228%; valor da outorga, a ser pago em 25 anos, sobe para R$ 170 milhões .

MARIANA BARBOSA .

Com um lance de R$ 170 milhões, o consórcio Inframérica venceu o leilão de privatização do aeroporto de São Gonçalo do Amarante, na grande Natal (RN). O valor equivale a mais de três vezes o lance mínimo previsto no edital -ágio de 228%.

Esse montante corresponde à outorga de concessão e deverá ser pago em 25 prestações anuais depois de uma carência de três anos. O Inframérica terá de investir mais R$ 650 milhões ao longo de 28 anos, sendo mais da metade até 2014. O aeroporto já tem uma pista, obra de R$ 250 milhões bancada pela União.

O consórcio é formado pela brasileira Engevix e pela argentina Corporación América, com 50%-50%, e ficará responsável pela construção, pela manutenção e pela operação do aeroporto por 28 anos.

O grupo argentino encabeça o consórcio vencedor do controverso processo de privatização do país vizinho. Quatro grupos apresentaram propostas ontem na sede da BM&FBovespa.

O preço mínimo era R$ 51,7 milhões. O Inframérica apresentou o maior lance inicial: R$ 132 milhões. Houve uma disputa acirrada com a Aeroportos Brasil (grupo MPE), com 87 lances no total.

O processo, a primeira concessão federal no setor, está sendo considerado como um teste para a privatização dos aeroportos de Guarulhos, Viracopos e Brasília, prevista para dezembro.

A exemplo do que deve ocorrer com os demais aeroportos, a privatização será bancada pelo BNDES.

"QUERIDO BNDES"

"Esperamos rapidamente ir bater na porta do nosso querido BNDES", disse o sócio da Engevix, José Antunes Sobrinho, dirigindo-se ao ministro da aviação Civil, Wagner Bittencourt, durante entrevista após o leilão. O empresário disse esperar que o banco estatal financie "até 70% do investimento". Para ele, com esse apoio, o retorno do investimento ficará "acima de 6%".

Concorrente da Inframérica, o grupo ATP, que fez uma oferta inicial de R$ 62 milhões, considerou o resultado "uma loucura". "Não há condição de esse investimento se pagar", disse Lincoln Delboni, diretor de novos negócios da ATP.

"Que raio de privatização é essa que é bancada pelo BNDES?", diz o professor de transporte aéreo da UFRJ Respício do Espírito Santo. Eduardo Padilha, professor do Insper e consultor de aeroportos, calcula que a taxa de retorno para a Inframérica poderá chegar a 8% se a demanda se comportar dentro de um cenário otimista.

"Não é um retorno impossível, mas 8% é apertado", diz Padilha. "O risco é quererem renegociar o contrato." Marcelo Guaranys, diretor-presidente da Anac (Agência Nacional de aviação Civil), comemorou. Mas reconheceu os riscos do ágio elevado.

"Ao longo dos anos, estamos diminuindo as brechas que permitem a negociação de aditivos aos contratos nas privatizações no país", disse.

Antunes, do Inframérica, não se comprometeu a entregar o aeroporto antes da Copa, mas disse que fará todos os esforços para isso. "É de nosso total interesse."

Fonte: / NOTIMP








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