FX-2: Dassault intensifica negociações

O consórcio francês Rafale International, um dos três concorrentes envolvidos na disputa para fornecer o primeiro lote de 36 caças para a Força Aérea Brasileira (FAB), está intensificando contatos com empresas brasileiras. Os franceses estudam como as empresas nacionais poderiam cooperar no programa do caça Rafale caso a aeronave venha a ser escolhida pelo governo brasileiro.

O consórcio, formado por Dassault Aviation, Snecma e Thales, vai promover antes do fim de maio seminário em São Bernardo do Campo (SP) com a participação de empresas brasileiras. A seguir há planos de promover encontros no Rio, Salvador e Porto Alegre, dando sequência a outros eventos semelhantes já realizados no país. A Omnisys, que pertence ao grupo Thales e tem sede em São Bernardo do Campo, deve entrar na parceria do Rafale desenvolvendo elementos de um tipo de radar mais moderno usado na aeronave.

Eric Trappier, vice-presidente da Dassault e presidente do consórcio Rafale, disse ontem que, apesar do adiamento da compra dos caças pelo governo, os pressupostos do programa FX-2, envolvendo a encomenda das aeronaves, continuam os mesmos. Trappier está no Rio para participar da LAAD 2011, maior feira de defesa e segurança da América Latina, que começa hoje e vai até sexta no Riocentro.

Trappier reiterou que a proposta francesa prevê transferência irrestrita de tecnologia e afirmou que, em troca da compra dos caças, a França se comprometeu em dar ao Brasil contrapartidas de mais de 150% do valor do contrato, envolvendo aspectos como aprimoramento industrial e inserção tecnológica. Essa compensação teria que ser implementada em prazo de dez anos a partir da assinatura do contrato, acrescentou Jean-Marc Merialdo, diretor do consórcio no Brasil. As estimativas são de que, dependendo da proposta - também estão na briga os suecos da Saab, com o caça Gripen NG, e a americana Boeing, com o F-18 -, o primeiro lote de caças custaria entre US$ 4 bilhões e US$ 6 bilhões.

Fonte: VALOR ECONÔMICO / NOTIMP