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Querosene de aviação deve subir mais

Aumento do consumo impulsionado pela expansão do setor aéreo e petróleo caro pressionam combustível .

Capacidade da Petrobras é insuficiente para atender demanda, afirma especialista .

Importação cresce 51% .

Cirilo Junior e Janaina Lage .

O crescimento do setor aéreo já pressiona o mercado de querosene de aviação.

Somente em janeiro, o consumo acumulou alta de 12,1% e chegou a 583 milhões de litros.

Para Rafael Schechtman, do CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura), a capacidade atual da Petrobras é insuficiente para atender a demanda que está por vir.

Em 2010, a importação do combustível aumentou 51%. De acordo com a Petrobras, o volume importado varia de 10% a 15% do consumido.

Schechtman lembra que a estatal não inaugura uma nova unidade há 30 anos e que, nesse meio-tempo, investiu apenas na modernização do parque de refino.

A entrada de quatro novas refinarias, entre 2012 e 2017, vai ajudar a suprir o mercado interno. Ainda assim, a Petrobras poderá ter que importar para completar a oferta.

A avaliação é de Claudio Serra, especialista em infraestrutura, que projeta, no curto prazo, possibilidade de forte alta do querosene. Isso deve ocorrer, explica, pela combinação entre a crescente demanda vinda do setor aéreo e a cotação mais elevada do barril do petróleo diante das tensões políticas internacionais. Na sexta, o barril atingiu US$ 115.

No ano, a Petrobras já reajustou os preços três vezes, com alta acumulada de 16%.

No Brasil, o combustível representa de 35% a 40% dos custos de uma companhia aérea. Para o consumidor, o cenário deve resultar em tarifas mais caras.

A TAM informou que vai promover o repasse para as passagens de acordo com as condições de mercado.

ALTA DE PREÇO

Em fevereiro, o preço médio pago pelo passageiro em cada quilômetro voado subiu até 5%. A empresa pretende reduzir custos operacionais para minimizar o efeito do combustível nos resultados.

O presidente da Avianca, José Efromovich, afirma que aumentos maiores no curto prazo representarão a necessidade de repasse, o que ainda não foi feito. "Vamos definir nossa política nos próximos dias", observa. A empresa pretende trazer mais seis aviões neste ano.

O impacto da alta do barril de petróleo no setor aéreo é um problema global. Nos EUA, ao menos cinco empresas já reviram para baixo planos de expansão.

No Brasil, há ainda o crescimento acelerado do setor aéreo. Conforme a Folha revelou, o número de passageiros de avião superou o de viajantes de ônibus pela primeira vez em 2010.

HEDGE

TAM, Gol, Azul e Avianca vão aumentar a frota neste ano. Todas as empresas fazem operações de hedge (proteção) de uma parte do consumo projetado de combustível. Nos próximos três meses, a Gol vai elevar de 20% para mais de 40% esse percentual, segundo Rodrigo Alves, diretor de Planejamento da companhia.

Uma das principais queixas do setor refere-se ao custo do combustível no país, considerado equivalente ao de importação. "Gostaríamos que fosse mais barato, isso permitira que cobrássemos tarifas menores", diz Adalberto Febeliano, diretor de Relações Institucionais da Azul.

Fonte: FOLHA DE SÃO PAULO / NOTIMP








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