EUA se esquivam de apoio ao Brasil em órgão da ONU
Casa Branca julga já ter ajudado país a elevar a presença global .
Obama realiza visita ao Brasil neste final de semana .
Patricia Campos Mello e Andrea Murta .
Os EUA não se comprometeram ontem a dar apoio formal à ambição brasileira a um assento permanente em um Conselho de Segurança da ONU ampliado na visita do presidente Barack Obama ao Brasil, no fim de semana. Questionado sobre a possibilidade, Dan Restrepo , responsável por Hemisfério Ocidental no Conselho de Segurança Nacional, disse apenas: "O presidente Obama e a presidente Dilma vão discutir a reforma da ONU. E também vão discutir em um contexto amplo a adoção de uma nova arquitetura global que reflita novas realidades."
Obama, quando foi à Índia em novembro passado, declarou abertamente apoio à entrada dos indianos no CS.A reforma do conselho da ONU permitiria ampliar o número de membros permanentes dos cinco atuais (China, EUA, Reino Unido, França e Rússia) para dez."Será um conversa ampla sobre a importância de instituições fortes para a paz e segurança no mundo, e inevitavelmente a ONU surgirá."
AJUDA
Anteontem, a Casa Branca disse já ter ajudado muito o Brasil em suas ambições para ganhar destaque global."Os EUA pressionaram, com sucesso, para que países como o Brasil tivesse um papel maior nos assuntos econômicos internacionais e advogou de forma enérgica para que o G20 se tornasse o principal foro de cooperação", disse a Casa Branca.
"Os EUA agiram de forma agressiva para aumentar o papel de países como o Brasil no FMI e Banco Mundial."A Casa Branca confirmou que o grande discurso para a América Latina será em Santiago, e não mais no Rio, como fora dito anteriormente. Restrepo destacou que a discussão de Obama com o Brasil vai girar em torno de temas globais e parceria no cenário internacional, inclusive na área de segurança.
"Temos muita disposição para fazer o possível para avançar juntos com o Brasil a paz global e a segurança."
Restrepo praticamente descartou a chance de acordo entre EUA e Brasil para a compra de caças no projeto de modernização da Força Aérea brasileira. "Não há expectativa de negócios bilionários sendo anunciados."
Fonte: FOLHA DE SÃO PAULO / NOTIMP