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Aviação não pode esperar









Novo governo acerta ao se antecipar à Copa para investir no setor.

O desconforto de instalações insuficientes e a falta de respeito dos atrasos e cancelamentos de voos a que estão submetidos milhares de brasileiros, que nesta época aumentam o movimento nos aeroportos, não param de sinalizar: a infraestrutura e a qualidade do serviço prestado pela aviação civil não podem mais esperar por dias melhores. Acordos de última hora entre o governo, empresas e trabalhadores do setor evitaram que uma greve levasse de vez ao caos, nos moldes do apagão aéreo que, na passagem de 2007 para 2008, transformou as estações de passageiros em dormitórios improvisados, verdadeiros acampamentos da desilusão de quem tinha sonhado ter férias com a família ou descansar em um de nossos paraísos tropicais.

Mas ninguém deve se enganar. Qualquer usuário mais frequente do transporte aéreo sabe que o confronto trabalhista ora adiado é apenas uma ponta do problema e está muito longe de ser resolvido. E nem é preciso esperar o megaevento da Copa do Mundo de 2012 para ter a certeza de que o setor já está vivendo no limite.

Números da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) indicam que nos dois últimos anos a demanda interna por passagens aéreas tem crescido cerca de 23% ao ano. Isso significa que a expansão está se dando em ritmo pelo menos três vezes mais rápido do que o do Produto Interno Bruto (PIB). O aquecimento dos negócios, o aumento do desemprego e da renda da população estão por trás dessa explosão do mercado da aviação.

Além disso, a estabilidade da moeda e um pequeno aumento na concorrência, proporcionado pela expansão de empresas de menor porte, têm obrigado as operadoras a praticar preços promocionais. Não são poucos os brasileiros que nos últimos anos fizeram sua primeira viagem de avião. Ao mesmo tempo, como constatam vários especialistas, a expansão da oferta de infraestrutura aeroportuária está longe de acompanhar esse crescim ento.

A estatal Infraero, que administra os 67 aeroportos mais importantes do país, tem planos de investir mais de R$ 5 bilhões nos próximos anos. Mas sua história recente não sugere agilidade para tirar os projetos do papel. É, pois, urgente quebrar o descompasso entre a oferta e a procura comprometedora do desenvolvimento de setor tão indispensável à vida moderna. Nesse sentido, foi animadora a manifestação da presidente Dilma Rousseff, em seu discurso de posse no Congresso Nacional, de que, além da preocupação com a Copa, é mais que necessário melhorar já os aeroportos.

Acostumada a definir metas e a cobrar sua execução, é bom que a presidente não permita mais a perda de tempo com discussões infrutíferas. Se pretende atrair a participação de capitais privados, deve definir logo qual destino dará aos aeroportos e com que regras vão conviver os parceiros. Mas a presidente de todos os brasileiros não deve correr o risco da simplificação dos que aconselham a dar prioridade apenas aos terminais de São Paulo e do Rio de Janeiro. O problema afeta quase todas as grandes capitais e, pela própria natureza da aviação, não há soluções parciais duradouras.

Fonte: ESTADO DE MINAS / NOTIMP

Foto: Andomenda



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