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Rio: Especialistas em defesa questionam uso do Exército









Luis Kawaguti e Eduardo Geraque.

Especialistas na área de defesa ouvidos pela Folha são contrários ao uso do Exército no combate à violência no Rio de Janeiro.

Para o sociólogo da Unesp de Araraquara José dos Reis Santos Filho, o melhor emprego seria no reforço ao patrulhamento das fronteiras para impedir a chegada de armas aos morros.


Segundo ele, em teoria, a polícia fluminense estaria mais capacitada a comandar as ações no Alemão do que o exército, por ter mais informações de inteligência e conhecer melhor o terreno.

"Mas legalmente o exército tem razão em querer assumir o comando da operação, pois hierarquicamente é superior à polícia", disse.

Militares ouvidos pela Folha agem nos bastidores com a intenção de o exército só ficar no morro se tiver comando completo da operação.

Para José Roberto Martins Filho, professor de ciências sociais da UFSCar, a ação do exército no morro está em uma "zona de sombra".

Na avaliação do especialista em políticas de defesa, "é muito complicado e pouco recomendado" as tropas do exército ficarem quase um ano na região do Complexo do Alemão e, ainda, exercerem função de polícia.

Ao patrulhar as ruas e ter suas operações subordinadas ao secretário de Segurança Pública, os soldados, do ponto de vista legal, ficam sob uma situação "questionável", diz.

A saída, para ele, seria chamar a Força Nacional de Segurança Pública. A Marinha cedeu seus blindados, mas não participou.

"Sou amplamente favorável à ocupação do morro para a retirada dos bandidos. Mas sou contra usar o exército de forma indiscriminada, apenas pelo fato de não existir polícia suficiente para ser usada nesta ocasião."

Para Martins Filho, essa longa operação carrega três riscos: a eventual violência contra civis, a chance de corrupção dos soldados por parte do tráfico e o retrocesso na construção de uma mentalidade moderna de Defesa.

"Os avanços obtidos com operações como a do Haiti, em um Estado em crise, vão ser perdidos. O Exército não deve pensar apenas em fazer policiamento interno."

Fonte:
FOLHA DE SÃO PAULO, via NOTIMP



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