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Aeroportos: Especialistas defendem descentralização






Entre as sugestões, estão a partilha de responsabilidades da Infraero e uma maior autonomia dos aeroportos.

Estatal afirma estudar abertura de capital, mas ainda não há previsão de quando o programa deve ser implementado.

Vitor Sion e Maria Paula Autran.

A administração dos aeroportos brasileiros seria mais eficiente se a Infraero não concentrasse tantas responsabilidades, dizem especialistas ouvidos pela Folha.

Os 67 terminais administrados pela estatal são responsáveis por 97% da movimentação do transporte de passageiros e cargas, aponta relatório de maio passado do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).

Segundo o estudo, 13 dos 20 principais aeroportos têm gargalos nos terminais de passageiros, com queda na qualidade dos serviços.

Para o gerente nacional da Iata (Associação Internacional de Transporte Aéreo), Filipe Reis, o principal problema é a falta de planejamento entre os órgãos do setor.

"Não adianta a Infraero lançar um plano sem falar com os outros atores, como a Anac, as empresas aéreas e a Polícia Federal. A chance de dar certo seria pequena", diz.

O professor de transporte aéreo da UFRJ Respício do Espírito Santo Jr. não culpa a estatal, mas o modelo de administração centralizado nas mãos da empresa.

"Para a Infraero e o modelo serem melhores do que são, tem que ter concorrentes", argumenta o professor.

Segundo ele, com a concorrência, a estatal seria obrigada a melhorar o serviço.

Para Alessandro Oliveira, economista do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), a gestão melhoraria caso fosse em sistema híbrido.

O modelo combinaria privatização, abertura de capital da Infraero e cessão de terminais para companhias aéreas. O tipo de administração dependeria das necessidades de cada aeroporto.

Segundo o professor de engenharia Aeronáutica da USP São Carlos James Waterhouse, os aeroportos devem ter autonomia, assumindo seus lucros e prejuízos.

MUDANÇAS

Em novembro, o presidente de operações da Infraero, João Jordão, confirmou que a empresa estuda a abertura de capital, mas não há previsão de implementação.

A assessoria de imprensa da Infraero, no entanto, afirma que o modelo de gestão é de competência do Ministério da Defesa, que não respondeu à Folha até o fechamento desta edição.

Para o economista do ITA, a submissão e a falta de prestígio da Infraero com o governo federal causam problemas ao setor.

"A Infraero do jeito que está, considerada pelo próprio governo uma estatal de categoria B, não realiza políticas de acompanhamento dos aeroportos e falha na falta de um diagnóstico preciso", diz.

O representante da Iata concorda. "Tem que haver um regulador forte e independente, não subordinado a fatores políticos", diz.

Já a Infraero, por sua vez, afirma primar por manter boas relações com os órgãos com que se relaciona.

Fonte: FOLHA DE SÃO PAULO, via NOTIMP




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