Tempo fechado no terminal de Confins
Maior aeroporto do estado entra no quarto mês sem aparelho essencial para pilotos.
Passageiros têm fim de semana de caos
Luciane Evans
Se  uma chuva forte, típica desta época do ano, voltar a cair em Belo  Horizonte nos próximos dias, nenhum avião chega ou parte pela pista do  Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, na região  metropolitana. O maior terminal do estado chega ao quarto mês sem o  ILS (sigla em inglês para Instrument Landing System), sistema de  aproximação por instrumentos, que dá orientação precisa ao piloto que  está pousando em determinada pista em caso de mau tempo, e enfrentou  verdadeiro caos no fim de semana. 
Da noite de sábado até as 9h de domingo, 17 voos foram cancelados e quatro internacionais tiveram atrasos  de 12 horas. Como resultado, passageiros tiveram de dormir no aeroporto  e os que queriam chegar a BH foram obrigados a voar para São Paulo ou  Rio de Janeiro e, lá, esperaram por mais de 12 horas, sem hotel, comida  ou informações. Ontem, foi preciso a intervenção da Polícia Militar para  conter a fúria de quem se cansou de esperar. Assustados com a situação,  pilotos internacionais chegaram a questionar se BH tem estrutura para  ser uma cidade-sede da Copa do Mundo em 2014.
O instrumento que falta em Confins é ativado, de acordo com  informações da Infraero, em casos de nebulosidade, quando pilotos não  têm uma visão nítida da pista. Há quatro meses, segundo informa a  assessoria de comunicação da empresa, o aparelho está sob manutenção  pela Aeronáutica. No último dia 4, voltou a operar no terminal,  mas foi preciso novo ajuste e somente em 15 de novembro ele deve voltar a  funcionar.
“Sem o instrumento, não há como pousar com segurança.  Você não vê a pista, e ele funciona como um feixe de luz que nos guia  para o pouso e a decolagem, fazendo que deixemos no piloto automático  toda a operação. Sem ele, é um prejuízo enorme para a cidade, que será  sede para o Mundial, em quatro anos. Nunca passei por isso em toda a  minha carreira”, comentou o piloto da Tap Portugal, Tiago Matos, que  somente ontem conseguiu partir para Lisboa. “O avião que nos buscaria  não conseguiu pousar, tivemos que ficar aqui no sábado. Isso é um  absurdo.”
Mas, ao contrário do que diz a Infraero, para a Força Aérea  Brasileira (FAB), responsável pelo ILS, o transtorno não foi causado  pela falta do aparelho. Segundo a FAB, a nebulosidade de sábado em Belo  Horizonte era tão intensa que, mesmo com auxílio do instrumento, não  haveria pousos nem decolagens na pista de Confins.
Fonte: ESTADO DE MINAS, via NOTIMP

















