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Seul reforça efetivo contra Coreia do Norte






Tropas serão enviadas para cinco ilhas, entre elas a que foi alvo de bombardeio norte-coreano na última terça.

Criticado pela demora em reagir ao ataque, ministro da Defesa sul-coreano renuncia.

Seul mudará código militar.

Fabiano Maisonnave.

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A Coreia do Sul anunciou ontem o reforço de suas tropas na fronteira com a Coreia do Norte, em reação ao bombardeio norte-coreano contra a ilha Yeonpyeong, na terça-feira. O ataque deixou quatro mortos e aumentou ainda mais a tensão entre os dois países.

Será reforçada a presença militar em Yeonpyeong e em outras quatro ilhas, segundo o porta-voz da Presidência sul-coreana, Hong Sang-pyo, segundo o qual há hoje cerca de 4.000 soldados na região. "Não podemos baixar a guarda", disse.

Ainda ontem, o ministro da Defesa sul-coreano, Kim Tae-young, renunciou após críticas de que as forças militares demoraram a reagir ao ataque. Kim foi duramente criticado no Congresso tanto pela oposição como pela base do presidente Lee Myung-bak, que aceitou a renúncia.

O ministro já vinha sendo criticado desde março, quando uma embarcação da Marinha foi torpedeada e afundada em área próxima à da ilha atacada, no mar Amarelo. O ataque, negado pela Coreia do Norte, deixou 46 mortos.

Por causa do bombardeio, os militares sul-coreanos planejam criar um novo código de resposta a ataques da Coreia do Norte contra civis, informou a agência estatal de notícias Yonhap.

Segundo a versão sul-coreana, os fuzileiros navais demoraram 13 minutos para contra-atacar, tempo considerado adequado pelo comando militar do país.

Seul está investigando se a Coreia do Norte utilizou bombas termobáricas contra Yeonpyeong. Carregadas de combustível, elas têm mais poder de destruição do que explosivos convencionais.

China

No campo diplomático, a China, o principal aliado da Coreia do Norte, disse, por meio de sua Chancelaria, que está "preocupada" com os exercícios militares que serão realizados a partir de domingo com navios de guerra americanos e sul-coreanos.

Durante visita à Rússia, o premiê Wen Jiabao disse que a China defende a "paz e a estabilidade" na península, mas que o país "se opõe a qualquer ameaça de força".

Para os EUA, o exercício, que contará com a presença do imponente porta-aviões USS George Washington (75 aeronaves e 6.000 tripulantes), serve de recado também para a China: se continuar relutante em exercer mais pressão sobre Pyongyang, a presença militar americana crescerá na região.

Em editorial ontem, o jornal nacionalista chinês "Global Times" chamou a aliança entre Coreia do Sul e EUA de "arma inativa" e criticou a pressão internacional para que a China seja mais incisiva contra a Coreia do Norte.

"Quanto maior a distância entre a Coreia do Norte e os seus vizinhos, mais a região cairá em incerteza", afirma.

Já o analista Andrei Lankov, da Universidade Kookmin, em Seul, diz que a China sabota as sanções internacionais contra a Coreia do Norte, minando os esforços contra o regime de Kim Jong-il.

"A China acredita que a instabilidade doméstica na Coreia do Norte é uma ameaça maior a seus interesses do que o programa nuclear norte-coreano, portanto não quer ver Pyongyang acuada", escreveu Lankov em artigo publicado no "New York Times".

Fonte: FOLHA DE SÃO PAULO, via NOTIMP




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