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Classes C e D agora viajam é de avião






Renda mais alta, crédito fácil e parcelamentos provocam aumento da demanda de passageiros.

Quem antes recorria aos ônibus, agora está preferindo voar. Em alguns casos, é até mais barato

Giovanni Sandes

O aumento da renda média brasileira, o parcelamento de passagens em até cinco anos e outras mirabolantes formas de pagamento levaram aos aviões as classes C e D. É a vitória de empresas que entraram no mercado apostando em atrair o pessoal que costuma viajar de ônibus, com passagens aéreas às vezes mais baratas do que a competição rodoviária.

Para se ter uma ideia da melhora do setor, segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), órgão regulador das empresas aéreas, os aviões voavam 66,43% ocupados, em média, em setembro do ano passado. Mês passado, esse percentual chegou a 73,38%.

Impulsionada pelo dólar em baixa, a venda de passagens para o exterior subiu até mais. A taxa de ocupação dos voos para fora do Brasil foi de 82,20% no último mês, um avanço de 8,49 pontos percentuais sobre setembro de 2009.

Uma análise trimestral da Serasa Experian avalia 99 segmentos e depois aponta se eles melhoraram, pioraram ou mantiveram sua performance. De acordo com o estudo, os bons resultados das aéreas no terceiro trimestre deste ano veio com a ajuda da melhoria de renda média da população e das facilidades de pagamento do mercado e “da estratégia de captar novos clientes, das classes C e D.”

Coordenador da análise da Serasa, Marcos Abreu observa que a concentração no mercado aéreo continua grande. A TAM, dona de outra companhia, a Pantanal, tem 42,40% do mercado, somadas as duas empresas. A Gol/Varig domina 39,46% do setor. A terceira, a Azul, já bateu os 6,70%. A Webjet fica em 5,34%. As demais companhias não ultrapassam os 3% de participação.

“Mesmo bem menores do que as líderes, os outros players do mercado promoveram uma maior dinâmica e foram atrás das classes C e D. Os reajustes do salário mínimo e os ganhos reais nos aumentos dos trabalhadores ajudaram o setor a crescer bem”, continua Marcos.

O público das classes C e D é o mesmo que melhorou os resultados do varejo, comprou carros e eletrodomésticos com o Imposto de Produtos Industrializados (IPI) durante a crise.

O resultado é que, conforme outro estudo da própria Serasa, a inadimplência do mês passado cresceu 15,3% diante de setembro de 2009.

Mesmo assim, para o coordenador do estudo da Serasa, o Brasil ainda não está em situação de perigo. “Isso não nos preocupa agora. Mas chama a atenção para monitorarmos a disponibilidade de renda, no futuro, para a compra de bens e serviços”, conclui Marcos.

Fonte: JORNAL DO COMMERCIO, via NOTIMP



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