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Alagoas: Marinha finaliza busca sem encontrar minas






Capitania dos Portos escavou, durante 15 dias, seis áreas onde moradores antigos afirmaram que os artefatos da Segunda Guerra Mundial estariam enterrados, na Praia de Maragogi.

Nada foi achado

Wagner Sarmento

A Marinha encerrou, na semana passada, a operação de resgate de minas marítimas datadas da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) na Praia de Maragogi, no litoral norte de Alagoas, na divisa com Pernambuco, sem encontrar os artefatos. A Capitania dos Portos de Alagoas (CPAL) resolveu iniciar as buscas após uma primeira mina ser encontrada por acaso em 10 de maio durante uma obra de saneamento, na orla, a 70 centímetros da superfície. Pescadores e moradores antigos apontaram locais onde estariam outros seis explosivos. A Marinha mobilizou equipe de 23 militares, usou detectores de gases e de metal e escavou as áreas, mas nada foi achado. Diante das tentativas frustradas de resgate, o capitão-de-fragata André Pereira Meire deu por terminada a operação.

“A gente não tem mais o que fazer. Fomos a todas as áreas apontadas e não encontramos os artefatos. Pedimos à prefeitura que eles tenham o compromisso de nos chamar caso alguma outra mina seja achada durante eventuais obras”, afirmou ele, por telefone, da sede da CPAL, em Maceió. “Só recolhemos latas, tampas de garrafa, parafusos e trancas de portas”, acrescentou.

O militar atribuiu o fracasso da operação às informações “desencontradas” repassadas pela população. “Obtivemos informações rarefeitas. Só uma testemunha viva foi ouvida e apresentou versões diferentes em momentos diferentes. Como se passaram 65 anos, esse pescador pode ter confundido, assim como outras pessoas que não vivenciaram a época e reproduziram relatos de familiares”, observou Meire.

Quatro das seis supostas minas estariam na região central de Maragogi, sendo duas na Praça Batista Acioly e duas na beira-mar. As duas restantes ficariam na Praia de Antunes, a cinco quilômetros das outras. A operação durou 15 dias.

O comandante da CPAL minimizou o risco de as minas marítimas explodirem no subsolo de Maragogi, segundo maior destino turístico de Alagoas. Segundo ele, os mecanismos de acionamento dos artefatos se deterioraram com o tempo.

“Em seu princípio, minas marítimas exigem a água do mar para serem acionadas. Se não tem água do mar, não tem possibilidade de formar uma corrente primária e acionar”, ponderou. “Além disso, pelo estudo que fizemos, tudo leva a crer que a composição desses explosivos é o TNT, que ao longo do tempo fica estável, não detona”, continuou. “O importante é que, caso uma mina seja encontrada, não se manuseie de forma errada”, completou.

Moradores mais antigos garantem que as minas marítimas estão enterradas em Maragogi. O historiador e antropólogo Dirceu Lindoso, 78 anos, nascido e criado em Maragogi e que hoje mora em Maceió, recebeu o Jornal do Commercio em sua casa mês passado e disse que ele mesmo viu quando a maré trouxe os artefatos para a costa. A versão é confirmada pelo pescador João Francisco da Silva, da mesma idade, que chegou a formar a trincheira montada no litoral junto com os militares.

Fonte: JORNAL DO COMMERCIO, via NOTIMP



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