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Entrevista: Antonino dos Santos Guerra Neto, General






“Atuamos onde não há fronteiras ou inimigo claramente identificado”

Chefe do Centro de Comunicações e Guerra Eletrônica (CCOMGEX) do Exército Brasileiro, o general paulista Antonino dos Santos Guerra Neto é o responsável por travar uma guerra virtual – expurgar dos mais de 60 mil computadores do Exército os conteúdos virtuais com suspeitas de códigos maliciosos, ainda não conhecidos pela estrutura de proteção da rede. Por isso, firmou o acordo com a empresa espanhola Panda, como explica nesta entrevista por e-mail para Zero Hora:

Zero Hora – Como o Exército protege sua rede de informática?

General Santos Guerra – O Exército tem mais de 60 mil computadores, espalhados em centenas de organizações militares. São usados para sistema operacional e para o pacote de ferramentas de escritório. Para a solução antivírus, as aquisições eram realizadas por licitação, mas de forma descentralizada, de acordo com a disponibilidade dos recursos e vencimento das licenças existentes em cada unidade. De fato, em alguns momentos, algumas pequenas redes operavam sem a devida proteção. Optamos agora por uma ação centralizada. Realizamos uma licitação, que resultou numa redução de preços muito relevante. Adquirimos da Panda 37,5 mil licenças e recebemos o treinamento presencial de todos os gerentes, além do treino, via internet, às organizações do Exército.

ZH – E o que a Panda oferece?

Santos Guerra – A parceria com a Panda engloba soluções tecnológicas na defesa dos sistemas militares, treinamentos de nossos efetivos e o que mais for possível. A Panda ofereceu, após a aquisição do antivírus, cooperação com o Exército Brasileiro para apoiar a instituição no avanço de sua capacidade operacional para o combate ao ciberterrorismo, crimes virtuais e no aparelhamento estratégico para operações de guerra cibernética. Ela já faz isso com as Forças Armadas da Espanha. Ofereceu ainda apoio do seu laboratório de tecnologia avançada em cibersegurança e treinamentos de alto nível por equipes tecnocientíficas.

ZH – Como o Exército acompanhará esses treinamentos?

Santos Guerra – O CCOMGEX fará acompanhamento permanente das ocorrências de tráfego em sua rede de informações e irá encaminhar à Panda os conteúdos virtuais com suspeitas de códigos maliciosos ainda não conhecidos pela sua estrutura de proteção. A empresa terá de responder ao Exército, num prazo máximo de 24 horas, informando detalhes técnicos sobre mapeamento desses códigos e os procedimentos adequados para a sua prevenção e detecção, juntamente com as respectivas vacinas.

ZH – O Exército já sofre com ameaças do ciberespaço?

Santos Guerra – Centenas de vírus atacam diariamente os computadores do Exército. Nosso interesse é na defesa e na auditoria das invasões, ou tentativas, do nosso sistema. Não há interesse na espionagem ou contra ataques. Gostaríamos de concluir um estudo sobre um antivírus para a administração pública no Brasil. Ainda não estamos convictos se é viável financeiramente. O Exército tem um quadro competente no desenvolvimento de softwares, mas a manutenção da base do antivírus se apresenta como um grande desafio.

Fonte: ZERO HORA, via NOTIMP




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