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Companhias áereas aproveitam crescimento do turismo e aumentam tarifa






A tendência é de novos aumentos e atrasos são cada vez mais constantes

Fernando Braga

Quem usou o transporte aéreo para realizar voos domésticos em setembro teve que arcar com uma passagem, em média, 7,56% mais cara, em comparação com agosto deste ano, de acordo com dados apurados pelo Instituto Brasileiro de Geografia Espacial (IBGE). A alta anotada no último mês também é maior que a variação de 3,58% registrada em setembro de 2009. O aumento foi verificado em 10 cidades pesquisadas pelo órgão e, segundo especialistas, se deve à combinação do aumento da renda do brasileiro e ao reaquecimento dos negócios no país. São Paulo, Rio e Belo Horizonte lideraram a alta, com reajustes de 10,78%, 9,53% e 9,51% em relação ao mês passado, respectivamente. Porém, mesmo pagando mais para voar, o consumidor ainda tem que lidar com os velhos problemas que rondam os aeroportos do país, como os que ocorreram neste fim de semana prolongado, quando quase 30% dos voos marcados registraram atrasos na decolagem.

Além de setembro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apurou alta dos preços das passagens em junho (12,5%) e julho (9,16%) deste ano. Já em agosto, mês em que as companhias realizam as tradicionais ofertas que sucedem o período de férias, o valor dos bilhetes registrou queda de 10,31%. Nos oito primeiros meses de 2010, o quadro ainda está favorável aos consumidores, com retração acumulada nos preços de 12,96%, para uma inflação de 3,14% no mesmo período.

Para Felipe Rocha, analista de aviação da Link Investimentos, o forte crescimento econômico do país estimula o reajuste das passagens, sobretudo em períodos de alta demanda, como o que começa agora e vai até o Carnaval. Mas as aéreas não estão se beneficiando apenas dos viajantes de turismo. O mercado corporativo (de negócios), depois de sentir o impacto da crise financeira de 2008, voltou a se aquecer, pressionando o mercado. O transporte aéreo nacional é diretamente condicionado ao aumento de renda da população e do Produto Interno Bruto (PIB). Quando eles estão bem, o fluxo de passageiros sobe e, naturalmente, as companhias reajustam seus preços. Vale lembrar que entre 60% e 70% dos usuários de aviação civil no país viajam a negócios e, se o país começa a se recuperar, esses usuários passam a utilizar mais esse tipo de transporte, analisou Rocha.

Outro fator que contribuiu para puxar para cima o valor das passagens aéreas, segundo o analista, foi o aumento do combustível. Recentemente, o barril do petróleo ultrapassou a barreira dos US$ 80, o que acaba atingindo o valor do querosene, apontou.

Qualidade ruim
Apesar do custo da passagem aérea ter ficado mais alto no último mês, a qualidade do serviço prestado pelas companhias ainda está muito aquém do esperado para um país que receberá dois dos mais importantes eventos esportivos do mundo nos próximos anos. Durante esse feriado, o brasileiro sofreu novamente com voos atrasados e confusões nas salas de espera.

2014 - cenas que insistem em se repetir nos aeroportos em períodos em que o movimento de passageiros tende a se intensificar. O país precisa de investimentos urgentes em infraestrutura. O problema é que as coisas só vão começar a andar depois das eleições, com o novo governo definindo as estratégias para o setor, disse Rocha.

Dos 2.659 voos previstos para decolar na última sexta-feira, 795 registraram atraso, o que representou 29,9% do total. Em São Paulo, no Aeroporto de Congonhas, dos 227 voos previstos, 111 tiveram atrasos (48,9%). Em Brasília, 65 (34,9%) das decolagens aconteceram com uma demora superior a 30 minutos.

Haja paciência
Ontem, véspera do feriado de Nossa Senhora Aparecida, o número de voos cancelados superou ao de atrasados. De acordo com a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), até as 17 horas, das 1.688 operações programadas, 377 foram canceladas, o equivalente a 22,2% dos voos. Outras 68 decolagens (ou 4,4% do total) tiveram atraso superior a mais de 30 minutos. A Avianca/One foi a companhia que mais teve problemas. Dos 69 voos previstos, 31 (44,9%) foram cancelados.

Fonte: CORREIO BRAZILIENSE, via NOTIMP




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