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Gulfstream: "O Brasil é nossa maior aposta"





Em entrevista exclusiva, Joe Lombardo, presidente da Gulfstream, fala dos planos da empresa, apresenta seu novo avião e conta por que considera a Embraer uma rival que preocupa

Rosenildo Gomes Ferreira

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Um dos melhores termômetros do que acontece no setor de aviação executiva no Brasil é a Latin American Business Aviation Conference and Exhibition (Labace). Na edição deste ano, que começa na quinta-feira 12, em São Paulo, a expectativa é de que sejam feitos negócios da ordem de US$ 500 milhões, volume 20% acima do apurado em 2009.

E é de olho em uma parte dessa bolada que Joe Lombardo, presidente da Gulfstream Aerospace Corporation, uma das maiores fabricantes mundiais de jatos executivos, desembarca no Brasil. “A importância da América Latina em nossa estratégia cresce a cada ano”, diz Lombardo à DINHEIRO em sua primeira entrevista a um órgão de imprensa do Brasil.
Aqui, o executivo pretende visitar os clientes atuais, cujos nomes mantém em sigilo, além de prospectar novos compradores para a família de jatos da empresa. Incluindo o G650, que será lançado em 2012 e vai custar até US$ 64,5 milhões. Durante sua vida útil, a aeronave deverá render US$ 16 bilhões à Gulfstream.

Lombardo chega ao Brasil em um momento bastante propício para o setor. A frota brasileira de aviões executivos (monomotores, bimotores e jatos) é composta de 12 mil unidades e as perspectivas são positivas. “A venda de aeronaves deverá crescer 9% neste ano em relação a 2009 e cerca de 40% das encomendas serão de jatos”, afirma Ricardo Nogueira, diretor-executivo da Associação Brasileira de Aviação Geral (Abag). A seguir, os principais trechos da entrevista concedida pelo presidente da Gulfstream:

AMÉRICA LATINA

O mercado latino-americano, no geral, e o Brasil, em especial, se tornaram estratégicos para os negócios da nossa companhia. É por isso que fazemos questão de participar da Labace, uma das mais importantes feiras de aviação do mundo e que nos garante a possibilidade de “medir o pulso” não apenas do mercado brasileiro, mas também da América do Sul. Não tenho dúvidas de que o Brasil é o País da América do Sul que concentra nossas maiores apostas no continente.

ECONOMIA BRASILEIRA


Venho acompanhando o desempenho da economia brasileira e posso lhe dizer que estou impressionado com o desenvolvimento do País. Especialmente com o fato de o Brasil ter saído tão rápido da recessão que atingiu todo o planeta. Neste ano, as estatísticas indicam que o PIB brasileiro irá crescer cerca de 7% – um número bastante substancial se levarmos em conta o que está acontecendo no resto do mundo.

CLIENTES POTENCIAIS

Nosso foco é bastante variado. Em geral, são executivos de grandes companhias privadas e estatais. Por questões contratuais, não posso revelar o nome dos clientes. Contudo, nossas vendas no País incluem todo nosso portfólio. As grandes aeronaves, como a G450 e a G550, são adquiridas por empresários que precisam se deslocar com frequência para outros países. Também vendemos jatos de médio porte, como o G200, ideal para companhias que atuam em várias regiões do Brasil.

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COMPETIÇÃO LOCAL

A Embraer está fazendo um grande trabalho nesse segmento, especialmente no caso dos jatos de pequeno e médio portes. Reputamos a empresa como uma de nossas grandes competidoras, especialmente pelos resultados que ela vem obtendo com a venda de jatos regionais. Nunca descartamos a Embraer como uma adversária em potencial, inclusive, no nicho de jatos executivos de longo alcance, no qual ela ainda não atua.


FÁBRICA NO BRASIL


A empresa possui duas bases produtivas: em Savannah (EUA) e em Mexicali (México). Nossa estratégia é manter a fabricação concentrada nesses locais e expandir cada vez mais nossas unidades de manutenção e de venda de peças. São 44 no total, nos quais mantemos um estoque de peças de reposição avaliado em US$ 1,2 bilhão. Uma dessas unidades está situada em Sorocaba (SP). Com isso, podemos garantir ao cliente maior comodidade na hora das revisões, por exemplo.

MERCADOS EMERGENTES

Eles representam uma ótima oportunidade de crescimento para a Gulfstream. No ano passado, 60% de nossas vendas foram feitas fora dos Estados Unidos.

GULFSTREAM G650

A empresa tem uma longa história de desenvolvimento de produtos inovadores. O G650 representa a continuação dessa tradição e reforçará o DNA da companhia em vários aspectos. O jato deve chegar ao mercado em 2012 e o que posso dizer nesse momento é que ele contará com elementos revolucionários tanto no aspecto de design quanto em performance, além da autonomia de voo. Estamos na fase de testes e já construímos quatro aeronaves para testes. Até agora o projeto está saindo como planejado por nossos engenheiros.

Fonte: REVISTA ISTO É DINHEIRO, via NOTIMP




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