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Veteranos do CAN relembram com emoção de suas missões





O CAN atende atualmente 52 municípios na região Amazônica. No total são oito linhas, cinco delas no Amazonas, uma no Acre, uma em Rondônia e uma no Estado de Roraima. De 2004 até o mês de janeiro deste ano, foi contabilizado um total de 71.512 atendimentos a pacientes nas diversas missões do CAN. Quem fez parte dessa verdadeira saga iniciada na década de 30 não se esquece jamais das missões. É o caso do Suboficial Carlos Prata, 84 anos, que serviu no Correio Aéreo Nacional de 1947 a 1965. Com mais de 10 mil horas de voo, Prata, especialista em Comunicações, lembra saudoso daquela época.

"Servir no CAN, para mim, foi a coisa mais sensacional e fantástica que pode ter acontecido na minha vida. Através desse trabalho conheci grande parte da América do Sul, Europa e África com as viagens que o Correio Aéreo realizava, principalmente aquela que apoiava o grupo de brasileiros que servia na Faixa de Gaza", relembra o veterano.

Casos inusitados também povoam as lembranças dos veteranos do CAN. O Coronel Hugo Duarte Nunes, por exemplo, que serviu por 11 anos nas linhas do CAN na década de 80 recorda-se de um especial. "Nós transportávamos carga e pessoas, inclusive muitos índios. Lembro-me de que uma vez fizemos uma missão na qual tivemos de trasladar um índio com uma flecha cravada no peito, pois se a retirassem ele corria o risco de morrer", explica o Coronel.

O sentimento de agradecimento das pessoas assistidas pelo CAN era a melhor forma de recompensa para quem servia no Correio Aéreo. "Era muito grande a emoção de participar das linhas do CAN. Você via o olhar de gratidão das pessoas que eram atendidas pelas rotas aéreas, principalmente das regiões mais distantes da Amazônia. Só de virem a aeronave da FAB era uma grande felicidade, pois eles sabiam que a bordo estava o que eles necessitavam, como os médicos, por exemplo", recorda-se o Coronel Aloysio Accioly de Senna, que era escalado como tripulante extra nas Linhas do CAN no final da década de 1940.

A abnegação dos militares, tanto daqueles que iam para as missões quanto dos que permaneciam em terra, foi fundamental para a consolidação do CAN. O Primeiro Sargento Jaime Macedo, que ingressou na FAB em 1965, serviu como chefe da equipe do terminal de carga do CAN, na Base Aérea do Galeão, entre os anos de 1983 e 1987. "Trabalhávamos em três equipes, que se revezavam 24 horas por dia. Foram muitos acionamentos na madrugada para que carregássemos os aviões para as missões. Mas foi muito bom ter trabalhado no CAN, pois isso me despertou um sentido de brasilidade diferente, aguçando-me a compreender melhor o Brasil", ressalta o militar.

Ele lembra que a função da equipe era preparar os pallets de alimentos, material de aviação, entre outros, para o embarque nas aeronaves C-130, Búfalo e Bandeirante com destino a todas as regiões do País. "Em situações de calamidade pública, como enchentes, agíamos em conjunto com a Cruz Vermelha. A entidade trazia os mantimentos e roupas e os militares do terminal embalavam essa carga a fim de ser distribuída nas localidades atingidas", explica o Primeiro-Sargento. "Uma das imagens que me marcou muito foi a tragédia ocorrida em Goiás, no acidente com o Césio 137. As vítimas fatais foram trasladadas pela FAB em urnas de cimento. Aquela visão me deixou bastante abalado”, relembra.

Fonte: CECOMSAER



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