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Invasão de máquinas de raios X






Joe Sharkey

Às 6 da manhã, o Tucson International Airport já estava cheio nestes primeiros dias do verão. Comprando um jornal na loja de lembrancinhas, ouço uma risada vinda do chão.

Um cachorro de pelúcia estava fazendo cambalhotas perto dos meus pés, rindo descontroladamente.

– Ele faz isso sempre que alguém se move – disse a funcionária do caixa, virando os olhos.

Eu imaginei a pobre mulher tendo que gastar o dia de trabalho inteiro ouvindo a barulheira deste brinquedo, chamado Chuckle Buddies, que custa US$ 19.99. E perguntei se ela queria que eu pisasse nele. “Obrigada, mas tem outros”, respondeu a moça.

Aqui estamos nós, pensei, irritados no que seria um longo dia em três aeroportos no sudoeste. Tive que passar um curto tempo em Albuquerque. Minha viagem de retorno exigiu uma escala em Las Vegas.

Meu voo para Albuquerque pela Southwest Airlines ocorreu de maneira eficiente, apesar de estar cheio. Foi pontual. Os atendentes eram simpáticos.

Algumas horas depois, quando retornei ao aeroporto para a minha viagem para casa, eu vi na área de segurança uma passagem para uma destas novas máquinas de raios X que estão causando bastante alvoroço.

Sabe, aquelas que o TSA chama de máquinas de imagem de tecnologia avançada e algumas pessoas criticam pelo fato de elas mostrarem imagens por baixo das roupas.

A agência de segurança tem 105 delas em 31 aeroportos, e estão em busca de contratos para ter cerca de 450 instaladas em vários aeroportos até o final do ano. No futuro, estas máquinas vão substituir os famosos magnetômetros, usados durante o check-in.

Eu relatei, e continuarei relatando, as várias questões levantadas por estas novas máquinas, incluindo privacidade (as máquinas veem através da roupa), assim como a necessidade da agência de segurança de detectar armas não metálicas.

Esta necessidade foi ressaltada no último Natal, quando homens portando bombas por baixo das roupas tentaram detonar explosivos plásticos escondidos nas suas calças em um voo para Detroit.

Entretanto, já que mais pessoas vêm se separando com estas máquinas, imaginei que seria proveitoso dividir minha experiência inicial, então fui deliberadamente até a passagem.

Primeiro, você precisa remover tudo de suas roupas, incluindo carteiras dos bolsos, porque as máquinas verão objetos de metal ou não. Você pode escolher carregar a carteira na mão, me disseram que eu precisava tirar meu cinto, que nunca foi uma ameaça.

Uma pessoa me levou para o portal e disse para ficar de pé com as mãos na cabeça, causando em mim certa preocupação já que perdi alguns quilos recentemente e meus jeans, sem cinto, estavam caindo.

Um obturador de vidro passou pela minha frente enquanto a máquina me escaneava. Foi fácil, pensei, puxando as calças.

– Continue olhando para mim – disse enquanto olhava as notas e os cartões da minha carteira.

Eu evidentemente não obedeci totalmente às suas especificações. “Você precisa ficar olhando diretamente para mim, senhor”, disse com severidade, e exceto pela parte do “senhor”, lembrou a minha época no exército há anos.

Nenhuma arma foi encontrada na minha carteira, fui liberado. Peguei meus sapatos e minha bagagem de mão, e então fui para o avião (na hora certa) a caminho de Las Vegas.

Minhas impressões sobre a nova máquina? Tomou bastante tempo e pareceu invasiva. E não gostei de ter sido mandado pelo agente de segurança.

Fonte: JORNAL DO BRASIL, via NOTIMP




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