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Jobim vincula compra de caças a venda simultânea de cargueiros








Assis Moreira

O Ministério da Defesa fará, nos próximos dias, uma exposição de motivos ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva onde indicará tanto um claro favorito no processo de aquisição de caças para renovação da frota da Força Aérea Brasileira (FAB) como requisitos mínimos para que o contrato bilionário seja concluído.

Um desses requisitos vincula a assinatura do contrato da compra inicial de 36 jatos à encomenda simultânea de 12 cargueiros KC-390, da Embraer, pelo vencedor da concorrência. "Queremos a assinatura ao mesmo tempo", afirmou o ministro Nelson Jobim ao Valor.

O ministro disse que já escreveu 76 páginas da exposição de motivos sobre a aquisição, que tem um custo estimado em cerca de US$ 6 bilhões. O texto será divulgado logo depois de entregue ao presidente Lula e depois debatido no Conselho de Defesa Nacional. E mais tarde voltará para a FAB e ao Ministério da Fazenda, para a fase da negociação do contrato.

Estão na disputa o caça francês Rafale, da Dassault, o sueco Gripen NG, da Saab, e o F-18, fabricado pela americana Boeing. A preferência pelo jato francês parece clara em Brasilia. Jobim diz apenas que o importante para o Brasil, "se for o jato francês", é que o cargueiro da Embraer poderá entrar no mercado europeu e competir na substituição da frota de C-130 Hércules, da americana Lockheed. Segundo Jobim, existe no mundo uma frota de 300 a 400 cargueiros Hércules, que vão precisar ser substituídos. Aí entra a possibilidade para o KC-190, da Embraer, que poderá estar voando a partir de 2014. O governo brasileiro está atento também a uma provável encomenda do Rafale pelos Emirados Árabes Unidos. Se a aquisição for confirmada, o Brasil poderá barganhar por um pacote conjunto que barateia o preço de cada jato.

Jobim negou que a França tenha feito uma oferta final para garantir a venda dos Rafale durante o encontro do presidente Nicolas Sarkozy com o presidente Lula em Madri, na semana passada, contrariando informações publicadas pela imprensa francesa. O ministro acha que dá para concluir a negociação do contrato de aquisição antes da transferência de poder, em janeiro, sinalização que pode acalmar a inquietação entre os franceses, que já perderam encomendas em certos países quando o novo governante assumiu. Um porta-voz indicou que Sarkozy saiu do encontro com Lula com o sentimento de que, em breve será confirmada a preferência pelo Rafale.

O presidente francês revelou ao presidente Lula, na mesma conversa, que vai propor, durante o encontro de cúpula do G-20 no mês que vem, em Toronto, que a reforma do Conselho de Segurança da ONU seja acelerada e mesmo decidida até o fim do ano. E que o Brasil tenha assento permanente, como potência emergente e líder regional.

Fonte: VALOR ECONÔMICO, via NOTIMP




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