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Uma boa notícia para quem cruza o oceano





O misterioso silêncio de rádio no desaparecido voo AF447 lançou uma sombra de desconfiança em torno do nível de segurança nas pernas transoceânicas. Da mesma forma, a colisão entre o Legacy americano e o Boeing da Gol em Mato Grosso também teve gaps de comunicação que suscitaram dúvidas sobre a eficiência e o nível do controle de tráfego.

No caso do A330, o sumiço ocorreu em um ponto do Atlântico no qual o ATC de Recife já não o considerava mais sob sua jurisdição e no limite do alcance para o controle de Dacar, no Senegal. Existem as mensagens automáticas enviadas pelo computador (ACARS) ao QG da Air France no aeroporto Charles de Gaulle. Sobre conversas de rádio e eventuais pedidos de socorro, nenhuma comunicação foi captada. Até onde se sabe.

Já no episódio do Mato Grosso, a região onde ocorreu o choque igualmente é conhecida por apresentar pontos “mortos”, nos quais a comunicação é difícil ou impraticável. Na época, nos dois casos, alguns mais mal-intencionados apressaram-se em atribuir o desastre a suposta fragilidade técnica do controle brasileiro, o que é só meia verdade.

A comunicação funciona, mas as condições no meio do oceano ou sobre a floresta amazônica são complexas, principalmente porque o Brasil baseia esse sistema em estações de VHF e não em satélites. A boa notícia é que esse cenário mudará com a conclusão de um upgrade na comunicação terra-ar (data links) operada no país. O trabalho incluiu também o reforço nos back ups em caso de falhas. Essa parte, de acordo com o DECEA, é vital para a principal plataforma de processamento de dados, o coração do DATACOM.

A modernização foi solicitada no fim de 2009. Foi conduzido junto ao Departamento de Controle de Tráfego Aéreo da Aeronáutica (DECEA) pela SITA, empresa do grupo EADS – o mesmo que faz os Airbus – oficialmente com vistas ao aumento de tráfego na Copa de 2014 e das Olimpiadas de 2016. Mas ainda na esteira do impacto com o desastre com o AF447.

O processo não acaba com o upgrade. Como a SITA é a única fornecedora desse tipo de equipamento e dos seus softwares ao Brasil, novas etapas de modernização estão previstas até que todo o sistema possa estar como novo. Segundo a SITA, a plataforma original que o Brasil utiliza foi fabricada em 1995 e atingiu o limite de vida útil.

O trabalho significou uma adequação completa da infra-estrutura aos padrões de tecnologia previstos pela ICAO, organismo que normatiza a aviação comercial no mundo. O sistema, nesse caso, compreende as estações de terra VDL Mode 2 e a expansão da cobertura de rádio em VHF.Todo o processo deverá estar concluído, de acordo com os planos, em 2011.

O DATACOM inclui 27 estações datalink de VHF em todo o Brasil e é o responsável por conduzir o tráfego de comunicação entre os controladores e as aeronaves. Igualmente permite a troca de mensagens entre os jatos e os centros de operação das empresas – ACARS. No sistema novo, em caso de falha os alertas continuarão sendo enviados via processadores da SITA.

O DECEA também acionou a SITA para o upgrade do DigitalAutomatic Terminal Information Service (D-ATIS), sistema de comunicação existente nos aeroportos do Galeão e de Cumbica, responsável, entre outras coisas, por liberar as aeronaves (Departure Clearance). O trabalho permite que haja uma expansão dessa plataforma para outros aeroportos brasileiros. São novidades que não aparecem, mas que certamente tornam as operações muito mais seguras.

Fonte: JORNAL DO BRASIL, via NOTIMP





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