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NOTIMP - Noticiário da Imprensa - 06/07/2018 / A corrida contra o tempo para selar o acordo Boeing-Embraer ainda sob Temer



#Indústria #Aviação - A corrida contra o tempo para selar o acordo Boeing-Embraer ainda sob Temer ...  


Governo brasileiro tem de dar aval a ´joint venture´ e temor é que um presidente contrário à venda, a partir de janeiro, bloqueie acerto. Analistas avaliam prós e contras do negócio ...  


Ricardo Della Coletta ...  


As diretorias da Boeing e da Embraer correm contra o tempo para submeter o acordo pelo qual a empresa norte-americana adquire o setor comercial da fabricante brasileira de jatos ao Palácio do Planalto até novembro, ainda no mandato do presidente Michel Temer. A estratégia é garantir que a troca de presidente depois das eleições de outubro não coloque em risco o negócio de 3,8 bilhões de dólares — quase 15 bilhões de reais — pelo qual a gigante norte-americana do setor aeroespacial compraria 80% da divisão de aviões comerciais da empresa com sede em São José dos Campos.

A pressa se explica pelo medo de que a eventual eleição de um Governo contrário à criação da joint venture crie barreiras para a efetivação do negócio.

Ciro Gomes, que deve disputar o Palácio do Planalto pelo PDT, já se declarou contrário à entrada do capital norte-americano na Embraer. O PT do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso há dois meses em Curitiba e que deve ser impedido de participar do pleito, mas que ainda lidera com folga as pesquisas de opinião, também se opõe radicalmente à ideia. “No caso do PT eu posso dar como certo [que se atuaria para rever o negócio], afirma o ex-ministro Celso Amorim, um dos políticos petistas mais próximos de Lula. “Estão tratando a Embraer como se ela fosse uma fábrica de sapatos. Acho que estamos abrindo mão de algo fundamental que foi desenvolvido pelo Estado brasileiro”, conclui.

Embora atualmente não seja acionista majoritário da Embraer, o Governo brasileiro detém uma ação especial, chamada golden share, que lhe dá o poder de veto em decisões importantes, entre elas as que envolvem a transferência de controle acionário. É por isso que o Planalto precisa dar a bênção para a venda se concretizar.

De acordo com o que se divulgou do novo acordo, a Embraer permaneceria com 20% da empresa de aviação comercial que seria criada em parceria com a Boeing. O Governo brasileiro não teria uma golden share nesta sociedade, mas a manteria na empresa que agruparia os demais negócios da Embraer — basicamente, os mercados de defesa e segurança, aviação executiva e agrícola.

A extinção da ação especial na nova joint venture não é um tema menor, uma vez que o segmento de aviação comercial representou no ano passado 58% da receita líquida gerada pela companhia, uma participação expressivamente maior do que as áreas de aviões executivos (26%) e de defesa e segurança (16%).

A possível chegada de uma administração que atue com veemência para enterrar o acordo não é o único obstáculo que está no caminho do negócio bilionário. Existe entre os que defendem a criação da joint venture o receio de que a recente decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, que proibiu o Governo federal de vender ações estatais sem o aval do Congresso, seja utilizada para tentar frear a venda. “A Embraer não é uma estatal, mas existe a preocupação de que alguém levante uma dúvida ou que o Lewandowski faça um posicionamento sobre essa questão”, comenta uma alta fonte que acompanha o tema em Brasília.

A ideia é contornar esse empecilho pelo Tribunal de Contas da União. Segundo informou hoje o jornal Valor Econômico, existe uma articulação na Corte de Contas para autorizar o governo a se desfazer das chamadas ações especiais nas empresas que foram privatizadas no passado, o que é o caso da Embraer.

Acordo polêmico e mercado global
O presidente da Embraer, Paulo Cesar de Souza e Silva, defendeu o entendimento alcançado com a empresa norte-americana. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o executivo disse que o formato “atende a todos os interesses”. Ele argumentou ainda que as duas empresas formarão o “grupo aeroespacial mais importante do mundo”, com capacidade para oferecer às empresas aéreas jatos de 76 a 450 assentos.

Apesar das palavras do presidente da fabricante, o anúncio nesta quinta-feira do memorando de entendimento entre as duas empresas atingiu em cheio a Embraer na Bolsa de Valores de São Paulo. Pouco antes das 16:00 horas, as ações da fabricante sediada em São José dos Campos recuavam 13,88% no índice Ibovespa. A avaliação que parece ter prevalecido é de que o acordo é ainda vago demais.

Os que advogam pelo negócio argumentam que as mudanças no cenário externo tornam uma associação entre a Boeing e a Embraer importante para manter a competitividade da companhia brasileira, principalmente depois da parceria estabelecida entre a sua maior concorrente no ramo de jatos médios, a canadense Bombardier, e o consórcio europeu Airbus.

"[O acordo] é uma notícia positiva no sentido de que Embraer e Boeing são duas empresas reconhecidas internacionalmente, com enormes sucessos na carteira, que podem contribuir muito uma com a outra", afirma o professor de transporte aéreo da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Respicio do Espírito Santo. Ele disse ainda que a empresa brasileira já passou por um processo de privatização e que, portanto, o Governo não deveria ter uma ação preferencial na nova joint venture. "Eu acredito que a associação é um bom caminho. Teremos muito provavelmente nos próximos 20 anos uma revolução na área de motores e agora as duas empresas podem aproveitar juntas este degrau tecnológico."

O tema, no entanto, não é consensual. Para o professor de economia da Unicamp e especialista em indústria aeronáutica Marcos Barbieri, há uma série de questões em aberto que ainda não foram explicadas pelas partes envolvidas. “Pelo o que eu vejo, a Embraer como a conhecemos hoje deixa de existir em breve, se este acordo for efetivado, e não sabemos claramente o que será colocado no lugar”, afirma.

Segundo o especialista, mesmo que a joint venture tenha a sua sede no Brasil, como estabelece o acordo divulgado hoje, não está detalhado qual será a composição da sua diretoria. Além do mais, Barbieri afirma que há dúvidas sobre a viabilidade do setor de defesa, uma vez que, numa companhia como a Embraer, existe forte sinergia entre os segmentos civil e militar. “Até que ponto eu vou conseguir manter o setor de defesa sem essa sinergia?”, questiona.





Acompanhe aqui o Noticiário relativo ao Comando da Aeronáutica veiculado nos principais órgãos de comunicação do Brasil. O NOTIMP apresenta matérias de interesse do Comando da Aeronáutica, extraídas diretamente dos principais jornais e revistas publicados no país.




TV GLOBO - JORNAL NACIONAL


Criada há quase 50 anos, Embraer passou por crises e foi privatizada


Publicado Em 05/07 - 21h38

ImagemReestruturada, passou a desenvolver aviões médios e iniciou uma disputa emblemática com a canadense Bombardier.






Criada há quase 50 anos, Embraer passou por crises e foi privatizada

Reestruturada, passou a desenvolver aviões médios e iniciou uma disputa emblemática com a canadense Bombardier.

Publicado Em 05/07 - 21h38

ImagemA Embraer foi criada há quase meio século. Em 1968, durante a ditadura militar, engenheiros da Aeronáutica projetaram o Bandeirante, o primeiro avião de passageiros nacional.
O então presidente, Costa e Silva, um ano depois, conheceu o projeto depois de ter sido obrigado a pousar em São José dos Campos por causa de um nevoeiro.
A Embraer foi criada, oficialmente, meses mais tarde, com controle estatal.
Parcerias com o ITA, o Instituto Tecnológico da Aeronáutica, e com outros países, permitiram a formação de mão de obra qualificada e novos projetos como o Tucano, que serve para treinamento e ataque, e numa versão mais nova é usado por mais de dez países, entre eles os Estados Unidos.
Nos anos 80, uma parceria com a Itália produziu os caças AMX, que equiparam as Forças Aéreas do Brasil e da Itália
“Foi um passo a passo. O Bandeirante, o Xingu, o Tucano, o Xavante, o Brasília. Cada um era um projeto mais complexo, mais avançado, e com desempenho maior”, explica Satoshi Yokota, ex-vice-presidente da Embraer.
A empresa passou por sérias crises nas décadas de 1980 e 1990. Estava à beira da falência quando foi privatizada, em 1994, no governo de Itamar Franco. Reestruturada, iniciou o desenvolvimento de aviões médios. Primeiro, para até 50 pessoas; depois, para até 120 passageiros, e iniciou uma disputa emblemática com a canadense Bombardier.
Quando a Embraer ganhava mais mercado, ela sofreu com a crise econômica mundial de 2008. Só na unidade de São José dos Campos, 4.200 trabalhadores foram demitidos de uma vez.
Mas, como em outras crises, resistiu. Projetou uma nova família de jatos, mais econômicos e eficientes, e um avião cargueiro.
“A gente olha para trás e sente muito orgulho, muita satisfação em ter construído alguma coisa, não só para nós e para a empresa, mas para o país. O país inteiro olha para a Embraer e sente orgulho do que o país foi capaz de fazer”, afirma Satoshi.

PORTAL UOL


FORBES BRASIL - Presidente da Embraer vê impulso de US$1 bi em posição de caixa em acordo com Boeing


Redação, Com Reuters Publicado Em 05/07

A Embraer espera melhorar sua posição de caixa em US$ 1 bilhão assim que a Boeing concluir a aquisição da participação majoritária em sua unidade de jatos comerciais, segundo uma nota do presidente-executivo da empresa brasileira, Paulo Cesar Silva, enviada a funcionários e vista pela Reuters.
Em teleconferência com analistas, executivos da fabricante brasileira de aviões disseram esperar que cerca de 20% do pagamento de US$ 3,8 bilhões da Boeing pela nova joint venture de aviação comercial iria para impostos e o restante poderia ser dividido entre recompra de ações, desalavancagem, dividendos especiais e investimento em projetos futuros de defesa e aviação executiva.

Acordo entre Embraer e Boeing envolve área que dá mais receita à brasileira


Por Vinícius Casagrande Publicado Em 05/07 - 17h15

A Embraer e a Boeing anunciaram nesta quinta-feira (5) a assinatura de um memorando de entendimento para a criação de uma joint venture que envolve a área de aviação comercial da companhia brasileira. Trata-se do principal setor da Embraer, responsável por 58% da receita líquida da empresa no ano passado.
Em 2017, a Embraer teve uma receita total de US$ 5,839 bilhões, segundo dados do relatório financeiro do último ano. Desse total, a área de aviação comercial foi responsável por US$ 3,387 bilhões.
A receita da aviação comercial é mais do que o dobro da aviação executiva, que arrecadou US$ 1,518 bilhão. Por último, o setor de defesa e segurança da Embraer teve receita de US$ 934,29 milhões no ano passado.
O negócio entre a Embraer e a Boeing foi fixado em US$ 4,75 bilhões. Para adquirir 80% da aviação comercial da Embraer, a Boeing pagará US$ 3,8 bilhões.
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Aviação comercial tem aviões maiores e mais caros
Apesar de ter mais do dobro de receita, a aviação comercial produziu menos aviões que a área de aviação executiva da Embraer. Foram 101 jatos comerciais contra 109 jatos executivos no último ano.
A diferença financeira ocorre por conta do porte e valor dos aviões. A área de aviação comercial produz jatos maiores, utilizados pelas companhias aéreas para o transporte de passageiros. Os modelos da fabricante brasileira têm capacidade entre 76 e 124 passageiros.
A área de aviação executiva fabrica aviões de menor porte, usados para o transporte particular. São aviões com capacidade para entre quatro e 19 passageiros.
O preço dos aviões comerciais varia entre US$ 42 milhões, caso do Embraer E175, até US$ 58 milhões, como o novo Embraer E190-E2, que começou a ser entregue neste ano. No ano passado, a Embraer entregou 79 unidades do modelo E175, 12 do E190 e dez do E195.
Os aviões executivos são bem mais baratos, comparativamente. O menor jatinho produzido pela Embraer, o Phenom 100, custa US$ 4,5 milhões. Modelo mais vendido da Embraer, o Phenom 300 tem valor de US$ 9,4 milhões.
Há aviões bem mais caros, como o top de linha Lineage 100, que custa até US$ 55 milhões. O avião, no entanto, é uma adaptação para o mercado executivo do jato comercial E190, com mudanças na configuração interna. É também o menos vendido da Embraer. No último ano, foi apenas uma unidade entregue.
Entre os jatos executivos, a Embraer produziu no ano passado 54 unidades do modelo Phenom 300, 18 do Phenom 100, 15 do Legacy 500 e 14 do Legacy 450.

PORTAL G1


Corpo é encontrado na Ilha do Marapatá, em Manaus

Família diz que roupas achadas com cadáver são parecidas com as de piloto desaparecido.

Um corpo foi encontrado na tarde desta quinta-feira (5) nas proximidades da Ilha do Marapatá, em Manaus. Segundo o Corpo de Bombeiros, ainda não há identificação, mas já se sabe que é um cadáver do sexo masculino.
A família do aviador Gabriel Ferreira, de 25 anos, esteve no local. O jovem está desaparecido desde o dia 2.
Os bombeiros informaram que a família de Gabriel inicialmente não reconheceu o corpo por ele estar em avançado estado de decomposição. No entanto, os familiares informaram que a roupa encontrada com o cadáver é parecida com a do desaparecido.
O corpo será encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML), onde deverá ocorrer o reconhecimento oficial e a determinação da causa da morte.

PORTAL R7


Embraer e Boeing vão criar nova companhia para fabricação de aviões no Brasil


Publicado Em 05/07 - 23h02

Imagem A joint venture, uma nova empresa formada por duas já existentes (a Boeing e a Embraer), foi avaliada em US$ 4 bilhões e 700 milhões.





AGÊNCIA BRASIL


Dyogo Oliveira diz que parceria entre Boeing e Embraer é positiva


Por Kelly Oliveira Publicado Em 05/07 - 14h58

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Dyogo Oliveira, avaliou como positiva a parceria entre a brasileira Embraer e a norte-americana Boeing, anunciada hoje (5).
“É uma solução positiva para uma situação inexorável, que é o fato de que, dadas as mudanças no mercado, a Embraer precisa se posicionar”, disse Oliveira, nesta quinta-feira, em Brasília. Segundo afirmou, anteriormente a Embraer competia com empresas de tamanho semelhante e com a aquisição de parte da Bombardier pela Airbus, houve um desequilíbrio no mercado.
O BNDES tem cerca de 5% de participação na Embraer. O presidente do banco explicou que não terá participação na nova empresa criada com a parceria com a Boeing. O BNDES continuará como sócio da Embraer. “O BNDES não tem participação direta nessa nova empresa”, disse.
“Tudo isso que está sendo feito é visando preservar a capacidade de ter desenvolvimento de aeronaves no Brasil”, destacou.
Segundo Oliveira, o BNDES participou de alguns discussões sobre a parceria, mas não teve acesso prévio a detalhes.
A Embraer e a Boeing formaram uma joint venture que vai abarcar todos os negócios e serviços de aviação comercial da empresa brasileira. A companhia norte-americana vai pagar US$ 3,8 bilhões para ter 80% de controle da nova operação, estimada em um valor total de US$ 4,7 bilhões. A fabricante brasileira terá 20% da parceria.

Embraer y Boeing anuncian asociación por US$ 4,7 mil millones

El gobierno brasileño solo analizará el negocio después de octubre

Por Agência Brasil São Paulo Y Brasilia Publicado Em 05/07 - 16h44

Embraer y Boeing anunciaron este miércoles (5) que formarán una empresa conjunta que abarcará todos los negocios y servicios de aviación comercial de la firma brasileña. La compañía estadounidense pagará US$ 3.800 millones para controlar el 80% del nuevo grupo, evaluado en US$ 4.700 millones. El fabricante brasileño será propietario del 20% restante.
Se espera que la transacción se cierre hasta fines de 2019, entre de 12 a 18 meses después de la ejecución del acuerdo. Falta todavía elaborar los detalles operativos y financieros, que deberán someterse a la aprobación de los accionistas y de las autoridades reguladoras.
El gobierno federal decidió que sólo analizará el negocio después de octubre, cuando ya se conozca el nombre del nuevo presidente de la República. Con la precaución busca evitar que el tema sea objeto de controversia durante la campaña electoral.
De todos modos, el Estado tendrá la última palabra sobre el acuerdo final, pues desde la privatización de Embraer en 1994 conserva la llamada acción de oro (que le da poder de veto en cuestiones estratégicas).
La empresa conjunta será liderada por un equipo de ejecutivos desde Brasil, aunque Boeing ejercerá el control operativo y administrativo de la nueva empresa, que pretende ofrecer al mercado un portafolio de aviones comerciales con una capacidad de 70 a más de 450 asientos.
El acuerdo también prevé la creación de otra empresa conjunta centrada en el mercado de defensa, área en la cual se destaca el carguero KC-390, desarrollado por Embraer. Por otra parte, la rama de aviación ejecutiva, no mencionada en el anuncio, deberá seguir al cargo de la empresa brasileña, como ya se había señalado en abril.
Negociaciones
Las dos compañías negociaban desde hace dos años los términos de una posible fusión. Sin embargo, el gobierno brasileño siempre rechazó la posibilidad de que Embraer fuera adquirida por la empresa estadounidense debido a su importancia estratégica.
El fabricante nacional es responsable del desarrollo de dos líneas de aviones de combate, además de participar en la transferencia de tecnología relacionada con el satélite estacionario brasileño, áreas que se consideran de gran relevancia para la soberanía del país.

PORTAL EL PAÍS


A corrida contra o tempo para selar o acordo Boeing-Embraer ainda sob Temer

Governo brasileiro tem de dar aval a ´joint venture´ e temor é que um presidente contrário à venda, a partir de janeiro, bloqueie acerto. Analistas avaliam prós e contras do negócio

Ricardo Della Coletta Publicado Em 05/07 - 22h57

As diretorias da Boeing e da Embraer correm contra o tempo para submeter o acordo pelo qual a empresa norte-americana adquire o setor comercial da fabricante brasileira de jatos ao Palácio do Planalto até novembro, ainda no mandato do presidente Michel Temer. A estratégia é garantir que a troca de presidente depois das eleições de outubro não coloque em risco o negócio de 3,8 bilhões de dólares — quase 15 bilhões de reais — pelo qual a gigante norte-americana do setor aeroespacial compraria 80% da divisão de aviões comerciais da empresa com sede em São José dos Campos.
A pressa se explica pelo medo de que a eventual eleição de um Governo contrário à criação da joint venture crie barreiras para a efetivação do negócio. Ciro Gomes, que deve disputar o Palácio do Planalto pelo PDT, já se declarou contrário à entrada do capital norte-americano na Embraer. O PT do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso há dois meses em Curitiba e que deve ser impedido de participar do pleito, mas que ainda lidera com folga as pesquisas de opinião, também se opõe radicalmente à ideia. “No caso do PT eu posso dar como certo [que se atuaria para rever o negócio], afirma o ex-ministro Celso Amorim, um dos políticos petistas mais próximos de Lula. “Estão tratando a Embraer como se ela fosse uma fábrica de sapatos. Acho que estamos abrindo mão de algo fundamental que foi desenvolvido pelo Estado brasileiro”, conclui.
Embora atualmente não seja acionista majoritário da Embraer, o Governo brasileiro detém uma ação especial, chamada golden share, que lhe dá o poder de veto em decisões importantes, entre elas as que envolvem a transferência de controle acionário. É por isso que o Planalto precisa dar a bênção para a venda se concretizar.
De acordo com o que se divulgou do novo acordo, a Embraer permaneceria com 20% da empresa de aviação comercial que seria criada em parceria com a Boeing. O Governo brasileiro não teria uma golden share nesta sociedade, mas a manteria na empresa que agruparia os demais negócios da Embraer — basicamente, os mercados de defesa e segurança, aviação executiva e agrícola.
A extinção da ação especial na nova joint venture não é um tema menor, uma vez que o segmento de aviação comercial representou no ano passado 58% da receita líquida gerada pela companhia, uma participação expressivamente maior do que as áreas de aviões executivos (26%) e de defesa e segurança (16%).
A possível chegada de uma administração que atue com veemência para enterrar o acordo não é o único obstáculo que está no caminho do negócio bilionário. Existe entre os que defendem a criação da joint venture o receio de que a recente decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, que proibiu o Governo federal de vender ações estatais sem o aval do Congresso, seja utilizada para tentar frear a venda. “A Embraer não é uma estatal, mas existe a preocupação de que alguém levante uma dúvida ou que o Lewandowski faça um posicionamento sobre essa questão”, comenta uma alta fonte que acompanha o tema em Brasília.
A ideia é contornar esse empecilho pelo Tribunal de Contas da União. Segundo informou hoje o jornal Valor Econômico, existe uma articulação na Corte de Contas para autorizar o governo a se desfazer das chamadas ações especiais nas empresas que foram privatizadas no passado, o que é o caso da Embraer.
Acordo polêmico e mercado global
O presidente da Embraer, Paulo Cesar de Souza e Silva, defendeu o entendimento alcançado com a empresa norte-americana. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o executivo disse que o formato “atende a todos os interesses”. Ele argumentou ainda que as duas empresas formarão o “grupo aeroespacial mais importante do mundo”, com capacidade para oferecer às empresas aéreas jatos de 76 a 450 assentos.
Apesar das palavras do presidente da fabricante, o anúncio nesta quinta-feira do memorando de entendimento entre as duas empresas atingiu em cheio a Embraer na Bolsa de Valores de São Paulo. Pouco antes das 16:00 horas, as ações da fabricante sediada em São José dos Campos recuavam 13,88% no índice Ibovespa. A avaliação que parece ter prevalecido é de que o acordo é ainda vago demais.
Os que advogam pelo negócio argumentam que as mudanças no cenário externo tornam uma associação entre a Boeing e a Embraer importante para manter a competitividade da companhia brasileira, principalmente depois da parceria estabelecida entre a sua maior concorrente no ramo de jatos médios, a canadense Bombardier, e o consórcio europeu Airbus.
"[O acordo] é uma notícia positiva no sentido de que Embraer e Boeing são duas empresas reconhecidas internacionalmente, com enormes sucessos na carteira, que podem contribuir muito uma com a outra", afirma o professor de transporte aéreo da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Respicio do Espírito Santo. Ele disse ainda que a empresa brasileira já passou por um processo de privatização e que, portanto, o Governo não deveria ter uma ação preferencial na nova joint venture. "Eu acredito que a associação é um bom caminho. Teremos muito provavelmente nos próximos 20 anos uma revolução na área de motores e agora as duas empresas podem aproveitar juntas este degrau tecnológico."
O tema, no entanto, não é consensual. Para o professor de economia da Unicamp e especialista em indústria aeronáutica Marcos Barbieri, há uma série de questões em aberto que ainda não foram explicadas pelas partes envolvidas. “Pelo o que eu vejo, a Embraer como a conhecemos hoje deixa de existir em breve, se este acordo for efetivado, e não sabemos claramente o que será colocado no lugar”, afirma.
Segundo o especialista, mesmo que a joint venture tenha a sua sede no Brasil, como estabelece o acordo divulgado hoje, não está detalhado qual será a composição da sua diretoria. Além do mais, Barbieri afirma que há dúvidas sobre a viabilidade do setor de defesa, uma vez que, numa companhia como a Embraer, existe forte sinergia entre os segmentos civil e militar. “Até que ponto eu vou conseguir manter o setor de defesa sem essa sinergia?”, questiona.
JORNAL DA BAND - TV


Empresas aéreas anunciam grande parceria


Publicado Em 05/07

ImagemA Embraer e a Boeing anunciaram uma parceria para criar uma nova empresa de aviação. O negócio bilionário ainda depende, entre outras medidas, do aval dos governos brasileiro e americano. As ações da empresa brasileira fecharam em queda de mais de 14%, a maior do dia na bolsa de valores.






OUTRAS MÍDIAS


FLIGHT GLOBAL - Boeing to take 80% stake in Embraer´s commercial business

Boeing is to take an 80% stake in a Embraer´s commercial aircraft and services business under a joint-venture arrangement, with the Brazilian airframer retaining the other 20%.

Publicado 05/07

The proposed JV is part of a nonbinding memorandum of understanding, disclosed by Boeing, to establish a strategic partnership with Embraer.
Boeing chief executive Dennis Muilenburg expects the partnership to generate "significant value for both companies´ customers, employees and shareholders – and for Brazil and the United States".
He states: "This important partnership clearly aligns with Boeing´s long-term strategy of investing in organic growth and returning value to shareholders, complemented by strategic arrangements that enhance and accelerate our growth plans."
Embraer chief Paulo Cesar de Souza e Silva describes the deal as "the most important strategic partnership in the aerospace industry".
He foresees "a virtuous cycle for the Brazilian aerospace industry, increasing its sales potential, production, creating jobs and income, investments and exports, and in doing so, adding more value to customers, shareholders and employees".
Boeing says the transaction values Embraer´s commercial aircraft operations at $4.75 billion. Hence, Boeing´s 80% stake is worth $3.8 billion.
The US airframer expects the proposed partnership to be accretive to its earnings per share from 2020 and produce annual pre-tax cost synergies of $150 million by year three.
"The partnership is a natural evolution of a long-standing history of collaboration between Boeing and Embraer over more than 20 years," adds Boeing.
On its finalisation, the commercial aviation joint venture will be led by Brazil-based management, including a president and chief executive. Boeing will have operational and management control of the new company, which will report directly to Muilenburg.
"The joint venture will become one of Boeing´s centres of excellence for end-to-end design, manufacturing, and support of commercial passenger aircraft, and will be fully integrated into Boeing´s broader production and supply chain," says the US airframer, which asserts that the joint venture will "offer a comprehensive, highly complementary commercial airplane portfolio that ranges from 70 seats to more than 450 seats and freighters".
Additionally, Boeing and Embraer are to create another defence-focused joint venture. "Joint investments in the global marketing of the KC-390, as well as a series of specific agreements in the fields of engineering, research and development and the supply chain, will enhance mutual benefits and further enhance the competitiveness of Boeing and Embraer," states Nelson Salgado, Embraer´s executive vice-president of financial and investor relations.
Boeing says financial and operational details of the strategic partnership are to be finalised, and definitive transaction agreements negotiated, "in the coming months". The release provides no details about several critical issues that reportedly delayed an agreement for months, including the accounting for Embraer´s aftermarket sales and pool of engineers. The release also excludes any mention of Embraer Executive Jets, which appears to be omitted from the commercial partnership.
The transaction will then be subject to shareholder and regulatory approvals, including approval from the government of Brazil. If these approvals are received "in a timely manner", Boeing expects the transaction to close by the end of 2019.

FOLHA MT - Em visita a RR, chefe de agência da ONU cita violações de direitos e cobra políticas de integração para os venezuelanos

Segundo Jaime Nadal, representante da UNFPA no Brasil, autoridades têm conhecimento de casos de violações de direitos humanos de crianças e mulheres venezuelanas em Roraima.

Publicado Em 05/07 - 19h21

O representante do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) no Brasil Jaime Nadal disse nesta quinta-feira (5), em Boa Vista, que o país precisa desenvolver políticas de integração dos imigrantes venezuelanos.
Nadal participa nesta quinta de um seminário sobre migração, refúgio e violência de gênero. O evento acontece em Boa Vista e reúne representantes da ONU Mulheres, governo federal e autoridades locais com o intuito de debater formas de garantir os direitos das mulheres e da população LGBTI.
Segundo ele, os governos têm tentado lidar com a imigração venezuelana para o Brasil, mas precisam desenvolver políticas públicas que, de fato, integrem os imigrantes à sociedade.
"Agora, estamos em uma situação de resposta humanitária, de resposta a uma crise. Ainda não foi feita essa transição para um olhar de desenvolvimento, de integração plena dessas pessoas", pontuou, acrescentando que o processo de interiorização - que consiste em levar venezuelanos para outros estados do Brasil - é parte disso. "Mas temos que enxergar o todo e ainda falta um percurso para ser feito".
Desde fevereiro, a Força Tarefa Logística e Humanitária, criada pelo presidente Michel Temer (MBD), é a principal responsável por lidar com o fluxo de imigrantes cruzando a fronteira de Roraima.
Os militares que executam operação, chamada de ´Acolhida´, atuam nos nove abrigos públicos do estado, na fronteira, e também no processo de interiozação. Até agora, quase 700 venezuelanos foram enviados a São Paulo, Manaus, Pernambuco, Paraíba, Cuiabá e Rio de Janeiro em aviões da FAB.
Nadal citou também que a UNFPA já tomou conhecimento de casos de violação de direitos humanos de imigrantes venezuelanos em Roraima.
Entre eles, o represente citou a existência de crianças venezuelanas sem estudar e estrangeiras em situação extrema de vulnerabilidade, incluindo casos de venezuelanas sendo vítimas de exploração sexual.
Em 2016, nove imigrantes foram encontradas vivendo em cárcere privado e contaram que eram obrigadas a trocar sexo por comida.
"Isso é conhecido pelas autoridades públicas e existe, junto com o sistema da ONU, um trabalho para tentar resolver essa situação", declarou Nadal.
Desde 2015, Roraima enfrenta o desafio de receber um número crescente de imigrantes que fogem do regime de Nicolás Maduro em razão da crise de desabastecimento, remédios e a hiperinflação que corrói a economia do país. Em um levantamento recente, a prefeitura de Boa Vista apontou que só na capital há 25 mil venezuelanos.



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