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NOTIMP - Noticiário da Imprensa - 01/06/2018 / Tanques vazios em oito aeroportos



Tanques vazios em oito aeroportos ...  


Terminais de médio porte sofrem com a falta de querosene de aviação. Infraero registra queda no número de voos cancelados. Em Brasília, concessionária afirma que os estoques são suficientes para a demanda do feriado de Corpus Christi ...  


Anna Russi ...  


Ontem, na véspera do feriado de Corpus Christi, a malha aérea do Brasil continuou afetada pela falta de combustível de aviação. Pelo menos oito aeroportos do país ainda sofriam com a falta de combustível. Apesar de as companhias aéreas admitirem 24 cancelamentos até o início da noite de ontem, o site da Infraero apontava 63, o equivalente a 5,6% do total de voos, menos que no dia anterior quando o índice de cancelamentos representavam 8,69%.

Os oito terminais que estavam sem querosene são Uberlândia (MG), Campina Grande (PB), Juazeiro do Norte (CE), Palmas (TO), Imperatriz (MA), Londrina (PR), Montes Claros (MG) e Brigadeiro Protásio. Desses, sete estavam desabastecidos desde segunda-feira. A Infraero, que administra os oito aeroportos, informou que acompanha a situação e tem atuado para garantir a chegada dos caminhões com combustível de aviação, inclusive no período do feriado de Corpus Christi. Em Cumbica, em Guarulhos (SP), e no Galeão, no Rio de Janeiro, os aeroportos são abastecidos por dutos da Petrobras e, por isso, não sofreram os impactos da crise.

A companhia aérea Avianca havia apresentado a previsão de cancelamentos para o feriado prolongado: três voos ontem, oito hoje, nove no sábado e somente um no domingo. A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) afirmou, por meio da assessoria de imprensa, que a tendência é de que a situação se normalize ao longo dos próximos dias e observou que as filiadas já registram queda no número de voos cancelados motivados pela greve dos caminhoneiros. “Os aeroportos com estoque crítico de combustível estão sendo gradualmente abastecidos”, disse.

Reservatórios
O Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, na capital federal, operou normalmente ontem, apesar do registro de sete cancelamentos, até o fechamento desta reportagem. Todos foram devidos a ajustes na malha aérea brasileira. Com o consumo ao longo do dia, a capacidade dos reservatórios de querosene de aviação (QAV) atingiram a marca de 40%, após a chegada de seis caminhões escoltados pelo Exército e demais órgãos de segurança federais e distritais. Na terça-feira, estava em 66%.

O dentista João Vieira, 50 anos, chegou ao aeroporto um pouco mais cedo do horário previsto para o voo para garantir que tudo estaria certo. “Fiquei apreensivo até ontem (terça), mas hoje (quarta) achei tudo bem tranquilo, todos os atendimentos nos horários certos e a situação bem controlada”, afirmou. Para ele, a situação no país tanto dos aeroportos quanto dos outros setores afetados está começando a se normalizar aos poucos.

Em dias normais, o Aeroporto de Brasília recebe pelo menos 20 caminhões-tanques. O comboio que chegou ontem levou cerca de 200 mil litros de querosene de aviação em quatro carretas. O número é menor que o recebido no dia anterior, quando recebeu 19 caminhões-tanques. Segundo a Inframerica, que administra a unidade, o combustível atual é suficiente para garantir as operações durante o feriado de Corpus Christi, mas outras remessas ainda são esperadas para hoje.




Acompanhe aqui o Noticiário relativo ao Comando da Aeronáutica veiculado nos principais órgãos de comunicação do Brasil. O NOTIMP apresenta matérias de interesse do Comando da Aeronáutica, extraídas diretamente dos principais jornais e revistas publicados no país.




JORNAL FOLHA DE SÃO PAULO


Não há lógica nenhuma em propor ruptura com democracia e volta da ditadura

Substituir governo Temer pela intervenção armada é trocar o ruim pelo péssimo

Marcelo Coelho Publicado Em 01/06/18 - 02h00

Era uma coisa impensável. Agora, se repete em toda parte, com estridência. A qualquer pretexto, surgem manifestantes em favor de uma intervenção militar.
Quantos são? Quem são? De onde vêm? Não há sinal de que respondam a algum comando organizado. De forma difusa, mas estridente, manifestações até há pouco impensáveis se repetem pelo país.
Do núcleo duro do governo Temer aos seus mais extremados opositores, nenhuma força política parece pronta a apoiá-los. Até mesmo Jair Bolsonaro, defensor da ditadura, negou solidariedade ao movimento. A cúpula das Forças Armadas reprova de público qualquer ruptura com a democracia.
A poucos meses da eleição presidencial, não há lógica nenhuma em propor uma coisa dessas.
O que não impede, naturalmente, que determinados candidatos e lideranças colham benefícios do clima autoritário reinante. O compromisso de um general qualquer com a Constituição pode se tornar menos enfático e convicto, se crescer a pressão por um golpe. Eleito alguém como Bolsonaro, nada o impediria de ouvir "o apelo das ruas" e restringir as liberdades democráticas. Diante de uma ameaça de caos generalizado, suposta ou real, o próprio governo Temer pode se ver tentado a impor medidas de emergência que o salvem, e a seu grupo, dos incômodos da Lava Jato e das suas consequências eleitorais.
Há golpes e golpes, como sabemos. O fechamento do Congresso e a deposição do presidente depois de uma investida com tanques e soldados colocaria o país em insuportável situação de isolamento internacional.
Mas um estado de sítio "aprovado" pelo Congresso, com canalhices a conta-gotas, mudanças na estrutura do Judiciário, ataques a movimentos sociais escolhidos a dedo e coisas desse tipo, passaria apenas como um "momento de crise" para a opinião pública mundial. Representaria, a meu ver, apenas a radicalização indesejável, mas não muito surpreendente, do que se tentou fazer durante o governo Temer, sem sucesso.
Num país em que falar mal de políticos é um passatempo unânime, há mesmo certa lógica na imbecilidade desses manifestantes: sem políticos, sobram os militares.
Sobram, também, ignorância, desespero, oportunismo, histeria, truculência e estupidez. Veja-se o apoio de golpistas à greve dos caminhoneiros. A mais superficial memória do regime imposto em 1964 faria notar que, naquele tempo de intolerância, movimentos de reivindicação --mesmo os mais razoáveis eram sumariamente proibidos.
A argumentação parece valer pouco, em todo caso, diante de quem só vê no vandalismo, na pedrada, no assassinato e na milícia os meios para realizar aspirações contraditórias, infantis e irrealistas.
O governo Temer conta com quase nulo apoio popular. Substituí-lo pela intervenção armada é trocar o ruim pelo péssimo ""o péssimo pelo infame, o infame pelo inominável.
O tempo do terror, da censura e da inconstitucionalidade terminou. A minoria dos que o desejam de volta merece a repulsa de todos os setores democráticos da sociedade. É hora de dar um basta nisso.

Redução de R$ 0,46 do diesel chega nesta quinta às refinarias, diz Fazenda

Ministério afirma que órgãos de controle devem fiscalizar repasse do desconto aos postos

Bernardo Caram/maeli Prado Publicado Em 31/05/18 - 14h08

A redução de R$ 0,46 no litro do óleo diesel anunciada pelo Palácio do Planalto chegará às refinarias nesta quinta-feira (31), informou o Ministério da Fazenda. O desconto faz parte do acordo firmado pelo governo com o objetivo de encerrar a paralisação dos caminhoneiros.
Até o fim de julho, o valor máximo do litro do diesel nas refinarias ficará congelado em R$ 2,03. Depois, até o final do ano, serão permitidos reajustes mensais, levando em conta fatores internacionais, mas ainda com o desconto no refino.
O repasse dessa redução às bombas dependerá das distribuidoras e dos postos de combustível. Segundo o assessor especial do ministro da Fazenda, Marcos Mendes, caberá aos órgãos de controle fazer essa fiscalização.
“Isso foge ao escopo do Ministério da Fazenda. Existem vários órgãos de regulação da concorrência e de proteção ao consumidor, como o Procon, o Cade, a ANP. Cada um tem que exercer seu papel”, afirmou.
Na noite desta quarta-feira (30), o presidente Michel Temer editou uma série de medidas que criam fontes recursos e compensações ao orçamento para permitir essa redução dos preços.
Do desconto de R$ 0,46, R$ 0,16 serão alcançados com isenção da Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) e uma redução de PIS/Cofins sobre o diesel, o que deve provocar um impacto de R$ 4 bilhões.
Os R$ 0,30 restantes serão cobertos por um programa de subsídio, com custo de R$ 9,6 bilhões.
Como forma de compensação, o governo tomou medidas como a redução de benefícios a empresas exportadoras e o corte de gastos em uma série de programas, inclusive nas áreas de saúde, educação e segurança.
Forças Armadas
Entre as medidas adotadas nesta quarta, o governo ainda teve que desembolsar R$ 80 milhões para bancar as despesas das Forças Armadas com a ação que vem sendo adotada para desobstruir as rodovias federais.
O uso dos militares foi autorizado por Temer na última sexta-feira (25) através de um decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO). O objetivo é permitir o escoamento de cargas nas estradas com a liberação de pontos onde grevistas ainda impediam a passagem de caminhões.

JORNAL O ESTADO DE SÃO PAULO


Oficiais da Abin dizem que governo foi alertado de greve


Coluna Do Estadão Publicado Em 01/06 - 05h30

Servidores da Abin devolvem as críticas de que a instituição não alertou o Planalto das consequências da greve dos caminhoneiros. Dizem que os relatórios apontaram, até mesmo, risco de desabastecimento, mas cabe ao governo decidir o que fazer com as informações. Treinados para não reagir, os oficiais de inteligência preferem não rebater oficialmente. O presidente da Associação dos Servidores da Agência Brasileira de Inteligência, Carlos Estrella, diz que a entidade se divide sobre divulgar ou não uma nota. “Não é agradável (ser criticado). Temos consciência do trabalho que fizemos.”
Tá registrado.

A agenda do ministro do GSI, Sérgio Etchegoyen, não registra nenhuma reunião com o diretor-geral da Abin, Janér Tesch, durante a greve dos caminhoneiros. O último encontro anotado foi dia 15 de maio, seis dias antes do início da manifestação.
Com a palavra.

O GSI diz que o ministro tem despachos diários com os seus assessores diretos, inclusive com o chefe da Abin. “Quando se trata de assuntos específicos, são definidos horários na agenda para os seus assessores”, diz.
Pé de guerra.

O clima entre o líder do governo na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), e o ministro Carlos Marun (Secretaria de Governo) anda ruim por causa do atraso na liberação de emendas de 2017.
Cheque especial.

Aliás, Marun pediu aos ministros do Turismo, Esporte e Saúde a liberação de R$ 50 milhões em emendas para distribuir. Ele tem reclamado de passar constrangimento nas votações já que, sem orçamento, não consegue atender os deputados.
Pressão… Empenhado em eleger governadores do MDB, Temer tem pedido à sua equipe apoio a candidatos da legenda nos Estados.
… às claras. A aliados, o ministro Alexandre Baldy (Cidades), confidenciou ter sofrido pressão do governo para apoiar Daniel Vilela (MDB) ao governo de Goiás em troca de lançar sua mulher, Luana, ao Senado.
Sob censura.

A segurança do CNJ recebeu orientação para não deixar ninguém sair do plenário ao final da sessão antes de Cármen Lúcia. Assim, ela evita assédio de lobistas e repórteres.
No bolso.

Os prejuízos causados pela greve dos caminhoneiros para o setor farmacêutico já chegam a R$ 500 milhões. O cálculo é do presidente da Farma Brasil, Reginaldo Arcuri, que representa 12 laboratórios nacionais que faturaram no ano passado R$ 17 bilhões.
É grave.

O efeito é cascata. Sem receber, as empresas não pagam tributos. A maior preocupação, contudo, é com a possibilidade de faltar insumos para fabricação de remédios.
CLICK.

O ministro Carlos Marun (Governo) gravou um vídeo de dentro do jatinho da FAB, no domingo, para dizer que a greve dos caminhoneiros estava perto do fim.
Libera tudo!

A ministra Grace Mendonça, da AGU, enviou ao Supremo parecer favorável as vaquejadas. A manifestação contraria posição do ex-procurador-geral Rodrigo Janot, que foi pela derrubada da emenda constitucional.
No vermelho.

O secretário-adjunto da Casa Civil do governo Márcio França, Claudio Valverde, responde a duas ações por falta de pagamento de tributos movidas pela prefeitura de São Vicente, que somam R$ 6.630.
É a vida.

“Como todo brasileiro, enfrento dificuldades e estou escolhendo as contas para pagar. Vou tentar pagar o mais rápido possível”, diz o secretário. Como chefe da Casa Civil, ele recebeu por mês R$ 15.234,22.
PRONTO, FALEI!
“Quem viu a presidência de José Sarney sabia o que seria a de Michel Temer. Uma pena que o Brasil tenha que passar por isso de novo”, DO GOVERNADOR DO MARANHÃO, FLÁVIO DINO, que faz oposição a Sarney.

JORNAL O GLOBO


Agência de inteligência não faz relatórios e deixa governo "vendido" durante greve dos caminhoneiros

ABIN não enviou informações de inteligência para Temer falando da gravidade da paralisação

Letícia Fernandes / Robson Bonin Publicado Em 30/05 - 17h36

BRASÍLIA — Criada para gerenciar crises e alertar o presidente da República sobre situações com “potencial de risco à estabilidade institucional”, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) não conseguiu detectar qualquer ato que pudesse ter chamado a atenção do governo para a gravidade do movimento que estava sendo arquitetado pelos caminhoneiros com o apoio financeiro de empresários do setor. Nas palavras de um auxiliar presidencial, a Abin deixou o governo do presidente Michel Temer completamente “vendido” e no “escuro” durante uma das maiores crises de abastecimento do país.
Um auxiliar direto do presidente disse ao GLOBO que Michel Temer não recebeu da agência nenhum relatório de inteligência sobre o caso e que as reuniões do governo “já começaram em cima do incêndio”.
— Não é que o palácio tenha dormido no ponto. Ninguém no governo imaginava que as empresas de transporte fossem atuar nos bastidores para transformar os atos em uma tentativa de derrubar o presidente da Petrobras. As empresas operaram os caminhoneiros para atacar a política de preços da Petrobras e ninguém na inteligência nos avisou — disse.
A falta de atuação da Abin foi percebida na segunda-feira, durante a reunião do comitê de crise instalado no Palácio do Planalto. O ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI), Sérgio Etchegoyen, quis saber da advogada-geral da União, Grace Mendonça, como estava a aplicação de multas a empresas de transporte envolvidas na paralisação dos caminhoneiros. Até aquele momento, disse a ministra, o órgão não havia processado nenhuma penalidade porque ainda desconhecia a identidade dos infratores.
Contrariado, Etchegoyen pediu a lista de empresários envolvidos nas paralisações a Janér Tesch, diretor da agência. Era o oitavo dia de bloqueios em estradas. Com o país mergulhado no caos, Etchegoyen ouviu uma resposta constrangedora. O serviço secreto brasileiro, encarregado de abastecer o presidente da República de informações de inteligência, também não possuía uma lista de empresários a apontar.
Organizada a partir de grupos de WhatsApp, a greve dos caminhoneiros cresceu em volume e só conseguiu chegar ao décimo dia, nesta quarta-feira, por causa do suporte financeiro e logístico dos empresários do ramo de transportes. A Abin, além de não identificar ameaças durante a organização do movimento, também não conseguiu identificar o crescimento das paralisações.
— Nas reuniões, a gente perguntava para o pessoal da Abin o que aconteceria e eles só diziam que melhoraria no dia seguinte. Só que não melhorou — diz um integrante do comitê de crise.
Com um orçamento previsto para 2018 de R$ 670 milhões, de acordo com levantamento feita pelo Contas Abertas a pedido do GLOBO, a Abin tem escritórios em todas as capitais brasileiras e em 14 países. Até segunda-feira, a agência já havia gasto R$ 194 milhões desse orçamento sem conseguir prever um único ato dos caminhoneiros organizado a partir do WhatsApp.
— Esses caras da Abin são analógicos. Esse tipo de comunicação horizontal, feita via WhatsApp, está fora da capacidade deles — diz um auxiliar da área de Segurança do governo.
Por causa da ausência de informações de inteligência, o Palácio do Planalto acreditou que estava negociando o fim das paralisações com um grupo de “líderes” sindicais que, na verdade, não representavam a categoria. Na quinta-feira, anunciou um acordo que acabou rejeitado pelos caminhoneiros.
Ao perceber o envolvimento de empresários nas paralisações, outros órgãos de segurança, como a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal passaram a agir. A PF anunciou a abertura de inquéritos para investigar empresários por locaute. E a PRF, com a ajuda das Forças Armadas passaram a registrar placas de caminhões nos bloqueios para identificar os proprietários e, com isso, levantar que empresas dariam suporte aos grevistas. Foi a partir desse levantamento de placas que a PRF conseguiu apresentar ao governo, nesta terça-feira, o primeiro relatório de multas, com 718 autuações.
Diante da continuidade da greve, Temer foi obrigado a entrar pessoalmente no gerenciamento da crise na manhã de sexta-feira. Um dia antes, ele havia cumprido agendas oficiais no Rio de Janeiro e em Minas Gerais, como se nada estivesse acontecendo no país. Com o governo atordoado, Temer anunciou em um pronunciamento no Planalto o emprego das Forças Armadas na desmobilização da greve. O ato acabou inflamando o país e desagradando os militares, que foram chamados de última hora, sem serem consultados a respeito da viabilidade da operação.
— Nesse processo de desgaste do governo, qualquer gripe vira pneumonia. Para não agravar a situação, o comando orientou as tropas a negociar sempre, sem violência. O caminho foi abrir os eixos de logística, garantir a retomada do abastecimento de combustíveis e o bem-estar social — disse ao GLOBO um general ligado ao comando do Exército.
Depois de Temer assinar um decreto nacional de Garantia da Lei e da Ordem e ameaçar confiscar os caminhões dos grevistas, os relatórios de monitoramento de redes sociais da Presidência mostraram um avanço no apoio dos brasileiros ao movimento. A greve chegou a ter 90% de apoio dos usuários das redes no fim de semana.
— A Abin falhou muito ao minimizar a ebulição desse movimento nas redes sociais. Quando o governo viu, a situação já tinha saído do controle. A inteligência deveria ter monitorado o tamanho disso nas redes — disse um auxiliar de Temer.
O número só começou a cair a partir do anúncio do governo de um segundo acordo, quando o Palácio do Planalto decidiu aceitar todas as exigências dos caminhoneiros.
— A gravidade do desabastecimento de combustíveis e de alimentos no país, com desdobramentos na área da saúde começou a pesar. As pessoas perceberam que, com o atendimento das reivindicações, era chegada a hora de encerrar as manifestações. O apoio nas redes caiu de 90% para 35% — disse um integrante do comitê de crise.
A Abin foi procurada, mas ainda não se manifestou.
MINISTRO DEFENDE ABIN
Em uma coletiva de imprensa na manhã desta quarta-feira, após a reunião do comitê montado pelo governo para acompanhar a paralisação dos caminhoneiros, o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), saiu em defesa da Abin. Etchegoyen disse achar que órgão não falhou e que todo o Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin) continua trabalhando no assunto:
— Não acho que a Abin tenha falhado. Acho que a Abin continua produzindo e vem trabalhando muito bem nisso e todo o SISBIN estava e continua envolvido nisso — disse o ministro do GSI.
De acordo com Etchegoyen, havia uma "percepção de inconformidade" mas houve dificuldade em prever a "intensidade" e o "nível de violência" do movimento, considerado, segundo ele, fora dos "parâmetros normais de análise e previsão":
— Óbvio que havia uma percepção de inconformidade, tanto que chegamos onde chegamos, mas a dificuldade de prever estava na intensidade e agora no nível de violência que o movimento tomou. Estamos analisando um situação que fugiu completamente aos parâmetros normais de análise e de previsão. O movimento foi descentralizado, não havia um sentimento de um foco de liderança aqui ou ali. Os próprios líderes se manifestaram nessa direção - argumentou.

Caminhoneiros decidem encerrar greve no Porto de Santos

Ocupação dos principais acessos ao cais santista será mantida por tempo indeterminado

Por O Globo Publicado Em 01/06 - 05h07

SÃO PAULO - Caminhoneiros autônomos concentrados há 11 dias da área da Alemoa, um dos principais acessos ao Porto de Santos, no litoral paulista, decidiram encerrar a paralisação após assembleia na noite de quinta-feira. A decisão foi tomada depois do comando da Operação Caiçara, como foi batizada a ocupação dos principais acessos ao cais santista pelas Forças Armadas, anunciar que a ação será mantida por tempo indeterminado.
Representantes de três associações de caminhoneiros autônomos saíram da capital paulista, após audiência com o governador Márcio França (PSB), e se encontraram com o grupo reunido em Santos. Após conversa com os manifestantes, foi decretado o fim da greve e o retorno ao trabalho a partir da 0h desta sexta-feira (1º).
Entre os pontos acordados entre França e os representantes da categoria, está o parcelamento do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) e a garantia de ao menos dez pontos de parada para os caminhoneiros nas rodovias, nos quais eles teriam a disponibilidade de diesel entre 10% e 15% mais barato.
A Operação Caiçara envolve agentes das Forças Armadas (Aeronáutica, Exército e Marinha), Polícia Federal, Polícia Militar, Agência Nacional dos Transportes Aquáticos e a guarda portuária.
Segundo o general, a ação começou na madrugada de quinta-feira para a desobstrução das vias que dão acesso ao porto e, quando os manifestantes chegaram, já não havia como fazer bloqueios e não houve confronto. Não há prazo para término da operação. Porto explicou que a Garantia de Lei e Ordem, decretada pelo presidente Michel Temer, vai até o dia 4 de junho, mas pode ser prorrogada se houver necessidade.
No início da manhã, houve escolta das forças de segurança para que os caminhões pudessem chegar e sair dos terminais. Alguns veículos chegaram a ser acompanhados até a altura de Juquitiba, já no Vale do Ribeira. No entanto, no período da tarde, a maior parte dos caminhões fez o trajeto sem essa proteção.
A prioridade foi dada aos caminhões com grãos porque eles possuem, dentro do Porto, áreas específicas para descarregamento de forma mais rápida. Já os veículos com contêineres são mais complexos de operar e, por isso, devem chegar aos terminais de forma gradual.

Em carta, Gabinete de Segurança Institucional contesta reportagem com críticas à Abin


O Globo Publicado Em 31/05/18 - 11h29

RIO - A Assessoria de Comunicação Social do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI) enviou carta à redação do GLOBO contestando o teor da reportagem "Agência de Inteligência deixa Planalto ´vendido´ na crise dos caminhoneiros", publicada nesta terça-feira.
Leia a carta:
"A respeito de matéria publicada na página do jornal O Globo, em 30 de maio, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) afirma que: O Ministro-Chefe do GSI REPUDIA, por covardes e inverídicas, as afirmações apresentadas no artigo.
Covardes por investir de modo injusto contra uma Instituição de Estado que pela própria natureza da atividade é obrigada à discrição, em sintonia com os preceitos éticos do profissional de inteligência.
Inverídicas na medida em que apresentam diálogos que NÃO OCORRERAM, como testemunhado por todas as pessoas que participaram da citada reunião.
Finalmente, o Ministro do GSI reitera sua confiança no profissionalismo e qualidade do trabalho da Agência Brasileira de Inteligência e na dedicação dos quadros dessa prestigiada e relevante Instituição".
Nota da redação: O GLOBO mantém as informações publicadas, levantadas junto a autoridades com acesso ao comitê de crise instalado no Palácio do Planalto. Procurada antes da publicação da reportagem no site do GLOBO, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) não quis se manifestar. A mesma matéria registrou a declaração do ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Sérgio Etchegoyen, que já havia saído em defesa da Abin, em entrevista coletiva. Sem apontar que contribuições o órgão deu à solução da crise, Etchegoyen negou que a agência tenha falhado.

REDE GLOBO


Segundo avião da FAB chega ao Recife com remédios para tratamento de pacientes em Caruaru

Medicamentos são destinados a centro que oferece hemodiálise nessa cidade do Agreste. Bloqueios em estradas afetaram fornecimento

Por G1 Pe E Tv Globo Publicado Em 31/05/18 - 20h28

Chegou à Base Aérea do Recife, na tarde desta quinta (31), o segundo avião da Força Aérea Brasileira (FAB) que estava previsto para trazer uma carga de medicamentos para os pacientes que fazem tratamento de hemodiálise em Caruaru, no Agreste de Pernambuco. A primeira aeronave com os remédios, chegou na terça (29). Os insumos foram enviados porque a greve dos caminhoneiros afetou o fornecimento por conta dos bloqueios nas estradas. (Veja vídeo acima)
De acordo com o brigadeiro Walcir Araújo, comandante do Terceiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo, a solicitação do Ministério da Saúde ao Ministério da Defesa foi de 23 toneladas para a Clínica Nefrológica de Caruaru, que é referência no interior do estado no tratamento de doenças dos rins. Antes da primeira carga, a unidade estava quase desabastecida.
"Dessa vez, não tivemos a preocupação de abastecer a aeronave na origem. Como no Recife já estão estabelecidas todas as operações de abastecimento, pudemos trazer mais carga e completamos as 23 toneladas, que foi a solicitação", disse o brigadeiro.
Segundo a direção, a clínica tinha estoque de medicamentos suficiente para atendimento até a quinta-feira (31), mesmo reduzindo o tempo dos pacientes durante a hemodiálise, que é o método de filtração do sangue por meio de um rim artificial.
A Clínica Nefrológica de Caruaru tem cerca de 360 pacientes que fazem hemodiálise. Eles são de Caruaru e de outros 32 municípios no entorno. O centro tem convênio com o Sistema Único de Saúde (SUS) e cerca de 90% dos atendimentos são feitos através do convênio.

JORNAL CORREIO BRAZILIENSE


Tanques vazios em oito aeroportos

Terminais de médio porte sofrem com a façta de querosene de aviação. Infraero registra queda no número de voos cancelados. Em Brasília, concessionária afirma que os estoques são suficientes para a demanda do feriado de Corpus Christi

Anna Russi Publicada Em 31/05/2018

Na véspera do feriado de Corpus Christi, a malha aérea do Brasil continuou afetada pela falta de combustível de aviação. Pelo menos oito aeroportos do país ainda sofrem com a falta de combustível. Apesar de as companhias aéreas admitirem 24 cancelamentos até o início da noite de ontem, o site da Infraero apontava 63, o equivalente a 5,6% do total de voos, menos que no dia anterior quando o índice de cancelamentos representavam 8,69%.
Os oito terminais que estão sem querosene são Uberlândia (MG), Campina Grande (PB), Juazeiro do Norte (CE), Palmas (TO), Imperatriz (MA), Londrina (PR), Montes Claros (MG) e Brigadeiro Protásio. Desses, sete estão desabastecidos desde segunda-feira. A Infraero, que administra os oito aeroportos, informou que acompanha a situação e tem atuado para garantir a chegada dos caminhões com combustível de aviação, inclusive no período do feriado de Corpus Christi. Em Cumbica, em Guarulhos (SP), e no Galeão, no Rio de Janeiro, os aeroportos são abastecidos por dutos da Petrobras e, por isso, não sofreram os impactos da crise.
A companhia aérea Avianca já apresentou a previsão de cancelamentos para o feriado prolongado: são três voos hoje, oito para amanhã, nove no sábado e somente um no domingo. A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) afirmou, por meio da assessoria de imprensa, que a tendência é de que a situação se normalize ao longo dos próximos dias e observou que as filiadas já registram queda no número de voos cancelados motivados pela greve dos caminhoneiros. “Os aeroportos com estoque crítico de combustível estão sendo gradualmente abastecidos”, disse.
Reservatórios
O Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, na capital federal, operou normalmente ontem, apesar do registro de sete cancelamentos, até o fechamento desta reportagem. Todos foram devido a ajustes na malha aérea brasileira. Com o consumo ao longo do dia, a capacidade dos reservatórios de querosene de aviação (QAV) atingiram a marca de 40%, após a chegada de seis caminhões escoltados pelo Exército e demais órgãos de segurança federais e distritais. Na terça-feira, estava em 66%.
O dentista João Vieira, 50 anos, chegou ao aeroporto um pouco mais cedo do horário previsto para o voo para garantir que tudo estaria certo. “Fiquei apreensivo até ontem (terça), mas hoje (quarta) achei tudo bem tranquilo, todos os atendimentos nos horários certos e a situação bem controlada”, afirmou. Para ele, a situação no país tanto dos aeroportos quanto dos outros setores afetados está começando a se normalizar aos poucos.
Em dias normais, o Aeroporto de Brasília recebe pelo menos 20 caminhões-tanques. O comboio que chegou ontem levou cerca de 200 mil litros de querosene de aviação em quatro carretas. O número é menor que o recebido no dia anterior, quando recebeu 19 caminhões-tanques. Segundo a Inframerica, que administra a unidade, o combustível atual é suficiente para garantir as operações durante o feriado de Corpus Christi, mas outras remessas ainda são esperadas para hoje.
JORNAL ESTADO DE MINAS


Avião da FAB sai de Montes Claros para levar remédios e insumos para Pernambuco

Foi o segundo carregamento de medicamentos, feito por via área, para o estado nordestino nesta semana, saindo de Minas Gerais

Luiz Ribeiro Publicado Em 31/05 - 17h30

Um avião C 130 Hércules da Força Aérea Brasileira (FAB) partiu do aeroporto de Montes Claros, no Norte de Minas, nesta quinta-feira, em direção Pernambuco, transportando 15 toneladas de medicamentos e insumos, enviados pelo Ministério da Saúde, para o atendimento a pacientes com problemas renais, submetidos ao tratamento de hemodiálise. O avião cargueiro, que saiu da cidade no final da manhã, chegou ao Aeroporto de Guararapes, em Recife, às 14h40.
Foi o segundo carregamento de medicamentos, feito por via área, para o estado nordestino nesta semana, saindo de Minas Gerais, por conta da greve dos caminhoneiros. Uma outra aeronave da FAB saiu de Montes Claros na madrugada da útima terça-feira em direção a Recife, levando oito toneladas de medicamentos. Com isso, foram transportadas pela Força Aerea Brasileira 23 toneladas de produtos médicos destinados a pacientes renais.
O Ministério da Saude informou que o objetivo da operação é garantir a continuidade do tratamento de pacientes renais crônicos e impedir que eles sofram qualquer risco por causa de atraso na chegada de medicamentos e insumos usados na hemodiálise. A pasta argumenta que decidiu recorrer á FAB, segunda-feira, ainda no oitavo dia da greve dos caminhoneiros, ao verificar que a carga de medicamentos estava "presa" em Montes Claros, devido à paralisação nas estradas que, somente na quarta-feira, começaram a ser liberadas no Norte de Minas, após interferência das forças de segurança.
Os produtos transportados pela FAB são destinados à Clínica Nefrológica de Caruaru, a 138 quilômetros de Recife, que atende pacientes da região do agreste pernambucano. Por conta do movimento grevista dos caminhoneiros, a unidade ficou quase desabastecida no início desta semana.

PORTAL G-1


Ocupação do Exército, Marinha e Força Aérea no Porto de Santos será mantida

Segundo o comando da operação, a ocupação será mantida enquanto houver o risco de novas ações dos caminhoneiros.

Por G1 Santos Publicado Em 31/05 - 20h30

A "Operação Caiçara", como foi batizada a ação de ocupação dos principais acessos ao Porto de Santos, no litoral de São Paulo, será mantida por tempo ainda a ser determinado. O anúncio foi feito nesta quinta-feira (31), pelo general da 1ª Brigada de Artilharia Antiaérea Alexandre Porto, durante coletiva à imprensa.
Os caminhoneiros autônomos estão concentrados há 11 dias na área da Alemoa e na Rua do Adubo, dois dos principais acessos ao Porto de Santos, no litoral de São Paulo. Na manhã desta quinta-feira, 1.500 militares da Marinha do Brasil, Exército Brasileiro e da Força Aérea Brasileira, com apoio da Polícia Militar do Estado de São Paulo e da Polícia Rodoviária Federal, chegaram aos locais com veículos blindados para fazer a segurança nos acessos ao Porto e garantir a saída dos caminhões que ainda estavam dentro dos terminais.
Segundo o comando da operação, a ocupação será mantida enquanto houver o risco de novas ações dos caminhoneiros. Apesar da aglomeração no local, não há bloqueios e não houve confronto entre as forças que ocupam as vias e os manifestantes.
Operação
Desde as 7h desta quinta-feira, fuzileiros foram espalhados pelo Porto de Santos para providenciar a escolta de caminhoneiros que queiram entrar ou deixar o cais para seguir viagem, com ou sem carga. São pelo menos três pontos de concentração dos militares, dois na Margem Direita, em Santos.
Um dos pontos é o bolsão de caminhões em frente à Capitania dos Portos. Tudo com o objetivo de oferecer normalidade às operações do modal rodoviário no Porto de Santos.
Em nota, o Governo Federal informou que a ação ocorre em conformidade com o Decreto Presidencial n° 9.382, que autorizou o emprego das Forças Armadas para a Garantia da Lei e da Ordem (GLO) na desobstrução de vias públicas até o dia 4 de junho.
 Na noite de quarta-feira (30), a continuidade da paralisação já havia sido discutida com a categoria após encontro com o governador Márcio França (PSB), que esteve no acesso ao cais para ouvir as reivindicações dos profissionais. A categoria está paralisada há 11 dias e quer que o Governo Federal reduza a taxa dos impostos aplicada aos combustíveis
França ouviu as reivindicações da categoria por meio do presidente do Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens da Baixada Santista (Sindicam), Alexsandro Viviani, e, após uma negociação frustrada, os caminhoneiros decidiram permanecer na Alemoa.
Segurança
Na tarde de quarta-feira, militares do Exército e soldados da Tropa de Choque da Polícia Militar foram deslocados para o acesso ao Porto de Santos. A mobilização das tropas ocorreu para garantir a passagem de aproximadamente 100 caminhões-tanque que estavam parados nos terminais da região.
A movimentação começou por volta das 17h e, no início da noite, todos os caminhões já haviam deixado o cais. Desde sábado (26), o Exército e a Marinha do Brasil estão mobilizados na região portuária como parte do decreto presidencial.
Caminhoneiros que estavam parados há dez dias no local observaram a chegada dos militares e, também, viram a saída de caminhões-tanque do complexo cheios de combustíveis. Não houve tumulto ou necessidade de intervenção, mas alguns motoristas aplaudiram as tropas e gritaram contra os colegas que saíam escoltados.
Greve
A greve dos caminhoneiros começou em 21 de maio em todo o Brasil. Os profissionais pedem a redução no valor dos combustíveis e o aumento do preço do frete. Na Baixada Santista e no Vale do Ribeira, a categoria também se mobilizou em rodovias e nos acessos ao Porto de Santos.
No sábado, por conta do decreto presidencial para a Garantia da Lei e da Ordem, o Navio-Patrulha Macaé (P70) atracou no cais santista com 22 fuzileiros como medida emergencial.
No domingo (27), outros 260 fuzileiros navais chegaram a Santos no Navio Doca Multipropósito Bahia (G40). Vindo do Rio de Janeiro, ele chegou com sete caminhões para transportar tropas, três blindados e dois helicópteros.
Ainda no domingo, um dos helicópteros sobrevoou o complexo portuário para fazer o reconhecimento de eventuais pontos de protesto no cais, segundo o Comando do Exército, procedimento que se repetiu até esta quarta-feira.
O presidente Michel Temer (MDB) anunciou, na noite de domingo, novas medidas para a redução no valor do diesel, em mais uma tentativa de por fim à paralisação que, além de prejudicar o abastecimento de combustível, gerou prejuízo superior a R$ 370 milhões no Porto. Estima-se que 250 mil toneladas de carga em contêineres deixaram de ser embarcadas.

Caminhoneiros decidem pelo fim da greve no Porto de Santos, SP

Decisão ocorre horas depois de o comando da operação de ocupação dos principais acessos ao cais santista anunciar que a ação será mantida por tempo indeterminado

Por G1 Santos Publicado Em 31/05/18 - 23h06

Os caminhoneiros autônomos concentrados há 11 dias na área da Alemoa, um dos principais acessos ao Porto de Santos, no litoral de São Paulo, decidiram encerrar a greve, após assembleia realizada no local, na noite desta quinta-feira (31).
A decisão ocorre horas depois de o comando da Operação Caiçara, como foi batizada a ocupação dos principais acessos ao cais santista pelas Forças Armadas, anunciar que a ação será mantida por tempo ainda a ser determinado.
Segundo apurado pelo G1, representantes de três associações de caminhoneiros autônomos saíram da capital paulista, após audiência com o governador Márcio França (PSB), e se encontraram com o grupo reunido em Santos. Após conversa com os manifestantes, foi decretado o fim da greve e o retorno ao trabalho a partir da 0h desta sexta-feira (1º).
Entre os pontos acordados entre França e os representantes da categoria, está o parcelamento do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) e a garantia de ao menos dez pontos de parada para os caminhoneiros nas rodovias, nos quais eles teriam a disponibilidade de diesel entre 10% e 15% mais barato.
Operação Caiçara
Na manhã desta quinta-feira, 1.500 militares da Marinha do Brasil, Exército Brasileiro e da Força Aérea Brasileira, com apoio da Polícia Militar do Estado de São Paulo e da Polícia Rodoviária Federal, chegaram às áreas da Alemoa e Rua do Adubo, dois dos principais acessos ao Porto de Santos, com veículos blindados para fazer a segurança nos acessos ao complexo e garantir a saída dos caminhões que ainda estavam dentro dos terminais.
Segundo o general da 1ª Brigada de Artilharia Antiaérea Alexandre Porto, a ocupação será mantida enquanto houver o risco de novas ações dos caminhoneiros. Apesar da aglomeração no local, não havia bloqueios e não houve confronto entre as forças que ocupam as vias e os manifestantes.
Em nota, o Governo Federal informou que a ação ocorre em conformidade com o Decreto Presidencial n° 9.382, que autorizou o emprego das Forças Armadas para a Garantia da Lei e da Ordem (GLO) na desobstrução de vias públicas até o dia 4 de junho.
Negociação
Na noite de quarta-feira (30), a continuidade da paralisação havia sido discutida com a categoria após encontro com o governador Márcio França, que esteve no acesso ao cais para ouvir as reivindicações dos profissionais. A categoria pediu que o Governo Federal reduza a taxa dos impostos aplicada aos combustíveis.
França ouviu as reivindicações da categoria por meio do presidente do Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens da Baixada Santista (Sindicam), Alexsandro Viviani, e, após uma negociação frustrada, os caminhoneiros decidiram permanecer na Alemoa.
Segurança
Na tarde de quarta-feira, militares do Exército e soldados da Tropa de Choque da Polícia Militar foram deslocados para o acesso ao Porto de Santos. A mobilização das tropas ocorreu para garantir a passagem de aproximadamente 100 caminhões-tanque que estavam parados nos terminais da região.
A movimentação começou por volta das 17h e, no início da noite, todos os caminhões já haviam deixado o cais. Desde sábado (26), o Exército e a Marinha do Brasil estão mobilizados na região portuária como parte do decreto presidencial.
Caminhoneiros que estavam parados há dez dias no local observaram a chegada dos militares e, também, viram a saída de caminhões-tanque do complexo cheios de combustíveis. Não houve tumulto ou necessidade de intervenção, mas alguns motoristas aplaudiram as tropas e gritaram contra os colegas que saíam escoltados.
Greve
A greve dos caminhoneiros começou em 21 de maio em todo o Brasil. Os profissionais pedem a redução no valor dos combustíveis e o aumento do preço do frete. Na Baixada Santista e no Vale do Ribeira, a categoria também se mobilizou em rodovias e nos acessos ao Porto de Santos.
No sábado, por conta do decreto presidencial para a Garantia da Lei e da Ordem, o Navio-Patrulha Macaé (P70) atracou no cais santista com 22 fuzileiros como medida emergencial.
No domingo (27), outros 260 fuzileiros navais chegaram a Santos no Navio Doca Multipropósito Bahia (G40). Vindo do Rio de Janeiro, ele chegou com sete caminhões para transportar tropas, três blindados e dois helicópteros.
Ainda no domingo, um dos helicópteros sobrevoou o complexo portuário para fazer o reconhecimento de eventuais pontos de protesto no cais, segundo o Comando do Exército, procedimento que se repetiu até esta quarta-feira.
O presidente Michel Temer (MDB) anunciou, na noite de domingo, novas medidas para a redução no valor do diesel, em mais uma tentativa de por fim à paralisação que, além de prejudicar o abastecimento de combustível, gerou prejuízo superior a R$ 370 milhões no Porto. Estima-se que 250 mil toneladas de carga em contêineres deixaram de ser embarcadas.

Governo cancela gastos públicos e corta benefícios ao exportador para viabilizar diesel mais barato

Indústria química perdeu benefícios. Programas públicos perderam parte dos recursos, como políticas para juventude, violência contra mulheres, políticas sobre drogas e fortalecimento do SUS

Por Alexandro Martello, G1, Brasília Publicado Em 31/05/18 - 11h00

O governo federal informou nesta quinta-feira (31) que decidiu acabar com benefícios para a indústria química, quase eliminar incentivos para exportadores e cancelar parte de gastos de uma série de programas públicos.
O objetivo das medidas, que constam de edição extraordinária do "Diário Oficial da União", é viabilizar o desconto de R$ 0,46 por litro do diesel. O abatimento no preço do diesel é parte do acordo firmado pelo governo com caminhoneiros para colocar fim à greve que provocou bloqueios em estradas e desabastecimento em todo o país.
O subsídio para o preço do diesel, que custará R$ 9,58 bilhões, tem por objetivo manter, por 60 dias, o desconto de 10% no diesel, anunciado na semana passada pela Petrobras, e que equivale a uma redução de R$ 0,30 no preço do litro do combustível. Depois disso, o preço oscilará mensalmente, segundo acordo fechado com os caminhoneiros.
Para viabilizar esses subsídios, o governo está cancelando gastos públicos (veja quais são as áreas ao final desta reportagem).
Para conceder o desconto adicional de R$ 0,16 por litro do diesel, completando os R$ 0,46 de abatimento total anunciados, o governo contou com a reoneração da folha de pagamentos, já aprovada pelo Congresso Nacional. Essa medida renderá R$ 830 milhões neste ano.
Redução de subsídios
Exportadores - O governo quase que eliminou o benefício ao exportador, por meio do chamado Reintegra. Esse programa "devolve" aos empresários uma parte do valor exportado em produtos manufaturados via créditos do PIS e Cofins. Até o fim de maio, essa devolução está fixada em 2% mas, a partir de junho, será reduzida para 0,1% - valor que vigorava até o fim de 2016. O aumento de arrecadação com essa medida será de R$ 2,27 bilhões neste ano. Antes mesmo do anúncio da retirada do benefício para os exportadores, a Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) afirmou que o chamado Reintegra não deve ser entendido como “renúncia fiscal”, ou seja, perda de arrecadação. Para a AEB, o Reintegra deveria ser entendido como “necessário e permanente mecanismo de ressarcimento parcial do resíduo tributário, pago antecipadamente e indevidamente pelos exportadores nas cadeias produtivas”.
Indústria química - Também está sendo revogado o chamado Regime Especial da Indústria Química (Reiq). O enefício do crédito presumido na exportação está sendo extinto, o que renderá mais R$ 170 milhões aos cofres públicos em 2018. A revogação, porém, só acontecerá dentro de 90 dias, pois há a chamada noventena.
Refrigerantes - Outra medida foi a redução de um crédito que havia no Imposto Sobre Produtos Industriais (IPI) dos chamados "concentrados" para refrigerantes. Antes, o crédito era de 20% e passou, com a medida, para para 4%. A medida renderá R$ 740 milhões ao governo. A Associação Brasileira da Indústria de Refrigerantes e de Bebidas Não Alcoólicas (ABIR), e suas 59 associadas, informou que foi surpreendida com o anúncio. "A medida impacta profundamente o setor. A mudança brusca do regime tributário de compensações fiscais ameaça os investimentos e mesmo a operação de diversas indústrias na ZFM [Zona Franca de Manaus]. Há margem para o diálogo com a indústria para que se restabeleça a segurança jurídica dos investimentos pretendidos e também sobre aqueles já empreendidos na ZFM", avaliou.
Cancelamento de gastos
Do total de R$ 9,5 bilhões, segundo o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, R$ 5,7 billhões virão de uma reserva orçamentária, ou seja, recursos que ainda não tinham destino certo.
Esses recursos não estavam destinados para gastos anteriormente porque estavam acima do teto de gastos (regra que limita as despesas à variação da inflação do ano anterior).
Já o cancelamento de despesas, anunciado pelo governo para este ano, foi de R$ 3,382 bilhões, segundo informações divulgadas pelo Ministério do Planejamento.
Desse valor total, porém, haverá "utilização" de R$ 2,168 bilhões de uma "reserva" que o governo tinha para capitalização de empresas públicas estatais.
O cancelamento de gastos de programas públicos, propriamente dito, será de R$ 1,214 bilhão na dotação de 2018.
"Esse cancelamento vai se dar na parcela dos recursos que estavam contingenciados, de modo que não teremos de solicitar aos ministérios um novo contingenciamento [bloqueio]", afirmou o secretário de Gestão do Ministério do Planejamento, Gleisson Rubin.
Por outro lado, explicou o, "perde-se a perspectiva de que os recursos sejam utilizados ao longo do ano" pelos Ministérios.
Ele disse que o cancelamento de gastos alcançou todos os órgãos, mas da forma "mais pulverizada possível para ter o menor impacto possível". "Tentamos diluir essa parcela da forma menos aguda possível para todos os órgãos", declarou.
Com o cancelamento desses gastos, o limite para despesas "manejáveis" no orçamento deste ano será menor, de R$ 122,532 bilhões. Para efeito de comparação, no ano passado, o limite para essas despesas que podem ser alteradas pelo governo foi de R$ 124,400 bilhões.
Em 2017, com esse limite baixo para padrões históricos, houve falta de recursos para a impressão de passaportes, redução de verba para investimentos federais em infraestrutura e para as fiscalizações contra o trabalho escravo, que chegaram a ser suspensas ou reduzidas. A falta de recursos também atingiu as universidades federais, a área de Ciências e Tecnologia, e ações da Polícia Rodoviária Federal, entre outras.
Setores e programas que perdem recursos
Veja abaixo quais setores ou programas tiveram parte dos recursos para 2018 cancelados (o detalhamento está no decreto publicado nesta quinta no "Diário Oficial da União"):
Gestão de Políticas Públicas de Juventude
Simplificação e Integração dos Serviços Públicos (Bem Mais Simples)
Políticas de Igualdade e Enfrentamento à Violência contra as Mulheres
Fomento à Produção Pesqueira e Aquícola
Funcionamento dos Terminais Pesqueiros Públicos de Propriedade e Administração da União
Assistência Técnica e Extensão Rural para Agricultura Familiar
Desenvolvimento de Assentamentos Rurais
Promoção da Educação do Campo
Obtenção de Imóveis Rurais para Criação de Assentamentos da Reforma Agrária
Implementação da Defesa Agropecuária
Fortalecimento do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária (Suasa)
Assistência Técnica e Extensão Rural para o Produtor Rural
Apoio ao Desenvolvimento de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono – ABC
Pesquisa e Desenvolvimento de Tecnologias para a Agropecuária
Desenvolvimento do Abastecimento Agroalimentar
Equalização de Taxa de Juros em Financiamento à Inovação Tecnológica (Lei nº 10.332, de 2001)
Investimento em Empresas Inovadoras
Construção do Edifício-Sede do Ministério da Fazenda em Salvador – BA
Construção de Edifício-Sede de Unidades do Ministério da Fazenda em Manaus – AM
Concessão de bolsas no âmbito do Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento das Instituições de Ensino Superior (Proies)
Promoção e Gestão do Comércio Exterior
Construção de Infraestrutura nas Unidades Descentralizadas da Suframa
Policiamento Ostensivo nas Rodovias e Estradas Federais
Construção do Comando de Operações Táticas da Polícia Federal no Distrito Federal
Construção da Delegacia de Juiz de Fora/MG
Demarcação e Fiscalização de Terras Indígenas e Proteção dos Povos Indígenas Isolados
Defesa de Direitos Difusos
Força Nacional de Segurança Pública
Política Pública sobre Drogas
Redes de Cuidados e Reinserção Social de Pessoas e Famílias que Têm Problemas com Álcool e Outras Drogas
Levantamentos Geológicos Marinhos
Serviços Consulares e de Assistência a Brasileiros no Exterior
Promoção Comercial e de Investimentos
Concessão de Bolsas de Estudo a Alunos Estrangeiros, no Sistema Educacional Brasileiro
Indenizações a Servidores Civis e Militares em Serviço no Exterior
Fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS)
Transporte Aquaviário - Dragagem de Adequação da Navegabilidade em Portos / Melhoramentos no Canal de Navegação da Hidrovia do Rio Tocantins / Construção de Terminais Fluviais na Região Norte
Transporte Terrestre - Construção, manutenção e adequação de 40 estradas
Aviação Civil - Regulação e Fiscalização / Formação e Capacitação de Profissionais da Aviação Civil
Construção, Reforma e Reaparelhamento de Aeroportos e Aeródromos de Interesse Regional
Promoção do Trabalho Decente e Economia Solidária
Democracia e Aperfeiçoamento da Gestão Pública
Simplificação da Vida da Empresa e do Cidadão: Bem Mais Simples Brasil
Esporte, Cidadania e Desenvolvimento
Saneamento Básico - Construção e adequação de sistemas de abastecimento de água em comunidades ribeirinhas / Construção e adequação de sistemas públicos de esgotamento sanitário em comunidades ribeirinhas
Previdência Social - Educação Previdenciária e Financeira / Serviço de Processamento de Dados de Benefícios Previdenciários e Gestão da Informação Corporativa na Previdência Social
Moradia Digna - Apoio à Produção ou Melhoria Habitacional de Interesse Social

PORTAL R7


Militares só podem voltar ao poder pelo voto

Mais de 70 candidatos, cinco deles a governador, vão disputar as eleições de 2018

Coluna Do Fraga Publicado Em 31/05 - 20h00

É óbvio, mas é sempre bom repetir: na democracia, o voto é a arma mais poderosa.
E nesses dias confusos, com muita gente defendendo a volta de um regime de exceção, vale lembrar que as eleições deste ano terão um contingente inédito e grandioso de mais de 70 candidatos militares. Cinco deles concorrendo a governador e um a presidente da República.
"Acredito na volta dos militares ao poder pelo voto, pela democracia, nas eleições" ,disse Jair Bolsonaro, hoje, em São Paulo.
Quem quer ver os militares no poder deve fazer isso em 7 de outubro, e não ficar gritando na porta dos quartéis.
É assim que se age em um regime democrático.

AGÊNCIA BRASIL


Governo diz que restam 65 pontos de concentração de caminhoneiros


Jonas Valente Publicado Em 31/05 - 11h40

O governo divulgou hoje (31) novo balanço da operação São Cristóvão, que reúne 23 órgãos para monitorar e atuar para a desmobilização das paralisações de caminhoneiros e diminuição dos impactos do movimento.
Segundo o Poder Executivo, não há mais bloqueio nas estradas. No entanto, ainda persistem pontos de concentração de caminhoneiros, que estão em 65 locais, conforme levantamento da operação. Ainda de acordo com o balanço, no auge da crise os pontos de aglomeração ultrapassaram 600 em vários estados.
Porto de Santos
Um dos locais em que caminhoneiros permaneciam hoje pela manhã mobilizados era o Porto de Santos, dificultando o fluxo de caminhões de carga. Segundo o Ministério da Defesa, operação conjunta entre as Forças Armadas e a Polícia Rodoviária Federal liberou o acesso ao porto e o funcionamento “começa a ser normalizado”.
O presidente da Federação dos Caminhoneiros de São Paulo, Claudinei Pelegrini, afirmou à Agência Brasil que o movimento no local é “esquisito”.
“Quase 90% das reivindicações da categoria já foram atendidos. Se em Santos estão pleiteando alguma coisa é algo pontual, de transporte de contêiner. Difícil a gente dizer. Ali está uma torre de babel. E a gente nunca sabe quem está infiltrado”, argumentou.
Combustíveis
A atualização do governo aponta que o volume de carregamentos de entregas de diesel e querosene de aviação estaria em 85%. No entanto, permanecem filas para abastecimento em diversas cidades em todo o país.
“A gasolina nas bombas dos postos é o último item a ser plenamente restabelecido porque precisa da mistura com álcool anidro, o que é feito nas bases de distribuição”, justificou o governo no comunicado.
Aeroportos
De acordo com o Executivo, os 15 principais aeroportos do país estão abastecidos. O desabastecimento ainda atinge os aeroportos de Palmas (TO) e Cuiabá (MT). Nas unidades da Infraero (excluídas as concedidas, como Guarulhos, Galeão, Curitiba e Florianópolis), a última atualização indicou 19 voos cancelados hoje, 4,6% dos 413 programados para o dia.
Alimentos e saúde
No caso dos alimentos, item bastante afetado durante a crise, o governo afirmou em seu balanço que o reabastecimento “é retomado aos poucos”. O comunicado não mencionou percentual ou as pendências neste campo.
Mas informou que agentes da vigilância sanitária em alguns estados estão fiscalizando a qualidade dos alimentos que chegam a supermercados e outros centros de distribuição.
No tocante aos serviços de saúde, o governo afirma que em 16 estados e no Distrito Federal eles já foram normalizados. Aviões da Força Aérea Brasileira estão realizando transporte de medicamentos. Ontem, uma carga foi transportada para Salvador e hoje outra deve ser enviada para Recife.

PORTAL VEJA.COM


PRF diz que não há mais bloqueios em rodovias do país

Segundo boletim divulgado nesta manhã, há apenas pequenas aglomerações de pessoas e veículos localizadas em pontos próximos às rodovias

Estadão Conteúdo Publicado Em 31/05/18 - 13h10

O governo comemora na reunião da manhã desta quinta-feira, 31, do grupo criado para avaliar a paralisação dos caminhoneiros a redução para apenas “nove pontos com pequenas aglomerações de pessoas e veículos localizadas em pontos próximos às rodovias federais”, que estão sendo monitorados.
A informação consta do boletim das 11h divulgado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), que também disse não registrar bloqueio do fluxo normal de veículos. No balanço da noite desta quarta-feira, 30, o número de “aglomerações” era de 197.
Outro ponto considerado muito positivo pelo governo foi o sucesso na liberação do Porto de Santos (SP), depois da intervenção das Forças Armadas no local nesta madrugada. Este era um foco de tensão e a ação foi cuidadosamente planejada porque o governo temia confronto no local, pela forte resistência dos trabalhadores do porto e pelo simbolismo desta estratégica área de abastecimento para São Paulo e todo o país.
O governo está comemorando também o recuo dos petroleiros, que estão revertendo as mobilizações em todas as refinarias, depois do Tribunal Superior do Trabalho (TST) fixar em 2 milhões de reais por dia a aplicação de multa às instituições que lideram a greve. A paralisação foi convocada pela Federação Única dos Petroleiros (FUP), que é ligada à Central Única dos Trabalhadores (CUT), braço do Partido dos Trabalhadores (PT).
O maior problema é em Santa Catarina, onde existem seis pontos de paralisações. Há também um no Ceará e dois no Rio Grande do Sul. Este ponto de aglomeração do Ceará, próximo à capital, Fortaleza, é uma área considerada de tensão pelo governo.
Além do presidente Michel Temer, nove ministros participam da reunião desta manhã, no Palácio do Planalto: Eliseu Padilha (Casa Civil), Sérgio Etchegoyen (Gabinete de Segurança Institucional), Carlos Marun (Secretaria de Governo), Raul Jungmann (Segurança Pública), Claudenir Brito (ministro substituto da Justiça), Joaquim Silva e Luna (interino da Defesa), Grace Mendonça (Advogada Geral da União), Valter Casimiro (Transporte Portos e Aviação) e Rossieli Soares (Educação).

JORNAL FOLHA DE PERNAMBUCO


Avião da FAB traz mais 15 toneladas de medicamentos para Pernambuco

Esta é a segunda vez na semana que um avião da FAB traz medicamentos para Pernambuco devido ao desabastecimento causado pela paralisação dos caminhoneiros

Portal Folhape Publicado Em 31/05/18 - 18h07

Um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) aterrissou no Aeroporto do Recife, na Zona Sul da capital, com 15 toneladas de medicamentos, na tarde desta quinta-feira (31). De acordo com a oficial de comunicação social do Terceiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta III), tenente Virgínia, a aeronave, um C-130 Hércules, trouxe insumos para hemodiálise de Montes Claros, em Minas Gerais.
Os medicamentos seguiram para o Centro de Nefrologia de Caruaru, no Agreste do Estado, transportados por caminhões. Segundo a tenente, a unidade de saúde já estava trabalhando com racionamento devido ao desabastecimento causado pela paralisação dos caminhoneiros, que se encerrou nessa quarta (30).
Esta é a segunda vez na semana que um avião da FAB traz medicamentos para Pernambuco. Na última terça (29), outa aeronave desembarcou no Aeroporto do Recife com 16 toneladas de medicamento. Os insumos também foram destinados a pacientes em tratamento de hemodiálise em Caruaru.

OUTRAS MÍDIAS


PORTAL PARAIBA.COM.BR - Comandante do Exército chama de "tresloucados" e "malucos" quem cobra intervenção militar no Brasil


Estadão Publicado Em 31/05/18 - 11h18

O comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, diz que há “chance zero” de setores das Forças Armadas, principalmente da ativa, mas também da reserva, se encantarem com a volta dos militares ao poder. Admite, porém, que há “tresloucados” ou “malucos” civis que, vira e mexe, batem à sua porta cobrando intervenção no caos político.
“Esses tresloucados, esses malucos vêm procurar a gente aqui e perguntam: ´Até quando as Forças Armadas vão deixar o País afundando? Cadê a responsabilidade das Forças Armadas?´” E o que ele responde? “Eu respondo com o artigo 142 da Constituição. Está tudo ali. Ponto”.
Pelo art. 142, “as Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.”
O que o general chama hoje de “tresloucados” corresponde a uma versão atualizada das “vivandeiras alvoroçadas” que, segundo o marechal Humberto de Alencar Castelo Branco, primeiro presidente do regime militar, batiam às portas dos quartéis provocando “extravagâncias do Poder militar”, ou praticamente exigindo o golpe de 1964, que seria temporário e acabou submetendo o País a 21 anos de ditadura. “Nós aprendemos a lição. Estamos escaldados”, diz agora o comandante do Exército.
Ele relata que se reuniu com o presidente Michel Temer e com o ministro da Defesa, Raul Jungmann, e avisou que a tropa vive dentro da tranquilidade e que a reserva, sempre mais arisca, mais audaciosa, “até o momento está bem, sob controle”. De fato, a crise política, econômica e ética atinge proporções raramente vistas, mas os militares da ativa estão mudos e os da reserva têm sido discretos, cautelosos.
“Eu avisei (ao presidente e ao ministro) que é preciso cuidado, porque essas coisas são como uma panela de pressão. Às vezes, basta um tresloucado desses tomar uma atitude insana para desencadear uma reação em cadeia”, relatou o general Villas Bôas, lembrando que há temas mais prosaicos do que a crise, mas com igual potencial de esquentar a panela, como os soldos e a Previdência dos militares.
Na sua opinião, Temer “talvez por ser professor de Direito Constitucional, demonstra um respeito às instituições de Estado que os governos anteriores não tinham. A ex-presidente Dilma (Rousseff), por exemplo, tinha apreço pelo trabalho das pessoas da instituição, mas é diferente”.
Em entrevista ao Estado, na sua primeira manifestação pública sobre a crise política do País, o comandante do Exército admitiu que teme, sim, “a instabilidade”. Indagado sobre o que ele considerava “instabilidade” neste momento, respondeu: “Quando falo de instabilidade, estou pensando no efeito na segurança pública, que é o que, pela Constituição, pode nos envolver diretamente”.
Aliás, já envolve, porque “o índice de criminalidade é absurdo” e vários Estados estão em situação econômica gravíssima, como Rio de Janeiro, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Minas Gerais. Uma das consequências diretas é a violência.
Ao falar sobre a tensão entre o Judiciário e o Legislativo, depois que o ministro Marco Aurélio Mello afastou o senador Renan Calheiros da presidência do Senado por uma liminar e Renan não acatou a ordem judicial, o comandante do Exército admitiu: “Me preocupam as crises entre Poderes, claro, mas eles flutuam, vão se ajustando”.
O general disse que se surpreendeu ao ver, pela televisão, que um grupo de pessoas havia invadido o plenário da Câmara pedindo a volta dos militares. “Eu olhei bem as gravações, mas não conheço nenhuma daquelas pessoas”, disse, contando que telefonou para o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) para se informar melhor e ouviu dele: “Eu não tenho nada a ver com isso”.
Bolsonaro. Bolsonaro, um capitão da reserva do Exército que migrou para a vida política e elegeu-se deputado federal, é uma espécie de ponta de lança da direita no Congresso e não apenas capitaneia a defesa de projetos caros às Forças Armadas, como tenta verbalizar suas dúvidas, angústias e posições e se coloca como potencial candidato à Presidência em 2018.
“No que me diz respeito, o Bolsonaro tem um perfil parlamentar identificado com a defesa das Forças Armadas”, diz o general, tomando cuidado com as palavras e tentando demonstrar uma certa distância diplomática do deputado.
É viável uma candidatura dele a presidente da República em 2018, como muitos imaginam? A resposta do general não é direta, mas diz muito: “Bolsonaro, a exemplo do (Donald) Trump, fala e se comporta contra essa exacerbação sem sentido do tal politicamente correto”



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