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NOTIMP - Noticiário da Imprensa - 25/05/2017 / A-29 na formação do piloto de caça


A-29 na formação do piloto de caça ...  


A aeronave A-29 Super Tucano melhorou bastante a formação dos pilotos de caça da Força Aérea Brasileira ...   



Kaiser David Konrad ...   


Há mais de trinta anos, quando a Embraer apresentou o Tucano, revolucionou completamente o conceito de treinamento de pilotos militares, alcançando imediato sucesso internacional, com 637 exemplares produzidos. Em 1986, diante da possibilidade de participar da concorrência dos Estados Unidos, onde a Força Aérea e a Marinha dos EUA conjuntamente pretendiam adquirir um treinador único para o programa Sistema Conjunto de Aeronave de Treinamento Primário (JPATS - Joint Primary Aircraft Training System), que previa a aquisição de 711 exemplares, a Embraer desenvolveu uma nova versão do avião Tucano, cujo projeto foi baseado no T-27G1, o Short Tucano da Força Aérea do Reino Unido.

A primeira ideia de modificar o Tucano para uma aeronave de combate e de contra-insurgência surgiu dentro da Embraer ainda no final da década de 1980, fazendo uma atualização do motor usando o PWC PT6A-67R com 1.420shp, que dobrava a potência da aeronave. Na sequência, para equilibrar o peso e a potência adicionados pelo novo motor, a Embraer alongou a fuselagem em 1,37 metros com um trecho de 0,37 m na frente da cabina do piloto e um plugue de 1 m à popa. Esta aeronave de prova de conceito foi construída em uma plataforma modificada que incluiu mudanças estruturais quando comparado ao Tucano original e evoluiu para se tornar o EMB-312H. O H simbolizava a missão pretendida da aeronave: caçar helicópteros.

O EMB-312H voou pela primeira vez em 9 de setembro de 1991, no mesmo momento em que se lançava nos EUA o programa JPATS. A Embraer juntou-se à Northrop Grumman em 1993 para oferecer o EMB-312H com 80 por cento de conteúdo fabricado nos Estados Unidos, mas perdeu o negócio um ano depois para o Beechcraft T-6A Texan II, derivado do Pilatus PC-9. Esta derrota seria rapidamente superada, já que em 1995, a Força Aérea Brasileira (FAB) estava se preparando para lançar o projeto SIVAM –Sistema de Vigilância da Amazônia– e seu braço operativo, o SIPAM –Sistema de Proteção da Amazônia.

À medida que o conceito foi se desenvolvendo, surgiu a necessidade de um avião de ataque leve para combater os contrabandistas e narcotraficantes e “fechar” o espaço aéreo na fronteira, e a FAB lançou um programa de aquisição para 99 aeronaves de ataque leve (AL-X). O EMB-312H foi o ponto de partida para o desenvolvimento de uma aeronave completamente nova usando um motor turboélice P&WC PT6A-68C de 1,600SHP. Nascia o EMB-314, cuja designação na FAB passou a ser A-29 Super Tucano, realizando seu primeiro voo em 28 de junho de 1999.

Desde que o Super Tucano substituiu o jato AT-26 Xavante na formação dos pilotos de caça da Força Aérea Brasileira, uma série de novas tecnologias foram introduzidas, melhorando o treinamento e preparando os novos pilotos de combate para operar com mais facilidade avançadas aeronaves e gerenciando sistemas complexos necessários ao êxito da missão. “A aeronave é usada no Brasil principalmente para a formação de pilotos de caça e cumpre muito bem essa tarefa pois permite ao piloto executar vários tipos de missão, graças ao seu avançado sistema de armas, sendo também capaz de executar complexas missões de combate ar-solo (ataque) e lançar armamento de precisão com um baixo custo operacional”, disse o Coronel Aviador da reserva João Alexandro Vilela, que foi piloto de testes do programa AL-X da FAB, que originou o A-29 Super Tucano. “O Super Tucano foi desenvolvido com uma aviônica avançada, digna de aviões de quarta geração, estando na vanguarda entre as aeronaves da sua categoria”, ressaltou.

Esses modernos sistemas embarcados na aeronave A-29 Super Tucano trouxeram um ganho operacional para o Curso de Especialização Operacional da Aviação de Caça, realizado no 2º Esquadrão do 5º Grupo de Aviação, na Ala 10, uma unidade da FAB sediada em Natal, no estado do Rio Grande do Norte, no nordeste do Brasil. O Brigadeiro-do-Ar Pedro Luis Farsic, comandante da Ala 10 descreveu os ganhos operacionais proporcionados pela substituição do AT-26 Xavante pelo A-29:

• Simulador de voo: sua qualidade trouxe um ganho muito grande na familiarização do piloto com os sistemas da aeronave. Além disso, ele proporciona uma economia de horas de voo, pois muitas missões podem ser treinadas primeiramente no simulador e isso permite reduzir a quantidade de voos para determinadas fases;

• Sistema de crítica-vídeo: com as estações de debriefing e crítica-vídeo, a qualidade da instrução melhorou consideravelmente. Após a missão, o aluno pode rever todo o seu voo e, juntamente com o instrutor, analisar os principais aspectos a serem aprimorados. Além disso, a avaliação das missões de emprego e de combate aéreo ficou muito mais criteriosa, pois é possível validar os resultados e analisar cada detalhe do passe do piloto. No AT-26, não havia um sistema de crítica-vídeo e o debriefing da missão dependia exclusivamente da memória do instrutor.

• Precisão no emprego: O A-29 é uma plataforma de armas muito precisa. Com isso, as missões de navegação por contato e de emprego do armamento aéreo têm uma maior probabilidade de sucesso do que com o AT-26.

• Sistemas de navegação: os auxílios à navegação do A-29, além de mais confiáveis, são mais atuais. O sistema de navegação inercial com GPS integrado EGIR (Embedded GPS, Inertial and Radar Altimeter) e o GPS autônomo são de fácil operação e aumentam consideravelmente a consciência situacional dos pilotos. As telas coloridas multifuncionais CMFD (Colored Multi-Function Displays) apresentam as rotas selecionadas, as áreas de instrução e quaisquer outras informações relevantes que o piloto tenha inserido no seu planejamento. O piloto automático reduziu bastante a carga de trabalho do piloto e permitiu um conforto maior para as missões de longa duração.

• Guerra eletrônica: o sistema de Data Link permite um contato inicial do estagiário do curso de caça com uma rede de enlace de dados. Esse treinamento, apesar de básico, serve como uma preparação para o uso do Data-Link nas aeronaves de caça de primeira linha.

Modernização das frotas
Com um envelope de voo de +7G e -3,5G, o Super Tucano possui para proteção dos pilotos uma blindagem protetora de cabine de Kevlar, assento ejetável zero-zero, para-brisa reforçado para impacto contra aves e redundância nos sistemas mais críticos. Para sua navegação e emprego, foi dotado com modernos sistemas aviônicos, que incluem um visor frontal HUD (Head-Up Display), um sistema de mãos sobre o manete e o manche HOTAS (Hands-on Throttle and Stick), um sistema de geração de oxigênio OBOGS (On-Board Oxygen Generation Systems) e uma iluminação compatível com o uso de óculos de visão noturna. Com um moderno painel composto por duas telas de cristal líquido fornecido pela AEL Sistemas, que aumenta a consciência situacional do piloto, o Super Tucano socializou a era do conhecimento dentro da FAB, tornando o piloto um operador de sistemas e trazendo inúmeras novas capacidades e tecnologias embarcadas e de treinamento, que se tornaram referência e ajudaram a FAB a criar os requerimentos para os programas de modernização das frotas de F-5 e A-1.

Sua versão de exportação, que possui uma série de avanços, entre eles um painel com três telas multifuncionais, foi vendida para a Angola, Burkina Fasso, Chile, Colômbia, Equador, Indonésia, Mali, Mauritânia, República Dominicana, sendo também selecionado para o programa Light Air Support, com a finalidade de fornecer aeronaves de contra-insurgência para países aliados dos Estados Unidos. Por exemplo, a Força Aérea dos EUA tem operado a aeronave no 81º Esquadrão de Caça, da Base Aérea de Moody, sendo que parte delas já foi entregue ao Afeganistão onde estão sendo incessantemente empregadas em combate, cumprindo majoritariamente missões de escolta de comboios e apoio aéreo aproximado.

Como suportam uso intensivo, os Super Tucanos são uma boa opção para a Força Aérea Afegã (AAF, por sua sigla em inglês), que realiza operações próximas de suporte aéreo no deserto, sob temperaturas extremas. De acordo com um programa de cooperação custeado pelos EUA, a AAF está programada para receber 20 A-29s até 2018. Além da aeronave, o programa inclui treinamento das tripulações da AAF nos Estados Unidos, tanto para manutenção como para pilotagem. “Tenho de aprender as formas de trabalhar com o sistema do A-29, como ele funciona, de forma que o meu piloto possa voar nele; tenho de me tornar um mecânico profissional e me familiarizar com todas as suas características. É muito importante para nós nos tornarmos profissionais, para podermos servir ao nosso país, nossa terra natal e nosso povo”, disse um capitão da Força Aérea do Afeganistão que participa do programa, que preferiu não divulgar seu nome por questões de segurança. “Agradeço ao governo dos EUA, que está ajudando o governo do Afeganistão a se capacitar para defender alguns pontos geograficamente estratégicos contra os insurgentes que lá estão. Temos a expectativa de que a Força Aérea do Afeganistão se tornará mais bem preparada profissionalmente para defender nosso país do que aqueles que querem destruir nosso país”, disse à Diálogo.

O Super Tucano é uma aeronave de combate genuinamente brasileira, certificada para carregar 150 combinações diferentes de armamentos e sensores, apta a executar uma variada gama de missões, dia e noite, incluindo ataque leve, apoio aéreo aproximado, vigilância, escolta de comboios terrestres e de helicópteros em operações C-SAR, interceptação e interdição aérea, mostrando-se uma plataforma ideal para contra-insurgência. Além disso, o Super Tucano tem se mostrado uma excelente aeronave para formação e instrução avançada de pilotos de caça. Graças aos modernos sensores e sistemas eletrônicos embarcados e às capacidades de treinamento sintético e simulação, é possível a entrega, mais rápida e com muito menor custo de formação, de pilotos mais experientes e capazes para os esquadrões de caça da primeira linha.



Acompanhe aqui o Noticiário relativo ao Comando da Aeronáutica veiculado nos principais órgãos de comunicação do Brasil. O NOTIMP apresenta matérias de interesse do Comando da Aeronáutica, extraídas diretamente dos principais jornais e revistas publicados no país.




JORNAL FOLHA DE SÃO PAULO


Ministro da Defesa critica "baderna" e anuncia Exército na Esplanada


Gustavo Uribe De Brasília

O ministro da Defesa, Raul Jungmann, classificou nesta terça-feira (24) como "baderna" e "descontrole" os episódios de vandalismo e depredação em protesto em Brasília e solicitou reforço das Forças Armadas para controlar a situação na Esplanada dos Ministérios.
Em pronunciamento feito a pedido do presidente Michel Temer, o ministro disse que a manifestações "degringolou para violência, vandalismo, desrespeito, agressão e ameaça".
Segundo ele, as tropas federais que estão neste momento no Palácio do Planalto e no Palácio do Itamaraty para os prédios ministeriais.
"O presidente ressalta que é inaceitável a baderna, o descontrole e que ele não permitirá que atos como esse venham a turbar um processo que se desenvolve de maneira democrática e em respeito às manifestações", disse.
Temer assinou decreto em edição extra do "Diário Oficial da União" que autoriza o emprego das Forças Armadas até a próxima quarta-feira (31) para a garantia da lei e da ordem no Distrito Federal.
O protesto foi organizado por centrais sindicais e movimentos de esquerda pela saída do presidente, contra as reformas da previdenciária e trabalhista e a favor da convocação de eleições diretas para presidente.
PÚBLICO MAIOR QUE O ESPERADO
Nos bastidores, auxiliares e assessores presidenciais reconhecem que o protesto não foi irrelevante e reuniu público maior do que era esperado.
Eles avaliam, no entanto, que os episódios de vandalismo e depredação acabaram ganhando mais destaque na opinião pública do que as revindicações, que acabaram colocadas em segundo plano.
A preocupação é de que, a partir de agora, o clima de animosidade popular contra o governo peemedebista se intensifique e novas manifestações com episódios de violência ocorram em todo o país.
Com o agravamento do confronto entre manifestantes e policiais, o presidente ordenou a evacuação de todos os prédios da Esplanada dos Ministério na tarde desta quarta-feira (24).
A ordem foi repassada pela Casa Civil devido aos episódios de depredação e vandalismo nas estruturas governamentais, como o incêndio causado na Agricultura.
O presidente também acionou o GSI (Gabinete de Segurança Institucional) para ajudar na evacuação dos prédios e evitar que outras estruturas ministeriais sejam incendiadas.
Foram disparadas bombas de gás e de efeito moral durante a manifestação.
A cavalaria da Polícia Militar chegou a investir contra os manifestantes, que responderam jogando pedras e paus.
Os organizadores falam em mais de 100 mil pessoas. A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal afirmou que até as 11h30 havia 25 mil manifestantes.

Comandante militar do Planalto coordenará ação com tropas da FAB, da Marinha e do Exército


Painel

O comandante militar do Palácio do Planalto, general de divisão Pereira Gomes, coordenará a operação com tropas federais na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.
Fuzileiros da Marinha estão posicionados nos arredores de ministérios e do Planalto, e integrantes da infantaria da Aeronáutica e do Exército se deslocam para as pastas nesta tarde. A quantidade de militares que serão deslocados ainda não foi definida.
À coluna, o chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, o almirante Ademir Sobrinho, afirmou que o objetivo da ação não é conter as manifestações. “A missão é proteger ministérios e o Planalto, dar segurança às pessoas para se dirigem ao seus locais de trabalho e dar assistência às pessoas que necessitem”, disse.
Segundo o almirante, a primeira proteção ao Congresso Nacional será feita pela Polícia Militar do Distrito Federal e as tropas federais ficarão em prontidão. “Ficaremos prontos para atuar caso eles percam o controle ou seus meios sejam insuficientes”, afirmou.
O presidente Michel Temer assinou nesta quarta (24) um decreto para o emprego das Forças Armadas para ação de garantia da lei e de ordem, a pedido do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia,. Em entrevista nesta tarde, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, disse que a solicitação se deveu à violência nos protestos que ocorrem na capital.
A ação está prevista para ocorrer até o dia 31, mas a atuação dos homens dependerá do desenrolar das manifestações.

Autorização do uso de militares em Brasília pelo governo sofre críticas


Gustavo Uribe / Daniel Carvalho / Bruno Boghossian

A decisão do presidente Michel Temer de autorizar a atuação das Forças Armadas no Distrito Federal gerou críticas e uma crise com a Câmara dos Deputados. Em pronunciamento, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, classificou de "baderna" e "descontrole" os episódios de vandalismo e depredação e disse que atendeu a pedido do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Pelo decreto, publicado em edição extra do "Diário Oficial", as Forças Armadas atuarão até a próxima quarta (31) em nome da Garantia da Lei e da Ordem (GLO).
O dispositivo GLO autoriza que os militares atuem com poder de polícia quando há o esgotamento das forças de segurança pública ou no caso de situações de perturbação.
Nesta quarta, cerca de 300 militares agiram para proteger prédios com a presença de militares.
O presidente da Câmara negou que tenha pedido o emprego das Forças Armadas. Ele solicitou que a Força Nacional garantisse a segurança nas adjacências do Congresso e pediu uma retratação ao ministro.
Em resposta, o governo confirmou que Maia pediu a Força Nacional. Jungmann afirmou ainda que o efetivo disponível em Brasília já havia sido utilizado para proteger o entorno do Planalto. Por isso, o GSI (Gabinete de Segurança Institucional) e o Ministério da Defesa decidiram que as Forças Armadas seriam mais efetivas.
À Folha, o ministro disse que pesou na decisão a ausência de tropas da Força Nacional no Distrito Federal. "Nós não temos tropas da Força Nacional suficientes aqui, então usamos as Forças Armadas. Esse é o procedimento, já ocorreu em outras ocasiões", disse o ministro.
No pronunciamento, Jungmann afirmou que a manifestação em Brasília "degringolou para violência, vandalismo, desrespeito, agressão e ameaça". "O presidente ressalta que é inaceitável a baderna, o descontrole e que ele não permitirá que atos como esse venham a turbar um processo que se desenvolve de maneira democrática e em respeito às manifestações."
Com o agravamento do confronto nesta quarta, o presidente ordenou a evacuação dos ministérios.
A GLO já foi evocada em operações no Rio de Janeiro e durante a fase aguda das crises no Rio Grande Norte e no Espírito Santo.
A decisão de empregar militares foi criticada pelo ministro Marco Aurélio Mello, do STF. Em sessão, se disse "preocupado". "Espero que a notícia não seja verdadeira", declarou.

Painel


Volver Na noite desta quarta (24), após a dispersão do protesto, integrantes da Defesa avaliavam que a ação das Forças Armadas não era mais necessária. Temer deve revogar o decreto. O governo acha que a radicalização da manifestação deve esvaziar novos atos por diretas.

"Medida extrema", uso do Exército não teve anuência do DF, diz governador


Laís Alegretti

O governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, classificou com uma "medida extrema" a convocação das Forças Armadas pelo presidente Michel Temer. Por meio de nota, afirmou que foi pego de surpresa pela decisão do Palácio do Planalto, que não contou com anuência do governo do Distrito Federal.
"Para surpresa do Governo de Brasília, a Presidência da República decidiu na tarde de hoje recorrer ao uso das Forças Armadas, medida extrema adotada sem conhecimento prévio e nem anuência do Governo de Brasília e sem respeitar os requisitos da Lei Complementar nº 97/99", diz a nota.
O trecho da lei citado por Rollemberg estabelece que a atuação das Forças Armadas, na garantia da lei e da ordem, só ocorrerá depois de "esgotados os instrumentos destinados à preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio".
A lei determina, ainda, que os instrumentos podem ser considerados esgotados quando forem formalmente reconhecidos pelo chefe do poder executivo federal ou estadual como "indisponíveis, inexistentes ou insuficientes".
Centrais sindicais e movimentos de esquerda de diversos marcharam em Brasília nesta quarta-feira (24) contra o presidente Michel Temer e as reformas da Previdência e trabalhista.
Depois de confrontos e depredações, as Forças Armadas foram convocadas para controlar a situação na Esplanada - prédios de ministérios chegaram a ser incendiados.
Rollemberg conclui, no texto, que "não é a violência e nem a restrição de liberdade" resolverão a "grave crise política do país". "A solução virá do estrito respeito à Constituição e às leis em vigor no país", escreveu.
O governador do Distrito Federal lamentou "episódios ocorridos" na manifestação. Disse, ainda, que "eventuais excessos" serão rigorosamente apurados.
"Em todas as 151 manifestações realizadas nos últimos dois anos, as forças de segurança federal e distrital agiram de maneira integrada e colaborativa. Em todas as ocasiões a Polícia Militar agiu com eficácia e eficiência, demonstrando estar plenamente apta ao regular desempenho de sua missão constitucional", escreveu.

JORNAL O ESTADO DE SÃO PAULO


Marco Aurélio diz esperar não ser verdade decreto sobre Forças Armadas

Ministro do Supremo expressa preocupação com decreto que institui Garantia da Lei e da Ordem em Brasília

Isadora Peron E Breno Pires, O Estado De S.paulo

O ministro Marco Aurélio Mello demonstrou preocupação, durante a sessão plenária no Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quarta-feira, 24, com a autorização assinada pelo presidente Michel Temer para empregar as Forças Armadas em Brasília para a Garantia da Lei e da Ordem.
"Presidente, voto um pouco preocupado com o contexto e eu espero que a notícia não seja verdadeira. O chefe do Poder Executivo teria editado um decreto autorizando o uso das Forças Armadas do DF no período de 24 a 31 de maio", afirmou.
Após o comentário, o ministro pediu vista, isto é, mais tempo para analisar a ação que discutia uma questão tributária, relativa à cobrança da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins).
Marco Aurélio foi o único ministro, até agora, a se manifestar sobre o caos que se instalou em Brasília nesta quarta-feira, 24. Após a declaração do ministro, a sessão no Supremo continuou transcorrendo normalmente.

Oposição critica uso de Forças Armadas para reprimir manifestações em Brasília

Garantia da Lei e da Ordem é autorizada por meio de decreto e estará em vigor até 31 de maio

Igor Gadelha, Adriana Fernandes E Idiana Tomazelli

BRASÍLIA - Deputados da oposição criticaram na tarde desta quarta-feira, 24, o acionamento pelo presidente Michel Temer (PMDB) de missões de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) para reprimir as manifestações contra o governo do peemedebista que ocorrem na Esplanada dos Ministérios, na capital federal. 
O acionamento da missão de Garantia da Lei e da Ordem foi autorizada por meio de decreto publicado em edição extra do Diário Oficial da União. Por meio dela, o governo autorizou o uso das Forças Armadas nas manifestações desta quarta, 24, até 31 de maio. O governo afirmou que autorizou a pedido do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
"Não me lembro de ter visto isso nem na ditadura militar. Não é um ato normal. Já tínhamos visto o acionamento da Garantia da Lei e da Ordem em presídios nas favelas do Rio de Janeiro, mas não tínhamos visto para reprimir os movimentos sociais", afirmou o líder do PT, Carlos Zarattini (SP), em discurso no plenário.

O deputado Alessandro Molon (Rede-RJ) também criticou durante discurso no plenário o acionamento da GLO. O parlamentar disse não ter visto uma situação dessas nem durante o regime militar. "É um absurdo", afirmou o parlamentar fluminense. Parlamentares da oposição cobraram do presidente da Câmara o motivo pelo qual ele pediu isso. Maia afirmou que apenas pediu ao presidente Michel Temer o uso das Forças Nacionais de Segurança para conter os protestos contra o governo Temer em frente ao Congresso.

Protesto em Brasília termina com depredação, 49 feridos e 8 detidos

Ato convocado por centrais sindicais na Esplanada foi marcado por ataques a ministérios; governo acionou as Forças Armadas para reforçar segurança

Julia Lindner, Leonencio Nossa, Fernando Nakagawa

BRASÍLIA - Organizado para pedir a renúncia do presidente Michel Temer e protestar contra as reformas da Previdência e trabalhista, o ato que desencadeou o uso das Forças Armadas em Brasília terminou com pessoas feridas, prédios depredados, pontos de ônibus destruídos, fogo ateado em banheiros químicos e manifestantes presos.
Até as 20 horas desta quarta-feira, 24, a Secretaria de Segurança do Distrito Federal não havia informado o efetivo usado pela polícia. Números oficiais indicavam 49 feridos, entre eles, um por arma de fogo, confirmado pela secretaria. O repórter fotográfico Wilton Júnior, do Estado, foi atingido por estilhaços de uma bomba. Foram detidas oito pessoas.
O ato começou de forma pacífica ao meio-dia. Menos de três horas depois o cenário era totalmente distinto, com confronto entre a Polícia Militar e um grupo de black blocs.
Veja os principais acontecimentos do dia em Brasília
A transformação do ato pacífico em violento começou quando um grupo de mascarados, descontente com um bloqueio formado pela PM em uma área mais próxima do Congresso Nacional e do Palácio do Planalto, começou a jogar garrafas plásticas e pedaços de madeira. Embora a ação fosse de um grupo restrito, a reação da polícia foi generalizada. Àquela altura, conforme a PM, o protesto reunia cerca de 35 mil pessoas, mobilizadas por nove centrais sindicais.
Bombas de gás e spray de pimenta começaram a ser lançados em todo o grupo de manifestantes. Houve correria. Pessoas tentaram se refugiar nos estacionamentos dos ministérios, que também serviam de abrigo para a cavalaria. Um grupo de manifestantes partiu para o confronto, dando continuidade a uma escalada de violência que somente foi controlada por volta das 18 horas.
O primeiro alvo foi o Ministério da Fazenda. Por volta das 14h30, o grupo tentou invadir o prédio. Vidros foram quebrados e a segurança, reforçada. Cerca de 400 homens faziam a proteção do local.
A onda de violência se estendeu. Do alto de carros de som instalados na Esplanada, locutores de centrais sindicais pediam calma aos manifestantes e para que policiais deixassem de usar spray de pimenta. Sem sucesso. Cada vez mais exaltados, manifestantes atearam fogo em banheiros químicos, destruíram pontos de ônibus e partiram para o ataque ao Ministério da Agricultura, provocando um incêndio que atingiu a área térrea do edifício.
Em meio ao barulho de manifestantes, bombas de gás e helicópteros, a segurança do Palácio do Planalto foi reforçada. Meia hora depois do incêndio no Ministério da Agricultura, 30 homens do Batalhão da Guarda Presidencial faziam um bloqueio na rampa que dá acesso ao palácio. Outros 170 estavam a postos nas guaritas. No efetivo da segurança do presidente, havia mais cem pessoas.
Enquanto a segurança do Palácio do Planalto era reforçada, a Casa Civil enviava uma ordem para que o expediente dos ministérios fosse encerrado e os servidores, liberados. O secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, e outros funcionários tiveram de sair pelos anexos, nas vias paralelas à Esplanada.
Os prédios começaram a ser esvaziados às 16 horas. Trinta minutos depois, veio a notícia da convocação das Forças Armadas. Só então a Esplanada, depredada, ainda com focos de fogo em meio a um forte cheiro de spray de pimenta começou a ser esvaziada. Já era noite quando viaturas da PM deixavam o local e as Forças Armadas começaram a ocupar a região.

"Clima no Exército é de consternação, choque e preocupação", diz Villas Bôas

Comandante afirma que Força fica na "expectativa caso algo fuja do controle"

Daniel Weterman

O comandante do Exército, general Eduardo da Costa Villas Bôas, afirmou nesta quarta-feira, 24, que o clima no comando da instituição e no Palácio do Planalto é de "choque" e "muita insegurança". As declarações do militar foram dadas a jornalistas em referência à crise no governo motivada pelas denúncias contra o presidente Michel Temer feitas com base nas delações dos empresários da JBS.
"Clima de consternação, de choque e de preocupação. Muita incerteza e muita insegurança até que as coisas se definam", disse o general, que deu uma palestra sobre defesa nacional na Fundação Fernando Henrique Cardoso (PSDB), na capital paulista, ao lado do ex-presidente da República.
O comandante comentou ainda o decreto do presidente Michel Temer nesta quarta-feira autorizando o uso das Forças Armadas na capital federal até o dia 31 de maio, após manifestações causarem confrontos em Brasília e provocarem depredação e incêndio em alguns ministérios. O militar garantiu que as Forças Armadas iriam agir respeitando a Constituição e garantindo a democracia.
"Acredito que a polícia deva ter ainda a capacidade de preservar a ordem. Ficamos em uma situação de expectativa caso algo fuja ao controle", disse Villas Bôas.
Ele negou que haja um risco para o direito às manifestações durante as ações. "Tanto as forças de segurança pública quanto as Forças Armadas estão empenhadas na preservação da democracia, na observância da Constituição e no perfeito funcionamento das instituições nacionais, a quem cabe encontrar o caminho para a solução dessa crise. Mas a nossa democracia não corre risco."
"Ameaça". Depois de falar que a corrupção ameaçava o futuro do País, Villas Bôas afirmou que os recentes acontecimentos envolvendo o presidente Temer complicam a situação ainda mais. "É um processo que estamos vivendo que vem de longo tempo. Realmente ameaçam o futuro. Mas tenho plena certeza, convicção, de que o País, a nação e as instituições vão ter capacidade de encontrar os caminhos, de buscar essa regeneração necessária e a gente retomar o caminho de crescimento e de evolução", disse.
Ele afirmou que, no caso da saída do presidente Michel Temer do cargo, as Forças Armadas terão um papel de garantir o cumprimento da Constituição e afastou qualquer possibilidade de intervenção e ocupação do poder por parte dos militares.

Temer avalia revogar decreto sobre uso das Forças Armadas nas manifestações


Naira Trindade

O presidente Michel Temer está monitorando o desfecho das manifestações na Esplanada dos Ministérios e já avalia revogar o decreto que permitiu que as Forças Armadas agissem para garantir a “ordem” na praça. A texto permite o exército de atuar no Distrito Federal até 31 de maio. Nele, o ministro Raul Jungmann (Defesa) fica responsável por delimitar o acesso da área monitorada pelo Exército. A medida provocou uma enxurrada de críticas e senadores entraram com pedido para suspender o decreto presidencial. Se as manifestações estiverem mais calmas até o fim da noite, Temer vai revogar o decreto.

Senadores apresentam projeto para suspender uso das Forças Armadas na Esplanada


Andreza Matais E Naira Trindade

Senadores da oposição apresentaram nesta quarta-feira, 24, um projeto de decreto legislativo pedindo a suspensão do uso das Forças Armadas nas manifestações na Esplanada. No decreto assinado, a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) justifica que conferir ao Congresso a “competência exclusiva do Congresso Nacional sustar os atos do Executivo” e defende que a sustação do exército vai “garantir a harmonia dos poderes”. O projeto tem também a assinatura da senadora Lídice da Mata.

JORNAL CORREIO BRAZILIENSE


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Tropas do Exército com fuzis e escudos guarnecem prédios dos ministérios

Os soldados chegaram em caminhões que estacionaram nas vias que ficam na parte de trás dos Ministérios

Agência Estado

Já era noite quando a Polícia Militar deixou a Esplanada dos Ministérios após a operação que começou na madrugada desta quarta-feira, 24. Enquanto viaturas da PM deixavam o local, homens das Forças Armadas assumiam posições na região que foi palco da manifestação horas antes. Dispostos no entorno dos ministérios, soldados do Exército portavam escudo transparente e alguns mantinham fuzis bem à vista.
A entrada das tropas na Esplanada foi discreta. Os soldados chegaram em caminhões que estacionaram nas vias que ficam na parte de trás dos Ministérios. Logo depois do desembarque, grupos de 20 a 30 homens eram formados nos estacionamentos dos ministérios enquanto as ordens eram passadas.
Aos poucos, os ministérios passaram a ser protegidos pelas Forças Armadas. Um dos primeiros foi o das Comunicações. Soldados do Exército cercaram o entorno de todo o edifício e ficaram dispostos com distância de cerca de cinco metros entre eles. Armados, os homens vestiam roupa camuflada e usavam protetores peitorais e nas pernas, como uma espécie de armadura. Nas mãos, escudos transparentes com a inscrição do Exército.
O mesmo esquema foi usado no Ministério da Agricultura. Em formação semelhante, soldados portando fuzil guarneceram o entorno do Ministério da Fazenda - que sofreu invasão e foi esvaziado durante a tarde.
Os fuzis usados pelas tropas permitem uso de bala de borracha ou munição tradicional, mas os soldados não disseram qual tipo estava sendo usado. Na Fazenda, seguranças privados foram pegos de surpresa, mas comemoraram a chegada do reforço, já que o edifício costuma ser alvo constante de manifestantes. Nesta quarta, vidros foram quebrados.

Rollemberg não foi avisado sobre uso das Forças Armadas no DF

Protocolo manda que o chefe do executivo local seja informado antes de qualquer medida de segurança que envolva do Distrito Federal

Leonardo Cavalcanti

O governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, não foi avisado pelo Palácio do Planalto sobre o decreto que autoriza o emprego das Forças Armadas para garantir a lei e a ordem no DF. A decisão partiu de forma unilateral do presidente Michel Temer, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, e o general Sergio Etchegoyen, do Gabinete de Segurança Institucional.
O padrão é que, nos casos de emprego das Forças Armadas, os governadores de estados sejam avisados – até mesmo participando da decisão, afinal a ação expõem a falta de condições da Polícia Militar regional para atuar nos confrontos.

O decreto assinado por Jungmann e Etchegoyen abrange todo o Distrito Federal e não apenas a Esplanada dos Ministérios. Há um protocolo reservado em casos de emergência que estabelece que a segurança dos prédios da Esplanada fique por conta da Polícia Federal. O protocolo foi usado na última greve geral, em 28 de abril. Segundo fontes do Governo do Distrito Federal (GDF), isso não foi seguido dessa vez. Rollemberg só soube do decreto pela imprensa.
O decreto estabelece o emprego da GLO (Garantia da Lei e da Ordem). No site do Ministério da Defesa estabelece as ações que podem ser realizadas pelas Forças Armadas, como realizar busca e apreensão de armas e explosivos, desocupar ou proteger as instalações de infra-estrutural críticas. O texto da GLO diz que "deve ser resguardado o direito do livre exercício da imprensa, excetuadas circunstâncias em que houver manifesto risco a incolumidade física dos profissionais da mídia e da própria GLO".
Nesta quarta-feira, diante do protesto que reuniu cerca de 30 mil pessoas na Eslanada dos Ministérios, o presidente Michel Temer assinou o decreto, autorizando a ação das forças federais na capital federal. A intenção, segundo o documento, é a Garantir de Lei e da Ordem de Brasília. O Exército convocou, ao todo, 1.200 militares, para atuar não só na Esplanada, como em outras regiões do DF, caso necessário.

Segundo Temer, o objetivo, até então, é que o Congresso Nacional, os prédios dos ministérios e o Palácio do Planalto sejam blindados pelos militares. 
Ao justificar sua decisão, Temer disse que atendia a um pedido do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Ao todo, serão dez companhias com 1.200 homens apenas do Exército. Ainda há tropas da Marinha e da Aeronáutica protegendo prédios oficiais.

JORNAL VALOR ECONÔMICO


Decreto de Temer autoriza Forças Armadas a proteger prédios do governo


Por Fernando Exman, Andrea Jubé, Bruno Peres, Cris

BRASÍLIA E SÃO PAULO -  O presidente Michel Temer publicou nesta quarta-feira, em edição extraordinária do “Diário Oficial da União”, decreto autorizando o emprego das Forças Armadas para a Garantia da Lei e da Ordem no Distrito Federal.

A medida foi tomada depois que o presidente se reuniu com autoridades do Ministério da Defesa e do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), em meio a embates entre a Polícia Militar do Distrito Federal e manifestantes na Esplanada dos Ministérios.

Diversos ministérios foram depredados. A autorização valerá por uma semana, entre hoje e o dia 31 de maio. Segundo o decreto, a área de atuação das Forças Armadas será definida pelo Ministério da Defesa.
Segundo o ministro da Defesa, Raul Jungmann, essa ação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) permitirá deslocar tropas federais das Forças Armadas para assegurar a segurança do Palácio do Planalto, do Itamaraty e dos demais prédios dos ministérios. Tropas militares já estão no Planalto e no Itamaraty.

Jungmann disse que Temer considera "inaceitável a baderna, o descontrole, e não permitirá que atos como esse venham a turbar um processo que se desenvolve de forma democrática e com respeito às instituições".

Jungmann lamentou que a manifestação "que estava prevista como pacífica degringolou para a violência, o vandalismo, o desrespeito e a agressão ao patrimônio público". Ele lamentou a ameaça aos servidores que estavam trabalhando nos ministérios.

Exército

O comandante do Exército Eduardo Dias da Costa Villas Boas afirmou nesta quarta-feira que as Forças Armadas "jamais" devem agir para "causar alguma ruptura democrática". Villas Boas citou a depredação feita por alguns manifestantes em ato contra Temer em Brasília e disse que é preciso "proteger e preservar as instituições".

"[As Forças Armadas] jamais [devem agir] para causar alguma ruptura no processo democrático, sempre para preservar o processo democrático, garantir o cumprimento da Constituição e para proteger e preservar as instituições, a quem cabe encontrar os caminhos para a gente sair desse imbróglio que nós estamos metidos", declarou Villas Boas.

O comandante participa de um evento no Instituto Fernando Henrique Cardoso sobre o papel das Forças Armadas, ao lado do ex-presidente tucano.

Villas Boas disse que as Forças Armadas recebem "muitos apelos para que haja intervenção militar" e disse que esse pedido é feito porque as pessoas "identificam valores" no Exército, Marinha e Aeronáutica.

Decreto

De acordo com as informações do Ministério da Defesa, as missões de Garantia da Lei e da Ordem são realizadas exclusivamente por ordem expressa da Presidência da República em casos "em que há o esgotamento das forças tradicionais de segurança pública, em graves situações de perturbação da ordem".

Nelas, as Forças Armadas ganham permissão para agir com poder de polícia em área restrita e por tempo limitado, "até o restabelecimento da normalidade". Um exemplo de missão de GLO foi o trabalho de tropas do Exército em ações de pacificação em favelas do Rio.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse hoje ter requisitado o emprego da Força Nacional de Segurança para conter o quebra-quebra em ministérios. Mas atribuiu ao governo a decisão de convocar as Forças Armadas.

A Força Nacional de Segurança Pública, subordinada ao Ministério da Justiça, é formada por profissionais especializados e tem o objetivo de "executar atividades e serviços imprescindíveis à preservação da ordem pública, à segurança das pessoas e do patrimônio, atuando também em situações de emergência e calamidades públicas", apoiando operações de segurança pública. Seu uso deve ser solicitado pelos governadores e ter o pedido aprovado pelo ministro da Justiça. Leia abaixo o decreto, publicado nesta quarta-feira em edição extra do “Diário Oficial da União”, por meio do qual o presidente Michel Temer autoriza o emprego das Forças Armadas no Distrito Federal:

DECRETO DE 24 DE MAIO DE 2017 - Autoriza o emprego das Forças Armadas para a Garantia da Lei e da Ordem no Distrito Federal.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o art. 84, caput, incisos IV e XIII, da Constituição, e tendo em vista o disposto no art. 15 da Lei Complementar nº 97, de 9 de junho de 1999, D E C R E TA:

Art. 1º Fica autorizado o emprego das Forças Armadas para a Garantia da Lei e da Ordem no Distrito Federal, no período de 24 a 31 de maio de 2017.

Parágrafo único. A área de atuação para o emprego a que se refere o caput será definida pelo Ministério da Defesa.

Art. 2º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 24 de maio de 2017; 196º da Independência e 129º da República.

MICHEL TEMER

Raul Jungmann

Sergio Westphalen Etchegoyen

JORNAL ESTADO DE MINAS


Cotado para substituir Temer, Jobim é sempre lembrado nas crises políticas

"Ele é sempre lembrado por ser um conciliador", diz o deputado Miro Teixeira (Rede-RJ)

Agência Estado

São Paulo - Citado como um dos nomes para uma eventual sucessão do presidente Michel Temer, o ex-ministro da Justiça e da Defesa Nelson Jobim tem evitado comentar o assunto com seus amigos e interlocutores. Segundo eles, Jobim ainda vê chances de Temer permanecer no cargo e não enxerga uma solução imediata para a crise.
Nesta terça-feira, 23, o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), defendeu publicamente Jobim como alternativa.
A amigos, o ex-ministro tem dito que Temer tem chance de se manter no cargo se tirar o governo da paralisia e fazer com que as reformas trabalhista e da Previdência andem no Congresso. Também não vê uma solução imediata para a crise mesmo que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decida cassar a chapa Dilma-Temer, pois a legislação permite uma infinidade de recursos. Mas acredita que a saída será pela política e não pelo Judiciário, segundo relatos de amigos.
Jobim também tem evitado, no momento, o papel de construtor de uma ponte entre os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Henrique Carodos, pois acredita que antes disso é preciso definir uma agenda comum entre os dois.
O motivo para seu nome ser cogitado, segundo quem o conhece, é a facilidade de Jobim para transitar nos mais diversos e relevantes ambientes.
Filiado ao PMDB, partido de Temer, foi ministro da Justiça no governo FHC e ocupou a pasta da Defesa nas administrações petistas de Lula e Dilma.
Na condição de ex-ministro e ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Jobim transita bem no Judiciário, criou laços nas Forças Armadas depois da passagem pelo Ministério da Defesa e hoje é integrante do conselho administrativo do Banco BTG Pactual, posto que lhe abriu as portas do mercado financeiro. Além disso, Jobim foi deputado federal por três mandatos.
"Ele é sempre lembrado por ser um conciliador", diz o deputado Miro Teixeira (Rede-RJ), amigo de Jobim mas que discorda da possibilidade de o ex-ministro concorrer em uma eleição indireta. "Numa eleição direta, aí sim, o PMDB poderia indicar o nome dele", completou.
Segundo amigos, Jobim se cala quando o assunto é a possível sucessão de Temer. Alguns deles interpretam o silêncio como sinal de que o ex-ministro está disposto a enfrentar a empreitada, caso a oportunidade caia no seu colo, mas não fará movimentos bruscos.
Amigo de infância e ex-vizinho de calçada em Santa Maria (RS), o também ex-ministro do STF Eros Grau pontua que uma das marcas da atuação de Jobim é a objetividade.
"Além de ser formado em Direito, ele se graduou em Matemática. As frases dele nunca têm mais do que 15 palavras. É extremamente objetivo, seja no que escreve, seja no que faz", disse Eros Grau. O ex-ministro lembra que, embora tenha perfil conciliador, Jobim sempre manteve autonomia. "É um homem correto e, portanto, independente", disse Eros Grau.
Essa autonomia se expressa, às vezes, de forma polêmica, como quando Jobim admitiu ter votado em José Serra (PSDB) em 2010, embora fosse ministro de Dilma. Alvo de críticas do PT, respondeu durante um aniversário de FHC: "os idiotas perderam a modéstia".

PORTAL G-1


Temer aciona tropas federais para proteger Planalto e ministérios após vandalismo, anuncia Jungmann

Ministro da Defesa chamou a imprensa para entrevista coletiva no Planalto. Enquanto ele falava, manifestantes ocupavam Esplanada para pedir saída de Temer do governo.

Por G1, Brasília

O ministro da Defesa, Raul Jungmann, informou nesta quarta-feira (24) que o presidente Michel Temer decretou a "ação de garantia da lei e da ordem" e, com isso, tropas federais passarão a reforçar a segurança na região da Esplanada dos Ministérios.
Enquanto Jungmann fazia o pronunciamento, manifestantes ocupavam a Esplanada dos Ministérios para pedir a saída do presidente Michel Temer do governo.
O decreto assinado por Temer foi publicado em uma edição extra do "Diário Oficial da União" e prevê o emprego das Forças Armadas entre 24 e 31 de maio. A ordem é assinada pelo presidente, por Jungmann e pelo ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Sérgio Etchegoyen.
Realizadas exclusivamente por ordem expressa da Presidência da República, as missões da GLO ocorrem nos casos em que há, segundo o Ministério da Defesa, "o esgotamento das forças tradicionais de segurança pública, em graves situações de perturbação da ordem".
Ainda de acordo com o ministério, nessas ações, as Forças Armadas "agem de forma episódica, em área restrita e por tempo limitado, com o objetivo de preservar a ordem pública, a integridade da população e garantir o funcionamento regular das instituições".
"O senhor presidente [Michel Temer] decretou, por solicitação do senhor presidente da Câmara, a ação de garantia da lei e da ordem e, nesse instante, tropas federais se encontram neste palácio [do Planalto], no Palácio do Itamaraty e logo mais estarão chegando tropas para assegurar que os prédios dos minsitérios sejam mantidos incólumes", anunciou o ministro da Defesa no pronunciamento desta quarta.
Raul Jungmann não respondeu a perguntas de jornalistas, mas acrescentou que a manifestação na Esplanada dos Ministérios estava prevista como pacífica, mas "degringolou na violência, no vandalismo, no desrespeito, na agressão ao patrimônio público e na ameaça às pessoas".
Logo após o pronunciamento, o presidente da Câmara falou sobre o assunto, em plenário.
"Eu pedi o apoio das Forças Nacionais, sim. Agora, qual foi o instrumento que ele [Raul Jungmann] usou foi uma decisão do governo. Agora, de fato, o ambiente na Esplanada era grave e, para garantir a segurança tanto dos manifestantes quanto daqueles que trabalham na Esplanada e no Congresso, eu fui ao presidente que a Força Nacional pudesse colaborar neste momento junto com a Polícia do Distrito Federal", disse Rodrigo Maia.
Mais cedo, durante a sessão da Câmara, já havia tido muita gritaria, troca de empurrões entre deputados e acusações entre parlamentares contra e a favor do governo Temer.
Tumulto na Câmara e reação de Maia
Logo após o pronunciamento de Jungmann, deputados da oposição começaram a criticar no plenário da Câmara a convocação das Forças Armadas. Houve confusão e um empurra-empurra generalizado. A sessão chegou a ser suspensa.
Então, o presidente da Câmara decidiu falar sobre o assunto no plenário e chamar líderes ao seu gabinete para explicar o que ocorreu.
"Eu pedi o apoio das Forças Nacionais, sim. Agora, qual foi o instrumento que ele [Raul Jungmann] usou foi uma decisão do governo", disse Maia.
Ele também justificou o seu pedido. "Agora, de fato, o ambiente na Esplanada era grave e, para garantir a segurança tanto dos manifestantes quanto daqueles que trabalham na Esplanada e no Congresso, eu fui ao presidente que a Força Nacional pudesse colaborar neste momento junto com a Polícia do Distrito Federal."
Mais cedo, durante a sessão da Câmara, já havia ocorrido outro episódio com muita gritaria, troca de empurrões e acusações entre parlamentares contra e a favor do governo Temer.
Repercussão
A decisão de Temer foi criticada por deputados e senadores de oposição e até mesmo da base aliada do presidente. O decreto também repercutiu no Supremo Tribunal Federal.
"Voto um pouco preocupado com o contexto, e espero que a notícia não seja verdadeira. O chefe do Poder Executivo teria editado decreto autorizando uso das Forças Armadas no Distrito Federal no período de 24 a 31 de maio", disse o ministro do STF Marco Aurélio Mello.
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) pediu uma reunião conjunta do Congresso para que os parlamentares discutissem e sustassem o decreto de Temer. Mas a convocação foi rejeitada por Eunício Oliveira (PMDB-CE), presidente do Senado.
“Manifestação, repressão, black blocks é polícia que resolve. Chamar as Forças Armadas num momento grave da vida nacional. Isso é um crime de lesa-pátria, isso sim é que é contra a Constituição”, afirmou o senador Randolfe Rodrigues.
Entenda a GLO
Realizadas exclusivamente por ordem expressa da Presidência da República, as missões da garantia de lei e ordem (GLO) ocorrem nos casos em que há, segundo o Ministério da Defesa, "o esgotamento das forças tradicionais de segurança pública, em graves situações de perturbação da ordem".
Ainda de acordo com o ministério, nessas ações, as Forças Armadas "agem de forma episódica, em área restrita e por tempo limitado, com o objetivo de preservar a ordem pública, a integridade da população e garantir o funcionamento regular das instituições".
De acordo com o manual de aplicação da GLO publicado pelo governo em 2014, para a Copa do Mundo, o foco de atuação é contra os chamados Agentes de Perturbação da Ordem Pública (APOP), e "ameaças".
Ainda segundo este manual, APOP "são pessoas ou grupos de pessoas cuja atuação momentaneamente comprometa a preservação da ordem pública ou ameace a incolumidade das pessoas e do patrimônio".
Por "ameaças", acrescenta, entende-se "atos ou tentativas potencialmente capazes de comprometer a preservação da ordem pública ou ameaçar a incolumidade das pessoas e do patrimônio".
Boa tarde a todos e a todas,
Incubiu-me o senhor presidente da República, em companhia do ministro do Gabinete de Segurança Institucional, comunicar aos senhores o seguinte:
Atendendo à silicitação do senhor presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), mas também levando em conta, fundamentalmente, que uma manifestação que estava prevista como pacífica, ela degringolou na violência, no vandalismo, no desrespeito, na agressão ao patrimônio público, na ameaça às pessoas, muitas delas servidores que se encontram aterrorizados e que estamos garantindo neste momento a sua evacuação, o senhor presidente da República decretou, por solicitação do senhor presidente da Câmara, uma ação de garantia da lei e da ordem.
Neste instante, tropas federais já se encotnram aqui neste palácio, no Palácio do Itamaraty e, logo mais, estão chegando tropas para assegurar que os prédios dos ministérios sejam mantidos incólumes.
O senhor presidente da República faz questão de ressaltar que é inaceitável a baderna, que é inaceitável o descontrole e que ele não permitirá que atos como esse venham a turbar o processo que se desenvolve de forma democrática e com respeito às instituições.
Era isso que tínhamos de dizer aos senhores e às senhoras, muito obrigado pela atenção.

Após decreto, Eunício nega pedido de senador para convocar Congresso

Senador Randolfe Rodrigues solicitou reunião conjunta de Câmara e Senado para sustar decreto presidencial de mandar tropas federais para conter manifestações em Brasília.

Por Gustavo Garcia, G1, Brasília

O presidente do Senado e do Congresso, Eunício Oliveira (PMDB-CE), rejeitou nesta quarta-feira (24) um pedido do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) para convocar o Congresso Nacional.
Randolfe solicitou a reunião conjunta para que os parlamentares discutissem e sustassem o decreto do presidente Michel Temer que mandou tropas federais para conter manifestações em Brasília.
O parlamentar do Amapá solicitou a convocação do Congresso Nacional com base no artigo da Constituição Federal que fala sobre o estado de defesa.
O dispositivo diz que: “decretado o estado de defesa ou sua prorrogação, o Presidente da República, dentro de vinte e quatro horas, submeterá o ato com a respectiva justificação ao Congresso Nacional, que decidirá por maioria absoluta”.
Eunício Oliveira negou a solicitação de Randolfe Rodrigues argumentando que Temer não havia decretado estado de defesa. “O decreto está baseado numa solicitação do presidente da Câmara dos Deputados”, disse.
“O decreto não se baseia no estado de defesa. A lei complementar 97 permite que ele [Temer] possa fazer [o que fez]”, acrescentou.
“Nesse caso colocado pelo presidente da República não cabe a manifestação expressa do Congresso Nacional. Não está previsto na Constituição. Portanto tenho que indeferir a questão de ordem de vossa excelência”, explicou Eunício.
Eunício argumentou que não cabia a convocação do Congresso nesse caso e, consequentemente, rejeitou o pedido.
A lei complementar 97/1999 diz, em seu artigo 15, que: “o emprego das Forças Armadas na defesa da Pátria e na garantia dos poderes constitucionais, da lei e da ordem, e na participação em operações de paz, é de responsabilidade do Presidente da República, que determinará ao Ministro de Estado da Defesa a ativação de órgãos operacionais”.
O parágrafo primeiro do artigo 15 diz que: “compete ao Presidente da República a decisão do emprego das Forças Armadas, por iniciativa própria ou em atendimento a pedido manifestado por quaisquer dos poderes constitucionais, por intermédio dos Presidentes do Supremo Tribunal Federal, do Senado Federal ou da Câmara dos Deputados”.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), nega que tenha solicitado o emprego das Forças Armadas em Brasília e que a decisão foi do governo federal.
"Eu pedi o apoio das Forças Nacionais, sim. Agora, qual foi o instrumento que ele [Raul Jungmann] usou foi uma decisão do governo. Agora, de fato, o ambiente na Esplanada era grave e, para garantir a segurança tanto dos manifestantes quanto daqueles que trabalham na Esplanada e no Congresso, eu fui ao presidente que a Força Nacional pudesse colaborar neste momento junto com a Polícia do Distrito Federal", disse Rodrigo Maia na Câmara.

Forças Armadas não vão sustentar governo, afirma Renan Calheiros

Rompido com o presidente Michel Temer, líder do PMDB no Senado disse edição de decreto para garantia da lei e da ordem "beira a insensatez". Senador tem adotado posição crítica em relação ao governo.

Por Gustavo Garcia, G1, Brasília

O líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), utilizou a tribuna do Senado nesta quarta-feira (24) para, mais uma vez, tecer críticas ao presidente Michel Temer. Ao comentar o decreto presidencial que ordenou que as Forças Armadas reforçassem a segurança em Brasília, Renan disse que “se o governo não se sustenta, não serão as Forças Armadas que vão sustentá-lo”.
O peemedebista disse ainda que Temer tem o direito de chamar as Forças Armadas nesse caso, mas que “beira à insensatez fazer isso no momento em que o país pega fogo, beira à irresponsabilidade”.
“Fazer isso dissimuladamente e atribuir a responsabilidade ao presidente da Câmara é um horror. Se esse governo não se sustenta, não serão as forças armadas que vão sustentar esse governo”, declarou Renan.
Rompido com Michel Temer, Renan voltou a criticar as reformas enviadas pelo Executivo ao Congresso Nacional e fez críticas à condução do governo pelo presidente da República.
“Um governo com essa rejeição não pode pretender que vai transferir para o Congresso Nacional, que vai impor uma reforma que a sociedade acha que é demais, que é exagerada”, declarou.
Em um embate com o presidente nacional do PMDB, Romero Jucá (PMDB-RR), Renan também questionou posicionamentos do partido.
“O PMDB não é um departamento do Executivo, o PMDB não é um subproduto do governo. O PMDB é um partido político que, coincidentemente, tem lá na Presidência da República um filiado do PMDB, mas isso não significa dizer que o PMDB vai aceitar sem discutir toda imposição do Palácio do Planalto”, criticou.
Ele também repetiu que o governo Temer sofre, na visão dele, influência do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso na Lava Jato.

Aparelho que auxilia pouso no Aeroporto de Vitória está com defeito

Instrumento, conhecido como ILS, auxilia a visibilidade de pilotos durante mau tempo. Em menos de uma semana, aeroporto fechou duas vezes por causa das chuvas.

Por Patrícia Scalzer, Cbn Vitória

O sistema de pouso por instrumento do Aeroporto de Vitória, conhecido como ILS, está há quatro meses com defeito, de acordo com o capitão da Força Aérea Brasileira (FAB) Mário Marques Pereira. O funcionamento correto do equipamento poderia ter evitado o cancelamento de grande número de voos nos últimos dias por causa do mau tempo em Vitória. A Infraero disse que vai comprar uma nova peça para reparar o equipamento.
O ILS possui dois transmissores, o vertical e o horizontal. De acordo com o capitão da FAB, há quatro meses o transmissor que funciona no plano vertical está quebrado. Segundo ele, se o transmissor não estivesse com defeito, mais aviões conseguiriam pousar no Aeroporto de Vitória mesmo com mau tempo.
“Com o sistema todo operando, a aeronave consegue aproximar até 60 metros da pista. Sem esse sistema, apenas com o transmissor horizontal, ele só opera até 590 pés, em torno de 200 metros”, explicou.
O capitão da FAB acrescentou que apesar do ILS não estar funcionando em sua totalidade, isso não coloca em risco os voos que chegam na Capital. Porém, impede que um número maior de aviões consigam pousar no Aeroporto de Vitória quando a visibilidade está ruim.
Ele também frisou que o Aeroporto de Vitória possui dois outros métodos de navegação por instrumento, que é o GPS e o equipamento VOR. Entretanto, eles não têm a eficiência do ILS.
Capitão Mário destacou que o VOR ajuda na operação por instrumento, mas o ideal é que o ILS esteja funcionando corretamente.
“Esse VOR não tem a precisão do equipamento ILS, mas ele permite ainda a manutenção da operação do aeroporto, não em condições de visibilidade tão restrita, mas não deixa o aeroporto indisponível de procedimentos de navegação”, disse.
A assessoria de imprensa da Infraero informou que a peça do ILS que está com defeito será substituída. Ela será comprada no exterior. Disse também que o Aeroporto de Vitória tem condições de receber pousos em situação de mau tempo porque no local existem outros equipamentos que auxiliam a operação por instrumento.

AGÊNCIA CÂMARA


Comissão debate projetos estratégicos militares com o comandante da Marinha


A Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional promove audiência pública, nesta quarta-feira (24), com o comandante da Marinha do Brasil, o almirante de esquadra Eduardo Bacellar Leal Ferreira.
O comandante irá debater com os integrantes do colegiado a situação dos projetos estratégicos das Forças Armadas, os programas de cooperação internacional do Brasil na área da Defesa e os planos da Marinha do Brasil para o desenvolvimento tecnológico neste setor.
A audiência foi proposta pela deputada Bruna Furlan (PSDB-SP) e Pedro Fernandes (PTB-MA).
A reunião ocorrerá no plenário 3, a partir das 10 horas.

REVISTA CARTA CAPITAL


Tensão à vista em protesto contra Temer e por Diretas Já

Um obscuro acordo entre órgãos repressivos será aplicado contra manifestantes em Brasília

André Barrocal

Brasília terá um protesto com milhares de pessoas nesta quarta-feira 24. Convocado no início de maio contra as reformas propostas pelo governo, sobretudo a da Previdência, ganhou fôlego após Michel Temer virar alvo de inquérito criminal. A tônica agora será o “Fora Temer” e por nova eleição presidencial. Motivo de tensões à vista, a julgar por um obscuro acordo repressivo e pelo ânimo dos líderes da manifestação.
O acordo foi assinado em 27 de abril por representantes do governo federal, do Congresso e do Distrito Federal. Era preparado fazia um ano, desde a abertura do impeachment de Dilma Rousseff pela Câmara, mas, coincidentemente, só foi concluído na véspera da greve geral de 28 de abril deste ano, símbolo de um acirramento maior no País.
Chama-se Protocolo Tático Integrado de Manifestações. É uma espécie de manual a definir o papel do aparato estatal repressivo em protestos. Traça 110 cenários e especifica como a polícia deve agir em caso de distúrbios. Prevê revista nos participantes e os proíbe de portar coisas como hastes de bandeiras e fogos de artifício.
O acordo não esconde seu caráter político. Diz que sua aplicação depende do tamanho e do perfil do protesto. Ficou na medida para o impopular presidente e suas reformas. Local de trabalho de Temer, o Palácio do Planalto há tempos vive em estado alerta, com soldados do exército sempre de prontidão nas garagens subterrâneas e na entrada principal.
Agora, como resultado do “protocolo”, o Congresso tornou-se um bunker, onde entrar e sair é quase impossível, tentativa de proteger os parlamentares de pressões contra mudanças na CLT e no INSS. Um ensaio de votação da reforma trabalhista em uma comissão do Senado nesta terça-feira (23) terminou em bate-boca entre senadores, sinal de que a tensão não está apenas nas ruas. O Palácio do Planalto também está isolado. A sede do Executivo está cercada por grades, sob a vigília de soldados do Exército.
Alguns organizadores do protesto foram avisados na véspera pelos subordinados do governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB), na Secretaria de Segurança Pública que o controle sobre os manifestantes será rigoroso desde as primeiras horas do dia. Motivo de revolta do presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas.
“É uma provocação”, disse Freitas em entrevista na Câmara. “Vejam o aparelho de guerra que está formado aqui, isso aqui é a Casa do Povo, isso é como se fosse para defender o Congresso Nacional de um ataque militar inimigo”. Segundo ele, a manifestação também pedirá a retirada imediata das propostas de reformas trabalhista e da Previdência de dentro do Congresso.
Da parte do governo Temer, o “protocolo” a ser usado contra a manifestação foi assinado pelo vice-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Antonio Freire Gomes, o chefe da Abin, órgão de inteligência federal, Janer Tesch Alvarenga, e o número 2 da Secretaria Nacional de Segurança Pública, almirante Alexandre Araújo Mota.
Curiosidade: o número 1 da secretaria é o general que chefiou a missão de paz das Nações Unidas no Congo, Carlos Alberto dos Santos Cruz. Um experiente em guerras, portanto.
Na sexta-feira 19, Temer chamou os chefes das Forças Armadas ao Planalto para uma reunião, pois conta com eles para sobreviver no cargo, sabe-se lá por quanto tempo. O líder civil da tropa, Raul Jungmann, ministro da Defesa, estava presente.
Jungmann não acompanhou o presidente do seu partido (PPS), que se demitiu do ministério da Cultura após a delação da JBS contra Temer, e segue no cargo. Reuniu-se várias vezes com Temer nos últimos dias. Foi o primeiro compromisso do presidente na manhã dos protestos desta quarta-feira 24.
Detalhe: em um dos grampos realizados não fase secreta da operação da Polícia Federal que esteve no encalço de Aécio Neves por obstrução à Justiça e corrupção, o tucano foi grampeado em uma conversa com o colega de PSDB José Serra, e este lhe disse: o ministério da Justiça precisava de alguém mais forte, “alguém como o Jungmann”.

PORTAL DEFESANET


CLA inicia curso para operações de lançamento de veículos espaciais

Participantes receberão orientações para atuar com segurança em atividades realizadas em Alcântara

Tenente Huxley Batista / Aspirante Aline Fuzisaki

O Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) iniciou a 1ª Edição do Curso de Preparação para Operações de Lançamento, módulo I, nesta semana. A atividade ocorre na organização militar da Força Aérea Brasileira (FAB), responsável pelo lançamento e rastreio de engenhos aeroespaciais, localizada no estado do Maranhão.
O objetivo é capacitar pessoal técnico a exercer com segurança atividades que envolvam o lançamento de veículos espaciais a partir do CLA. O curso também será usado como iniciação de novos operadores, colaboradores e clientes do Centro.
Na abertura do evento, o Coronel Luciano Valentim Rechiuti, Diretor do CLA, apresentou aos participantes a missão, infraestrutura atual, últimos avanços, principais operações e perspectivas. “O CLA tem, hoje, papel vital nos projetos voltados à área espacial.
Todos eles passam ou passarão por Alcântara em algum momento. Nesse sentido, o Curso se torna uma ferramenta efetiva para a gestão do conhecimento, ao passo em que possibilita que colaboradores mais experientes transmitam suas competências e vivências aos recém-chegados que, nos próximos anos, assumirão funções estratégicas nas operações de lançamento”, explica.
De acordo com o cronograma do curso, os inscritos receberão instruções sobre tecnologia espacial, operações de lançamento, planejamento operacional, preparação e lançamento, segurança de superfície, sistema de localização, radares, segurança do trabalho, perspectivas da área espacial, sistema de telemedidas, trajetografia e sincronização, metrologia, meteorologia, segurança de voo espacial, gestão da qualidade e área patrimonial.
O Curso de Preparação para Operações de Lançamento (CPOL) é uma iniciativa do CLA. É composto por dois módulos (teórico ou universal e prático ou específico), sendo o segundo obrigatório para aqueles que estarão engajados nos setores operacionais do CLA.
A certificação oferecida pelo primeiro módulo é a de “colaborador qualificado” e a do segundo módulo, “operador da estação”. No segundo módulo, ainda a ser realizado, o participante irá se especializar em uma das estações operacionais do Centro.
O CPOL/2017 é regulado pela Tabela de Cursos da Aeronáutica - "Cursos e Estágios do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) para o ano de 2017”.

Sistema de comunicações seguras da FAB é testado em aeronaves da Marinha

Meios aéreos das três Forças poderão se comunicar de forma segura em operações

Tenente Raquel Sigaud

Depois de aeronaves do Exército Brasileiro, foi a vez de helicópteros da Marinha do Brasil passarem por testes para uso do Sistema de Comunicação Segura Link BR-1, da FAB.
O Algoritmo Criptográfico Brasileiro (ACB) foi inserido nas aeronaves UH-15 SuperCougar (do Primeiro Esquadrão de Helicópteros Anti-Submarino) e SH-16 Seahawk (do Segundo Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral), ambas da Aviação Naval.
Realizados na Ala 1, em Brasília, os testes em terra e em voo foram bem sucedidos. Especialistas da Célula de Comunicação e Enlace de Dados (CCED), do Comando de Operações Aeroespacias (COMAE), prestaram assistência técnica.

Além da inserção do ACB e do conjunto de dados, os testes incluíram a qualificação das tripulações na comunicação segura entre as aeronaves em solo e em voo. Houve ainda comunicações com a aeronave R-99 do Esquadrão Guardião (2º/6º GAV) e com a Estação Remota de Link de Dados (DLRS) de Anápolis, da Ala 2.
A próxima etapa é integrar as aeronaves UH-15 e SH-16 da Marinha do Brasil ao Link BR-1. Elas operam a partir da Base Aérea Naval de São Pedro da Aldeia (RJ).
Esse trabalho mostra o esforço das três Forças Armadas em buscar a integração operacional por meio da comunicação segura entre os meios aéreos, principalmente em operações conjuntas.

MINISTÉRIO DA DEFESA


Forças Armadas brasileiras enviam últimas tropas ao Haiti


Por Major Sylvia Martins

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As últimas tropas brasileiras, que comporão o 26º Contingente Brasileiro (CONTBRAS) na Missão das Nações Unidas para Estabilização no Haiti (MINUSTAH), já começaram a ser enviadas ao país. Até 1º de junho, 970 militares da Marinha, do Exército e da Força Aérea cumprirão a missão por mais seis meses, até o encerramento, já definido pela Organização das Nações Unidas (ONU) para 15 de outubro deste ano.
Para finalizar a missão, são 850 militares do Batalhão Brasileiro de Infantaria de Força de Paz (BRABAT – sigla em inglês), com efetivos das três Forças, e 120 da Companhia Brasileira de Engenharia de Força de Paz (BRAENGCOY – sigla em inglês), do Exército Brasileiro.
Em 16 de maio partiu o primeiro voo, com aproximadamente 250 militares, do aeroporto internacional de Viracopos (SP). Mais 3 voos, 22 e 27 de maio e 1º de junho completam o contingente. Quando em solo haitiano, será realizada a cerimônia de ativação do 26º CONTBRAS, com a presença de autoridades da ONU no Haiti e do Force Commander, general Ajax Porto Pinheiro. 
Na solenidade do embarque do primeiro efetivo, o comandante militar do Sudeste, general João Camilo Pires de Campos, que esteve no evento, destacou o trabalho realizado, até hoje, no país caribenho. “O Brasil deixou uma marca de qualidade no Haiti, reconhecida”, afirmou.
A Marinha do Brasil integra o contingente com os Fuzileiros Navais, pertencentes ao Comando da Força de Fuzileiros de Esquadra, do Rio de Janeiro. Os militares do Exército são da 12ª Brigada de Infantaria Leve (Aeromóvel), de Caçapava (SP), e os da Força Aérea são do 4º Comando Aéreo Regional.

O BRABAT 26 tem a missão de manter um ambiente seguro e estável no Haiti, em apoio às atividades de assistência humanitária e de fortalecer as instituições nacionais haitianas. Além disso, como último Contingente Brasileiro, o batalhão terá a responsabilidade de realizar a desmobilização do pessoal e do material. Os militares deverão desmontar toda a estrutura brasileira em terras haitianas para facilitar a repatriação.
Segundo a ONU, no período que ficarão ainda no Haiti, as Forças Armadas brasileiras realizarão a passagem de função para a Missão das Nações unidas de Apoio à Justiça no Haiti (MINUJUSTH), que permanecerá no país pelos próximos dois anos.

OUTRAS MÍDIAS


REPÓRTER NARESSI


Fazenda da Aeronáutica de Pirassununga comemora 69 anos

A Fazenda da Aeronáutica de Pirassununga (FAYS) celebrará no dia 02 de junho de 2017, 69 anos de existência. Na ocasião será realizada uma Formatura Militar onde serão homenageados com o título de "Amigo da FAYS" o Brigadeiro do Ar Mário Augusto Baccarin, Comandante da Academia da Força Aérea, Coronel Intendente Valdecyr dos Santos, Chefe do Grupamento de Apoio de Pirassununga, Segundo Sargento Marcos Rocha de Alcântara, o senhor Sérgio Policastro, da Receita Federal, o senhor Antônio Roberto Barbosa, da empresa Multitrigo, o senhor Osmar Denofre, da empresa O & M Tornearia e Oficina Mecânica, o senhor Paulo Cirilo e Denílson Bueno dos Santos, funcionários prestadores de serviço na FAYS.
Também serão homenageados os militares do efetivo da FAYS com o título de Graduado Padrão, o Terceiro Sargento Hewerton Marcello Chitckoski e o Soldado de Primeira Classe, Daniel José dos Santos, como Praça Padrão.
A Fazenda da Aeronáutica é uma Organização Militar (OM) subordinada diretamente ao comando da Academia da Força Aérea (AFA) e tem como atribuições ocupar produtivamente a áreas sob sua responsabilidade com atividades agroindustriais, suprir as organizações militares da área do IV COMAR sediadas no Estado de São Paulo, com gêneros de sua produção e/ou beneficiamento, abastecer o pessoal militar e civil da guarnição, através de um serviço de reembolsável e comercializar o excedente da produção.
Informações - Sgt Braz - Secretaria da Fazenda da Aeronáutica de Pirassununga

DIÁLOGO


A-29 na formação do piloto de caça

A aeronave A-29 Super Tucano melhorou bastante a formação dos pilotos de caça da Força Aérea Brasileira
Kaiser David Konrad
Há mais de trinta anos, quando a Embraer apresentou o Tucano, revolucionou completamente o conceito de treinamento de pilotos militares, alcançando imediato sucesso internacional, com 637 exemplares produzidos. Em 1986, diante da possibilidade de participar da concorrência dos Estados Unidos, onde a Força Aérea e a Marinha dos EUA conjuntamente pretendiam adquirir um treinador único para o programa Sistema Conjunto de Aeronave de Treinamento Primário (JPATS - Joint Primary Aircraft Training System), que previa a aquisição de 711 exemplares, a Embraer desenvolveu uma nova versão do avião Tucano, cujo projeto foi baseado no T-27G1, o Short Tucano da Força Aérea do Reino Unido.
A primeira ideia de modificar o Tucano para uma aeronave de combate e de contra-insurgência surgiu dentro da Embraer ainda no final da década de 1980, fazendo uma atualização do motor usando o PWC PT6A-67R com 1.420shp, que dobrava a potência da aeronave. Na sequência, para equilibrar o peso e a potência adicionados pelo novo motor, a Embraer alongou a fuselagem em 1,37 metros com um trecho de 0,37 m na frente da cabina do piloto e um plugue de 1 m à popa. Esta aeronave de prova de conceito foi construída em uma plataforma modificada que incluiu mudanças estruturais quando comparado ao
Tucano original e evoluiu para se tornar o EMB-312H. O H simbolizava a missão pretendida da aeronave: caçar helicópteros.
O EMB-312H voou pela primeira vez em 9 de setembro de 1991, no mesmo momento em que se lançava nos EUA o programa JPATS. A Embraer juntou-se à Northrop Grumman em 1993 para oferecer o EMB-312H com 80 por cento de conteúdo fabricado nos Estados Unidos, mas perdeu o negócio um ano depois para o Beechcraft T-6A Texan II, derivado do Pilatus PC-9. Esta derrota seria rapidamente superada, já que em 1995, a Força Aérea Brasileira (FAB) estava se preparando para lançar o projeto SIVAM –Sistema de Vigilância da Amazônia– e seu braço operativo, o SIPAM –Sistema de Proteção da Amazônia. À medida que o conceito foi se desenvolvendo, surgiu a necessidade de um avião de ataque leve para combater os contrabandistas e narcotraficantes e “fechar” o espaço aéreo na fronteira, e a FAB lançou um programa de aquisição para 99 aeronaves de ataque leve (AL-X). O EMB-312H foi o ponto de partida para o desenvolvimento de uma aeronave completamente nova usando um motor turboélice P&WC PT6A-68C de 1,600SHP. Nascia o EMB-314, cuja designação na FAB passou a ser A-29 Super Tucano, realizando seu primeiro voo em 28 de junho de 1999.
Desde que o Super Tucano substituiu o jato AT-26 Xavante na formação dos pilotos de caça da Força Aérea Brasileira, uma série de novas tecnologias foram introduzidas, melhorando o treinamento e preparando os novos pilotos de combate para operar com mais facilidade avançadas aeronaves e gerenciando sistemas complexos necessários ao êxito da missão. “A aeronave é usada no Brasil principalmente para a formação de pilotos de caça e cumpre muito bem essa tarefa pois permite ao piloto executar vários tipos de missão, graças ao seu avançado sistema de armas, sendo também capaz de executar complexas missões de combate ar-solo (ataque) e lançar armamento de precisão com um baixo custo operacional”, disse o Coronel Aviador da reserva João Alexandro Vilela, que foi piloto de testes do programa AL-X da FAB, que originou o A-29 Super Tucano. “O Super Tucano foi desenvolvido com uma aviônica avançada, digna de aviões de quarta geração, estando na vanguarda entre as aeronaves da sua categoria”, ressaltou.
Esses modernos sistemas embarcados na aeronave A-29 Super Tucano trouxeram um ganho operacional para o Curso de Especialização Operacional da Aviação de Caça, realizado no 2º Esquadrão do 5º Grupo de Aviação, na Ala 10, uma unidade da FAB sediada em Natal, no estado do Rio Grande do Norte, no nordeste do Brasil. O Brigadeiro-do-Ar Pedro Luis Farsic, comandante da Ala 10 descreveu os ganhos operacionais proporcionados pela substituição do AT-26 Xavante pelo A-29:
• Simulador de voo: sua qualidade trouxe um ganho muito grande na familiarização do piloto com os sistemas da aeronave. Além disso, ele proporciona uma economia de horas de voo, pois muitas missões podem ser treinadas primeiramente no simulador e isso permite reduzir a quantidade de voos para determinadas fases;
• Sistema de crítica-vídeo: com as estações de debriefing e crítica-vídeo, a qualidade da instrução melhorou consideravelmente. Após a missão, o aluno pode rever todo o seu voo e, juntamente com o instrutor, analisar os principais aspectos a serem aprimorados. Além disso, a avaliação das missões de emprego e de combate aéreo ficou muito mais criteriosa, pois é possível validar os resultados e analisar cada detalhe do passe do piloto. No AT-26, não havia um sistema de crítica-vídeo e o debriefing da missão dependia exclusivamente da memória do instrutor.
• Precisão no emprego: O A-29 é uma plataforma de armas muito precisa. Com isso, as missões de navegação por contato e de emprego do armamento aéreo têm uma maior probabilidade de sucesso do que com o AT-26.
• Sistemas de navegação: os auxílios à navegação do A-29, além de mais confiáveis, são mais atuais. O sistema de navegação inercial com GPS integrado EGIR (Embedded GPS, Inertial and Radar Altimeter) e o GPS autônomo são de fácil operação e aumentam consideravelmente a consciência situacional dos pilotos. As telas coloridas multifuncionais CMFD (Colored Multi-Function Displays) apresentam as rotas selecionadas, as áreas de instrução e quaisquer outras informações relevantes que o piloto tenha inserido no seu planejamento. O piloto automático reduziu bastante a carga de trabalho do piloto e permitiu um conforto maior para as missões de longa duração.
• Guerra eletrônica: o sistema de Data Link permite um contato inicial do estagiário do curso de caça com uma rede de enlace de dados. Esse treinamento, apesar de básico, serve como uma preparação para o uso do Data-Link nas aeronaves de caça de primeira linha.
Modernização das frotas
Com um envelope de voo de +7G e -3,5G, o Super Tucano possui para proteção dos pilotos uma blindagem protetora de cabine de Kevlar, assento ejetável zero-zero, para-brisa reforçado para impacto contra aves e redundância nos sistemas mais críticos. Para sua navegação e emprego, foi dotado com modernos sistemas aviônicos, que incluem um visor frontal HUD (Head-Up Display), um sistema de mãos sobre o manete e o manche HOTAS (Hands-on Throttle and Stick), um sistema de geração de oxigênio OBOGS (On-Board Oxygen Generation Systems) e uma iluminação compatível com o uso de óculos de visão noturna. Com um moderno painel composto por duas telas de cristal líquido fornecido pela AEL Sistemas, que aumenta a consciência situacional do piloto, o Super Tucano socializou a era do conhecimento dentro da FAB, tornando o piloto um operador de sistemas e trazendo inúmeras novas capacidades e tecnologias embarcadas e de treinamento, que se tornaram referência e ajudaram a FAB a criar os requerimentos para os programas de modernização das frotas de F-5 e A-1.
Sua versão de exportação, que possui uma série de avanços, entre eles um painel com três telas multifuncionais, foi vendida para a Angola, Burkina Fasso, Chile, Colômbia, Equador, Indonésia, Mali, Mauritânia, República Dominicana, sendo também selecionado para o programa Light Air Support, com a finalidade de fornecer aeronaves de contra-insurgência para países aliados dos Estados Unidos. Por exemplo, a Força Aérea dos EUA tem operado a aeronave no 81º Esquadrão de Caça, da Base Aérea de Moody, sendo que parte delas já foi entregue ao Afeganistão onde estão sendo incessantemente empregadas em combate, cumprindo majoritariamente missões de escolta de comboios e apoio aéreo aproximado.
Como suportam uso intensivo, os Super Tucanos são uma boa opção para a Força Aérea Afegã (AAF, por sua sigla em inglês), que realiza operações próximas de suporte aéreo no deserto, sob temperaturas extremas. De acordo com um programa de cooperação custeado pelos EUA, a AAF está programada para receber 20 A-29s até 2018. Além da aeronave, o programa inclui treinamento das tripulações da AAF nos Estados Unidos, tanto para manutenção como para pilotagem. “Tenho de aprender as formas de trabalhar com o sistema do A-29, como ele funciona, de forma que o meu piloto possa voar nele; tenho de me tornar um mecânico profissional e me familiarizar com todas as suas características. É muito importante para nós nos tornarmos profissionais, para podermos servir ao nosso país, nossa terra natal e nosso povo”, disse um capitão da Força Aérea do Afeganistão que participa do programa, que preferiu não divulgar seu nome por questões de segurança. “Agradeço ao governo dos EUA, que está ajudando o governo do Afeganistão a se capacitar para defender alguns pontos geograficamente estratégicos contra os insurgentes que lá estão. Temos a expectativa de que a Força Aérea do Afeganistão se tornará mais bem preparada profissionalmente para defender nosso país do que aqueles que querem destruir nosso país”, disse à Diálogo.
O Super Tucano é uma aeronave de combate genuinamente brasileira, certificada para carregar 150 combinações diferentes de armamentos e sensores, apta a executar uma variada gama de missões, dia e noite, incluindo ataque leve, apoio aéreo aproximado, vigilância, escolta de comboios terrestres e de helicópteros em operações C-SAR, interceptação e interdição aérea, mostrando-se uma plataforma ideal para contra-insurgência. Além disso, o Super Tucano tem se mostrado uma excelente aeronave para formação e instrução avançada de pilotos de caça. Graças aos modernos sensores e sistemas eletrônicos embarcados e às capacidades de treinamento sintético e simulação, é possível a entrega, mais rápida e com muito menor custo de formação, de pilotos mais experientes e capazes para os esquadrões de caça da primeira linha.

PORTAL TELE.SÍNTESE (SP)


Telebras vai rever aumento de capital

Estatal retira proposta da pauta da assembleia de acionistas que acontece na próxima semana.
A Telebras decidiu retirar da pauta da assembleia geral de acionistas que acontece na próxima semana proposta de aumento de capial. A AGE acontece na próxima semana, em 01 de junho. Os outros assuntos, como aprovação do conselho, estão mantidos.
Originalmente a ideia do aumento de capital seria para incorporar os aportes do governo para o lançamento do satélite geoestacionário de defesa e comunicações (SGDC), colocado em órbita no começo do mês. O capital passaria dos atuais R$ 263 milhões para R$ 1,56 bilhão, a partir da emissão de ações, com direto de compra aos atuais acionistas, mantendo-se a proporção do controle atual.
A estatal decidiu revisar a proposta de aumento do capital. Uma nova versão será apresentada, ainda em data a ser definida. E será votada em assembleia geral extraordinária, conforme comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários nesta quarta-fera, 24.



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