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NOTIMP - Noticiário da Imprensa - 25/07/2016 / Aeroportos executivos param e viram "mico"


Aeroportos executivos param e viram "mico" ...

Desde que foram liberados à iniciativa privada, em 2012, os cenários político e econômico do País inviabilizaram os empreendimentos ...

Marina Gazzoni ...

Há cerca de dois anos e meio, um projeto em Caçapava, localizada a 120 km de São Paulo, se apresentava como alternativa para desafogar o tráfego aéreo da capital paulista. O Grupo Penido, que atua em construção civil na região, recebeu no canteiro de obras o então ministro da Aviação Civil Moreira Franco, políticos locais, a imprensa nacional e regional e nomes importantes do setor aéreo, como o fundador da Embraer, Ozires Silva, para a cerimônia de concessão de outorga para explorar um aeroporto, o Aerovale.

Na ocasião, a promessa era investir R$ 250 milhões e iniciar as operações antes da Copa. De lá para cá, a obra foi paralisada por questões ambientais e a construtora entrou em recuperação judicial. Hoje, o que sobrou é uma imensidão de terra, um galpão fechado, máquinas paradas e uma pista inacabada.

O Aerovale é um entre dez projetos de construção de novos aeroportos submetidos ao governo desde dezembro de 2012, quando o governo Dilma Rousseff liberou à iniciativa privada a construção e exploração comercial de aeroportos para a aviação executiva. Desses projetos, cinco receberam o aval do governo, mas só um deles, em Igarassu (PE), está em operação.

Os grupos paulistas saíram na frente e tiveram os três primeiros projetos autorizados, entre julho de 2013 e fevereiro de 2014 – um aeroporto no bairro de Parelheiros, em São Paulo, do grupo Harpia; um em São Roque (SP), da JHSF; e o aeroporto de Caçapava, do Grupo Penido. Cifras bilionárias e projeções otimistas de inauguração marcaram os anúncios.

O primeiro projeto anunciado foi o de Parelheiros, em julho de 2013, que previa a construção de um aeroporto em uma área de 4 milhões de metros quadrados. O investimento previsto era de R$ 1 bilhão em dez anos e a inauguração era prometida para 18 meses. Hoje, o projeto está em “stand by”, explica André Skaf, sócio da Harpia Logística.

Skaf e o sócio, Fernando Augusto Botelho, um dos acionistas do Grupo Camargo Correa, chegaram a comprar uma briga com a Prefeitura de São Paulo, que negou a certidão de uso do solo ao projeto, para tentar iniciar as obras. Chegaram a ir à Justiça e conseguiram uma decisão favorável. Mas agora estão reavaliando o investimento. “Gostaríamos de ir em frente. Mas todos os indicadores apontam que não é a hora”, disse André Skaf. “Quando anunciamos o projeto, a aviação executiva crescia e o Brasil importava aviões. Hoje é o contrário.”

Cenário. Em meados de 2013, a Associação Brasileira de Aviação Geral estimava que o setor crescia a um ritmo de 6% ao ano e que a infraestrutura estaria estrangulada em pouco tempo. Hoje, o cenário é de retração. O número de pousos e decolagens da aviação executiva caiu 11% no primeiro semestre deste ano nos aeroportos da Infraero, na comparação com o mesmo período de 2015.

Além da retração no setor, os cenários político e econômico brasileiro também inviabilizam alguns empreendimentos, segundo o advogado Bruno Werneck, sócio da área de infraestrutura do escritório de advocacia Mattos Filho. Com o custo de financiamento maior, qualquer projeto de médio e longo prazos requer um retorno mais alto para ser atrativo. “Imagine quanto precisa remunerar um projeto de R$ 100 milhões com a Selic (taxa básica de juros) a 14,25% ao ano”, diz Werneck. O advogado ressalta que a mortalidade de projetos é uma situação “natural”. “Existem 20 na largada, mas alguns vão morrendo no caminho e no fim sobram poucos. É natural.”

De fato, o número de pedidos para explorar um aeroporto foi minguando com o tempo – dos 20 pedidos de outorga registrados, só um foi feito nos últimos 18 meses e vários projetos estão congelados. Um deles é o aeroporto JMalucelli, em uma área de 360 hectares em Balsa Nova (PR). “Não andou”, resumiu Joel Malucelli, fundador do Grupo Malucelli, um dos maiores do Paraná. Segundo o empresário, o aeroporto ainda está nos planos, mas é um projeto para o futuro. “Ele ficará pronto de quatro a cinco anos após as regularizações. Até lá, a crise já passou.”

Caçapava. O empresário Rogério Penido, dono do Aerovale, disse que o empreendimento ainda está de pé. Localizado em uma área de 2,26 milhões de metros quadrados, o projeto prevê a construção de 117 hangares, 188 lotes industriais e comerciais, edifícios corporativos, dois hotéis, um centro de convenções, torres comerciais, outlet e quadras poliesportivas para locação. Para viabilizar a construção, o grupo procura investidores.

Até o momento, Penido diz que investiu R$ 170 milhões no projeto em capital próprio. Conseguiu também um financiamento de R$ 30 milhões com a Desenvolve SP, a agência de fomento do Estado de São Paulo. Por causa da inadimplência do grupo, a Desenvolve SP tomou parte da área do projeto, cedida como garantia, e já tentou vendê-la em leilão, sem sucesso.

Penido diz que o projeto foi prejudicado pelo embargo ambiental à obra, que durou dois anos, até fevereiro. “Ninguém compra lote em um empreendimento embargado. Isso acabou com a gente”, disse. Em 2015, o grupo pediu recuperação judicial. Apesar da crise, Penido afirma que as obras estão em execução em ritmo lento e que conseguirá terminar a pista do Aerovale em 90 dias.

O Estado esteve no local na sexta-feira e não viu obras em curso. Penido afirma que os funcionários estavam em treinamento naquele dia. Mas os vizinhos do empreendimento dizem que não têm escutado barulho de obra em outros dias.

De 10 novos projetos, só 1 está em operação

Em Igarassu, o Coroa do Avião foi inaugurado em 2013 e recebe hoje um terço do movimento que tinha há dois anos

Marina Gazzoni

De dez novos projetos de aeroportos anunciados, só um está em operação: o Aeroporto Coroa do Avião, em Igarassu, Pernambuco, da construtora Gran Marco. Apesar de estar com o cronograma atrasado, outro projeto que avançou foi o Aeroporto Catarina, em construção em São Roque (SP), com previsão de inauguração ainda neste ano. Esses projetos, no entanto, não ficaram imunes à crise econômica e tiveram planos de investimento adiados.

O Coroa do Avião foi inaugurado em 2013 e recebe cerca de 120 aeronaves por mês, de acordo com o gestor do aeroporto, Antonio Oswaldo Fernandes. “Nosso projeto é real. Está funcionando”, disse. No espaço, estão previstos 12 hangares. Por enquanto, 8 estão prontos. Os planos eram ainda mais ambiciosos. Estavam previstos um terminal de passageiros e o desenvolvimento imobiliário do entorno. “Esses investimentos estão congelados. O Brasil parou”, disse Fernandes. Hoje, o movimento do aeroporto é um terço do que era há dois anos.

A Gran Marco desistiu de fazer um loteamento imobiliário para investir no aeroporto. Fernandes admite que “há questionamentos” no grupo se o negócio valeu a pena. “O retorno virá no longo prazo.”

Catarina. O aeroporto da JHSF, em São Roque, foi o segundo a receber o aval do governo. No pedido feito à extinta Secretaria de Aviação Civil, o projeto do Catarina era apontado como alternativa aos aeroportos paulistanos durante a Copa do Mundo.

A empresa enfrentou entraves para conseguir as licenças ambientais e as obras só começaram em 2014, quando o anúncio do lançamento foi feito pelo presidente do conselho, José Auriemo Neto. Na última projeção divulgada pela JHSF, a inauguração estava prevista para o segundo semestre deste ano.

O projeto inicial considerava investimentos de R$ 500 milhões na primeira fase, uma pista de 1.940 metros, 50 mil m² de hangares e 50 mil m² de pátio para aeronaves.

Em meio à crise, a empresa redimensionou o projeto. O Catarina receberá R$ 300 milhões em investimentos na primeira fase e terá uma pista de 1.600 metros, 14 mil m² de pátio de aeronaves e 10 mil m² de área de hangares, segundo informações divulgadas pela área de relações com investidores da companhia. Na fase final, a previsão de investimento é de cerca de R$1,2 bilhão.

A JHSF enfrenta atualmente uma crise de liquidez e vem se desfazendo de ativos. Para reduzir o endividamento, já vendeu sua divisão de negócios internacionais. A companhia também negocia a venda de 50% dos seus shoppings, informou o Estado na semana passada. Procurada, a empresa não quis dar entrevista.




Acompanhe aqui o Noticiário relativo ao Comando da Aeronáutica veiculado nos principais órgãos de comunicação do Brasil e até do mundo. O NOTIMP apresenta matérias de interesse do Comando da Aeronáutica, extraídas diretamente dos principais jornais e revistas publicados no país.




REVISTA VEJA


Terrorismo à brasileira: o que há por trás das prisões

A prisão dos suspeitos de preparar atentados na Olimpíada é correta e necessária, mas o barulho excessivo amplia de maneira exagerada o medo e a insegurança

Robson Bonin E Eduardo Gonçalves

ImagemEstirado em um velho sofá azul, vestindo calças camufladas de combatente e com os cabelos desgrenhados, um jovem imberbe esforça-se para explicar a um interlocutor as suas convicções sobre algo que parece conhecer pouco, o Islã. Brasileiro, ele se confessa admirador de uma certa “doutrina do terror”. Explicando melhor, considera justificável que inocentes sejam assassinados em ataques suicidas para vingar a morte de muçulmanos. Ele sabe que está sendo filmado. “Fomos nós, muçulmanos, que invadimos o país deles?”, questiona. O diálogo não segue uma lógica cartesiana, mas fica claro que ele se refere ao atentado ocorrido na Flórida, em que 49 pessoas morreram num ataque terrorista a uma boate gay. “Mataram cinquenta lá. E os 10 000 do Afeganistão? Não tiro a razão dos caras”, diz. O rapaz sofre para organizar o raciocínio, enquanto pronuncia palavras arrastadas, balbucia coisas incompreensíveis, chegando a aparentar uma descompensação mental. Por fim, festeja o atentado em Nice, na França, que fez 84 mortos, “infiéis”, como ele os chama.
As cenas desse vídeo levaram a Polícia Federal a desencadear a operação antiterror da semana passada, a maior do gênero já vista no Brasil. Foram expedidos vinte mandados de busca e apreensão em dez estados. Onze homens foram presos e um ainda estava foragido até o fechamento desta edição de VEJA. Todos foram transferidos para o presídio de segurança máxima em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. O rapaz que admira a “doutrina do terror” vinha sendo monitorado havia meses por agentes da Divisão Antiterrorismo. Ele e outros onze brasileiros participavam de grupos que juraram lealdade ao Estado Islâmico, discutiam estratégias de combate, tentavam aliciar pessoas. Eram só observados, até o momento em que um deles tentou comprar um fuzil AK-47 pela internet, outro recomendou que fizessem treinamento de tiro, um terceiro conclamou os colegas a se matricularem em cursos de artes marciais — e todos conversavam sobre um ataque durante os Jogos do Rio de Janeiro.
A suposta “célula brasileira do Estado Islâmico” vinha sendo monitorada pela Polícia Federal e pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Os investigadores acompanhavam os passos do grupo pela internet, no Facebook, no Twitter e em aplicativos de troca de mensagens. A princípio, os “defensores da sharia”, código de leis seguido pelos muçulmanos radicais, não pareciam ameaçadores. Entre as mensagens captadas pela polícia estão discussões sobre se o grupo deveria ou não considerar a possibilidade de cometer um atentado no Brasil, já que, como disse um dos integrantes, o país não participa da coalizão que combate o Estado Islâmico (ao que outro participante retrucou que o Brasil não, mas alguns dos países que virão ao Rio para a Olimpíada sim). Em outro diálogo, um dos suspeitos afirma estar juntando dinheiro para “combater na Síria” e pergunta se alguém conhece um recrutador por lá. Nas mensagens, eles pronunciam palavras em árabe e trocam imagens de armas e vídeos que mostram execuções perpetradas pelos terroristas do EI. Também manifestam ódio aos xiitas — os membros do EI são muçulmanos sunitas. Os suspeitos presos na operação batizada de Hashtag são, na maioria, cidadãos de baixa renda que vivem na periferia das capitais.
Depois dos atentados em Orlando e Nice, e com a proximidade da Olim­píada, a polícia brasileira achou que esse bando de amadores não podia ser desprezado. Invocou a Lei Antiterror, recém-­aprovada, e pediu a prisão preventiva do grupo, decretada pelo juiz Marcos Josegrei da Silva, titular da 14ª Vara Federal de Curitiba. Deflagrada num momento de tensão global com a ameaça de ataques, a operação provocou grande repercussão na imprensa mundial.
A ação policial está absolutamente correta do ponto de vista preventivo, mas acabou escancarando o que poucos brasileiros sabem: a disputa renhida entre a Abin e a PF pelo protagonismo no combate ao terrorismo. A Abin e a PF não se entendem, embora devessem trabalhar em parceria. Neste caso, a Abin defendia a ideia de que a “célula terrorista” continuasse sendo monitorada, sem alarde, mantendo-se a estratégia adotada em grandes eventos. Para a Abin, publicidade gera imitação. Outros grupos podem querer suplantar a atenção e promover atos ainda mais sensacionais. Além disso, a publicidade excessiva pode provocar medo, até pânico, em setores da população. Na Copa do Mundo, em julho de 2014, a Abin foi informada sobre a possibilidade de um atentado no Maracanã, inclusive com o uso de drones. Discretamente, deteve os suspeitos, fez um cerco ao estádio, bloqueou o espaço aéreo, e ninguém percebeu nada de anormal. É o que os serviços secretos chamam de “operação invisível”.
A PF acha o contrário e, na quinta-feira passada, tomou o caminho oposto. Produziu um espetáculo midiático de alcance internacional. O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, que chefia o Órgão ao qual está subordinado a PF, convocou uma entrevista coletiva para anunciar segundo seus assessores, a desarticulação de membros de "uma célula terrorista do Estado Islâmico no Brasil", um exagero imperdoável. Depois, o ministro esclareceu que se tratava de medida preventiva e que o grupo era "absolutamente amador".
Informado da ação minutos antes, o presidente interino Michel Temer - homem dado à discrição e aos bastidores, não gostou da divulgação barulhenta, mas achou correta a decisão de prender o grupo. O juiz Marcos Josegrei percebeu o excesso de espetáculo e explicou-se: "É importante deixar claro que nem tudo que uma pessoa preconiza no meio virtual necessariamente vai realizar no mundo real. Sob o ponto de vista legal, estão absolutamente justificadas a prisão e as buscas e apreensões".
Rusgas entre o serviço secreto e a policia são corriqueiras. Nos Estados Unidos, FBI e CIA vivem se estranhando. A CIA, equivalente à Abin, coleta informações no exterior e produz relatórios que normalmente não trazem nomes. O FBI, a polícia federal americana, despreza esse tipo de trabalho. É essa mesma atmosfera que marca as relações entre a PF e a Abin. A consequência imediata é uma disputa pelo protagonismo, que acaba expondo ambos os lados. O estardalhaço das prisões da semana passada contrasta com episódios recentes, como a deportação do professor franco-argelino Adlène Hicheur, condenado por terrorismo na França. Ele morava no Rio. Sua expulsão do país foi divulgada, mas sem alarde.
No ano passado, a falta de comunicação entre a PF e a Abin deu origem a uma cena bizarra. Em Brasília, agentes federais cercaram um prédio para prender um terrorista. Convertido ao islamismo, o advogado Marcelo Bulhões dos Santos ostentava um currículo preocupante. Já havia trabalhado na Casa Civil, durante o governo Dilma, e também figurara no quadro de servidores da própria PF. Depois do cerco, promovido com todo o aparato próprio dessas operações, a PF descobriu que Bulhões era um informante da Abin. Teve de soltá-lo e pedir desculpas.
Recentemente, a informação de que um membro brasileiro do Estado Islâmico estaria preparando um atentado contra a delegação francesa nos Jogos do Rio correu mundo. Revelada por um deputado francês, a denúncia virou piada. O suposto terrorista, o vigilante David Leandro Freitas, era, na verdade, um desses "galãs de rodoviária". Usava a internet para fazer conquistas amorosas, como descobriu a Abin. Topou com uma garota da Dinamarca que, para seu azar, era simpatizante do Estado Islâmico. Querendo encantá-la, Freitas inventou que planejava um ataque contra os franceses. Não queria explodir ninguém, apenas seduzir uma garota dinamarquesa.
Em um relatório divulgado por VEJA em junho passado, a Abin classificava como 4 o nível de ameaça de um atentado durante os Jogos, numa escala que vai de 1 a 5. A maior ameaça, de acordo com o documento, são os chamados "lobos solitários", nome dado a terroristas que agem por conta própria, sem ligações orgânicas como comando do terror. Para a PF, a divulgação de relatórios assim é um desserviço que a Abin presta ao país, porque ajudaria a glamorizar os criminosos. A PF recomenda que o vocabulário seja alterado em favor de nomes antipáticos: "lobos" devem virar "ratos" e "Estado Islâmico" deve virar "grupo terrorista".
Há um clima de tensão mundial em torno do terrorismo, que obviamente precisa deixar as autoridades brasileiras em estado de alerta durante a Olimpíada. Na sexta-feira, atiradores espalharam terror em Munique, na Alemanha, disparando contra pessoas num shopping e em outros dois lugares. Algumas testemunhas relataram que os atiradores gritavam expressões xenófobas, como "estrangeiros de m...", outros que exclamavam "Deus é grande", em árabe. O ataque deixou pelo menos oito mortos. Até a noite de sexta, portanto, não se sabia se era mesmo um atentado islâmico. Sempre pode ser. Por isso, na dúvida, o melhor é prevenir. Se o Brasil fizer a prevenção, com um pouquinho menos de fanfarra, todos ganharão.

JORNAL FOLHA DE SÃO PAULO


1º dia das Forças Armadas tem 10% da tropa prevista da segurança para Rio-16


Marco Antônia Martins E Alfedro Mergulhão

O primeiro dia de patrulhamento das tropas militares pelas ruas do Rio mobilizou menos de 10% do efetivo previsto para o esquema de segurança durante os Jogos Olímpicos.
Cerca de 2.000 militares participaram neste domingo (24) do policiamento por ruas da zona turística carioca e nas vias expressas. O plano anunciado pelas autoridades de segurança prevê a presença de quase 22 mil militares em toda a cidade.
O Comando Geral de Defesa de Área (CGDA) das Forças Armadas informou que o número de militares vai crescer gradativamente até 5 de agosto, data da cerimônia de abertura.
Neste primeiro momento, as tropas marcaram presença na orla das praias, no entorno do aeroporto internacional do Rio, e em vias expressas como a Linha Vermelha e a Linha Amarela. A Folha não identificou reforço militar nas ruas do centro do Rio, no aeroporto Santos Dumont ou no perímetro dos estádios Maracanã e Engenhão, ambos localizados na zona norte.
A reportagem também não encontrou militares na estação Maracanã da rede de trens urbanos da cidade. O Exército havia anunciado que vai patrulhar estações de trem na rota entre o centro do Rio e o Parque Olímpico de Deodoro.
Destacados para monitorar a orla das praias cariocas, os fuzileiros navais começaram a chegar em Copacabana a partir das 6h. Policiais militares também estiveram presentes no local.
Às 15h30, no entanto, a Folha constatou que houve uma desmobilização no patrulhamento da orla. De acordo com o CGDA, esta ausência dos fuzileiros pode ter ocorrido em função da troca de turno. Ressaltou ainda que o policiamento será realizado dia e noite, de forma ininterrupta.
No início da manhã, os fuzileiros da Marinha ficaram posicionados no canteiro central da avenida Atlântica, na praia de Copacabana, e também caminharam pelo calçadão próximo aos prédios daquele trecho.
Quase sempre, as patrulhas eram formadas por quatro fuzileiros. Estes grupos também ocuparam ruas internas de Copacabana, paralelas à orla, como a avenida Nossa Senhora de Copacabana e rua Barata Ribeiro.
Houve turista, como a capixaba Mirian Possati (33), que chegou a fazer selfie com os fuzileiros. "A segurança me surpreendeu. Não imaginava que seriam tantos", disse ela, enquanto enviava as fotos para a mãe, que ficou no Espírito Santo. "Ela fica com muito medo quando eu venho ao Rio. Assim, vai ver que está tudo bem", acrescentou.
Alguns caminhões do exército ficaram estacionados ao longo da orla. Jipes militares circularam pelas ruas principais da zona sul.
Navios da Marinha também fizeram o patrulhamento das praias da cidade.
Os jipes do Exército transitaram pelas pistas da Linha Vermelha e da Linha Amarela. Alguns veículos - com grupos de cinco militares - ficaram estacionados no acostamento destas vias expressas.
A Folha também esteve em estações do metrô, como Siqueira Campos (em Copacabana, zona sul) e Saens Peña (na Tijuca, zona norte), e não constatou policiamento extra. De acordo com o plano de segurança para a Rio 2016, caberá aos policiais militares do Rio o reforço na rede do metrô.
O esquema especial de segurança vai se estender até o fim dos Jogos Paralímpicos, em 18 de setembro.

REVISTA ÉPOCA


O TERRORISTA TECLA AO LADO

Graças à cooperação com os Estados Unidos e à nova Lei Antiterrorismo, autoridades brasileiras conseguem prender um grupo que planejava atentados na Olimpíada

Filipe C., Diego E., Ana Clara C. E Alana R.

Há cerca de um mês, o presidente interino, Michel Temer, se reúne todas as manhãs com o general Sérgio Etchegoyen, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional. Só com ele. Sem nenhum outro ministro ou assessor na sala, Etchegoyen apresenta a Temer um detalhado relatório diário das informações trocadas entre a Agência Brasileira de Inteligência, as Forças Armadas e a Polícia Federal, com órgãos de inteligência internacionais, sobre a segurança da Olimpíada no Rio de Janeiro. Etchegoyen se tornou, para Temer, uma espécie de czar antiterrorismo do Brasil. Há cerca de dez dias, informou o presidente que um grupo começava a preparar atos terroristas na competição. “A inteligência [informação] é dos americanos”, explicou Etchegoyen. Na semana passada, Temer foi avisado de que os pedidos de prisão e de buscas seriam encaminhados à Justiça. No começo da noite da quarta-feira (13), o presidente foi informado de que a PF localizara os suspeitos e os prenderia na sexta-feira cedo. Temer deixou o Planalto mais tarde que o habitual, após as 22 horas, e logo depois, já no Palácio do Jaburu, foi alertado de que a PF precisaria ir às ruas antes, já na quinta-feira. Chamou Etchegoyen, o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, e o diretor-geral da PF, Leandro Daiello. Ficou combinado que anunciariam no fim da manhã – com sobriedade – a primeira operação antiterrorismo do país.
Logo cedo, 130 policiais federais, parte deles do Comando de Operações Táticas, começaram a cumprir 12 mandados de prisão, dois de condução coercitiva e 20 de busca e apreensão em dez estados para desarticular o grupo “Defensores da Sharia” (série de princípios religiosos e de costumes expressos nos textos sagrados muçulmanos), suspeito de manter contatos com o Estado Islâmico e planejar atentados. Começava a Operação Hashtag, comandada pela até pouco tempo obscura Divisão Antiterrorismo da PF.
As investigações começaram após avisos do FBI, o Federal Bureau of Investigation, às agências de inteligência do Brasil, em especial a Abin, sobre a movimentação de jovens suspeitos na internet. Os presos figuram entre os cerca de 50 alvos vigiados pela inteligência brasileira, com o auxílio de agências internacionais. Eles nunca tinham se encontrado pessoalmente – apenas quatro já tinham se reunido ao vivo. O grupo de jovens presos não tinha um líder que os orientava, mas os dois principais membros da página do Facebook, que mais geravam engajamento dos demais, eram Leonid El Kadre e Allisson Luan de Oliveira. A Polícia Federal vigiou mensagens que o grupo trocava entre si por meio de aplicativos de celular, como WhatsApp e Telegram, e com o Estado Islâmico, pelas redes sociais Facebook e Twitter. Desde 10 de maio, com ajuda do Facebook, a polícia monitorava mensagens trocadas pelo grupo em um ambiente fechado. Oziris Moris Lundi dos Santos, que se autodenominava Ali Lundi, escreveu: “Fugir da jihad não salvará ninguém da morte. Você morrerá ou como um covarde, ou como um mártir”. O monitoramento começou em abril e seguia o roteiro de outras investigações: análise de riscos e validação das informações trocadas no grupo para discernir o que era apenas bravata e o que poderia ser, de fato, uma ameaça. O perfil dos alvos encaixava-se no grupo que é hoje considerado o de maior risco: jovens recém-convertidos ao islamismo, de todo o país, que se frustraram com o tom pacifista das mesquitas brasileiras e partiram para a internet em busca do radicalismo do Estado Islâmico. As mensagens eram agressivas, comemoravam os atentados terroristas em Orlando, nos Estados Unidos, e na França.
Poderia ser apenas um grupo de apologia ao terrorismo. Entretanto, nos últimos dias a turma cruzou uma fronteira perigosa. Pelo menos dois integrantes prestaram juramento ao Estado Islâmico, via on-line. Nas mensagens internas, passaram a trocar informações sobre treinamentos de artes marciais e uso de armas. Um dos participantes cogitou viajar para o exterior para fazer contato pessoal com integrantes do Estado Islâmico. O discurso de ódio se agravava à medida que a Olimpiada se aproximava. Em uma postagem, Allisson Luan de Oliveira fala claramente da possibilidade de um ataque. “O Brasil não está na coalizão, mas nada impede os ataques na Olimpíada”, diz. O mesmo Allisson encomendou um fuzil AK-47 a um site de venda de armas no Paraguai. Foi o estopim. A PF teve certeza de que era hora de agir. “Diante disso, tínhamos poucas opções. Só chama-los para uma conversa não era uma delas”, afirma um dos envolvidos na operação.
Dos 12 alvos que a Justiça Federal mandou prender, dez foram pegos e levados para um presídio de segurança máxima em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Até a noite de sexta-feira, dia 22, a Polícia Federal informava que um dos suspeitos estava foragido.. Considera do pelos investigadores o mais perigoso, Leonid El Kadre de Melo entregou-se na noite de sexta-feira. Ele já foi condenado por roubo e homicídio qualificado e fugiu de um presídio no Tocantins. Outro alvo, Zaid Duarte, mantinha um blog com frases em favor do Estado Islâmico. Entre elas, o anúncio de que o califado está chegando - uma das terminologias usadas pelo EI. ÉPOCA não localizou os advogados deles. Vitor Magalhães, que preferia ser Vitor Abdullah e vive em Guarulhos, na Grande São Paulo, foi outro alvo. Sua mulher, Larissa Rodrigues, publicou nas redes sociais uma crítica à investigação, dizendo que ele usava o WhatsApp para tirar dúvidas sobre o idioma árabe, que estudava.
A situação é, de certa maneira, similar à do físico franco-argelino Adlene Hicheur, deportado na semana passada. Como EPOCA revelou em janeiro, Hicheur lecionava na Universidade Federal do Rio de Janeiro e era investigado pela Polícia Federal porque já fora preso e condenado na França por planejar atentados terroristas. Assim como no caso dos brasileiros, na França as conversas de Hicheur eram monitoradas e, quando o tom escalou de críticas ao governo para a violência, as autoridades o prenderam por três anos. No Brasil, a Polícia Federal passou pelo mesmo dilema. A partir de que ponto conversas privadas podem apenas ser um passatempo de “aloprados” no WhatsApp e passam a ser uma ameaça? “É comum, na reta final para os jogos, a polícia e as agências de inteligência serem mais ativas e avessas a correr riscos na abordagem a ameaças”, diz Richard Walton, chefe de contraterrorismo da polícia de Londres na Olimpíada de 2012. “Normalmente há um aumento nas operações preventivas contra aquele que se considera ter inclinações ao terrorismo.”
A Operação Hashtag foi a primeira desencadeada com base na Lei Antiterrorismo, sancionada em março. “Não podemos dizer que há uma quadrilha, mas sim um grupo cujos valores são radicais”, disse a ÉPOCA o juiz Marcos Josegrei da Silva, 14ª Vara Federal de Curitiba. “Essa operação foi possível porque houve uma legislação adequada e nova para esse tipo de delito, que permite que as instituições funcionem cada uma na sua atribuição.” Ao contrário de outros crimes, não há espaço para esperar para ver até onde vai a ameaça quando o assunto é terrorismo. A inteligência brasileira considerou que o grupo extrapolava os riscos dos chamados “ratos solitários” e poderia ser uma estrutura que começava a se organizar. Anulou o grupo em seu nascedouro.

"A chance de um ataque terrorista é baixíssima"


Talita Fernandes

ImagemUma sala de reuniões no Ministério da Defesa, em Brasília, funciona desde a última semana como o Q.G. da segurança da Olimpíada. Na sexta-feira passada, dia 22, os responsáveis por garantir a ordem no mais esperado acontecimento esportivo do ano se encontraram virtualmente, por videoconferência, para planejar cada passo que será dado daqui em diante. Participaram representantes de todas as cidades que sediarão parte dos Jogos, além do Rio de Janeiro: Brasília, São Paulo, Belo Horizonte, Salvador e Manaus. Até o próximo dia 5, data do início do evento, a cena se repetirá às 10h30 de todas as manhãs. O cuidado com cada detalhe será imprescindível para que a Olimpíada no Brasil transcorra sem sobressaltos. O general Luiz Felipe Linhares, chefe da Assessoria Especial para Grandes Eventos do Ministério da Defesa, um dos integrantes desse time, afirma que a possibilidade de um ataque terrorista no Brasil é "baixíssima". Nenhum alerta de ameaça, entretanto, deverá ser ignorado.
ÉPOCA - Os ministros da Justiça e da Defesa chamaram de "amadores" os suspeitos presos na Operação Hashtag na semana passada. O senhor concorda que eram amadores?
Luiz Felipe Linhares  -
Amador ou não, essa classificação ficará muito mais clara durante a investigação, que acontecerá nos próximos dias. Algum desses é o líder? Realmente não há essa definição tão clara. O que o pessoal concluiu é que eles não tinham um contato com o Estado Islâmico e que esse grupo poderia ser de amadores ou de ratos solitários. Mas isso só vai ser esclarecido ao fim da investigação.
ÉPOCA - Em uma investigação de terrorismo, é possível separar o amador do profissional para só então tomar as medidas cabíveis em cada caso?
Linhares
- Não. Tudo o que representa ameaça de terrorismo é digno de uma investigação. Você acha que aquele cara de Nice era um profissional? Era um amador, e o estrago foi grande. No combate ao terrorismo, as ameaças de amadores e profissionais, tendo em vista as consequências, podem e devem ser tratadas do mesmo jeito.
ÉPOCA - A operação prendeu um investigado que tentou comprar uma AK-47 num site. Como as Forças Armadas agiriam se um cidadão aparecesse em plena Praia de Copacabana com uma arma dessas durante os Jogos?
Linhares - Há protocolos para tudo isso. Durante nossos estudos, foi classificado que 80% dos incidentes com terroristas ocorrem com o uso de armas de fogo individuais ou explosivos. Com caminhões, como foi em Nice, nem tanto, apesar de haver essa possibilidade. Para isso, existe um protocolo que eu não vou comentar porque tem um lado de sigilo. Cada vez que ocorre um incidente, a gente checa se existe um protocolo e age de acordo com ele.
ÉPOCA - Com a operação da semana passada, o pior já passou? Ou ainda corremos risco de ter um atentado?
Linhares - Falamos sempre em possibilidade, probabilidade e capacidade. A possibilidade de ocorrer um incidente terrorista existe no mundo inteiro: no Brasil, na China, em qualquer lugar... Tivemos episódios em outros lugares, às vezes até com histórico de terrorismo. Os que ocorreram na França, por exemplo, eram possíveis sim. Eram prováveis? Talvez. Mais prováveis que em outros lugares. A probabilidade é um dado matemático. Existem dados da expressão de inteligência, da investigação e de redes sociais compondo a fórmula matemática para chegar a um número percentual.
ÉPOCA - Qual a probabilidade de ocorrer um atentado terrorista aqui?
Linhares - Baixíssima.
ÉPOCA - Vocês têm um percentual que traduz essa chance?
Linhares - Não tenho um número, mas a probabilidade é baixíssima. Estamos num nível tal de inteligência, de investigação, de acompanhamento que aquele grupo foi identificado, preso. E isto aqui eu destaco: se nós não tivéssemos a lei que define terrorismo, não teríamos condições de ter prendido aquele pessoal. A lei de março foi excepcional para o país. Perfeita ou imperfeita, ela possibilita que se faça isso. E que se viabilize uma proteção. Era um ato preparatório. A definição desse termo é na lei. Isso não existia antes. Pela lei antiga, a gente podia acusar alguém por portar inúmeras armas. Mas qual era o crime que ele cometia? Apenas não ter declarado as armas.
ÉPOCA - De que forma a lei justificou a prisão preventiva dos investigados?
Linhares -
É uma prisão em termos de investigação com 30 dias de preventiva, podendo ser prorrogada até que os Jogos acabem, por exemplo. Tudo depende dos rumos das investigações. Foram presas dez pessoas, classificadas como possíveis terro-ristas. Isso é importante: elas não podem ainda ser chamadas de terroristas, mas de "possíveis" por causa dos atos preparatórios.
ÉPOCA - Sérgio Etchegoyen, general-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, causou certo desconforto ao falar da necessidade de uma revisão de protocolos depois do atentado em Nice. É preciso revê-los?
Linhares - A revisão de protocolo citada pelo ministro é sempre bem-vinda. A cada incidente a gente revisa os pro-tocolos. O que eu acho que ele quis dizer é: vamos revisar e ver isso aí. Se não estiver previsto, vamos adaptar, apri-morar. Um exemplo é a mudança nas regras de fiscalização nos aeroportos, apesar de não ter nada a ver com nosso trabalho. Havia regra de segurança? Havia. A revisão fez com que elas fossem aprimoradas e intensificadas.
ÉPOCA - Na abertura da Copa, em 2014, quase vimos um incidente por falha de comunicação. Por estar armado, um segurança foi confundido com um suspeito e quase foi assassinado. Agora que estamos mais em alerta, o senhor acha que casos como esse podem voltar a ocorrer?
Linhares
- Acredito que não acontecerá de novo devido à integração dos órgãos. Naquela situação, havia dois órgãos responsáveis pela segurança, e um não sabia o que o outro estava fazendo. Agora todos saberão o que os outros estarão fazendo. Não haverá possibilidade de um estar em ação sem que o outro saiba.
ÉPOCA - A Copa ajudou nesse sentido?
Linhares
- Com certeza. Esse incidente é citado diversas vezes nas nossas discussões como algo a ser evitado. Todos os grandes eventos trazem experiência. A Copa, que é o mais recente, foi o que trouxe mais aprendizado.
ÉPOCA - Por que essas mesmas discussões não vieram à tona durante a Copa?
Linhares - Os estudos de segurança feitos durante a Copa colaboraram para que a gente hoje tenha uma legislação adequada. Naquela época, era um anseio que não chegou a acontecer. Nossa legislação não é perfeita. Mas nós temos uma grande vantagem sobre muitos países que não têm a lei.
ÉPOCA - Além do terrorismo, a segurança geral dos Jogos é um assunto que preocupa...
Linhares
- A gente trabalhou a segurança em três eixos de atuação: Defesa, Segurança Pública e Inteligência. Nas ruas, a inteligência não vai ser vista. Serão vistas apenas segu-rança pública e a segurança pelas Forças Armadas. Quando o governador do Rio, Francisco Dornelles, antecipou em junho a solicitação ao presidente da República para reforçar os meios de segurança pública es-taduais, reconheceu que não tinha gente suficiente para garantir o nível de seguran-ça desejável durante os Jogos. Ele avaliou a necessidade, e o presidente autorizou. Foi feito então um planejamento. Nós coloca-mos mais gente no Rio de Janeiro.
ÉPOCA - Qual o total?
Linhares - Tínhamos 18 mil, e agora chegaram mais 3 mil. Isso vai variar de acordo com os fluxos de chegada e de partida. Depois da Olimpíada, para os Jogos Paralímpicos, as cidades do futebol fecharão. Com isso, haverá a troca de algumas pessoas que estão nessas cidades e vão para o Rio. Com a segurança pública que está prevista hoje, o cidadão pode se considerar seguro. ÉPOCA - Há um desentendimento entre as Forças Arma-das e as unidades civis? Linhares - Isso está totalmente pacificado. Não prejudicará o evento, até porque temos de entender que todos os ór-gãos têm sua competência legal prevista em Constituição e leis. Desde o início dos trabalhos, partimos para o respeito às competências legais. O segundo ponto é que foram analisadas as capacidades de cada órgão. Se acontecer algo, nós seremos capazes. As atribuições foram estudadas e definidas para evitar uma sobreposição de missões. E para evitar também que alguém tenha atrito de definição e responsabilidade. Tudo isso está nos protocolos.
ÉPOCA - Há um desentendimento entre as Forças Armadas e as unidades civis?
Linhares
- Isso está totalmente pacificado. Não prejudicará o evento, até porque temos de entender que todos os ór-gãos têm sua competência legal prevista em Constituição e leis. Desde o início dos trabalhos, partimos para o respeito às competências legais. O segundo ponto é que foram analisadas as capacidades de cada órgão. Se acontecer algo, nós seremos capazes. As atribuições foram estudadas e definidas para evitar uma sobreposição de missões. E para evitar também que alguém tenha atrito de definição e responsabilidade. Tudo isso está nos protocolos.

AGÊNCIA BRASIL


Tocha Olímpica percorre ruas de SP


Cátia Rodrigues

A Tocha Olímpica chegou à capital paulista, neste domingo (24), levando milhares de pessoas para as ruas e avenidas da cidade.
O ponto de partida foi no Parque da Independência - que abriga entre seu patrimônio histórico o Museu do Ipiranga - na Zona Sudeste da cidade.
O revezamento começou - por volta das 8h00min - assim que a chama olímpica foi acesa pelo ex-jogador de vôlei Amauri, medalhista de prata nos Jogos Olímpicos em Los Ângeles, nos Estados Unidos.
O desfile seguiu rumo ao Centro Histórico da cidade, passando pela região da Praça da Sé e pelo Teatro Municipal ,até chegar à Avenida Paulista por volta das 10h15min.
A Avenida foi tomada por uma multidão de pessoas que queria ver e fotografar a Tocha Olímpica: crianças, jovens e adultos saíram correndo pela Avenida. Ciclistas também tentavam acompanhar o revezamento.
A consagrada ex-tenista Maria Esther Bueno foi uma das pessoas que conduziram a Chama Olímpica, e foi muito aplaudida pelo público. Durante discurso, ela falou da emoção que sentiu ao carregar a Tocha.
O menino Pedro Amaral Nascimento, de 13 anos, que estava com a mãe e a irmã na Avenida Paulista, gostou bastante de ver - mesmo que rapidamente - o fogo da Tocha Olímpica.
A professora de Educação Física, Maria Gorete Leite, comentou que fez questão de ir à Paulista para acompanhar a Tocha Olímpica.
Depois da Avenida Paulista, a Tocha Olímpica seguiu rumo ao Parque do Ibirapuera, na Zona Sul da cidade.
As pessoas puderam assistir a uma partida de futebol de palhaços e ouvir a Orquestra Brasileira de Música Jamaicana.
A Esquadrilha da Fumaça, da Força Aérea Brasileira (FAB), também emocionou o público com a apresentação de sobrevoos sobre o parque.
O desfile da Tocha Olímpica na capital paulista terminou, no início da noite, no Sambódromo do Anhembi, na Zona Norte da cidade.
Houve um show de encerramento no local com a participação do cantor sertanejo Luan Santana e a cantora de funk Ludmilla, entre outros artistas.
A Tocha Olímpica passou pelos principais pontos turísticos da cidade - como o Estádio do Pacaembu, localizado na Zona Oeste. Foram 51 quilômetros de trajeto, percorridos por 260 pessoas convidadas para conduzir a Chama Olímpica - entre músicos, atores de TV e prestigiados atletas e ex-atletas de diferentes modalidades esportivas.
Um lembrete: os Jogos Olímpicos vão começar no próximo mês - entre os dias 5 e 21 de agosto - no Rio de Janeiro.

Forças Armadas iniciam oficialmente operação de segurança dos Jogos


Alana Gandra

Com uma formatura simbólica da qual participaram cerca de 200 homens das Forças Armadas, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, deu início hoje (24), oficialmente, no Palácio Duque de Caxias, às atividades de segurança para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos, que serão disputados no Rio de Janeiro em agosto e setembro.
“Está em vossas mãos, em vosso trabalho e compromisso, que esses jogos transcorram em paz e em segurança”, disse o ministro aos militares. “Missão dada é missão cumprida”, acrescentou Jungmann.
O Exército, a Marinha e a Aeronáutica disponibilizarão nos próximos 64 dias um efetivo de 22.025 homens para cuidar da defesa e segurança de atletas, moradores e turistas no Rio durante os dois eventos. “A partir de hoje, com a abertura da Vila Olímpica, as Forças Armadas do Brasil passam a exercer, oficialmente, seus compromissos e atribuições para a defesa e segurança dos Jogos”, afirmou o ministro.
Os conceitos de interoperacionabilidade e atuação conjunta marcam, segundo Jungmann, a operação e se se baseiam na Lei 12.035, de outubro de 2009, conhecida como Lei do Ato Olímpico, que estabeleceu a segurança como compromisso do Brasil para a Rio 2016, e no Aviso 51 do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, em resposta à solicitação do governo fluminense de apoio federal para a segurança pública durante os Jogos.
Vias expressas
Com isso, aos 18 mil homens que cuidariam da segurança nos dois eventos, juntam-se mais 4 mil, explicou Raul Jungmann. Os militares darão proteção 24 horas por dia aos locais olímpicos, às vias expressas (Linha Amarela, em toda a sua extensão; Linha Vermelha, entre a Ilha do Governador e o entroncamento com a Linha Amarela; a Transolímpica; a Avenida Brasil até Guadalupe), à Supervia (nas estações de Deodoro, Vila Militar e Magalhães Bastos em todos os horários de trens, e nas demais quatro estações São Cristóvão, Maracanã, Engenho de Dentro e Ricardo de Albuquerque, quando houver competições), às estações do Metrô com ligação com a Supervia (Maracanã e São Cristóvão), à orla carioca, desde o Leme até a Barra da Tijuca.
Algumas vias que interagem com locais olímpicos, como a Rua Barata Ribeiro e a Avenida Nossa Senhora de Copacabana, em Copacabana, também terão a presença dos militares, o mesmo ocorrendo em toda a extensão da Lagoa Rodrigo de Freitas. A segurança também foi reforçada no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro/Galeão-Antonio Carlos Jobim para embarque e desembarque nos terminais 1 e 2, bem como na Base Aérea do Galeão. Além disso, forças de contingência ficarão aquarteladas e poderão ser acionadas em caso de necessidade ou reforço de defesa e segurança.
Em todo o país, incluindo as cidades onde haverá jogos de futebol olímpico, estão engajados na segurança cerca de 42 mil homens. No Rio de Janeiro, os militares mobilizarão 12 navios, 1.169 viaturas, 70 blindados, 34 helicópteros, 48 embarcações e 174 motocicletas. As regiões onde estará o maior efetivo das Forças Armadas são Copacabana, com 5.847 homens, e Deodoro, com 4.713 soldados.
Coordenação Geral de Defesa
“Estamos prontos”, afirmou o general Fernando Azevedo e Silva, coordenador-geral de Defesa de Área. O general disse, porém, que não haverá ocupação de áreas próximas de vias olímpicas. “As Forças Armadas não substituem os órgãos de segurança pública”, explicou. Azevedo e Silva ressaltou que os militares poderão intervir para ajudar as forças públicas locais, atendendo a eventuais solicitações.
O ministro Raul Jungmann esclareceu que o aumento do efetivo militar objetivou liberar as forças locais para o policiamento regular do Rio de Janeiro.

JORNAL O ESTADO DE SÃO PAULO


Aeroportos executivos param e viram "mico"

Desde que foram liberados à iniciativa privada, em 2012, os cenários político e econômico do País inviabilizaram os empreendimentos

Marina Gazzoni

Há cerca de dois anos e meio, um projeto em Caçapava, localizada a 120 km de São Paulo, se apresentava como alternativa para desafogar o tráfego aéreo da capital paulista. O Grupo Penido, que atua em construção civil na região, recebeu no canteiro de obras o então ministro da Aviação Civil Moreira Franco, políticos locais, a imprensa nacional e regional e nomes importantes do setor aéreo, como o fundador da Embraer, Ozires Silva, para a cerimônia de concessão de outorga para explorar um aeroporto, o Aerovale.
Na ocasião, a promessa era investir R$ 250 milhões e iniciar as operações antes da Copa. De lá para cá, a obra foi paralisada por questões ambientais e a construtora entrou em recuperação judicial. Hoje, o que sobrou é uma imensidão de terra, um galpão fechado, máquinas paradas e uma pista inacabada.
O Aerovale é um entre dez projetos de construção de novos aeroportos submetidos ao governo desde dezembro de 2012, quando o governo Dilma Rousseff liberou à iniciativa privada a construção e exploração comercial de aeroportos para a aviação executiva. Desses projetos, cinco receberam o aval do governo, mas só um deles, em Igarassu (PE), está em operação.
Os grupos paulistas saíram na frente e tiveram os três primeiros projetos autorizados, entre julho de 2013 e fevereiro de 2014 – um aeroporto no bairro de Parelheiros, em São Paulo, do grupo Harpia; um em São Roque (SP), da JHSF; e o aeroporto de Caçapava, do Grupo Penido. Cifras bilionárias e projeções otimistas de inauguração marcaram os anúncios.
O primeiro projeto anunciado foi o de Parelheiros, em julho de 2013, que previa a construção de um aeroporto em uma área de 4 milhões de metros quadrados. O investimento previsto era de R$ 1 bilhão em dez anos e a inauguração era prometida para 18 meses. Hoje, o projeto está em “stand by”, explica André Skaf, sócio da Harpia Logística.
Skaf e o sócio, Fernando Augusto Botelho, um dos acionistas do Grupo Camargo Correa, chegaram a comprar uma briga com a Prefeitura de São Paulo, que negou a certidão de uso do solo ao projeto, para tentar iniciar as obras. Chegaram a ir à Justiça e conseguiram uma decisão favorável. Mas agora estão reavaliando o investimento. “Gostaríamos de ir em frente. Mas todos os indicadores apontam que não é a hora”, disse André Skaf. “Quando anunciamos o projeto, a aviação executiva crescia e o Brasil importava aviões. Hoje é o contrário.”
Cenário. Em meados de 2013, a Associação Brasileira de Aviação Geral estimava que o setor crescia a um ritmo de 6% ao ano e que a infraestrutura estaria estrangulada em pouco tempo. Hoje, o cenário é de retração. O número de pousos e decolagens da aviação executiva caiu 11% no primeiro semestre deste ano nos aeroportos da Infraero, na comparação com o mesmo período de 2015.
Além da retração no setor, os cenários político e econômico brasileiro também inviabilizam alguns empreendimentos, segundo o advogado Bruno Werneck, sócio da área de infraestrutura do escritório de advocacia Mattos Filho. Com o custo de financiamento maior, qualquer projeto de médio e longo prazos requer um retorno mais alto para ser atrativo. “Imagine quanto precisa remunerar um projeto de R$ 100 milhões com a Selic (taxa básica de juros) a 14,25% ao ano”, diz Werneck. O advogado ressalta que a mortalidade de projetos é uma situação “natural”. “Existem 20 na largada, mas alguns vão morrendo no caminho e no fim sobram poucos. É natural.”
De fato, o número de pedidos para explorar um aeroporto foi minguando com o tempo – dos 20 pedidos de outorga registrados, só um foi feito nos últimos 18 meses e vários projetos estão congelados. Um deles é o aeroporto JMalucelli, em uma área de 360 hectares em Balsa Nova (PR). “Não andou”, resumiu Joel Malucelli, fundador do Grupo Malucelli, um dos maiores do Paraná. Segundo o empresário, o aeroporto ainda está nos planos, mas é um projeto para o futuro. “Ele ficará pronto quatro a cinco anos após as regularizações. Até lá, a crise já passou.”
Caçapava. O empresário Rogério Penido, dono do Aerovale, disse que o empreendimento ainda está de pé. Localizado em uma área de 2,26 milhões de metros quadrados, o projeto prevê a construção de 117 hangares, 188 lotes industriais e comerciais, edifícios corporativos, dois hotéis, um centro de convenções, torres comerciais, outlet e quadras poliesportivas para locação. Para viabilizar a construção, o grupo procura investidores.
Até o momento, Penido diz que investiu R$ 170 milhões no projeto em capital próprio. Conseguiu também um financiamento de R$ 30 milhões com a Desenvolve SP, a agência de fomento do Estado de São Paulo. Por causa da inadimplência do grupo, a Desenvolve SP tomou parte da área do projeto, cedida como garantia, e já tentou vendê-la em leilão, sem sucesso.
Penido diz que o projeto foi prejudicado pelo embargo ambiental à obra, que durou dois anos, até fevereiro. “Ninguém compra lote em um empreendimento embargado. Isso acabou com a gente”, disse. Em 2015, o grupo pediu recuperação judicial. Apesar da crise, Penido afirma que as obras estão em execução em ritmo lento e que conseguirá terminar a pista do Aerovale em 90 dias.
O Estado esteve no local na sexta-feira e não viu obras em curso. Penido afirma que os funcionários estavam em treinamento naquele dia. Mas os vizinhos do empreendimento dizem que não têm escutado barulho de obra em outros dias.

De 10 novos projetos, só 1 está em operação

Em Igarassu, o Coroa do Avião foi inaugurado em 2013 e recebe hoje um terço do movimento que tinha há dois anos

Marina Gazzoni O Estado De S.paulo

De dez novos projetos de aeroportos anunciados, só um está em operação: o Aeroporto Coroa do Avião, em Igarassu, Pernambuco, da construtora Gran Marco. Apesar de estar com o cronograma atrasado, outro projeto que avançou foi o Aeroporto Catarina, em construção em São Roque (SP), com previsão de inauguração ainda neste ano. Esses projetos, no entanto, não ficaram imunes à crise econômica e tiveram planos de investimento adiados.
O Coroa do Avião foi inaugurado em 2013 e recebe cerca de 120 aeronaves por mês, de acordo com o gestor do aeroporto, Antonio Oswaldo Fernandes. “Nosso projeto é real. Está funcionando”, disse. No espaço, estão previstos 12 hangares. Por enquanto, 8 estão prontos. Os planos eram ainda mais ambiciosos. Estavam previstos um terminal de passageiros e o desenvolvimento imobiliário do entorno. “Esses investimentos estão congelados. O Brasil parou”, disse Fernandes. Hoje, o movimento do aeroporto é um terço do que era há dois anos.
A Gran Marco desistiu de fazer um loteamento imobiliário para investir no aeroporto. Fernandes admite que “há questionamentos” no grupo se o negócio valeu a pena. “O retorno virá no longo prazo.”
Catarina. O aeroporto da JHSF, em São Roque, foi o segundo a receber o aval do governo. No pedido feito à extinta Secretaria de Aviação Civil, o projeto do Catarina era apontado como alternativa aos aeroportos paulistanos durante a Copa do Mundo.
A empresa enfrentou entraves para conseguir as licenças ambientais e as obras só começaram em 2014, quando o anúncio do lançamento foi feito pelo presidente do conselho, José Auriemo Neto. Na última projeção divulgada pela JHSF, a inauguração estava prevista para o segundo semestre deste ano.
O projeto inicial considerava investimentos de R$ 500 milhões na primeira fase, uma pista de 1.940 metros, 50 mil m² de hangares e 50 mil m² de pátio para aeronaves.
Em meio à crise, a empresa redimensionou o projeto. O Catarina receberá R$ 300 milhões em investimentos na primeira fase e terá uma pista de 1.600 metros, 14 mil m² de pátio de aeronaves e 10 mil m² de área de hangares, segundo informações divulgadas pela área de relações com investidores da companhia. Na fase final, a previsão de investimento é de cerca de R$1,2 bilhão.
A JHSF enfrenta atualmente uma crise de liquidez e vem se desfazendo de ativos. Para reduzir o endividamento, já vendeu sua divisão de negócios internacionais. A companhia também negocia a venda de 50% dos seus shoppings, informou o Estado na semana passada. Procurada, a empresa não quis dar entrevista.

Terrorista de Munique agiu por obsessão

Jovem de origem iraniana era fascinado por ataques em massa e tratava depressão, diz polícia

Jamil Chade

O autor do atentado de Munique não tinha relações com o Estado Islâmico ou outro grupo terrorista. O motivo do ataque continua desconhecido, mas investigações apontam que um massacre ainda maior pode ter sido evitado.
O atirador tinha 300 balas em sua mochila e aparentava ser “obcecado” com ataques em massa, em especial o do extremista norueguês Anders Breivik, ocorrido há exatos cinco anos e que deixou 77 mortos.
O atirador foi identificado como Ali Sonboly, que estava sendo tratado por depressão. Nascido em Munique e com 18 anos, ele tinha cidadania alemã e iraniana. Segundo a polícia, ele agiu sozinho. Além de Sonboly, que teria cometido suicídio, 9 pessoas morreram – 5 delas menores – e 27 foram feridas.
Alvo de bullying no colégio, quieto e sendo tratado por psiquiatras, o jovem era entregador de jornal e estudava em tempo integral. Mas seu comportamento chamava a atenção dos colegas de escola. Segundo a imprensa alemã, pessoas de sua classe o descreveram como “preguiçoso”, que jogava os jornais que precisava distribuir em lixeiras.
Segundo as investigações iniciais, Sonboly tinha especial interesse por ataques em massa, entre eles as mortes causadas na Noruega por Breivik. Durante revista na casa dele, a polícia encontrou dezenas de reportagens sobre ataques e um livro: Por que crianças Matam – Dentro das Mentes de Atiradores em Escolas.
Questionado sobre o impacto dos atos de Breivik, que continua preso, o chefe da polícia alemã, Hubertus Andrae, admitiu que essa era “uma conexão óbvia”. “Precisamos assumir que ele conhecia esse ataque”, disse Andrae.
Já o ministro do Interior, Thomas de Maiziere, disse que era cedo para estabelecer uma relação entre os ataques.
Os investigadores alemães afastaram qualquer relação entre as mortes e o fluxo de refugiados para a Alemanha, justamente temendo uma reação em cadeia de grupos de extrema-direita ou atos isolados de vingança.
Segundo a investigação, o ataque começou na porta de uma lanchonete do McDonald’s. O garoto havia hackeado um perfil no Facebook e feito um convite geral para que jovens fossem até a lanchonete. Ali, ele distribuiria lanches. Quando as pessoas chegaram ao local, foram alvo dos tiros.
Diante da correria, a polícia chegou a acreditar que existiam três atiradores e a cidade foi colocada em alerta máximo. Foram acionados 2 mil policiais. Os serviços de transporte público ficaram suspensos e houve uma ordem para que as pessoas não saíssem de suas casas. Até as fronteiras foram fechadas.
Visivelmente abalada, a chanceler alemã, Angela Merkel, tentou dar uma mensagem de confiança e prometeu investigar o motivo do ataque.

JORNAL EXTRA


Galeão passa por primeiro grande teste para as Olimpíadas


RIO - Depois de onze eventos-testes oficiais no Aeroporto internacional Tom Jobim, a poucos dias da abertura da Olimpíada, o Galeão passa por seu primeiro teste real para o evento, ao receber neste domingo um número expressivo de delegações, devido à abertura da Vila Olímpica, na Barra da Tijuca. Atletas informaram que não tiveram problemas na chegada ao Rio. Já passageiros, relataram espera na alfândega e imigração, além de taxistas cobrando corrida por uma tabela, sem usar o taxímetro.
No período da manhã pelo menos 500 pessoas da chamada Família Olímpica desembarcaram no aeroporto. São esperadas mais de 50 mil. Chegaram neste domingo delegações do Japão, Polônia, França, África do Sul, Áustria e México. Durante todo o período olímpico, até o final das Paralimpíadas, no dia 18 de setembro, são esperados 1,5 milhão de passageiros circulando pelo RIOgaleão.
Os atletas e as equipes técnicas informaram que passaram rapidamente pela alfândega e imigração. Depois de terem sido recebidas por um comissão de voluntário, as delegações embarcaram em ônibus próprios em direção à Vila Olímpica. Já os turistas, informaram que todos os passageiros que vinham de voos internacionais passavam pelo Raio X e alguns eram obrigados a abrirem suas bagagens.
— A revista demorou cerca de 20 minutos. Como já havia uma fila e para não demorar muito, eles escolhiam algumas pessoas para averiguar a mala, o que aconteceu comigo — disse o administrador Rafael Barros, de 39 anos, que veio de férias de Miami, nos Estados Unidos.
O RIOgaleão ressaltou que o procedimento é realizado pela Receita Federal.
O empresário Robson Oliveira, de 49 anos, e a esposa Deny Peres e o filho de 4 anos, também voltavam de férias em Miami. Oliveira conta que após quase nove horas de voo, ele tentou por pelo 30 minutos conseguir um táxi para voltar para sua casa na Barra da Tijuca. Os taxistas se recusavam a fazer a viagem pelo taxímetro, diz o empresário.
— Funcionários das empresas ficam chamando os passageiros para os táxis, mas quando a gente chega no local tem que entrar numa fila completamente desorganizada. Eu procurei por seis taxistas diferentes e todos me cobraram R$ 160. No taxímetro eu gasto R$ 90. É um absurdo o que eles fazem. Mas estamos cansados, infelizmente vou ter que pagar — lamenta.
Os turistas uruguaios Lucia Vidark, de 30 anos, e Giovane Santiago, de 26 anos, também tentavam pegar um táxi para Copacabana e depois de saberem o valor, preferiram ir de ônibus.
— Os táxis normais estão cobrando R$ 50 e os executivos R$ 100. Vamos de ônibus — disse Giovane.
O pico de desembarque de passageiros deve acontecer entre este domingo e o próximo dia 5, primeiro dia de jogos. Os dias de maior movimento serão a véspera da abertura e o dia após o encerramento. Nestes dias, são esperadas até 85 mil pessoas — em dias normais, o aeroporto recebe cerca de 40 mil pessoas. As chegadas internacionais se concentram no terminal 2 e a maioria no período da manhã. No terminal e no mezanino a circulação de passageiros já é muito maior, de acordo com funcionários do aeroporto. Em algumas lojas as vendas mais que triplicaram na última semana.
— Em dias normais eu costumo vender cerca de R$ 700 por dia. Ontem eu vendi R$ 3 mil e a expectativa é que aumente bastante — disse Cássia Fonseca, vendedora do Galeão Coffee Shop, que fica próximo ao desembarque internacional.
A vendedora do Dufry Shopping, Franciene Barreto, também está animada com o aumento das vendas com a Olimpíada. — Já cresceu bastante. Pelo menos triplicou as vendas de cada funcionário.
Além de balcões de atendimento espalhados pelos terminais, desde maio o aeroporto conta com o Welcome Center, um espaço no desembarque internacional do Terminal 2 em parceria com a Rio Tur e a Setur que agrega informações turísticas e de transporte sobre a cidade e o estado do Rio.
O reforço na segurança do aeroporto está sendo feito por homens da Polícia da Aeronáutica. De acordo com o RIOgaleão, o novo Centro de Operações do aeroporto estará integrado com o Centro de Operações da Prefeitura do Rio. A concessionária informou que instalou mais de mil câmeras de segurança de alta definição em todo o sítio aeroportuário.

JORNAL CORREIO BRAZILIENSE


Terrorismo versus abuso de autoridade


Denise Rothenburg

A prisão do grupo de possíveis simpatizantes da facção terrorista Estado Islâmico no Brasil servirá para ajudar juízes e magistrados a ampliar a pressão no sentido de tirar de cena o projeto que impõe limites à ação da Justiça — conhecido como lei contra o abuso de autoridade. Na avaliação da Associação dos Magistrados do Brasil (AMB), a prisão mostrou que não basta apenas o apoio da sociedade para estancar o terror. É preciso que a legislação permaneça firme no amparo à atuação da Polícia Federal e do Judiciário e essa firmeza ficará ameçada, caso o projeto de Lei 280/2016 seja aprovado.
A AMB cita como exemplo o artigo 30, que diz ser crime de abuso de autoridade “dar início ou proceder à persecução penal, civil ou administrativa sem justa causa fundamentada”, o que poria em dúvida o trabalho dos agentes públicos em situações como a dessa semana. Apesar da lei contra o terrorismo, de relatoria do atual ministro da Defesa, Raul Jungmann, dizer que ações preparatórias são consideradas crime, ao prenderem 11 suspeitos de combinar um ato terrorista, as autoridades assumiram a responsabilidade de prevenir antes de remediar, o que poderia ser interpretado como crime pelo projeto em discussão no Senado.

As janelas para a insegurança

País sem histórico de ações terroristas e conflitos étnicos, o Brasil terá um teste de fogo durante os Jogos Olímpicos e, para especialistas, o risco de ataque não é significativo. Problemas antigos na área de segurança pública e preparação imcompleta são alvo de críticas

Naira Trindade

A diversidade cultural, a extensa área territorial e a tradição de ser um país amigável são qualidades que transformaram o Brasil num país ainda mais vulnerável a possíveis ameaças de ataques terroristas. Sem registros de atentados, o país nunca investiu ou se empenhou em formar um time de inteligência realmente forte para conter a ameaça real com a vinda de delegações do mundo inteiro para competir nos jogos olímpicos do Rio de Janeiro. Em contrapartida, ao menos 100 pessoas suspeitas de terrorismo estarão sob monitoramento constante durante as Olimpíadas.
Somada aos problemas que o país já enfrenta, a tradição do país intensificou os riscos de ataques. Isso porque o empenho do governo em trabalhar para o sucesso no megaevento não correspondeu. A poucos dias do mundial, ainda há pendências que precisam ser finalizadas. Na última quarta-feira, o ministro do Esporte, Leonardo Picciani, anunciou que só na próxima semana uma autoridade do Comitê Olímpico com poder decisório se reunirá com os ministros para os últimos ajustes.
Aliado aos impasses cotidianos como a criminalidade em alta, a falta de infraestrutura e o transporte público ineficiente, o Brasil enfrenta imbróglios pontuais: faz fronteira seca com 10 países — e o controle nessas áreas é ruim, o que possibilita entrada de armamento pesado e de drogas. “É muito difícil patrulhar uma fronteira com 10 países, e por aí entram drogas, armas”, reforçou o especialista em segurança pública e relações internacionais Pedro Rafael Azevedo.
Há pouco mais de 20 dias, a companhia aérea Avianca disparou um boletim interno alertando para a possível fuga de um terrorista sírio para o Brasil. Ex-presidiário de Guantánamo acolhido no Uruguai como refugiado, Jihad Ahmad Diyab, 34 anos, estaria em solo brasileiro. A Polícia Federal evitou comentar o assunto. Porém, o anúncio da companhia aérea reforça a tese de que as portas de entrada no país estão vulneráveis, por terra, pelo ar e pelo oceano.
O Brasil enfrenta também problemas como a falta de recursos financeiros para ampliar a estrutura humana e tecnológica. “As políticas em segurança pública não são prioridade e não são levadas a sério. Faltam, por exemplo, políticas para barrar os altos índices de homicídios. Se fosse (prioridade) não teríamos uma enxurrada de armas e drogas entrando no país”, criticou o doutor em Segurança Internacional e professor na University of Central Florida (EUA) Marcos Degaut.
Degaut ressalta que o último concurso público para a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) ocorreu em 2010. Além disso, o policiamento e a maneira como o país lida com as diferenças das carreiras nos estados são avaliadas por especialistas em segurança como deficitários. “Nossas polícias atuam de forma precária. Nossas polícias são mal pagas e não existe concurso público para a Abin desde 2010. São seis anos esperando com um número que já era defasado”, afirmou.
Além dos pontos que deixam o país suscetível a possíveis ataques, entra em cena uma ameaça invisível: os lobos solitários. Eles não são identificados na ação de contrainteligência, que visa fazer a prevenção. “É uma ameaça que você não sabe de onde vem”, pontua Pedro Rafael. No atentado de Nice, na França, o tunisiano Mohamed Lahouaiej Bouhlel dirigiu um caminhão em meio à multidão, matando 84 pessoas. Ele era considerado amador, sem histórico de envolvimento terrorista.
Especialista em segurança pública internacional, Carlos Brito avalia que o Brasil “desdenha” de iniciativas preventivas. O acesso a muitos órgãos públicos, por exemplo, ocorre sem que exista sequer detector de metais. Apesar disso, Carlos pondera que os EUA “um país obcecado por segurança e investimento na área, e de tempo em tempo são alvo de ataque terrorista”.
As inteligências da Polícia Federal e da própria Abin fazem paralelamente — e também de forma conjunta — o monitoramento de pessoas suspeitas a fim de evitar ou impedir atentados. Com uma equipe reforçada por profissionais de outras áreas, esse monitoramento tende a dar conta da demanda para as Olimpíadas. O trabalho resultou na prisão de 11 suspeitos em estados brasileiros entre quinta e sexta-feira.
Mesmo depois dessas prisões, o país mantém o monitoramento de pelo menos 100 suspeitos. Nem a Polícia Federal nem a Abin revelam ao certo o número, para não atrapalharem as investigações. “Não há possibilidade de que não haja pessoas no Brasil envolvidas ou simpatizantes do terrorismo. É bem provável que esse número seja bem maior que cem”, acredita Pedro Rafael.

Olhos especializados nas ruas e estádios

Eventos internacionais, como as Olimpíadas, provocaram o aumento do risco de ataques no Brasil. Apesar de ele ainda ser considerado baixo por especialistas, Abin ampliará o número de agentes infiltrados nos eventos

Eduardo Militão

Anfitrião de eventos internacionais como a Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos deste ano, o Brasil aumentou a chance de ser alvo de ataques terroristas, apesar de, na avaliação de especialistas, ainda apresentar um risco bem menor do que outras nações. Por causa da exposição, o Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin) aumentará o número de agentes infiltrados nos eventos olímpicos, em especial nos de grande aglomeração de pessoas, como na cerimônia de abertura, em shows e partidas de futebol.
No Rio de Janeiro, funcionários de hotéis e concessionárias de serviços públicos foram orientados a relatar à Agência Brasileira de Inteligência (Abin) movimentações estranhas de pessoas em horários considerados suspeitos e com roupas não condizentes com a clima da cidade durante os Jogos. Vários integrantes do Sisbin vão participar como “observadores de inteligência”. Eles estarão nos eventos à paisana, comprando ingressos, mas com o objetivo de recolher dados e repassar aos órgãos de segurança conforme vejam ameaças concretas nos locais de competição e nas ruas da cidade. “São pessoas treinadas para atuar como agentes de segurança nos eventos. Ingressarão nos locais de competição como parte do público espectador”, explica a assessoria da Abin.
Além disso, o Brasil monitora “dezenas de pessoas” suspeitas de terrorismo, que representam 1%, aproximadamente, dos combatentes terroristas no mundo, segundo apurou o Correio com autoridades que tratam do tema no Brasil e com dados da Polícia Internacional (Interpol). A entidade estima que existam mais de 7.500 “combatentes terroristas” no mundo, segundo informações recebidas de 60 países, relação aberta às agências de inteligência e investigação a fim de combaterem os criminosos. Além disso, há “milhares de registros adicionais” sob análise da Interpol para facilitar a apuração de casos de terrorismo pelas polícias locais, segundo comunicado da agência publicado na última sexta-feira.
São cerca de 100 alvos monitorados com uso de um sistema integrado de informações. José Maria Panoeiro, coordenador dos grupos de trabalho de Terrorismo do Ministério Público Federal em todo o Brasil e da Procuradoria da República do Rio de Janeiro, responsável por acionar a Justiça em caso de ocorrência de atentados nos Jogos Olímpicos, contou ao Correio que a proximidade do evento e a publicação da Lei Antiterrorismo brasileira — que pune a preparação de atos radicais — aumentou o monitoramento de alvos no Brasil. “Tem uma série de monitoramentos”, contou.
Na avaliação de alguns analistas o número de monitorados é baixo. Só há “dezenas de pessoas” nessa situação, afirmou José Maria Panoeiro. As classificações de risco são mantidas em sigilo pelos integrantes do Sisbin. O procurador relatou uma conversa que teve há poucos dias, antes dos atentados em Nice, na França, com um agente francês que comentava a situação brasileira em relação a outros países. O investigador disse que os brasileiros não estão imunes a lobos solitários, porque isso entra na conta do imprevisível, mas não havia monitoramento da França de ninguém de terrorismo estrangeiro. “Vocês não têm realidade de guerra, não têm base da Otan, como a Turquia, que está em posição estratégica”, avaliou o francês.
No Brasil, o monitoramento de alvos do Sisbin é feito pela Abin, que coordena o sistema e a ações contraterrorismo das Olimpíadas, pela Polícia Federal, as forças armadas e mais de 30 órgãos, inclusive o Ibama. As ações incluem monitoramento de redes sociais, inclusive com aplicativos de computadores que “fiscalizam” uso de determinadas palavras-chave, “fontes vivas” ou informantes e os chamados “abajures”, agentes que observam um alvo de perto e ficam parados como mobílias, enquanto filmam e fotogravam para depois escreverem relatórios.
Na Operação Hashtag, que prendeu 11 pessoas acusadas de preparar atos terroristas nas Olimpíadas, houve até técnica de infiltração. Um agente ingressou em rede social para capturar as mensagens trocadas. Algumas delas mostravam vídeos em que os brasileiros agora presos gravaram “batismos” com juramentos de lealdade ao Estado Islâmico do Iraque e do Levante (Isil ou Da’esh).
Três inquéritos
A ação da polícia e do Ministério Público aparece mais quando a exaltação aos terroristas pula de nível, como compra de armamento e negociação de explosivos. “No momento em que a pessoa passa a adotar práticas mais concretas, passa da situação de alvo de inteligência para ser um alvo de investigação criminal”, explica Panoeiro. Ele disse que não há nenhuma apuração formal para atos terroristas nos Jogos. Porém, uma fonte que atua no setor disse que havia três inquéritos abertos na Divisão Antiterrorismo (DAT), da Polícia Federal, que funciona em Brasília. Haverá também um posto avançado no Rio de Janeiro durante a Olimpíada. A assessoria da PF disse que não pode responder sobre monitoramento de alvos nos Jogos.
A Abin mantém um centro de controle em Brasília. Durante os Jogos, o Centro de Inteligência de Serviços Estrangeiros (Cise) funcionará no Rio de Janeiro com mais de 100 pessoas. De acordo com a assessoria da agência, as informações sobre ameaças serão repassadas rapidamente por meio dessa central internacional. Além disso, um comitê de enfrentamento ao terrorismo estará de prontidão com integrantes da agência e dos ministérios da Justiça e da Defesa.

Militares na paisagem

A capital fluminense amanheceu repleta de homens das Forças Armadas nas ruas. A ação é parte do plano de segurança dos Jogos. Ontem, evento marcou a inauguração da Vila Olímpica, local onde atletas australianos se recusaram a ficar

A inauguração da Vila Olímpica no Rio de Janeiro ficou marcada pela chegada das primeiras delegações que participarão dos Jogos Olímpicos e pelo reforço da segurança na cidade em áreas estratégicas. Em meio ao receio com atentados terroristas, uma parte dos 22 mil integrantes das Forças Armadas passaram a ocupar a orla da capital e outros pontos, como prevê o plano de proteção à cidade durante as Olimpíadas, o maior para grandes eventos realizado no país. A operação começou à meia-noite de domingo e o Rio amanheceu com a paisagem repleta de militares pelas ruas.
Ao todo, segundo o Ministério da Defesa, mais de 40 mil agentes das Forças Armadas farão a defesa dos Jogos no Rio e nas outras cinco cidades-sedes que receberão partidas de futebol: Salvador, Brasília, Belo Horizonte, Manaus e São Paulo. O esquema permanecerá até 18 de setembro, quando acabam as Paralimpíadas. Do total de militares, cerca de 22 mil, de tropas do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, ficarão no Rio de Janeiro em regiões estratégicas, como as usinas nucleares de Angra 1 e Angra 2, nos quatro pólos olímpicos — Copacabana, Maracanã, Deodoro e Barra —, em estações de trens e vias expressas, como a Linha Amarela.
Ontem, durante uma cerimônia no Palácio Duque de Caxias, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, disse que o Brasil está preparado para garantir a segurança e o esquema é o maior já montado. “Todos chegaram até aqui por meio de um grande esforço logístico. É importante dizer que as atenções do mundo estarão voltadas para os atletas, os recordes, mas está em vossas mãos permitir que isso tudo aconteça em paz e com segurança”, disse o ministro a militares presentes.
Ao longo do período dos Jogos, os integrantes das Forças Armadas terão poder de polícia, o que é previsto na Constituição, por meio da Garantia da Lei da Ordem. Por enquanto, os militares não farão operações em favelas, locais de conflitos internos. Os 22 mil militares serão distribuídos da seguinte maneira: 4.713 em Deodoro, 2.169 na região do Maracanã, 5.847 em Copacabana e 2.002 na Barra. No Parque Nacional da Tijuca, estarão 530 militares da Força Aérea Brasileira e outros 146 militares.
Ontem, a delegação da Austrália recusou-se a ficar na Vila Olímpica, local destinado aos atletas, devido a problemas com a estrutura. “A Vila Olímpica não é segura”, disse a chefe de missão da Austrália na Rio-2016, Kitty Chiller. Embora se referisse a entraves estruturais, em 21 de junho, Chiller havia exigido uma resposta e pedido reforço na segurança do local depois que a atleta Liesl Tesch, que participará nas provas de vela da Paralimpíada de 2016, foi alvo de um assalto à mão armada. Questionado ontem, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, minimizou a preocupação. “As forças de segurança estão prontas, em contato com agências de inteligência brasileira e internacional. O Rio será o lugar mais seguro para se estar em agosto”, garantiu Paes.
Reforço nas Olimpíadas
Confira o contingente de militares que vão trabalhar na proteção dos Jogos Olímpicos e outras medidas de defesa da população a serem adotadas. A operação começou à meia-noite de ontem e seguirá até 18 de setembro.
Total de militares: 41 mil
Dos quais
21 mil no Rio de Janeiro em quatro regiões olímpicas: Copacabana, Maracanã, Deodoro e Barra
3 mil em policiamento ostensivo, Vias expressas e redondezas do Galeão
1,2 mil para combate ao terrorismo na estrutura do Comando Conjunto de Prevenção e Combate ao Terrorismo (CCPCT), que atua em integração com o Ministério da Justiça e a Agência Brasileira de Inteligência (Abin)
20 mil militares em outras cidades-sede dos jogos de futebol como Salvador, Brasília, Belo Horizonte, Manaus e São Paulo.
Arsenal para o patrulhamento:
12 navios
1.169 carros, jipes e caminhões
70 veículos blindados
28 helicópteros
48 embarcações de pequeno ou médio porte
174 motocicletas
Fonte: Ministério da Defesa



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