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NOTIMP - Noticiário da Imprensa - 30/11/2015 / A Azul voa mais alto


A Azul voa mais alto ...

Com um aporte de R$ 1,7 bilhão de investidores chineses, a novata no mercado aéreo brasileiro se torna a companhia mais valiosa do setor e a mais capitalizada da América Latina. Até onde a empresa pode chegar?

O discreto Cassa Hotel, na 45th Street, em Manhattan, registrou na última semana uma movimentação atípica para um estabelecimento quatro estrelas, sem muita ostentação. Foi neste endereço que um grupo de bilionários chineses, controladores do grupo HNA, com base em Pequim, e os brasileiros David Neeleman, CEO e maior acionista da Azul Linhas Aéreas, e Antonoaldo Neves, presidente, assinaram um contrato de R$ 1,7 bilhão, anunciado na terça-feira 24.

O acordo, o maior do setor neste ano, transferiu 23,7% do capital da empresa brasileira para os chineses e transformou a novata no mercado, fundada em 2008, na mais capitalizada da América Latina e na companhia aérea mais valiosa do País, com R$ 7 bilhões. A TAM, que responde por 44% do Grupo Latam, tem valor de mercado estimado em R$ 5,3 bilhões. Já a Gol vale R$ 1,2 bilhão na bolsa. “Estrategicamente, foi um negócio da China para nós e para eles”, disse Neves à DINHEIRO, na sede da companhia, em São Paulo.

“Com a operação, consolidamos uma base acionária global, ampliamos a capilaridade de nossa malha e cobrimos nosso alcance em todo o planeta.” A afirmação do executivo soa como exagero, mas não é. Além de ser a companhia aérea com o maior número de destinos no Brasil, operando em mais de cem cidades, a Azul tem como sócia a americana United Airlines, que desembolsou US$ 100 milhões por uma fatia de 5%, em junho. Com isso, passou a oferecer destinos em todas as grandes cidades americanas, assim como os visitantes americanos ganharam acesso às cidades brasileiras com menos escalas.

Já na Europa, a companhia fechou, na quarta-feira 25, o acordo de compartilhamento de voos – o chamado codeshare – com a portuguesa TAP, que teve 61% do capital recém-adquirido por um consócio liderado por Neeleman, acionista com participação de 67% na Azul. “Com a TAP, cobrimos todo o continente europeu e africano”, disse Neves. “Faltava a Ásia. Agora, não falta mais.” Sob a ótica dos chineses, a compra também faz todo sentido. O Brasil ocupa, atualmente, a terceira posição no ranking dos maiores mercados para a aviação comercial, atrás de Estados Unidos e da China.

A HNA, com faturamento de US$ 25,6 bilhões no ano passado e mais de 110 mil funcionários, já controla dez companhias aéreas na China, além de supermercados, bancos, empresas de logística e a agências de turismo. Na aviação, a mais importante delas, a Hainan, é a principal operadora da Embraer da Ásia, com 67 aeronaves. A frota atual, incluindo modelos Boeing e Airbus, é de 561 aviões. A Azul, com receita de R$ 5,8 bilhões em 2014 e prejuízo líquido de R$ 65 milhões, pouco em relação às concorrentes, possui 88 aeronaves da Embraer, 59 turboélice ATR e sete aviões Airbus.

“Mais do que dinheiro em caixa, a operação permitirá que a Azul ganhe de sinergia com compra, leasing, manutenção e seguros de aeronaves”, diz o consultor da Bain & Company, Guilherme Amaral, especialista em aviação. “O grupo HNA é um conglomerado com atuação expressiva no financiamento de aeronaves.” No quesito rentabilidade, a Azul já tem voado mais alto que suas concorrentes no País.

Enquanto a companhia mantém 70 funcionários por aeronave, a média de TAM, Gol e Avianca vai de 130 a 160 pessoas. “Temos uma operação muito bem ajustada, com controle de todos os detalhes da companhia”, afirmou Neves. “Estamos preparados para, no momento apropriado, ir ao mercado”, completou o presidente, referindo-se à aguardada estreia da Azul e do Tudo Azul, o programa de fidelidade da companhia, na bolsa. Com R$ 1,7 bilhão em caixa, a abertura de capital deixou de ser uma prioridade.

"Não é o rabo que balança o cachorro"

O presidente da Azul, Antonoaldo Neves, falou à DINHEIRO:

O que os chineses viram na Azul para pagar R$ 1,7 bilhão por uma fatia minoritária?
O Brasil é o terceiro maior mercado doméstico do mundo. Mesmo assim, possui apenas meia viagem por ano para cada habitante. O potencial de crescimento da aviação no Brasil é gigantesco.

A Azul adiou a estreia na bolsa por três vezes. Quando, afinal, irá abrir o capital?
O mercado nos dirá qual o melhor momento de estrear na bolsa. Atualmente, não há clima para isso. Estamos aguardando. Pode ser daqui a seis meses. Daqui a dois ou três anos. Difícil saber.

A TAP mantinha um acordo de compartilhamento de voo com a Gol e parceria com o Smiles. Como ficará a partir de agora?
O contrato, com certeza, será cumprido. Mas não vejo nenhum problema nisso. Os clientes da TAP terão a opção de escolher a Azul ou a Gol, e vice-versa.

O CEO David Neeleman sempre afirmou que o foco da Azul era a aviação doméstica, mas a empresa está cada vez mais se voltando ao mercado internacional. O plano mudou?
A lógica da Azul é a seguinte: o cachorro balança o rabo, não é o rabo que balança o cachorro. Somos uma empresa com foco na aviação doméstica, que tem parcerias e operações internacionais. Não o contrário. Continuaremos com esse modelo.




Acompanhe aqui o Noticiário relativo ao Comando da Aeronáutica veiculado nos principais órgãos de comunicação do Brasil e até do mundo. O NOTIMP apresenta matérias de interesse do Comando da Aeronáutica, extraídas diretamente dos principais jornais e revistas publicados no país.



PORTAL G-1


Ijar Fonseca nasceu em Carmo do Cajuru e é professor no ITA em SP.

Cientista de MG gerencia criação de robô para manutenção de satélites. Rebocador espacial permitirá conserto de equipamentos em órbita.

Ricardo Welbert

ImagemUm cientista nascido em Carmo do Cajuru, no Centro-Oeste de Minas, é a mente por trás do projeto de um robô que deverá ser usado para consertar satélites em órbita. A criação é um tipo de rebocador espacial. Especialista em mecânica de voo, Ijar Fonseca, de 66 anos, começou o trabalho em 2014 e a previsão é de que o equipamento fique pronto em 2017. O resultado pode representar um avanço no desenvolvimento do programa espacial brasileiro.
Fonseca é professor no Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA) em São José dos Campos (SP) e gerencia o projeto. De acordo com ele, o objetivo é testar novos algoritmos de controle em operações de encontro e ancoragem entre espaçonaves. "Essas operações no espaço são delicadas. Mesmo com uma mínima falha é possível perder a missão inteira", ressaltou.

O Brasil ainda não domina o espaço a ponto de usar tecnologias de acoplamento. Por isso a equipe de astronáutica do ITA pretende lançar um satélite em dezembro, para testes. "Mas não há garantia de continuidade, uma vez que o país está mergulhado em uma crise econômica", disse Ijar.
Estados Unidos, Japão, Rússia e Alemanha já lançaram equipamentos parecidos com o desenvolvido no Brasil.
O objetivo da equipe nacional, de acordo com Ijar, não é chamar atenção de outros países, mas abrir a possibilidade de explorar outros aspectos a partir do domínio das técnicas de encontro e acoplamento de espaçonaves. Metade do projeto já foi executada e o restante segue em fase de execução.
O grupo pretende fazer experimentos com dois robôs flutuantes. A plataforma que permitirá realizar esse experimento simula o ambiente espacial. Ela já foi encomendada, mas ainda não foi entregue. Porém, os cientistas brasileiros já obtiveram bons resultados quando testaram suas teorias em uma plataforma feita de gelo.
Investimento
A equipe responsável pelo projeto, composta por cinco doutores pesquisadores, conseguiu um suporte financeiro de R$ 157 mil da Agência Espacial Brasileira para contratação de serviços e aquisição de hardwares.
Para participar de eventos científicos e internacionais no Canadá, na França e em Israel, a equipe conseguiu subsídio do "Uniespaço", programa criado pela Agência Espacial Brasileira (AEB) em 1997 com objetivo de formar base de pesquisa e desenvolvimento. Cada viagem custa cerca de R$ 15 mil.
O pesquisador
Ijar Fonseca tem ampla experiência no ramo aeroespacial. Enquanto fazia doutorado nos Estados Unidos, trabalhou em um projeto financiado pela Nasa, a agência espacial americana.
Hoje é um dois oito brasileiros integrantes da Academia Internacional de Astronáutica e vice-presidente internacional do Comitê de Estruturas e Material da Federação Internacional de Astronáutica.Seu nome será levado para Marte em um microchip transportado pelo Mars Science Laboratory rover da Nasa", diz certificado obtido por Ijar.O nome dele está gravado na memória do jipe-robô Curiosity, que pousou em Marte em 2012. "Eu estava bisbilhotando o site da Nasa quando vi uma mensagem que dizia que estavam abertas inscrições para ter o nome gravado no banco de dados da sonda. Eu me inscrevi e fui selecionado. Posso dizer que estou em Marte neste instante", comentou.
Em 2011 ele conseguiu outra façanha. Um certificado entregue a ele pela Nasa confirma que a imagem do rosto dele voou no espaço a bordo do ônibus espacial Endeavour, na missão STS-134. "A imagem foi levada a uma altitude de 220 milhas acima da Terra. Voou a uma velocidade de mais de 17.400 milhas por hora enquanto orbitava nosso planeta. Em nome da Nasa, obrigado por compartilhar a emoção de nossa missão e acolher o seu interesse na exploração espacial. Nós ficamos contentes de tê-lo a bordo", informa o documento.
Ijar afirma que deixou o interior de Minas ainda muito jovem em busca do sonho de lidar com algo que o aproximasse das estrelas. "Por isso gosto de dizer aos jovens, em um trocadilho astronáutico, que o sonho é um propulsor que nos leva a descobertas incríveis", finalizou.

No AM, grupo arrecada doações para vítimas de deslizamento em Mariana

"Yoga Pela Vida" realiza evento no Parque do Mindu, em Manaus. Palestras e show musicais fazem parte da programação.

Uma ação para arrecadar mantimentos é realizada neste domingo (29) pelo projeto "Yoga Pela Vida". O evento ocorre no Parque do Mindu, no bairro Parque 10, Zona Centro-Sul de Manaus. Segundo a organização, as doações serão destinadas para as pessoas atingidas pelo rompimento de barragens na cidade de Mariana, em Minas Gerais.
O evento será realizado até às 17h. Debates com ecologistas, biólogos e música fazem parte da programação. No anfiteatro do parque, a partir das 14h, serão apresentados shows de Cileno, Marcelo Nakamura e banda "Os Tucumanos".
Um debate sobre o tema "Desastre ambiental e sua influência na sociedade e meio ambiente", com a exibição dos documentários "Belo Monte" e "Tupinambá - Retorno da Terra", foi realizado no auditório da Parque do Mindu durante a manhã.
A coordenadora do projeto conta que a ideia de discutir sobre problemas ambientais e angariar fundos para vítimas de Mariana surgiu em um bate papo. "Nós já praticamos yoga aqui no parque. Em uma conversa surgiu essa ideia. O que a gente quer mesmo é chamar atenção das pessoas com relação a este problema e o que ele vai causar para as pessoas e para a vida animal daquela área depois dessa tragédia", informou Yanna Silva.
Ainda segunda Yanna, o material arrecadado durante o evento deverá ser enviado para Minas Gerais com a ajuda da Força Aérea Brasileira (FAB).
Dezenas de pessoas compareceram no parque durante as primeiras horas da manhã. Como foi o caso Clayna Marques, 21 anos. A estudante e seus dois primos aproveitaram o domingo para relaxar debaixo das árvores.
"Eu já visitei diversos locais onde existem essas áreas de preservação. Aqui no Mindu é a primeira vez e eu gostei bastante. Pude caminhar nas trilhas e conhecer o lugar. É muito bom termos espaços como este para descansar e a campanha é muito válida, pois as pessoas não devem estar em uma situação fácil", contou.

REVISTA ISTO É


O Risco Olímpico

Ataques em Paris ampliam preocupação com a segurança da Olimpíada no Rio. Inédito no País, centro de enfrentamento ao terror será montado para os Jogos e efetivo policial pode ser aumentado

Débora Bergamasco

ImagemNenhum evento mobilizará tanta gente em 2016 quanto a Olimpíada do Rio, marcada para agosto. Só para a cerimônia de abertura dos Jogos são esperados 100 chefes de Estado. Ao longo da competição, desembarcarão no Rio 10 mil atletas de mais de 200 países e 500 mil turistas estrangeiros para assistir a 42 campeonatos simultâneos. Embora o Brasil não seja alvo tradicional de grupos terroristas, este é um dos focos de preocupação, sobretudo depois dos ataques do Estado Islâmico à capital francesa. Um megaesquema de segurança está sendo montado numa parceria entre os governos federal e do Rio. Em visita ao Brasil na semana passada, o ministro dos Negócios Estrangeiros da França, Laurent Fabius, ofereceu à presidente Dilma Rousseff o apoio dos serviços de inteligência do país. Para o ministro-chefe da Secretaria de Governo, Ricardo Berozini, todo cuidado é pouco. “Não há limite para a nossa preocupação e para tomar todas as providências ao alcance das autoridades”, disse.
Com um orçamento previsto de mais de R$ 1 bilhão, os Jogos reunirão 47 mil agentes de segurança pública, sendo 9,6 mil da Força Nacional. Entre as principais ações está prevista a implementação do Centro Integrado de Enfrentamento ao Terrorismo (CIET). De acordo com o chefe da Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos, Andrei Rodrigues, será a primeira vez que o Brasil terá um QG de Inteligência voltado especialmente para ações contra o terror. “Com isso, vamos ampliar a capacidade de operação e imprimir mais celeridade à troca de informações, numa interlocução aberta com todos os países parceiros”, afirmou.
As autoridades envolvidas no evento negam que os atentados na capital francesa tenham alterado o planejamento: “A matriz do planejamento de segurança continua a mesma, não tem porque mudar”, afirmou à ISTOÉ o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Apesar disso, além de uma expectativa de aumento de verba para segurança, há uma pressão do Ministério da Defesa para que a presidente Dilma Rousseff não sancione a isenção de vistos para turistas vindos dos EUA, Canadá, Japão e Austrália. Esta seria a primeira mudança de planos significativa depois da tragédia na França. Em uma reunião marcada para os próximos dias entre o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos, o Comitê Olímpico Internacional e autoridades do governo federal, os organizadores do evento também discutirão o aumento do contingente policial. A contratação de empresas privadas para reforçar a segurança é vista com bons olhos pelo Comitê Olímpico.
Faz parte ainda da preparação antiterrorismo a integração de profissionais com experiência em grandes eventos esportivos internacionais. A maratona de Boston de 2013, quando explodiram duas bombas, trouxe um aprendizado importante às autoridades: por conta do pânico generalizado, houve congestionamento das linhas telefônicas e o sistema de comunicação entre os policiais, que era feito por celular e rádio, entrou em colapso. Por isso, a ideia é buscar alternativas para o contato entre os agentes. A dificuldade em cruzar a via de um lado para o outro também despertou o alerta para a necessidade de passarelas em locais estratégicos. O Tour de France, quando um carro ultrapassou barreiras policiais colocadas para a etapa final, demonstrou a importância da criação prévia de rotas alternativas para provas de rua em caso de ameaças de explosivos no percurso previsto, e ainda mostrou a relevância de reforçar policiamento nas áreas de largada e chegada de competições ao ar livre. 
Conexões do terror no Brasil
Até hoje não foram identificados no Brasil organizações comparáveis aos dos autores dos ataques perpetrados contra Paris. Mas a Polícia Federal já monitorou pessoas ligadas a esses grupos fundamentalistas e ultra radicais que vieram ao Brasil passar pequenas temporadas. "Para descansar. Desopilar. Como em períodos de férias", disse um investigador ouvido por ISTO É. Em agosto deste ano, numa outra ação realizada no bairro Pari, em São Paulo, a polícia identificou quatro homens suspeitos de movimentar R$ 50 milhões em cinco anos e enviá-los ao Líbano. Eles usavam empresas de fachada e nomes falsos para fazer a remessa de recursos. Com base em perfis nas redes sociais e outras informações, há suspeita de ligação com integrantes do grupo com o Estado o Islâmico. Entretanto, eventuais conexões dos investigados com grupos terroristas em nada agravou a situação penal dos suspeitos. Aprovar uma lei antiterrorismo, atualmente em análise no Congresso Nacional, é fundamental para isso.

Agora, sim!


Ricardo Boechat

Está em fase final de análise na Anac o pedido da TAM para uso de celulares e equipamentos eletrônicos durante voos. O veto à utilização em pousos e decolagens gera atrito entre passageiros e comissários de bordo. A empresa tem sinal verde para oferecer wifi em módulo cruzeiro. Celulares, laptops e tablets, no módulo avião, é permitido em aviões da Gol.

JORNAL O ESTADO DE SÃO PAULO


EUA vai propor inspeção obrigatória em jatos da Embraer e Boeing


A Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês) do governo dos EUA vai propor nesta segunda-feira (30) inspeções obrigatórias e, se necessário, a substituição de peças em quase 1,6 mil jatos, para evitar potenciais acidentes. As medidas, que afetam algumas aeronaves da Embraer e da Boeing, são incomuns, já que visam defeitos específicos.
A maior parte dos sistemas em jatos comerciais têm backups, ou seja, um defeito em um único item geralmente não leva a acidentes. A FAA, no entanto, afirma nas medidas que devem ser publicadas nesta segunda-feira que o mal funcionamento de determinado componente pode colocar em risco a segurança do voo. As autoridades, no entanto, ainda não determinaram reparos imediatos, o que significa que os riscos no caso dessas aeronaves não são iminentes.
No caso do Boeing 737, o governo dos EUA quer que os operadores desses jatos verifiquem se há corrosão de partes do estabilizador horizontal, que fica na cauda da aeronave. Cerca de 1,4 mil unidades estão na lista, começando com a versão 737-600 e seguindo por uma série de atualizações posteriores.
Já no caso da Embraer, a FAA quer inspecionar 197 unidades dos modelos 170 e 190. Segundo a agência, algumas válvulas defeituosas podem rachar e resultar em uma parada nos dois motores dessas aeronaves durante o voo.
As companhias aéreas dos EUA devem ter um prazo de três meses para realizar essas inspeções. Tanto a Boeing como a Embraer já haviam alertado para esses problemas antes. No ano passado, as autoridades brasileiras determinaram o reparo de alguns defeitos mas não incluíram certas versões do Embraer 170 na lista.
Os documentos da FAA não citam nenhum acidente causado por esses supostos defeitos.

JORNAL CORREIO BRAZILIENSE



COLUNA ESPLANADA
May Day
Para atender compromissos na sociedade de 49% com empresas nas concessões, a presidente Dilma tem excluído empenho de milhões de reais nos aeroportos da Infraero.

REVISTA VEJA


Desce


Fokker 100
Por ter ficado cara e ultrapassada, a aeronave holandesa foi aposentada pela Avianca e, assim, se despede dos aeroportos brasileiros.

JORNAL FOLHA DE SÃO PAULO


Aedes aegypti faz governo federal colocar Exército à disposição de PE


Marina Dias

Após o Governo de Pernambuco decretar situação de emergência no Estado a partir de terça-feira (1º) devido ao aumento de casos de chikungunya e zika, transmitidos pelo mosquito Aedes aegypti, o governo da presidente Dilma Rousseff (PT) colocou as Forças Armadas à disposição do Estado para ajudar na prevenção das doenças e na conscientização da população local.
Segundo o ministro Gilberto Occhi (Integração Nacional), cerca de 800 homens do Exército de Pernambuco vão agir como apoio ao governo estadual atuando, inclusive, como agentes de saúde —em visitas às casas— e palestrantes em escolas.
Nesta segunda-feira (30), Occhi e o ministro Marcelo Castro (Saúde) estarão em Pernambuco para, ao lado do governador do Estado, Paulo Câmara (PSB), lançar um programa para conscientizar e ajudar a prevenir, entre outras doenças, a microcefalia, malformação em que os bebês nascem com o crânio reduzido, prejudicando o desenvolvimento do cérebro.
Neste sábado (28), o Ministério da Saúde confirmou que há relação entre o surto da doença no Nordeste e o zika vírus, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti. Só em Pernambuco, foram constatados 487 casos de microcefalia nas últimas semanas, mas o Palácio do Planalto tem em mãos projeções que apontam para sensível piora do quadro até o início do ano que vem.
"O Exército vai servir de apoio em Pernambuco. Temos que mostrar que não se pode deixar água parada, córregos e esgotos precisam estar devidamente tratados, etc. Nosso apoio com as Forças Armadas é no sentido de ajudar as prefeituras e o governo do Estado em um grande mutirão", afirmou Occhi à Folha.
Ainda de acordo com o ministro, por enquanto não há necessidade de enviar reforço mas, se o quadro se tornar mais grave nas próximas semanas, haverá o deslocamento de homens do Exército dos estados de Alagoas e Paraíba para Pernambuco.
Com o decreto do estado de emergência, o Estado tem mais liberdade para acessar crédito para uso em medicamentos, equipamentos e até contratos temporários para combater os focos de mosquito, sem precisar passar por licitação.
REUNIÃO COM DILMA
Desde que o surto de microcefalia foi detectado no Nordeste, há duas semanas, Dilma tem sido aconselhada por seu núcleo político mais próximo a viajar para a região, mas a presidente tem preferido cautela e dito que quer ter "certeza do que está acontecendo" na região.
Ao voltar de sua viagem a Paris, onde participa da COP21, Dilma vai reunir os governadores dos Estados mais atingidos pela microcefalia para monitorar a situação e pedir a colaboração para a ação conjunta que ela pretende desenvolver no país e, segundo auxiliares, deve viajar ao Nordeste na sequência.

REVISTA ISTO É DINHEIRO


A Azul voa mais alto

Com um aporte de R$ 1,7 bilhão de investidores chineses, a novata no mercado aéreo brasileiro se torna a companhia mais valiosa do setor e a mais capitalizada da América Latina. Até onde a empresa pode chegar?

Hugo Cilo

O discreto Cassa Hotel, na 45th Street, em Manhattan, registrou na última semana uma movimentação atípica para um estabelecimento quatro estrelas, sem muita ostentação. Foi neste endereço que um grupo de bilionários chineses, controladores do grupo HNA, com base em Pequim, e os brasileiros David Neeleman, CEO e maior acionista da Azul Linhas Aéreas, e Antonoaldo Neves, presidente, assinaram um contrato de R$ 1,7 bilhão, anunciado na terça-feira 24.
O acordo, o maior do setor neste ano, transferiu 23,7% do capital da empresa brasileira para os chineses e transformou a novata no mercado, fundada em 2008, na mais capitalizada da América Latina e na companhia aérea mais valiosa do País, com R$ 7 bilhões. A TAM, que responde por 44% do Grupo Latam, tem valor de mercado estimado em R$ 5,3 bilhões. Já a Gol vale R$ 1,2 bilhão na bolsa. “Estrategicamente, foi um negócio da China para nós e para eles”, disse Neves à DINHEIRO, na sede da companhia, em São Paulo.
“Com a operação, consolidamos uma base acionária global, ampliamos a capilaridade de nossa malha e cobrimos nosso alcance em todo o planeta.” A afirmação do executivo soa como exagero, mas não é. Além de ser a companhia aérea com o maior número de destinos no Brasil, operando em mais de cem cidades, a Azul tem como sócia a americana United Airlines, que desembolsou US$ 100 milhões por uma fatia de 5%, em junho. Com isso, passou a oferecer destinos em todas as grandes cidades americanas, assim como os visitantes americanos ganharam acesso às cidades brasileiras com menos escalas.
Já na Europa, a companhia fechou, na quarta-feira 25, o acordo de compartilhamento de voos – o chamado codeshare – com a portuguesa TAP, que teve 61% do capital recém-adquirido por um consócio liderado por Neeleman, acionista com participação de 67% na Azul. “Com a TAP, cobrimos todo o continente europeu e africano”, disse Neves. “Faltava a Ásia. Agora, não falta mais.” Sob a ótica dos chineses, a compra também faz todo sentido. O Brasil ocupa, atualmente, a terceira posição no ranking dos maiores mercados para a aviação comercial, atrás de Estados Unidos e da China.
A HNA, com faturamento de US$ 25,6 bilhões no ano passado e mais de 110 mil funcionários, já controla dez companhias aéreas na China, além de supermercados, bancos, empresas de logística e a agências de turismo. Na aviação, a mais importante delas, a Hainan, é a principal operadora da Embraer da Ásia, com 67 aeronaves. A frota atual, incluindo modelos Boeing e Airbus, é de 561 aviões. A Azul, com receita de R$ 5,8 bilhões em 2014 e prejuízo líquido de R$ 65 milhões, pouco em relação às concorrentes, possui 88 aeronaves da Embraer, 59 turboélice ATR e sete aviões Airbus.
“Mais do que dinheiro em caixa, a operação permitirá que a Azul ganhe de sinergia com compra, leasing, manutenção e seguros de aeronaves”, diz o consultor da Bain & Company, Guilherme Amaral, especialista em aviação. “O grupo HNA é um conglomerado com atuação expressiva no financiamento de aeronaves.” No quesito rentabilidade, a Azul já tem voado mais alto que suas concorrentes no País.
Enquanto a companhia mantém 70 funcionários por aeronave, a média de TAM, Gol e Avianca vai de 130 a 160 pessoas. “Temos uma operação muito bem ajustada, com controle de todos os detalhes da companhia”, afirmou Neves. “Estamos preparados para, no momento apropriado, ir ao mercado”, completou o presidente, referindo-se à aguardada estreia da Azul e do Tudo Azul, o programa de fidelidade da companhia, na bolsa. Com R$ 1,7 bilhão em caixa, a abertura de capital deixou de ser uma prioridade.

"Não é o rabo que balança o cachorro"

O presidente da Azul, Antonoaldo Neves, falou à DINHEIRO:
O que os chineses viram na Azul para pagar R$ 1,7 bilhão por uma fatia minoritária?
O Brasil é o terceiro maior mercado doméstico do mundo. Mesmo assim, possui apenas meia viagem por ano para cada habitante. O potencial de crescimento da aviação no Brasil é gigantesco.
A Azul adiou a estreia na bolsa por três vezes. Quando, afinal, irá abrir o capital?
O mercado nos dirá qual o melhor momento de estrear na bolsa. Atualmente, não há clima para isso. Estamos aguardando. Pode ser daqui a seis meses. Daqui a dois ou três anos. Difícil saber.
A TAP mantinha um acordo de compartilhamento de voo com a Gol e parceria com o Smiles. Como ficará a partir de agora?
O contrato, com certeza, será cumprido. Mas não vejo nenhum problema nisso. Os clientes da TAP terão a opção de escolher a Azul ou a Gol, e vice-versa.
O CEO David Neeleman sempre afirmou que o foco da Azul era a aviação doméstica, mas a empresa está cada vez mais se voltando ao mercado internacional. O plano mudou?
A lógica da Azul é a seguinte: o cachorro balança o rabo, não é o rabo que balança o cachorro. Somos uma empresa com foco na aviação doméstica, que tem parcerias e operações internacionais. Não o contrário. Continuaremos com esse modelo.

A nova corrida espacial


Moacir Drska

O empreendedor Jeff Bezos está nas nuvens. Na semana passada, a Blue Origin, empresa de tecnologia aeroespacial criada pelo fundador da Amazon, realizou um teste bem-sucedido com seu foguete reutilizável, o primeiro a executar uma aterrissagem vertical e a chegar totalmente intacto ao solo. O “New Shepard” alcançou uma altitude de 100,5 quilômetros e pousou a menos de 1,5 metro de distância do ponto planejado. “Um pouso controlado não é fácil de ser realizado, mas quando bem feito, pode parecer fácil”, comemorou Bezos no Twitter. O bilionário Elon Musk, criador da rival SpaceX e também da Tesla Motors, de carris elétricos, também usou o microblog para parabenizar o concorrente. Nos últimos meses, a SpaceX não teve sucesso em dois testes com o foguete Falcon 9, que acabou explodindo durante a aterrissagem.

Que país é este?


Carlos Sambrana

O presidente da companhia aérea Avianca, José Efromovich, passou por uma situação inusitada na semana passada. Na noite de terça-feira, 24 de novembro, ele embarcou para a Colômbia, onde participou de uma reunião, e voltou para o Brasil na noite seguinte. “Quando voltei para o Brasil parecia que eu estava em outro País. Um furacão passou por aqui”, diz Efromovich, referindo-se às prisões do senador Delcídio do Amaral (PT-MS) e do banqueiro André Esteves. O empresário falou com a coluna sobre o País e sobre a sua empresa:
Como o senhor acompanhou esses últimos acontecimentos políticos?
Ainda estamos na expectativa de boas notícias vindas de Brasília. Precisamos de uma solução política, seja ela qual for, para equacionar os problemas econômicos do Brasil. Tudo o que a gente não precisa é ver notícias como as da semana passada.
Como o ano tem sido para a Avianca?
Crescemos 15% e vamos transportar 8,2 milhões de pessoas. Mas crescemos porque, há cinco anos, fizemos um planejamento para renovar toda a nossa frota de 41 aviões e investimos cerca de US$ 4 bilhões. Substituímos os Fockers, com 100 poltronas, por aviões da Airbus, com 160 lugares. E, como passamos a fazer parte da Star Alliance, conquistamos novos passageiros.
Se o senhor tivesse que fazer o planejamento em janeiro desse ano, teria adotado a mesma estratégia?
Não. Com a situação do País, não estamos prevendo crescer. Vamos ficar apenas observando. Se, em 2016, empatarmos com 2015, vamos soltar rojões.
As companhias aéreas estão buscando investidores para atravessar os momentos de turbulência. A Azul, por exemplo, acaba de vender 23,7% da empresa para o grupo chinês HNA por R$ 1,7 bilhão. A Avianca também está buscando sócios?
Nesse momento não há nenhuma conversa. Estamos focados nos clientes e em consolidar os investimentos que fizemos.

OUTRAS MÍDIAS


BRAZILIAN SPACE


 Espaço e Desenvolvimento

José Monserrat Filho, Vice-Presidente da Associação Brasileira de Direito Aeronáutico e Espacial (SBDA), Diretor Honorário do Instituto Internacional de Direito Espacial, Membro Pleno da Academia Internacional de Astronáutica (IAA) e ex-Chefe da Assessoria Internacional do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e da Agência Espacial Brasileira (AEB).
Quando a capacidade criativa do homem se volta para a descoberta de suas potencialidades, e ele se empenha em enriquecer o universo que o gerou, produz-se o que chamamos desenvolvimento.” Celso Furtado
O Centro Internacional Celso Furtado de Políticas para o Desenvolvimento, fundado no Rio de Janeiro em 2005, completa 10 anos. Sua missão é “enriquecer o debate sobre estratégias para o desenvolvimento – especialmente no caso do Brasil e da América Latina –, seguindo a linha de pensamento do seu patrono”. O economista Celso Furtado viveu 84 anos (1920-2004) e foi um dos mais importantes intelectuais brasileiros ao longo do século XX. Seu nome está indelevelmente ligado ao estudo do subdesenvolvimento e do desenvolvimento como fenômenos distintos em várias fases da história, inclusive e sobremodo na etapa atual da avassaladora globalização econômica.
“Garantir o desenvolvimento nacional” é um do “objetivos fundamentais da República, Federativa do Brasil” – reza a Constituição de 1988 –, junto com “construir uma sociedade livre, justa e solidária”, “erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais”, e “promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação”. Esses objetivos funcionam como vasos comunicantes. A realização de um depende da dos demais. Celso Furtado participou dessa construção jurídica.
Nas primeiras décadas da Era Espacial, iniciada pelo Sputnik-1 em 4 de outubro de 1957, não se relacionava diretamente a exploração (estudo) e uso do espaço com o desenvolvimento nacional dos países, nem mesmo das potências pioneiras nas atividades espaciais. Enaltecia-se o avanço científico de modo genérico, como anunciavam à época os principais jornais do mundo.
O Tratado do Espaço de 1967, em pleno vigor, não fala em desenvolvimento, mas em seus Artigos I e II fixa três princípios fundamentais capazes de gerá-lo em escala mundial: o do bem comum (common good), o da liberdade de acesso ao espaço e o da não-apropriação do espaço, da Lua e dos demais corpos celestes – entre os quais os asteroides hoje em destaque.
O princípio do bem comum está claramente exposto no § 1 do Artigo I:
“A exploração e o uso do espaço cósmico, inclusive da Lua e demais corpos celestes, deverão ter em mira o bem e interesse de todos os países, qualquer que seja o estágio de seu desenvolvimento econômico e científico, e são incumbência de toda a humanidade.”
O princípio da liberdade de acesso tem base nos § 2 e § 3 do mesmo Artigo I:
§ 2) “O espaço cósmico, inclusive a Lua e demais corpos celestes, poderá ser explorado e utilizado livremente por todos os Estados sem qualquer discriminação, em condições de igualdade e em conformidade com o direito internacional, devendo haver liberdade de acesso a todas as regiões dos corpos celestes”; e
§ 3) “O espaço cósmico, inclusive a Lua e demais corpos celestes, estará aberto às pesquisas científicas, devendo os Estados facilitar e encorajar a cooperação internacional naquelas pesquisas.”
E o princípio da não-apropriação consta com absoluta clareza do Artigo II:
“O espaço cósmico, inclusive a Lua e demais corpos celestes, não poderá ser objeto de apropriação nacional por proclamação de soberania, por uso ou ocupação, nem por qualquer outro meio.”
Tais princípios básicos são intrinsecamente inter-relacionados e interdependentes. O bem comum é propiciado e estimulado pela liberdade de acesso para todos os países, que, por sua vez, é garantida pela total e completa não-apropriação do espaço e dos corpos celestes. O bem comum e a liberdade de acesso justificam a não-apropriação, que, por sua vez, permite e enseja o bem comum, assim como a liberdade de acesso para todos os países.
O bem comum inclui, claro, a busca do desenvolvimento econômico e social – nacional e geral (global) –, sobretudo do desenvolvimento sustentável, comprometida com metas altamente racionais e profundas, como beneficiar as gerações de hoje e amanhã.
O Acordo da Lua, de 1979 – debatido e aprovado no Comitê das Nações Unidas para o Uso Pacífico do Espaço (UNCOPUOS) e depois endossado por unanimidade pela Assembleia Geral das Nações Unidas – refere-se ao desenvolvimento econômico e social, em seu Artigo 4º, § 1, que detalha o Artigo I, § 1, do Tratado do Espaço, a “Cláusula do Bem Comum”: “A exploração e o uso da Lua são incumbência de toda a humanidade e se realizam em benefício e no interesse de todos os países, qualquer que seja o estágio de seu desenvolvimento econômico ou científico. Especial atenção deve ser dada aos interesses das gerações presentes e futuras, bem como à necessidade de promover níveis de vida mais elevados e melhores condições de progresso e desenvolvimento econômico e social, em conformidade com a Carta da Organização das Nações Unidas.”
Cabe, pois, aos Estados, em suas atividades na Lua e nos demais corpos celestes (entre eles os asteroides), dar especial atenção aos interesses das gerações presentes e futuras, bem como à necessidade de promover níveis de vida mais elevados e melhores condições de progresso e desenvolvimento econômico e social, em linha com a Carta das Nações Unidas.
Essa visão ampla e abrangente do desenvolvimento econômico e social resultante das atividades espaciais é, mais que nunca, imprescindível no mundo atual, marcado pela concentração de riquezas e do poder financeiro em alguns países e suas corporações transnacionais – em número cada vez menor –, bem como pela crescente desigualdade entre as nações e entre as pessoas.
São oportunas aqui duas observações de Celso Furtado, feitas em 1998:
1) “A esfera econômica tende a ser crescentemente dominada pelas empresas internacionais, as quais balizarão o espaço a ser ocupado por atividades de âmbito local e/ou informais. A importância relativa destas últimas definirá o grau de subdesenvolvimento de cada região: áreas desenvolvidas e subdesenvolvidas estarão assim estruturalmente imbricadas numa compartimentação do espaço político que cristaliza as desigualdades sociais.”
2) “A estrutura internacional de poder evolui para assumir a forma de grandes blocos de nações sedes de empresas transnacionais que dispõem de rico acervo de conhecimentos e pessoal capacitado. O intercâmbio internacional de serviços, particularmente os financeiros e tecnológicos, cresce em detrimento do de bens tradicionais. Na dinâmica desse sistema, prevalecem as forças tendentes a reproduzir a atual clivagem desenvolvimento/subdesenvolvimento.”
Exemplo inequívoco dessas forças, hoje, é a lei pleiteada por empresas americanas, aprovada pelo Congresso dos EUA e promulgada em 25 de novembro último pelo Presidente Obama, que confere o direito de propriedade aos cidadãos do país (e obviamente suas empresas) sobre os recursos de asteroides por eles (elas) obtidos no espaço, e estimula a exploração comercial dos recursos espaciais. Assim, uma questão global, que afeta a todos os países, é regulada de modo unilateral, para o bem e no interesse de um grupo nacional de empresas. Algo indefensável.
Também na área espacial, “quiçá o aspecto mais negativo da tutela das transnacionais sobre os sistemas de produção na periferia esteja na transformação dos quadros dirigentes em simples correias de transmissão de valores culturais gerados no exterior. O sistema dependente perde a faculdade de conceber os próprios fins”, como Celso Furtado escreveu, em 1978.
Neste contexto adverso à superação do subdesenvolvimento em qualquer área, o próprio Celso Furtado pergunta: “Como preservar a identidade cultural e a unidade política em um mundo dominado por grupos transnacionais que fundam seu poder no controle da tecnologia da informação e do capital financeiro?” E afirma: “É esse o desafio.”
Para superar o subdesenvolvimento no setor espacial, as dificuldades certamente são ainda maiores. O setor espacial de fato sempre foi – e hoje o é mais ainda – liderado por grandes potências e poderosas empresas transnacionais, sobretudo em vista da relevância geopolítico estratégico das atividades espaciais. Seus planos militares de defesa ou ataque – que na prática já no se distinguem – promovem impetuosos e contínuos avanços tecnológicos. É o que ocorre atualmente na chamada “nova Guerra Fria”, com armas mais modernas e certeiras que a anterior.
Como enfrentar o desafio de alcançar o desenvolvimento econômico e social em tal situação? Ainda sim, não é o caso de abandonar o jogo e isolar-se. Celso Furtado propõe a estratégia de “ganho de autonomia externa” para superar o subdesenvolvimento com “uma posição ofensiva nos mercados internacionais”, que tenha ao mesmo tempo “um efeito indutor interno”, como “motor da formação do mercado interno”. Claro, “o controle por empresas transnacionais das atividades produtivas com potencial de exportação, ao limitar a capacidade de ação na esfera internacional, pode criar obstáculos a esse tipo de estratégia”.
Por isso, “o problema que se coloca de imediato é o da identificação das bases sociais de uma estrutura de poder apta a levá-lo à prática”, com o “objetivo estratégico” de “assegurar um desenvolvimento que se traduza em enriquecimento da cultura em suas múltiplas dimensões e permita contribuir com criatividade própria para a civilização que se mundializa. No fundo está o desejo de preservar a própria identidade na aventura comum do processo civilizatório”.
O êxito dessa estratégia “pressupõe, evidentemente, o exercício de forte vontade política apoiada em amplo consenso social”, hoje inexistente, mas que provavelmente logo poderá ressurgir ante a persistência da crise com o aumento vertiginoso da globalização da desigualdade. E “o desenvolvimento, gerado endogenamente, requer criatividade no plano político, e esta se manifesta quando à percepção dos obstáculos adiciona-se forte ingrediente de vontade coletiva”, pois “somente uma liderança política criativa será capaz de conduzir as forças criativas para a reconstrução de estruturas avariadas e para a conquista de novos avanços na direção de formas superiores de convivência social”.
O Brasil já tem decisões internas positivas. O Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE – 2012-2021), elaborado pela Agência Espacial Brasileira e aprovado por seu Conselho Superior – onde estão representados os principais ministérios – proclama: “Prioridade maior: impulsar o avanço industrial”. E justifica: “O Brasil tem especial vocação espacial. Com mais de 8,5 milhões de km² de extensão territorial, deve cuidar, ao todo, de 13 milhões de km², incluídos os 4,5 milhões de km² de território marítimo. É um patrimônio rico em recursos naturais de toda ordem, que precisa ser cada vez mais conhecido, estudado, controlado, administrado, explorado e vigiado da melhor forma possível. A ciência e a tecnologia espaciais são vitais para isso. A indústria tem papel histórico a cumprir.” E mais: “Eis um grande apelo à inventividade e ao empreendedorismo” para tornar o país “capaz de usufruir, soberanamente e em grande escala, dos benefícios das tecnologias, da inovação, da indústria e das aplicações do setor em prol da sociedade brasileira”. Entre as diretrizes estratégicas do PNAE estão: Consolidar a indústria espacial, aumentando sua competitividade e elevando sua capacidade de inovação, inclusive por meio do uso do poder de compra do Estado, e de parcerias com outros países; Desenvolver intenso programa de tecnologias críticas, incentivando a capacitação no setor com maior participação da academia, das instituições governamentais de C&T e da indústria; Ampliar parcerias com outros países, priorizando o desenvolvimento conjunto de projetos tecnológicos e industriais de interesse mútuo (que, no mínimo, propiciem absorção tecnológica ao Brasil); Fomentar a formação e capacitação de especialistas para setor espacial, no país e no exterior; Promover a conscientização da opinião pública sobre a relevância do estudo, do uso e do desenvolvimento do setor espacial.
Como superar os impasses de hoje sem levar em conta estas ideias?

Gazeta de Taubaté (SP)


Cavex intensifica treinos contra terrorismo nas Olimpíadas 2016

Unidade de Taubaté está em preparação para jogos do Rio, em 3 de agosto; serão cerca de 400 militares e48 aeronaves equipadas com câmeras especiais; comando diz que soldados estão preparados para o pior
Xandu Alves
O Cavex (Comando de Aviação do Exército) se prepara para enfrentar a variável desconhecida na equação da defesa nacional e da segurança pública nas Olimpíadas de 2016: o terrorismo. Velho conhecido, o terror entrou ainda mais no radar do país após os ataques a Paris, em 13 de novembro, que deixaram 129 mortos.O grupo radical Estado Islâmico reivindicou a autoria dos atentados.
Comandante do Cavex, que tem sede em Taubaté, o general de brigada Achilles Furlan Neto, 53 anos, resume o raciocínio militar ante a possibilidade de ataques nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro: “Não sou pago pela minha própria nação para acreditar que isso possa não acontecer em meu país”. Em contraste com o pensamento majoritário de que o país não é alvo, Furlan Neto sabe que isso pode ocorrer. “O Brasil pode até não ser alvo de terrorismo, mas outros participantes das Olimpíadas o são”. Portanto, ele quer a tropa preparada para o pior.
“Todo soldado tem a missão de pensar nisso o tempo todo. Tenho que trabalhar com o pior cenário possível”, diz ele.
PREPARAÇÃO/ No Cavex, os militares se preparam para o desconhecido. Desde 2013, quando o comando começou o planejamento para as Olimpíadas, os exercícios tornaram-se mais específicos visando os jogos, que reunirão 10,5 mil atletas de 206 países.
A missão foi dada pelo Coter (Comando de Operações Terrestres), órgão vinculado ao Comando do Exército, para que o Cavex atue contra o terror, em transporte de tropa, escoltando comboios e comitivas e atualizando a situação pelo “Olho de Águia”.
Trata-se de potente câmera acoplada embaixo de um helicóptero. A aeronave sobrevoa área envolvida em crise ou tumulto e envia imagens, em tempo real, para o comando geral das Olimpíadas, gabinete que reunirá representantes de todas as forças.
“Temos que pegar toda a capacidade que temos e focar o emprego para o Rio de Janeiro”, afirma o comandante. Diante disso, o procedimento dos militares no Cavex, segundo Furlan Neto, foi avaliar a missão e o contexto atual para encontrar a melhor forma de preparação. Ante a possibilidade de ações terroristas, os helicópteros do comando serão indispensáveis para a defesa. “É uma máquina versátil, uma máquina de guerra sensacional”, diz ele.
Entre os treinamentos rotineiros e que serão reforçados para as Olimpíadas, como ocorreu na preparação para a Copa do Mundo, estão exercícios de voo de combate, voo por instrumentos, voo com óculos de visão noturna, voos diurnos e noturnos e inserção de tropa por meio de corda.
Todas as ações poderão ser indispensáveis numa situação de crise real. “As Olimpíadas são alvo para o terrorismo. Só não poderia dizer isso se fosse muito inocente e despreparado, e a nação não quer nenhum soldado inocente e despreparado”, afirma Furlan Neto.
Segundo o comandante, a regra é extrair o máximo da capacidade da tropa e deixá-la capaz de agir em quaisquer situações.
“Toda a potencialidade do homem e da máquina tem que ser treinada. Essa é a preparação e se torna específica quando se coloca data e um ponto determinado, o resto é nossa preparação constante”.
MÍDIA/ Para Furlan Neto, a combinação de um evento esportivo de escala global com presença maciça da imprensa, também mundial, são ingredientes que elevam a preocupação para um eventual ataque terrorista ao Rio de Janeiro.
Ele sabe que o terror se nutre do choque, do escândalo, e não há situação melhor do que durante eventos mundiais ou com grandes aglomerações, como ocorreu em Paris. Dos 129 mortos, quase 100 estavam em uma mesma casa noturna.
“Olimpíadas são eventos com cobertura de mídia espetacular, e esse é o combustível principal para o terrorismo”, afirma o comandante.
Ele dá como exemplo os Jogos Olímpicos de Munique, na Alemanha, em 1972. Embora tenham sido aplicados sistemas tecnológicos inéditos para controle das provas naquela ocasião, a imagem que ficou do evento foi a de terroristas do grupo Setembro Negro fazendo esportistas de Israel como reféns. Onze atletas foram assassinados.

PARANÁ ON LINE (PR)


Afonso Pena renovado

Para as festas de final de ano, o Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais, terá seu novo terminal de passageiros em funcionamento. A obra, que custou R$ 267,2 milhões e é realizada há pouco mais de dois anos, deve ser inaugurada em 21 de dezembro. A intervenção praticamente dobra a capacidade de passageiros circulando: dos atuais 8,5 milhões para 14,8 milhões de passageiros por ano.
As obras estão 80% concluídas e incluem oito novos portões de embarque pra voos domésticos e um novo saguão, em que serão instalados 32 guichês de check-in. Até março de 2016, o novo espaço receberá também lojas e restaurantes, que estão em processo de licitação. O novo terminal vai receber os voos domésticos.
Apesar da ampliação, o novo espaço, que visa oferecer mais conforto e qualidade de serviço aos passageiros, não garante maior oferta de voos que pousam e decolam no local. Administradora do aeroporto, a Infraero, destacou que está à disposição para avaliar os pedidos de novos voos por parte das companhias aéreas aprovados pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para o Aeroporto Afonso Pena, mas que é responsável apenas pela infraestrutura dos aeroportos, por isso, não pode garantir que haverá aumento no fluxo aéreo.
Terceira pista
Hoje, pra atrair mais voos, o Afonso Pena tem que resolver questões estruturais que vêm de longa data: projetar correções nas pistas existentes que acelerem a movimentação das aeronaves, como pistas de taxiamento auxiliares de pouso e de decolagem ou ampliar sua extensão, pra atrair mais voos internacionais, antes mesmo de discutir a construção da terceira pista.
Aliás, a terceira pista voltou a ser assunto em setembro, depois que o governo estadual levou o tema para reuniões em Brasília. Hoje, estuda-se uma nova área para a construção da terceira pista, mas que também envolvem diversas esferas públicas – União, Estado, município, além dos custos das obras e possíveis desapropriações de moradores e comércio.
Melhor visibilidade
O sistema ILS Cat III, que garante maior visibilidade e é uma demanda antiga do Aeroporto Afonso Pena, está finalmente sendo instalado. Os trabalhos estão sendo coordenados pela Secretaria de Aviação Civil (SAC), informou a Infraero. O sistema permite aproximações de aeronaves com teto de visibilidade menor que 30 metros e visibilidade horizontal de até 200 metros, o que diminuiria o risco de voos cancelados ou atrasados por causa de nevoeiros. Mas há uma ressalva: é necessário que as companhias aéreas tenham suas aeronaves e seus pilotos homologados pra operar com esse sistema, o que ainda não ocorre. No Brasil, o único aeroporto que opera com o ILS Cat III é o de Guarulhos.



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